Apresentação
Parte da série PELOS CÉUS
Vida! O que ela guarda pra nós? Destino ou acaso? Sonhos? Amores? Felicidades? ou Decepções? Tristeza?
Já vivi muitos anos de vida, mas, será que eu já sei o significado de cada coisa? Acho que não, somos eternos aprendizes e só se passaram 24 anos desde que eu vim a este mundo. Enfim!
Meu nome é Lorenzo Glenmark, já falei mas vou repetir, tenho 23 anos, tenho um corpo considerado "padrão" mas não sou malhado, nunca frequentei academia. Os poucos músculos que tenho cresceram do mesmo jeito em que crescem em todos os seres humanos. Minha família tem raízes suecas,
Nasci em Cascavel no Paraná, morei lá até os 12 anos, tinha uma vida ótima e uma roda de amigos fantástica, foi a melhor época da minha vida e também foi quando eu reconheci a minha sexualidade. Eu e meus irmãos moravamos com os nossos tios lá enquanto os nossos pais administravam os estabelecimentos na capital. Infelizmente tivemos de ir morar com os nossos pais, eles alegavam que nós tínhamos que nos acostumar com a cidade e claro, conviver com eles. Meus pais e o meu irmão sempre foram esnobes e o meu irmão sempre foi o preferido, ele adorava humilhar os outros. Já eu e a minha irmã, nós éramos/somos completamente diferentes, nossos tios nos ensinaram a sempre respeitar as pessoas. Ela foi a primeira a saber que eu gostava de garotos, nós somos acima de tudo, melhores amigos. O nome dela é Lorena, hoje ela tem 24 anos vive no Canadá com o esposo e os meus sobrinhos que são gêmeos, é dona de uma pequena loja de doces. Já o Loudvick (ou Vick) que é meu irmão, vive em Curitiba mesmo, tem 22 anos é "representante" dos meus pais e vive viajando a "negócios" pelo país.
Nossa familia, especificamente meus tios, é dona de uma rede de bares/steakhouses que se espalham pelo Brasil, meus pais são responsáveis pelas filiais de Curitiba.
Me assumi aos 15 anos pra minha família, e foi um saco, ainda mais pelo meu pai e pelo meu irmão, e se não fosse a Lorena eu tinha queimado a cara dele toda com um ferro de passar, mas me controlei e aguentei até aonde pude. Cansado de ter que aguentar os meus pais e o meu irmão em casa todos os dias, eu saí de casa num dia 28 de novembro uma semana após da minha formatura do ensino médio. Morei com um amigo e a mãe dele em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba até o final daquele ano.
Nossos avós suecos nos deixaram uma quantia de dinheiro como herança para nós, não era muito mas por causa disso, eu pude sair de casa. Como muitos apaixonados pela aviação, eu sonhava em ir pra São Paulo, que tem um bom mercado de trabalho na área. Umas semanas depois de ir pra do meu amigo, eu finalmente fui pra São Paulo. Contei com a ajuda de uma amiga virtual, a mãe dela era corretora de imóveis e conseguiu um pequeno apartamento pra eu ficar, o preço era bom e ficava bem perto da USP, onde prestaria vestibular.
Iniciei os estudos na faculdade em fevereiro do mesmo ano, daí as coisas começaram a fluir. Meus tios vieram me visitar, a minha irmã, meus amigos, meus primos. Mas, os meus pais? Meu irmão? Primos e tios homofóbicos? Felizmente ou infelizmente não vieram. O que mais me dói é saber que os meus pais sequer me procuram ou procuraram. De vez em quando eu vejo um deles (meu pai, minha mãe ou meu irmão) pela filial do shopping aqui de perto. Não tenho nada contra ao restaurante ou bar, sei lá... A comida é ótima, mas ainda me magoa.
Depois que comecei a cursar, eu consegui um emprego e depois de juntar dinheiro por quase 6 anos iniciei o financiamento de um apartamento. Me mudei recentemente, já no fim do curso. Depois de me formar em Meteorologia, eu pude finalmente me dedicar à aviação. Concluí o curso de comissário e de primeira passei na banca da ANAC. Mal havia recebido a minha carteira e já tinha enviado currículos para as companhias aéreas, hoje fazem 7 meses que isso aconteceu, mas ainda não fui chamado.