Amado (01-01)
Parte da série Entre Dois Corações
Avistei Perrie de longe. Ela corria mais rápido que o normal e ao se aproximar, notei que seu rosto estava inchado dando sinais de lágrimas. Provavelmente havia terminado o namoro.
Perrie se aproximou e me abraçou calorosamente. Aceitei seu abraço.
- Ah meu amor você está bem? - Perguntou Perrie com voz de choro.
- Eu? É você quem estava chorando. - Falei tentando não parecer muito divertido. Ela estava passando por um momento difícil.
Perrie se afastou de mim e me olhou nos olhos. Seus olhos castanho-mel entrava em contraste com a luz do sol, dando a eles um tom dourado e penetrante. Perrie tem os cabelos louros e longos, e um corpo mais desenvolvido que uma garota de 17 anos deveria ter.
- Igor, você não ficou sabendo? - Perrie perguntou surpresa, mas com o mesmo tom de choro.
- Acho que não. - Falei dando uma risada nervosa - O que houve?
Perrie limpou o rosto e respirou fundo.
- Por que a pior parte fica sempre com a melhor amiga? - Indagou olhando para o alto, tentando não chorar novamente. - Igor... Sua mãe...
Perrie parou, e começou a chorar de novo.
Meu coração também parou. A temperatura caiu e eu senti como se meu mundo fosse desmoronar. Eu já sabia o que viria a seguir: uma notícia ruim, mas eu não queria ouvir. Eu não precisava.
Meu nome é Igor. Tenho 17 anos de idade e moro com minha mãe em um bairro nobre de São Paulo. Meus pais se separaram quando eu tinha 3 anos de idade, e quando eu tinha 5 papai se mudou para Nova Iorque. Ele entrava em contato sempre, mas depois dos 13 anos eu me revoltei com ele e parei de atender aos telefonemas dele. Perdemos totalmente o contato.
Meus olhos marejavam, as lágrimas suplicando para que eu as deixasse cair, mas eu não deixaria.
- Em que hospital? - Perguntei com uma voz calma, mas minhas mãos e pernas tremiam.
- Ela perdeu o controle do carro... Aí tinha um posto de gasolina... E depois, um corpo totalmente carbonizado. - Diana dava pausas tentando colocar em ordem os próprios pensamentos. - Ela foi direto para o crematório.
Desta vez as lágrimas vieram com mais intensidade, mas mesmo assim as segurei. Assenti e pedi o endereço do crematório. Diana pediu para que fosse junto comigo, mas eu precisava ficar sozinho.
(...)
TRÊS DIAS DEPOIS
O funeral de mamãe havia acabado a algumas horas, e eu estava no banco do carona no carro do meu namorado. Ele me olhava regularmente para ver se eu estava bem, e eu sempre dava um sorriso falso para disfarçar a dor.
- Igor... - Disse Gabriel - Não precisa ser forte, ninguém é. Eu to aqui com você. Se abre comigo.
Gabriel tinha 19 anos de idade, cabelos louros bagunçados e olhos castanho claro. Fazia faculdade de música e trabalhava como modelo para pagar a faculdade. Ele era lindo.
Eu tenho olhos azuis e cabelos negros - agora grandes - com uma franja mal arrumada. Não tenho um corpo malhado, mas minha barriga é lisa e já tenho peitoral apesar de não ter músculos à mostra.
- Eu tenho que ser forte Bel, preciso suportar. - falei num tom monótono.
Gabriel estacionou o carro na porta da minha casa, e eu pedi para que ele ficasse comigo um pouco, e isso seria uma experiência nova, afinal, Gabriel e eu nunca passamos uma noite sozinhos - sim, ainda sou virgem.
Gabriel subiu para o meu quarto enquanto eu preparava duas xícaras de chocolate quente. Depois de pronta as levei para o quarto.
- Bel, eu... Me desculpa pedir pra você ficar comigo essa noite. - Falei entregando uma das xícaras de porcelana azul para ele.
- Por que está pedindo desculpas? - Perguntou.
- Por que... Nunca passamos uma noite sozinhos, e, me desculpa, mas esse não é o melhor momento para se perder a virgindade.
Gabriel deu um sorriso tímido, colocou a xícara no criado-mudo e me abraçou. Deixei seu toque quente me envolver.
- Eu te amo. - Falei. - Você foi a melhor coisa que a vida me deu.
- Também te amo. - Gabriel sussurrou e me beijou. Ele tirou a xícara da minha mão e a colocou ao lado da sua.
Gabriel me beijou novamente e repousou as mãos em minha cintura. O abracei pelo pescoço e me deixei ser erguido e carregado até a cama. Gabriel se deitou e eu deitei em seu peito. Pegamos nossas xícaras e ficamos em silêncio. Gabriel adormeceu rapidamente. Ele também estava sofrendo, minha mãe o amava e a recíproca era verdadeira.
Passei a noite em claro, e durante a madrugada o telefone tocou. Levantei da cama e desci para a cozinha.
- Alô? - Atendo sem olhar o identificador.
Uma voz chorosa, rouca e baixa do outro lado.
- Filho? - Chamou papai.
- Ulisses. - Falei o nome dele.
- Você está bem? - Falou, e eu pude sentir a tristeza em sua voz.
- É possível estar bem? - perguntei.
Papai suspirou do outro lado e soluçou, um dos indícios de que ele chorou, ou ainda chorava.
- Amanhã eu vou para o Brasil filho. Recebi uma carta do Instituto ECA, você ainda é menor de idade. - Papai explicou.
- Não preciso de você aqui. Sobrevivi todos esses anos sem você. Não é a sua presença que vai mudar algo. - Menti.
A verdade era que eu sentia falta dele, e que um abraço dele já melhoraria tudo. Fiquei feliz ao saber que ele se preocupava comigo, mas não aceitaria o abandono dele.
- Ah filho... - Papai chorava do outro lado - Se eu soubesse que sua mãe... Eu não teria partido. Eu teria ficado pra proteger vocês, e já que não pude fazer nada pela sua mãe, não vou ficar de braços cruzados. Não vou deixar que você também se vá.
- Foi você quem se foi Ulisses, eu permaneci aqui, sempre aqui.
Desliguei o telefone e voltei para o quarto. Gabriel estava acordado.
- O que está fazendo acordado? - Perguntou num tom rouco de quem havia acabado de acordar.
- Estou sem sono. - falei. - Volte a dormir.
Deitei em seu peito novamente, e só então percebi que Gabriel havia tirado a camisa.
- O que é isso? - Falei sorrindo - Pretende me seduzir?
- Era a intenção - Gabriel sorriu e me abraçou - Está funcionando?
- Impossível não funcionar. - Falei beijando seu peitoral.
Me aninhei perto dele e toquei sua barriga, contando os gomos do seu belo tanquinho. Eram seis.
Gabriel passou as mãos pelas minhas costas, e eu voltei a beijar seu peitoral, desta vez deslizando meus lábios até seu pescoço e depois sua boca. Gabriel me beijava com cuidado, tentando não ir além do beijo. Agarrei seu cabelo com a mão direita enquanto a esquerda massageava sua barriga. Tentei intensificar o beijo, mas Gabriel estava firme, controlado. Deslizei a mão esquerda para o cóquis da calça dele e comecei a massagear seu pênis por cima do jeans preto. Gabriel apertava minha cintura a cada colapso de prazer que minha massagem fundida aos meus beijos lhe causavam.
Afastamos nossos lábios. Maldito oxigênio. Gabriel aproveitou a separação para tirar minha camisa. Ele a jogou num canto qualquer do quarto. Fiquei de pé na cama e Gabriel sentou-se e abriu as pernas para que eu ficasse entre elas. Ele tirou minha calça e a lançou junto com a camisa. Ajoelhei entre suas pernas e desabotoei sua calça, tirei e a lancei para trás.
Gabriel segurou meu cabelo e me puxou para mais um beijo que só acabou quando perdemos o fôlego. Nos olhamos e ambos sorrimos tímidos. Gabriel não era mais virgem, mas nunca havia ficado nu comigo. Era uma primeira vez para ambos.
Beijei seu pênis por cima da cueca, dando leves mordidas. Gabriel gemia baixo enquanto acariciava minhas costas e passava a mão pela minha bunda. Tirei a cueca dele e segurei seu pênis com a mão, masturbando e o colocando na boca. Eu não tinha certeza de que estava fazendo certo, mas os gemidos de Gabriel eram satisfatórios. Senti as veias se seu pênis pulsar na minha boca e ele me fez parar de chupar. Me segurou pela barriga e me deitou de bruços. Ele tirou minha cueca e empinou minha bunda. Deitou-se sobre mim.
- Eu te amo. - Sussurrou e mordeu minha orelha.
Ao terminar a frase Gabriel iniciou uma majestosa punheta em mim. Eu gemia sem me preocupar com a intensidade. Gabriel beijava minha bunda, e senti sua língua a me invadir. Meus gemidos se intensificaram, e eu comecei a rebolar. Gabriel passou o dedo na boca e depois o posicionou em minha entrada, o forçando a entrar bem devagar. Depois o tirou e colocou dois, depois três.
Gabriel se deitou sobre mim novamente.
- Vou penetrar. - Falou num tom safado mas carinhoso.
Com isso, ele voltou a me masturbar, e senti seu pênis me iniciar. Ele forçava a cabeça rosada do seu membro a entrar, e pouco a pouco, mas com uma dor aguda ela entrou.
Gemi de dor, mas a punheta de Gustavo ainda me proporcionava um prazer incomparável. Logo senti seu membro todo dentro de mim, e gemi com a sensação de tê-lo dentro de mim. O que Newton diria agora sobre dois corpos não ocuparem o mesmo espaço? Eu e Gabriel éramos um só, e nada naquele momento iria mudar este fato.
Logo Gabriel começou a se movimentar em mim, tirando e pondo seu membro dentro de mim. Gabriel beijava meu pescoço e gemia incontrolávelmente. Rebolei em seu membro e ele urrou. Gozei na mesma hora, sujando a mão de Gabriel. Ele limpo a mão na minha barriga e urrou pela segunda vez. Senti seu líquido quente escorrer por mim, mas Gabriel não saiu de mim. Ficamos naquela posição por uns minutos. Deitei de barriga para cima, sentindo minha bunda arder. Gabriel estava por cima de mim, e começou a beijar minha barriga, limpando todo o sêmen que eu havia espalhado antes por sua mão e que ele deixara em minha barriga. Depois ele me beijou, dividindo o sabor amargo do meu próprio esperma comigo. Deitamos de conchinha e ali adormecemos, eu sentindo o pulsar do coração dele, e ele sentindo o meu.
<Eu estava em uma praia deserta. A brisa fria do inverno cobria meu corpo. Eu usava um short de algodão branco e estava descalço e sem camisa. O Sol se punha no horizonte, dando um tom alaranjado ao céu.
- Igor! - Gritou Gabriel.
Procurei-o por todo lugar, na areia e no mar, mas não o achei.
- Igor! - Agora foi um tom desesperado - Igor me ajuda. Me protege!
- Bel! - Gritei - Eu estou aqui Gabriel!
Dei um giro de 360 graus olhando para todo lado, e o vi numa pedra alta.
- Igor! - Gabriel gritou, mas alguém o empurrou.
Um riso grave eclodiu e ecoou no ar, enquanto uma voz rouca e forte dizia que isso era apenas o começo. Gabriel ainda gritava meu nome. "Igor, Igor!".
A praia se tornou num grande abismo negro onde eu caía. "Igor, Igor"
Duas mãos negras me agarraram e eu comecei a me debater.>
- Igor, Igor! - Gabriel me sacudia tentando me acordar. Ele ainda estava nu. Ele ainda estava vivo. O abracei com força enquanto a voz rouca ainda ecoava em minha cabeça "Isso é apenas o começo"
[... continua ...]