A arte da guerra

Conto de Cesar Neto como (Seguir)

Parte da série Um amor que só nós conhecemos

QUEM È VIVO SEMPRE APARECE

Vamos fingir que eu não sumi por tanto tempo? Nunca pedi nada a vocês hahaha

Mas é o seguinte amores: EU TIVE QUE SUMIR POR ALGUNS MESES PELA FAMOSA falta de tempo... Eu sei é foda... poderia ter avisado, mas peço perdão a todxs que acompanhavam minhas histórias.

Estou aqui para contar que vou terminar minhas histórias. Lendas de amor e sangue já está quase pronta faltando apenas detalhes, e Só nós conhecemos eu terei que reescrever os capítulos finais porque não me agradou o que eu escrevi.

COMO DESCULPAS... ESTARÁ POSTADO OS CAPÍTULOS... levarei alguns dias (meses) para reescrever o que falta, mas até lá eu vou conversando com vocês.

BEIJOS E ME DESCULPEM! <3

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As vezes eu tenho a impressão de que eu sou a reencarnação de um grande general militar.

Eu amo guerra. Sempre adorei destruir aqueles que são considerados meus inimigos. Ninguém fica no meu caminho e se ficar, não será por muito tempo. Sou Alexandre, o Grande. Aquele que lidera todos e todas, o que é admirado pela força, pela inteligência. Eu tinha acabado de chegar em um novo território e agora teria que ralar para desbravar terras desconhecidas.

E foi com esse pensamento que eu acordei em uma segunda-feira pronto para mais um batalhão de aulas chatas.

- Como você tá? - foi a primeira pergunta que eu escutei quando pisei na escola - você não respondeu nenhuma de minhas mensagens nesse fim de semana.

Diego me encarava com os seus olhos verdes que me faziam estremecer de desejo. Mesmo assim eu ainda estava com um pouco de raiva por ele ter feito o seu pai se transferir para essa cidade e nem me avisado antes. Queria que ele sofresse um pouquinho também.

- Bem, você queria o que? - falei indo em direção a nossa sala - você muda de estado, se matricula na mesma escola que eu e nem se da o trabalho de me avisar... Você ainda acha que eu deveria te responder?

- Pensei que você estivesse com saudades... - ele falou segurando a minha mão.

- Bem... Eu até estava... - falei me embaraçando todo - eu só não gosto de surpresas.

Diego riu da minha cara de idiota e ficamos trocando novidades enquanto todo mundo entrava dentro da sala de aula. De repente o papo acaba e a única coisa que resta são nossos olhos vibrados um no outro.

E como um ratinho ligeiro, Diego se aproxima de mim e fica nas pontas dos pés para me dar um beijo.

A situação e a atitude foi bem inesperada por mim, mas mesmo assim tentei aproveitar aquele beijo ao máximo. Senti os olhares das pessoas no corredor e senti um pouco de receio em estar fazendo aquilo, mas ao invés de me preocupar, continuei explorando os lábio de Diego, pois eram bem mais interessantes do que a opinião das pessoas.

- Eu iria morrer se não fizesse isso - Diego falou com um sorriso - me desculpa.

- Não precisa pedir desculpas - segurei suas mãos e fiz um carinho em sua testa.

- Desculpa por pedir desculpas - ele disse com seu ar infantil.

- Está bem! - dei o braço a torcer - agora vamos para a aula antes que a gente se atrase.

E justo quando eu estava atravessando os corredores apertados da escola para entrar em nossa sala. Vejo dois garotos cruzando nosso caminho. Rodrigo e Davi se aproximaram de mim com um sorriso no canto da boca. Rodrigo vestia a camisa normal da escola e uma calça jeans que parecia estar bem apertada, Davi ficou olhando para suas coxas e aquilo me fez tremer de raiva. Já Davi continuava com seu sorriso insolente e aquele cabelo vermelho que estava mais horroroso do que o normal.

- E ai Alê! - Rodrigo estendeu a mão e me cumprimentou - queríamos saber se você vai conseguir treinar vôlei com a gente, nosso time está com uma vaga reservada especialmente para você.

- É me desculpa - falei irônico - eu não estou interessado, obrigado!

E justo quando eu estava quase voltando a andar, sinto a pressão da mão de Diego me fazendo parar.

- VÔLEI! - disse ele animado - EU AMO VÔLEI!

Rodrigo e Davi encararam Diego com um novo interesse. Olhei para meu amigo e esperei que aquilo fosse mais uma brincadeira infantil dele.

- Legal, mas os testes desse ano já foram... - falou Davi e pela primeira vez eu gostei do que ele tinha a dizer.

- Isso não é problema! - corrigiu Rodrigo - você pode aparecer e jogar uma partida com a gente, se você for bom podemos lhe arranjar uma vaga também.

Aquilo fez os olhos verdes de Diego brilharem. Ele ficou encarando Rodrigo por um bom tempo com uma carinha de idiota. Senti minhas células tremerem de raiva, mas tive que manter a minha postura de quem não dava a miníma para o que estava acontecendo ali. Os três trocaram número de telefone e se despediram. Enquanto eu e Diego entramos na sala de aula.

- Isso não é demais! - Diego ainda estava encantado - entrar nesse time vai ser a coisa mais legal de se mudar para essa escola.

- Pensei que me reencontrar seria a coisa mais legal dessa escola - falei chateado.

Diego me encarou com sua cara de criança perdida. Não demorou meio segundo para ele entender o que se passava na minha cabeça.

- Você é essencial para mim - ele falou - eu não gosto de você, eu PRECISO de você! E eu jamais vou querer te perder na minha vida, isso nem se compara com um time de vôlei...

Sorri contente sentindo um arrepio em meus braços:

- Eu te amo.

- Eu também te amo! - Respondeu Diego.

Mas aquilo não me convenceu. Eu ainda precisaria tomar muito cuidado com Rodrigo e Davi. Aqueles dois com essa história de time de vôlei só iriam me arranjar problemas. No fundo do meu peito eu podia pressentir, algo grande estava prestes a acontecer e eu não iria ser deixado para trás.

Rodrigo e Davi queriam uma guerra.

E era isso que eu daria para eles.

...

- Então deixa eu ver se eu entendi direito - Cesar falou com a mão em seu queixo - você criou uma intriga inteira só porque seu namorado queria entrar para o time de vôlei? Isso não é muito exagerado da sua parte?

- Eles só faltavam se atirar em cima do meu namorado! Rodrigo e Davi não passam de duas piranhas taradas que querem roubar o homem dos outros... - respondi impaciente.

- Ual! - Cesar suspirou - isso é muito exagero.

- Falou o menino que quer matar um garoto homofóbico - provoquei-o.

- Ei! Está na sua vez de contar a história, não lembra?

- Então fecha a boca e não fica me interrompendo! - resmunguei mau-humorado. Aquele ponto de ônibus iria me deixar louco.

...

- Você está nervoso? - Sheila perguntou.

- Não, e você?

Antes de termos tempo de responder, a voz da nossa professora de teatro, Margarete, ecoou na grande sala de aulas práticas:

- ESTAMOS ESPERANDO!

Eu e Sheila saímos de trás da pequena cortina de panos improvisada e começamos uma pequena cena. O contexto era um casal discutindo sobre quem deveria ficar com a guarda do filho, meu coração batia cada vez mais forte ao mesmo tempo que eu ia falando minhas falas e Sheila se entregava totalmente chegando até mesmo a chorar.

Acabamos e recebemos os aplausos daquele sala com uma dúzia de pessoas.

- Alguém pode me dizer o que vocês viram nessa cena - Margarete perguntou para turma.

Ana ergueu a mão e começou a falar sem escrúpulo algum.

- Eu amei, eles se entregaram totalmente para o personagem, eu conseguia sentir a emoção na voz deles, foi tão real, foi tão lindo...

- Eu não perguntei o que você amou, eu perguntei somente o que você VIU na cena - a professora cortou ela com uma voz rígida - aprenda a escutar a pergunta, antes de responde-la.

Eu não gostava muito dos gêmeos Ana e Zé. Mas ver Ana se sentar envergonhada e seu irmão tentando anima-la foi meio cruel demais.

- A presença de palco de vocês dois foi tão ruim que pareceu uma ausência - a professora virou para nós e começou as críticas - não consegui entender o que estava acontecendo, seu choro foi forçado e completamente desnecessário... Mais uma vez, o que vocês viram na cena?

Dessa vez, ninguém da turma teve coragem para responder.

- NADA! - a própria Margarete gritou - Porque em cena ruim a gente não vê nada a não ser o ego dos atores.

- Eu pensei em fazer o melhor que eu podia - falei me justificando.

- Quer dizer que no meio da cena você ficou pensando em fazer o melhor - ela me encarou com seus olhos castanhos assassinos - o que você fez com esse pensamento todo? Porque eu não vi ele na sua cena. E é por isso que não teve NADA.

Eu e Sheila sentamos completamente destruídos. Sheila me olhava com uma cara de raiva. Antes de apresentarmos, ela me disse que ser os primeiros era muito arriscado, mas eu insisti para que tomássemos essa atitude para impressionar a professora. Pelo jeito não deu muito certo.

O que veio depois foram as apresentações de mais cenas. E a querida professora Margarete fez questão de criticar cada uma delas com insultos horrorosos. A professora parecia ter uns 50 anos, tinha uma pele negra e cachos maravilhosos, seu corpo não parecia ter envelhecido tanto, apenas seu rosto que demostrava um cansaço gigante.

- Vocês todos tem muita coisa para aprender ainda - ela disse no fim da aula - mas olhando os fiascos de cena, eu pensei na nossa próxima montagem para o meio do ano. Para semana que vem eu quero que todos leiam "Otelo" de Shakespeare, pois será esse texto que trabalharemos. Agora vão embora daqui que eu já cansei da cara de vocês.

Peguei minha mochila e saí da sala de aula o mais confiante possível. Apesar da aula ter sido um inferno total, no fim eu gostava de sinceridade e isso a professora Margarete era a melhor de todas.

- Porque você está tão animado assim? - Sheila perguntou - Aquela vaca acabou com a gente.

- Você pode ter pensado isso, mas eu já li Otelo, tenho certeza que ganharei o papel principal!

- Espero que ela destrua sua confiança na próxima - Sheila disse virando o corredor - tenho que ir para casa, aonde você vai agora?

- Tenho o maldito treino de vôlei e depois vou sair com o Diego.

Nos despedimos e eu caminhei a paços lentos até a quadra. No caminho eu fiquei pensando em como fazer Diego sair desse time de vôlei. Cheguei na quadra eu encontrei ele e Rodrigo vestindo o tênis juntos com muitos sorrisos e gargalhadas. Decidi que não iria mostrar fraqueza, fui até o outro canto da quadra e me preparei com tamanha indiferença a todos que estavam ali.

- Pessoal! - Os gêmeos chamaram a atenção de todo mundo e Zé começou falando - Primeiramente gostaríamos de avisar que o campeonato municipal está mais próximo do que pensamos! Nossos únicos competidores são da escola Servilha de Amontoado.

- Eu comi isso ontem no almoço! - Ana deixou escapar - tanto o time masculino quanto o feminino vão enfrentar essa escola e quem ganhar, estará classificado para as regionais.

- O jogo é daqui a um mês! - Zé continuou - mas se quisermos ganhar, temos que nos preparar desde já. Então vamos dar o melhor de si.

Todo o coro de uns 20 garotos e garotas gritaram animados. Rodrigo continuava do lado de Diego explicando algumas coisas para ele. Ninguém havia me notado ainda. Nos separamos em pequenos grupos e começamos um aquecimento.

A primeira partida do treino começou. Fiquei apenas observando enquanto Rodrigo e Diego estavam no mesmo time. Eu tenho um olhar muito tático, gosto de observar antes de atacar, e pelo que eu estava vendo, aquilo seria fácil de mais. Rodrigo era um dos melhores jogadores, mas era como se ele só se mexesse para a frente e para trás, não tinha diagonal. Diego era bom, mas ele ainda fazia as coisas no susto. Fiquei observando o time deles ganhar e quando foi minha vez de jogar, reuni meus companheiros e passei todas as coordenas para eles.

Ganhamos sem sequer tomarmos um ponto.

- Primeiramente, boa tarde Alexandre! - Diego falou no seu tom infantil - Segundamente, meu namorado é incrível!

E então ele passou por debaixo da rede e me abraçou. Dei um rápido beijinho em sua boca enquanto eu olhava o sorriso de Rodrigo se desfazendo aos poucos.

- Não sabia que vocês dois namoravam - Rodrigo se aproximou junto com Davi e disse - formam um casal muito bonito!

- Eu sei - respondi secamente.

- Somos o casal mais fofo que esse time de vôlei já teve - Diego disse me abraçando bem forte.

- Pode esquecer - Davi respondeu - vocês jamais vão superar CEDRIGO! Aquilo sim era um casal maravilhoso.

Por algum motivo, Rodrigo fechou a cara novamente. Ele deve ter ficado com inveja do que eu e Diego tínhamos. Ele não passava de um garoto solitário que jamais teve um amor na vida e agora estava sofrendo por dentro. Percebi que aquela batalha tinha acabado ali, não valia mais a pena destruir um inimigo que já estava destruído por dentro.

Agarrei Diego por trás e beijei o seu pescoço o levando para a arquibancada. Enquanto isso as meninas treinavam e Rodrigo desapareceu por um corredorzinho que levava a uma salinha. Sorri mais uma vez com Diego e comemorei baixinho.

Eu havia ganhado aquela guerra.

...

- Você é um completo babaca mesmo né? - Cesar me falou meio revoltado.

- Oxi, que que eu fiz? - perguntei ironicamente.

- Rodrigo estava triste por causa que ele não tinha me superado. Ele não estava dando em cima do seu namorado e muito menos com inveja do que vocês tinham. Ele é um bom menino! Você deveria dar uma chance para ele te provar isso.

- Você só fala isso porque é um garotinho inocente! - Ataquei Cesar - Fica aí se fazendo de bonzinho, mas na verdade seu ex-namorado deve ter te feito de trouxa várias e várias vezes. Eu sei muito bem quando uma pessoa não presta e quer saber de uma coisa? Eu vi com meus próprios olhos o quanto ele não passa de um escroto...

...

Foi na véspera do jogo, já estávamos em Maio e o campeonato tinha acabado de começar. O nervo de todo mundo estava a flor da pele e eu não dava a mínima. A professora Margarete tinha me dado o papel de Otelo e os ensaios estavam cada vez mais pesados, iríamos estrear no começo de Julho.

- Estou mega ansioso para te ver meu amorzinho atuando - Diego disse quando a aula havia acabado.

- Tenho várias novidades para te contar - peguei a mão dele e fomos saindo pelo corredor - nesse fim de semana eu e meus pais fomos conhecer...

- Ixi amor, agora eu não posso - Diego falou me soltando - tenho um treino particular com Rodrigo. Se eu quiser jogar no campeonato terei que me esforçar mais para aprender alguns bloqueios.

- Tudo bem - falei como se aquilo fosse indiferente - mais tarde a gente se fala então.

Esperei Diego sair da minha visão e fui atrás dele. Dez minutos se passaram até que eu pude dar a volta pela quadra e achar uma entrada diferente que ninguém poderia me notar. Avistei Rodrigo montando a rede e Diego tirando a calça jeans para por o shorts do treino. Rodrigo parou de fazer o que ele estava fazendo apenas para observar meu namorado trocando de roupa, só aquilo me deu vontade de entrar lá e socar a cara daquele menino. Respirei fundo e esperei para ver o que mais poderia acontecer.

Treinos, risadinhas, piadas infantis... Tudo aquilo estava fazendo eu acumular uma grande raiva dentro do meu coração.

E então veio o estopim.

Rodrigo se aproximou de Diego e deu um beijo em sua boca.

Tentei bloquear minha mente de todos os sentimentos que eu pudesse ter naquela hora. Ver os dois aos beijos foi como levar cinco tiros no peito. Me afastei da porta e sai correndo para minha casa com as lágrimas escorrendo pelo rosto.

...

- Isso não é possível - Cesar falou perplexo - não foi isso que ele me contou...

- O que te falaram? - perguntei.

- Nada, eu só... Essa atitude não é a do Rodrigo. Eu namorei ele por muito tempo, ele jamais faria isso...

Ignorei Cesar por um tempo e fiquei em silêncio. A chuva estava passando, já era três e meia da manhã e eu ainda estava muito perdido sobre o que eu deveria fazer.

- Quer dizer que você viu eles se beijando e veio parar aqui nesse ponto de ônibus? - Cesar perguntou.

- Não! - respondi - Ainda tem muita história pela frente, esse foi só o início da minha grande guerra contra Rodrigo e o time de vôlei.

...

- Está animado para o jogo de hoje? - Diego perguntou quando eu apareci na quadra - Está todo mundo confiante que já é um jogo ganho, vencemos o campeonato o ano passado e somos os preferidos agora! Os gêmeos espionaram o time adversário, falaram que eles são principiantes.

- Vai ser moleza! - falei completamente sem ânimo.

- Você está bem? - Diego perguntou.

Tinha se passado uma semana inteira e eu fiquei ignorando Diego, respondendo apenas mensagens importantes e falando que eu estava muito ocupado com as coisas do teatro. Meus contatos com o restante daquele time de vôlei era só descer o braço na bola e marcar os melhores pontos do treino, sem dúvida eu era o melhor jogador e apesar disso, não trocava nenhuma palavra com eles.

Rodrigo até tentou puxar uma conversa comigo, mas ele parecia muito sem graça e as coisas pioraram quando eu falei para ele sair de perto de mim que eu não tinha tempo para os problemas quaisquer que envolvia o vôlei.

E então o dia do campeonato tinha chegado.

Sem muitas delongas, eu, Diego, Rodrigo, Davi, Zé e mais um garoto entramos na quadra.

- Lembrem do nosso plano! - Rodrigo falou - a melhor defesa vai ser o ataque, estão prontos?

Todos gritaram e se prepararam. A quadra estava lotada com as torcidas dos dois times. Eu sabia o que deveria fazer, fui para o saque e fiz a bola voar com a maior força possível até o campo dos adversários.

Sem nem ao menos precisar tocar na bola, marcamos o primeiro ponto com direito a muitos gritos da torcida.

Assim foi o primeiro set inteiro. O time da escola Servilha de Amontoado não teve nem chance, ganhamos o primeiro set 25x03.

E então começaram os problemas.

- Meu braço - berrei de desespero - eles estão dando câimbras.

Sentei no banco de reservas e comecei a apertar meus braços que doíam em todos os nervos.

- Você está bem? - Diego perguntou preocupado.

- Meus braços! Acho que torci ou algo do tipo - falei sentindo uma dor até na alma.

Em menos de dez segundos os gêmeos apareceram com mil produtos diferentes para passar no meu braço. Meus olhos se enchiam de lágrimas por causa da dor, olhei para Diego e falei com a maior dificuldade:

- Acho que não vou conseguir jogar o próximo set...

- Tudo bem - Rodrigo apareceu e falou sem muito ânimo - colocamos o Luca em seu lugar até você melhorar.

Tamanha era a dor no meu braço que eu sabia que não iria conseguir voltar para o jogo.

Então um novo set se iniciou. E dessa vez as coisas mudaram um pouco.

Não houve apenas substituições em nosso time, A escola Servilha de Amontoado colocou para jogar uns garotos que pareciam mais velhos. A partida foi bem apertada, agora estavam de igual para igual. Eu não conseguia mexer o meu braço nem para comemorar os pontos do nosso time.

E nem precisei comemorar. Perdemos o segundo set de lavada.

- Acho que estou melhor - falei serrando os dentes - me deixe entrar no próximo set.

- Não - Rodrigo respondeu - é melhor você ficar descansando, ainda podemos ganhar...

Eu sabia que eles não podiam ganhar de jeito nenhum. E assim foi mais um set perdido.

- Isso está um caos! - Zé gritava - eles sabem todas as nossas táticas. É como se soubessem todos os nossos pontos fracos e jogassem só contra isso.

- Vamos mudar a estratégia - Rodrigo se impôs - está na hora de usarmos a tática mais conhecida desse time... O foda-se.

Os veteranos do time se entre olharam e soltaram risinhos.

- O que seria isso? - Diego perguntou.

- O mais importante não é ganhar e nem perder - Rodrigo falou como se lembrasse de alguém - Vamos apenas nos divertir em quadra.

E para minha surpresa, aquilo funcionou. Ganhamos mais um set.

O ponto final tinha sido do Davi.

Rodrigo pulou em seus braços e ambos ficaram abraçados por uma eternidade comemorando.

Meus planos de guerra não haviam dado certo.

Era hora de contra atacar.

- Eu já estou melhor para jogar o próximo set! - falei animado e com confiança.

O time sorriu vitorioso quando eu entrei em quadra para jogar o set final.

O juiz apitou e a bola veio voando em direção a nossa quadra. Sem ao menos pensar, eu recebi o saque, mandei para Diego e este ajeitou para eu descer o corte marcando o primeiro ponto.

- Ai meu braço! - falei apoiando em Diego.

- Tem certeza que você está bem? - ele perguntou.

Acenei a cabeça e continuamos.

Observei a partida deixando os meus amigos se divertirem um pouco. O jogo foi ficando acirrado e num deslize de todos, faltava apenas um ponto para a escola Cerquilho ganhar.

- Vamos lá gente - Rodrigo falou - vamos marcar esse ponto para empatarmos. Aí Alê vai para o saque e viramos o jogo! A gente consegue!

O juiz apitou mais uma vez e eu vi a bola vindo em minha direção.

Coloquei o braço na frente de qualquer forma e a bola voou até a rede.

Da rede ela foi direto para o chão.

Havíamos perdido o jogo. Rodrigo olhava para o time sem saber o que fazer, sem nenhuma direção para olhar. Ele estava completamente derrotado assim como todo o restante do time.

E eu? Eu tinha vencido a guerra contra o time de vôlei de uma vez por todas.

...

- VOCÊ ACABOU COM O TIME DE VÔLEI? - Cesar gritou no pequeno ponto de ônibus.

- ELES IAM PERDER DE QUALQUER FORMA - gritei em resposta.

Cesar me encarava com uma expressão de nojo em seu rosto. Pela primeira vez, depois de tudo o que havia acontecido, eu me sentia culpado.

- Você é a pessoa mais egoísta que eu já conheci em toda a minha vida - ele falou em tom de desprezo.

Parei para pensar em tudo o que tinha acontecido naquele ano. Todas as minhas atitudes, todas as minhas decisões e sem muito ânimo, disse sem mais delongas.

- Eu sei, eu sou um completo idiota. Tudo na minha vida anda dando errado e eu jamais havia parado para pensar que talvez a culpa fosse minha mesmo.

Senti um frio percorrendo a minha espinha. Meu desejo era o de sumir daquele ponto de ônibus, sumir daquela cidade, sumir de todo o planeta terra.

E quando eu pensei em correr, Cesar me segurou.

- Eu também sei o que é a sensação de destruir tudo, de deixar o ego falar mais alto. Todos nós já erramos.

A chuva voltou e dessa vez ela estava bem mais forte.

- Você não entende... - falei tentando soltar o meu braço das mãos de Cesar, mas ele era mais forte do que parecia.

- Não vou deixar você ir embora! - ele disse - não adianta ficar fugindo dos seus problemas e isso eu posso te dizer com toda certeza.

- Me solta! - falei impaciente - ME LARGA!

Cesar me encarou com aqueles olhos verdes e então eu tinha entendido tudo.

Seus olhos eram iguais o de Diego.

Sem alternativas, me deixei levar pela força de Cesar e fui em sua direção.

E bem no meio daquela forte chuva, nos beijamos.

...

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E foi isso...

Desculpa por não ter respondido os comentários. Já faz tanto tempo que seria cara de pau responder. MAS AMO VOCÊS MESMO ASSIM.

QUEM CONSEGUIR ME CHINGAR MAIS BONITO NOS COMENTÁRIOS GANHA UM PRÊMIO (vale de paçoca a beijo)

É isso, amo vocês.

Vou usar meu poder de síntese e terminar por aqui. Beijos <3

Comentários

Há 5 comentários.

Por Eu Mesmo em 2017-04-17 17:30:44
Oi amigo, comecei a ler sua serie ante ontem e cheguei ate aqui e já estou morrendo de saudades. porem vejo que vc parou de escreve. uma pena. sou um tio velho ( não me chame de tia velha kkk, que eu fico puto) que voltou a sua adolescência lendo o desenrolar dos capítulos. e adoraria ver vc traze a sua ótima estória ate pelo menos vc começar a trabalhar depois de formado. Acho também que vc e seu grande amigo Felipe ainda deveriam ter um rala e rola bem legal nates dedarem continuidade as suas vidas. e finalmente o Rodrigo bem que poderia ir estudar na mesma universidade que vc e tenho certeza muitas batalhas vcs ganhariam juntos, ainda.bjs
Por Jeffs em 2017-02-12 03:34:35
To loko pelo prox capítulo. Reaparece pf sou apaixonado pelo casal Cedrico e desejo qe eles reatem.
Por Ribeiro nunes em 2016-10-07 10:06:34
pow cara some n kkkkkkkkk sua historia e otima e estou louco pelo proximo capitulo e por favor volta o cedrigo melhor casal everrrrrrrr
Por Ribeiro nunes em 2016-10-07 10:06:17
pow cara some ne kkkkkkkkk sua historia e otima e estou louco pelo proximo capitulo e por favor volta o cedrigo melhor casal everrrrrrrr
Por edward em 2016-09-09 16:12:44
Cesar EU pensei que tinha acontecido algo com você. Adorei o capitulo como sempre odeio o Alexandre e amo César e serei pra sempre Cedrigo ❤❤❤❤bjs meu lindo .