Capítulo II - Caídos

Conto de Patch Cipriano como (Seguir)

Parte da série Imortais (Repostagem)

<Anderson P> Obrigado Anderson, espero continuar nesse caminho também, por que essa série vai ter um rumo surpreendente se tudo ocorrer como planejado. Seus comentários são muito motivadores, obrigado mesmo. Abração!

<Mic> Eu corei escrevendo essa cena hahahaahah sei lá, acho que quando a pessoa se entrega a uma leitura ela se imagina no lugar do protagonista (isso é uma dádiva) e sim, o Ethan tinha que ser homofóbico heheh ele tem um papel muito importante nessa série (ou não), que tal ler pra ver no que dá? Obrigado pelo comentário, beijos.

<Tomy84> Na verdade a intenção era tirar a parte clichê. Já reparou que todo protagonista é indefeso e frágil? Tentei fugir dessa mesmice, e acho que está funcionado (acho). Sim amigo, entendo sua preferência, e como dizia minha antiga amiga : "opinião é igual a cu, cada um tem o seu e dá quando quer". Enfim, hahaha, garanto que não vou te decepcionar. Até a próxima abigo, beijin no cotovelo!

Capítulo II - CAÍDOS

"Às vezes, pode parecer escuro, mas a ausência da luz é uma parte necessária. Apenas saiba, que você nunca está sozinho. Você sempre poderá voltar pra casa" 93 Million Miles - Jason Mraz

Minha vontade era de pisar no acelerador e sumir dali, mesmo que para isso eu precisasse passar por cima de Ethan - e eu passaria se fosse preciso  -, mas debaixo da chuva forte Ethan não era ameaçador, mas ainda me causava arrrepios. Seus olhos negros fundiam-se com a escuridão e com a tempestade, dando a leve impressão de que ele fazia parte dela. A água que molhava seu cabelo respingava em seu rosto, e o sorriso suplicante dele era inevitavelmente sedutor.

Demorei alguns minutos para decidir o que fazer, e quando o fiz algo em mim me incomodou, como se a escolha certa estivesse em minhas mãos, e eu a tivesse trocado pela errada propositalmente. Abri a porta do carona e o mandei entrar.

Ethan sorriu grato e deu a volta no carro. Ele sentou-se no banco ao meu lado e tirou a camisa e a calça, seguido de seus sapatos e meias.

- Quer uma cerveja agora? - Falei irritado com todo aquele comodismo.

- Eu... Só queria preservar o estofado do banco. - Disse Ethan envergonhado - Me desculpe.

"E eu só queria te chutar para fora do carro e te deixar para trás. Me desculpe" pensei, mas apenas dei de ombros.

- Você sabe ir até o centro? - Perguntou Ethan - É lá que eu moro.

- Vamos fazer assim. Cala a boca e me deixe dirigir em paz. - Sugeri. - Se você abrir a boca, te deixo na primeira esquina que eu cruzar.

Ethan assentiu e se encolheu no banco, abraçando as pernas para se proteger do frio. Talvez eu estivesse sendo um pouco rude com Ethan, mas eu não me sentia mal por isso.

Ali recolhido no assento do meu carro, Ethan até se assemelhava a uma criança com medo de raios, e mesmo sendo estranho, uma vontade de protegê-lo surgiu em meu coração.

- Centro? - Perguntei.

Ethan assentiu sem dizer uma palavra sequer.

O centro ficava a mais de uma hora da escola, mas a chuva com certeza atrasaria a trajetória. Pisei no acelerador e dirigi rumo à minha casa, que na velocidade em que eu dirigia chegaria em pouco mais de 20 minutos.

Ethan me olhou com curiosidade quando estacionei o carro na garagem da minha casa. Tirei minha jaqueta e a entreguei para ele.

- Veste a jaqueta e vem comigo. - Falei.

Saí do carro sem deixar que ele protestasse ou sequer questionasse sobre o que eu estava fazendo. Quando o ouvi bater a porta do carro ativei o alarme e andei mais devagar, dando tempo para que Ethan me alcançasse.

- Por que estamos na sua casa? - Perguntou.

- Eu não vou dirigir mais de uma hora nessa chuva. Além de ser perigoso é um esforço que você não merece que eu faça. - Falei.

Talvez Ethan nem soubesse o porque de eu tratá-lo desta forma, mas eu não conseguia agir de forma diferente. Ele me deixava nervoso, e se não agisse dessa forma, acabaria cedendo aos caprichos da minha homossexualidade mesmo sem sentir atração pelo garoto ao meu lado.

Ethan abaixou a cabeça sorriu. Apesar de sua visível tristeza, Ethan ainda sorria grato para mim. Apenas lhe devolvi o sorriso e continuei andando pelo caminho ladrilhado de pedras.

- Posso usar seu telefone para ligar pro meu pai? Roubaram o meu celular também.

- Você não precisa ir agora. - Falei, mas o tom deu a entender que eu queria que ele ficasse. E acreditem, eu queria mesmo - Quer dizer. Está chovendo pra alguém vir buscar você. Quando a tempestade diminuir eu te levo pra casa.

Abri a porta de casa e procurei por papai. Ethan me seguia para todo canto, ficando a poucos centímetros de distância.

Olhei para ele, semi-nu, na minha casa. Ele estava segurando seus pertences ainda encharcados nas mãos, usava minha jaqueta e uma cueca branca. Revirei os olhos e o levei até a minha suíte.

- Tome um banho quente. - Aconselhei - Vou separar umas roupas minhas que sirvam em você.

Ethan assentiu. Peguei uma toalha limpa e a entreguei. Observei Ethan entrar no banheiro sem fechar a porta. Quando ouvi o barulho da água do chuveiro cair fui até o guarda-roupas e tirei algumas peças de roupa para Ethan. Uma camisa branca de botão e uma bermuda cinza.

Ethan saiu do banheiro minutos depois. A toalha estava enrolada em sua cintura e cobria seu corpo até o joelho. Percebi que Ethan não tinha pelo nos corpos, ou não os mantinham.

- Não se importa em usar uma cueca minha né? - Perguntei.

- Não. - Ethan respondeu e desenrolou-se da toalha.

Eu virei para pegar uma cueca enquanto Ethan secava seu corpo.

Peguei uma sunga vermelha e a entreguei a Ethan.

Vi seu pênis por alguns segundos antes de Ethan vestir-se, mas não falei nada, apenas me virei e desci as escadas.

Ethan veio atrás de mim e me segurou pelo braço. Respirei fundo e sacudi o braço, me livrando do toque dele.

- Por que está me tratando assim? - Ethan perguntou com raiva - Como um estranho.

O fitei incrédulo com a pergunta.

- Por que você É um estranho. - Falei - O que eu sei sobre você Ethan? Que você é o líder do time de futebol? Que você é um homofóbico ridículo? Não ache que eu sou seu amigo Ethan, por que eu não sou. Eu odeio você e aquele grupinho flopado. QUERO QUE VOCÊS VÃO TODOS PARA O INFERNO!

Aquele era provavelmente o meu fim. Se Ethan suspeitava que eu era gay, agora ele tinha certeza. Ethan cerrou os punhos e começou a ofegar. Pude ver o ódio brotar em seus olhos e explodir em suas mãos.

Em poucos segundos eu estava no chão com Ethan sobre mim. O peso dele me impedia de sair do lugar ou sequer de me mover. Tentei empurra-lo com as mãos mas a força que ele impunha sobre mim era irrompivel.

Desisti de me debater e o olhei no olho, desafiando-o a dar o primeiro soco. Ethan me segurou pelo cabelo, afrouxando seu corpo sobre o meu. Encontrei espaço para mover os pés, mas o golpe que Ethan desferiu em mim foi uma surpresa. Tanto para mim quanto para ele mesmo.

A boca de Ethan descobria-se na minha. Seus lábios procuravam um lugar para se fixar e sua língua procurava a minha com um desespero indomável.

As forças que eu havia juntado para empurrar Ethan se esvairam e o espaço que minhas pernas tinham eu usei para envolver sua cintura.

As mãos de Ethan deslizavam pelo meu corpo, e as minhas já iam direto ao ponto. Passei as mãos pelas pernas dele e subi até a boca da bermuda. Ethan moveu suas mãos por debaixo da minha camisa, e tivemos que separar nossos lábios para que minha camisa fosse arrancada de meu corpo.

Com a separação dos lábios, o oxigênio pôde circular em meu cérebro e recobrei os sentidos.

Ethan mordeu minha barriga e desceu com seus lábios até o cóquis da minha calça.

Dobrei os joelhos e os forcei a empurrar Ethan.

Nos estranhamos por alguns segundos, e sem falar nada, Ethan abriu a porta e saiu tempestade à fora. Corri atrás dele, mas assim que apareci na porta um raio cortou o céu, iluminado a noite por alguns segundos. Enfrentei meu maior medo e saí. Eu não me importava mais com os raios que sempre me atormentaram, nem com o perigo que eles podiam representar para mim.

Ethan ainda corria sem direção, e minha direção era ele. Ethan dobrou a esquina, mas eu conhecia um atalho para alcança-lo. Entrei num beco escuro que daria na rua onde Ethan estava.

Assim que coloquei um pé fora do beco fui puxado para ele novamente.

As mãos eram fortes e não precisaram de esforço para me puxar. Com o chão molhado, acabei escorregando e caindo. A pessoa usava um capuz, e só pude reconhecer um traço pessoa quando mais um raio cortou o céu. Pude ver um par de olhos verdes, mas minha visão ficou embaçada por causa da chuva e por causa das lágrimas que caíam como cachoeira dos meus olhos. Eu não sei dizer se chorava por causa do homem encapuzado ou por causa dos raios. Ambos me causaram a mesma intensidade de medo.

A pessoa de olhos verdes tentou me erguer pela gola da camisa, mas eu estava sem ela. Ele me pegou pelos braços e me encostou na parede. Sua mão segurou meu pescoço com brutalidade, me tirando o ar.

Me debati e tentei empurra-lo, mas ele era tão forte quanto Ethan. Os olhos dele me fitavam sem pudor algum, quase me desnudando.

- Solta ele. - A voz de Ethan soou forte.

A pessoa de capuz me largou no chão e olhou Ethan. Peguei um pedaço de madeira que estava no chão, e enquanto a pessoa andava em direção à Ethan, a acertei com o pedaço da madeira. Sem efeito algum.

A pessoa tomou a madeira da minha mão e a quebrou no meio. Ela cravou um dos pedaços da madeira na minha perna, me fazendo gritar. Depois andou em direção à Ethan e cravou o outro pedaço da madeira em seu peito, como se fosse uma estaca enfiada no peito de um vampiro. Gritei de pavor, e a voz de papai ecoou no ar, chamando meu nome. A pessoa de capuz me olhou com pavor e correu, desaparecendo no breu da noite e em meio à tempestade.

... Aguardem ...

Espero que tenham gostado.

Cometem por favor.

P.S.: Eu ia postar só no sábado, mas como não fui pra escola deu pra escrever este capítulo.

Comentários

Há 3 comentários.

Por Anderson P em 2014-08-27 16:12:07
Continua, não sei dizer qual capitulo gostei mais, até agora, e você escreve muito bem. E gostei da forma como protagonista trata os outros, nunca abaixando a cabeça, pois muitas pessoas são assim, com quem não os trata bem.
Por Mic em 2014-08-27 14:42:01
'o' q tenso, ta muito interessante continua
Por Gildosilvaa em 2014-08-27 13:11:20
Senhor, acho que eu acabei de me apaixonar por um conto. 😱❤