Cap I - Caídos (saga Imortais)

Conto de Patch Cipriano como (Seguir)

Parte da série Imortais

New York City

(16 anos atrás)

A noite de Natal estava gélida e tempestuosa em Nova York. A neve que cobria o chão estava mais pálida que de costume, e eu rezava para que a tempestade cobrisse minhas pegadas.

Um raio clareou a noite por um segundo, mas a luz só me fez temer. Com os anos de experiência, eu havia aprendido que a luz às vezes pode ser tão tenebrosa quanto a escuridão. O barulho estrondoso de um trovão sucedeu o clarão e me fez parar.

Olhei para trás e meu cabelo negro voou com o vento. Mais um raio, mas desta vez um fio de esperança iluminou meu coração, me dando um mínimo de segurança.

- Eu não tenho medo de você. - Gritei mesmo não acreditando na minha própria frase.

Minha voz aguda entrou em contraste com o eco de uma risada grave e rouca. Ele estava por perto.

Segurei a respiração quando de longe, pude reconhecer a silhueta de meu temido inimigo. Seu andar era seguro e confiante, e eu sentia um poder irrompivel emanando de seu corpo. Magia, com certeza.

Ele chegou mais perto, e pude ver um sorriso fraco esboçado em seu rosto. A magia estava o enfraquecendo.

- Por que você foge de mim? - Perguntou Diego num tom triste - Sabe que eu te amo não é mesmo? Eu já falei isso antes.

- Então me deixe ir Diego... Sabe o que pode acontecer se eu ficar. - Pedi.

- Não Ane... - Falou esperançoso - Eu consegui convencê-los a perdoar você. Você pode ficar agora.

Meus olhos se encheram de lágrimas. Finalmente tudo começava a melhorar para mim.

- O Jhon vai ficar tão contente... - Falei emocionada.

O semblante de Diego mudou, seu cansaço converteu-se em raiva e seus olhos castanhos flamejaram num tom azul.

- O Jonathan não pode ir. Eles... Não o querem de volta. - Falou seco.

- Como assim?

- O que o Jonathan fez é imperdoável, e você sabe bem disso.

- Ele não fez nada. - Falei entredentes - Não seja cínico Diego, isso tudo é culpa sua.

- Isso tudo é culpa SUA. - Diego gritou, me fazendo dar um passo instintivo para trás. Ele se recompos - Se você tivesse me escolhido isto não estaria acontecendo. Jonathan está condenado ao inferno, e a culpa é sua.

As palavras dele me atingiram como um balde de água fria. Apesar de tudo, ele tinha razão. Eu era a grande culpada.

- Vamos acabar com isso Ane. Me entregue a criança, e eu impesso que Jhon vá para o inferno. - Propôs.

Uma proposta realmente tentadora, mas ele falava como se a criança fosse uma criança qualquer, e não era. Essa criança era o meu filho.

- Eu nunca vou te entregar meu filho. - Falei - Me mande para o inferno se você quiser, mas no Gabriel você não encosta um dedo sequer.

Os olhos de Diego flamejaram novamente, mas ele não controlou a raiva. Com uma velocidade surpreendente ele avançou e me segurou pelo pescoço, me erguendo do chão.

- Então é pro inferno que você vai. - Diego me lançou para o alto.

A neve amorteceu minha queda, mas a dor que eu senti quando meu corpo atingiu o chão foi insuportável. Diego era rápido de mais. Antes que eu me levantasse ele me segurou novamente, mas desta vez tirou minha camisa, deixando-a em pedaços no chão. Meus seios ficaram à mostra e eu os cobri com o braço. Eu sabia o que ele queria, e não tinha nada a ver com abuso sexual.

Diego me jogou no chão, me fazendo cair de joelhos e de costas para ele.

- Onde estão? - Falou surpreso

- ONDE ELAS ESTÃO.

Diego começou a tatear minhas costas, e aproveitei para acerta-lo no peito. Sem sucesso. O golpe nem sequer o fez se mecher.

Diego me deu um tapa com a costa da mão, me fazendo cair deitada na neve, ainda de costas para ele.

- Cuidado com o que procura. - Uma voz masculina preencheu o ar, e Diego tremeu por um segundo - Vai acabar achando o que não quer.

Diego mal teve tempo de se virar. Jhon o acertou no peito, lançando-o a metros de distância.

- Você está bem? - Perguntou Jhon.

Assenti com a cabeça mas continuei deitada na neve.

Jhon ficou a alguns centímetros de distância.

A neve moveu-se sob o meu corpo e envolveu meus braços e meu tronco. Jhon estava me vestindo. A neve transformou-se em algodão na minha pele, cobrindo meu corpo.

- Jhon... Ele está usando Magia. - Avisei.

Um vulto passou por mim, mas parou no braço esticado de Jhon. Diego estava sendo erguido pelo pescoço, assim como ele fizera comigo. Jhon erradiava uma luz branca, e Diego uma luz azul. Ambos se olhavam com desprezo, mas Diego estava submisso à Jhon.

- Isso não é possível. - Lamentou Diego - Você é um caído, exilado. Não pode ser mais forte que eu. Como você consegue?

- Privilégios do favorito. - Jhon respondeu e o lançou pro alto.

Jhon pulou magnificamente, até parecia estar voando. Ainda no alto, Jhon despiu o tronco de Diego. Nas costas de Diego, um par de asas brancas nasceram, mas algumas penas estavam negras. Efeito da Magia. A asa de Diego estava apodrecendo.

Jhon segurou as asas de Diego, e ambos caíram na neve. Jhon estava sobre Diego.

- Não pode rancar minhas asas! - Gritou Diego - Só um Arcanjo tem esse poder.

Me levantei da neve, mas fiquei a uma distância segura dos dois.

- Eu não vou quebrar suas asas... - Jhon disse e me olhou.

- ... Eu vou! - Completei a frase.

Me aproximei exibindo minhas asas.

Jhon deixou que eu passasse e segurasse as asas de Diego. Minhas asas estavam completamente abertas, envolvendo a mim e a Diego. Jhon estava atrás das minhas asas.

- Isso não vai acabar aqui. - Falou Diego. - A profecia vai se cumprir.

Não me intimidei.

- "O rejeitado partirá com a lâmina sagrada a linha de equilíbrio entre o bem e o mal. O mundo cairá em trevas, mas aquele a quem todos julgavam se tornará aquele a quem todos recorrerão. A linha que separa as trevas da luz estará à mercê da escolha do julgado." - Diego recitou a profecia.

A profecia me paralisou. Não soube como reagir, apenas decidi que não o exilaria. Se eu removesse as asas de Diego, eu o ligaria diretamente à profecia, e isso só pioraria as coisas.

- Faça o que quiser com ele. - Falei para Jhon.

Me afastei. Dos dois, deuxando-os ali.

Eu não sabia o que aconteceria ali. Jhon e Diego eram muito amigos antigamente, Jhon não o mataria, tampouco o amarraria no inferno. Mas isso não importa. O destino de Diego não está nas minhas mãos, mas destino do meu filho sim.

Decidi mudar essa profecia. Meu filho não faria parte dela, meu filho não seria uma flecha do destino, ele faria sua própria história, e não é uma profecia que vai matá-lo.

Comentários

Há 5 comentários.

Por Tomy84 em 2014-08-16 13:51:31
Vamos "amigo" poste logo por favor!!
Por Tomy84 em 2014-08-14 16:32:55
Nossa que fodah *-*
Por Rafinha sexy em 2014-08-14 13:14:53
Ameiiiiiii <3 quase morrendo pra querer saber a continuação
Por Mic em 2014-08-14 08:01:00
*-* GGEEEEEEEEEEEENNNNNNNTTTTTTTEEE AMEI <3
Por Victor *) em 2014-08-14 00:46:39
Gostei, ansioso para o próximo ;)