CAPITULO-1

Conto de Vinicius como (Seguir)

Parte da série O Príncipe e o Valentão

Eu tinha 11 anos, pra mim a escola era o pior lugar do mundo, só ia pela minha mãe que lutou pra eu conseguir uma bolsa, lá era uma escola de grã-finos, gente bem rica mesmo, por isso bullying já fazia parte do meu cotidiano, era diariamente, de todos os alunos, tento dos ricos quanto dos bolsistas, não era só pelo fato de eu ser pobre, minha aparência também não ajudava, era feio, cabelos desarrumados, usava aparelho, óculos, e ainda era pequeno, era horrível, eu não gostava da escola, se eu contasse pros professores o que acontecia eles não iriam fazer nada, diriam que era só brincadeira de criança, digo isso por que uma vez eu contei e não adiantou nada, não contava o que acontecia pra minha mãe, ela já tinha problemas demais, ela tinha que me sustentar, pagar aluguel, agua e energia tudo com um salário mínimo, e ainda tinha que sobrar pra comprar os mantimentos para o mês, ela trabalhava como camareira em um hotel, não ganhava bem e trabalhava muito, ela conseguiu a minha bolsa de estudos com o patrão dela, o dono da escola é o mesmo do hotel, então eu não queria dar desgosto pra minha mãe, por isso eu não contava pra ninguém o que acontecia.

Era uma tortura, eu e minha mãe tínhamos que levantar as 4 da manhã, a escola ficava no bairro nobre, então bem longe de onde eu morava, e minha mãe ainda tinha que chegar sedo no hotel, que era mais longe ainda, pegávamos duas conduções até a escola e a minha mãe ainda pegava mais um até o trabalho, quando eu chegava na escola ia direto pro banheiro e me trancava em um reservado, as pessoas saiam e entravam e nem percebiam que eu estava ali, ficava lá até o sinal bater e depois eu ia pra sala de aula, toda vez que entrava já me preparava para a enxurrada de bolinhas de papel, era sempre assim, eu sentava na cadeira da frente encostado na parede, lá era mais difícil deles mexerem comigo por causa dos professores, mas eles sempre davam um jeito, e além do mais como eu já disse os professores não faziam muita coisa, já que quem mandava na escola era quem tinha dinheiro, então eu não era ninguém, eles sempre me mandavam recadinhos me ofendendo e desenhos meus com coisas feias tipo um pinto vivo me dando a mão, ou um raio caindo na minha cabeça, eu não sei quem desenhava, mas a pessoa desenhava bem, eu sempre pegava os papeis e amassava, na hora do recreio era outro momento ruim, eu não tinha dinheiro pra comprar lanche então minha mãe sempre fazia um lanche pra mim e eu levava pra escola, só que eu não comia, toda vez eles viam e tomavam o meu lanche, e eles não comiam, diziam que era comida de mendigo, ele pegava, jogavam no chão e pisavam em cima, eu não chorava mais, aquilo acontecia constantemente, eu só saia do partiu e ia pro banheiro, deu pra perceber que o banheiro era o meu lugar preferido, por que a maioria das pessoas gostavam de usar o banheiro do primeiro andar não do térreo, onde eu ficava, tinha algumas pessoas que usavam, mais não eram muitas, depois voltava pra sala de aula onde tinha mais tortura, eles faziam desenhos meus no quadro com ofensas como Veadinho, bichinha, esquisito, louquinho, pobretão, favelado, era uma coisa horrível, e acontecia com crianças de 11 anos.

O menino que eu mais odiava era o Marcos Apollo, ou M.A como ele gostava que chamasse ele, pra mim ele era quem comandava tudo, não sei o que tinha feito pra ele mais ele me odiava.

Na hora da saída eles me impediam de sair, pegavam minha mochila e ficavam jogando um para o outro e eu no meio da roda tentando pegar, até eles se cansarem e jogar ela na minha cabeça, era sempre assim todos os dias desde quando eu entrei naquela escola, no começo foi muito difícil, eu chorava muito, mas eu consegui terminar o último ano e nesse parece que estava ficando mais difícil, e eles piores, teve um dia que eu fui ao banheiro, entrei, fiz o que tinha que fazer quando ia sair a porta estava trancada, e eles rindo do outro lado.

-Vai ficar ai até a hora da saída, a gente não quer poluição na sala hoje, favelado.

-Por favor abre.

-Cala a boca

Eu não sei como ele conseguiu, mas eu fiquei esperando alguém ir no banheiro e o que é impressionante, ninguém foi, nenhum aluno daquela escola, eu passei a manha toda trancado dentro daquele banheiro, até a hora da saída, quando eles foram lá no banheiro e me destrancaram, sem antes me baterem, eles socavam a minha barriga e me davam tapas na cara, me xingando de favelado, de pobretão, de viado e outras palavras a mais, eu saía daquele banheiro parecendo um lixo, e o que ainda era pior era que eu ainda tinha que esperar duas conduções com dor no corpo, e assim eu terminava o meu dia torturante naquele inferno.

Quando minha mãe chegava eu sempre usava uma camisa com mangas longas, mesmo no verão, pra ela não ver as manchas roxas que eu tinha por todo o corpo, e assim seguia a nossa vida, todos os dias a mesma coisa.

Só que a minha mãe arranjou um namorado, eu fiquei feliz por ela, Mas eu tinha ciúmes da minha mãe e a coisa foi passando cada vez mais rápido e quando eu vi, ele pediu a mão da minha mãe em casamento, ela aceitou, eu só não esperava é que ele fosse rico, e mais, que ele queria levar a gente pra morar com ele na Itália.

-Mae, eu não sei se esse cara é de confiança, pode ser que ele esteja planejando o nosso assassinato

-Vini, você acha que se ele fosse assassinar agente ele iria gastar dinheiro com passagens de avião.

-Pode ser que ele esteja traficando a gente.

-Então pra que ele iria te levar você é criança.

-A senhora nunca ouviu falar em trabalho escravo, ou em escravidão infantil.

-O Laurent é uma pessoa boa e com boas intensões, você conheceu ele, e além do mais, lá é um pais de 1º mundo, lá vai ter mais oportunidades pra gente e você vai aprender uma nova língua.

Comentários

Há 5 comentários.

Por dfc em 2015-01-03 09:41:16
Continua pfv
Por gleek em 2014-12-16 15:47:12
o menino nem sofre neh?coitado veio
Por Léo Allen em 2014-12-16 08:52:16
Fiquei ansioso e perplexo com o sofrimento de Vini. Vou acompanhar seu conto. *-*
Por ru/ruanito em 2014-12-16 06:09:49
Tenso como sempre
Por leopinheiro em 2014-12-15 22:04:23
Fiquei curioso. Aguardando ansiosamente a continuação. =*