Living for Love
Parte da série By Chance
Andrew, depois de se aproximar, se afastou do moreno. Mesmo tendo visto no fundo dos seus olhos que ele não ia lhe fazer mal, era como o loiro tinha dito: eles não se conheciam. Lucky apenas sabia que Taylor era um modelo super famoso, mas Andrew, mal sabia quem era o verdadeiro Lucky White.
Mas Lucky nem pensou em decifrar a sua verdadeira identidade. Agora, ele era apenas um mero sequestrador, no qual, não queria machuca-lo ou fazer qualquer outro tipo de mal. White queria apenas o dinheiro.
Entre outras coisas que fluíam em sua mente.
Mas eram coisas vagas, eram simples desejos. Lucky não poderia se apegar à sua vítima de sequestro, e White sabia muito bem disso.
"Mas não existe nenhuma regra que me impeça de fazer algo.", pensou o mesmo.
Muitas coisas vinham espontaneamente nos seus pensamentos, muitas vezes eram ilusões explícitas, entre outras que eram mais românticas.
Mas espere… um mercenário não deve ser assim, mercenários são duros e com sangue frio. Não tem essa de ficar apaixonadinho no mundo dos assassinos de aluguel. Eles apenas deviam cumprir com seu contrato.
Só que aquele era Lucky White, o mercenário que se apega rápido às pessoas.
Andrew olhou para a mesinha de cama, Lucky percebeu o olhar do loiro e saiu de sua frente para que o mesmo fosse comer.
O modelo se sentou na cama e pegou a xícara de café que havia ali, ele sentiu o aroma quente e reconfortante que o café lhe dava. O mesmo tomou um gole e elogiou o café do sequestrador e tomou mais um gole.
Eles não trocaram palavras, Andrew só comia o café da manhã, enquanto Lucky observava o mesmo, sem piscar os olhos.
White percebeu que o modelo estava faminto, e ele encontrou uma resposta rápida pra ele estar com tanta fome.
Ele era um modelo.
Nenhuma agência de modelos iria querer um cara gordinho para desfilar, por isso Taylor fazia duas pequenas refeições ao dia e olhe lá. Assim como a maioria das modelos, Andrew sofria de anorexia e bulimia, colocava tudo que comia pra fora e várias vezes achava seu corpo impotente para continuar a desfilar.
Isso acontecia com mais frequência que Lucky pensava. O mesmo se atreveu a perguntar há quanto tempo que o loiro não comia.
- Andrew?
- Oi? Senhor White né?
- Sim, mas pode me chamar de Lucky. — O mesmo sorriu.
- Você não tem pinta mesmo pra ser um sequestrador. — O loiro riu fraco.
- Por que? — Lucky sabia a resposta, mas queria ouvir as palavras saírem da boca de Taylor.
- Você é muito gentil, os outros seqüestradores que me sequestraram, sempre me pediam pra chama-los de senhor, o que não é o seu caso e também não me deixavam comer. Que em certa parte não era uma coisa tão ruim. — Falou o modelo, tomando o resto do café que ainda havia na xícara.
- Eu falei que eu sou um sequestrador bonzinho... Mas, há quantas horas que você não come? — Perguntou Lucky com a feição séria.
- Iria fazer três dias hoje, mas como você me encheu com tudo isso, eu não resisti. Meu Deus eu devo tá uma bola.
- Tá nada. — Os dois riram baixinho.
- Puta cara, você é o sequestrador mais sincero que eu já vi nesses 5 anos de carreira. Você é um sequestrador? Não parece. — Falou ele sínico.
- Você já foi sequestrado 9 vezes, 10 com essa. Conhece um sequestrador à quilômetros.
- Tem razão, vocês homens de negócios me vêem como uma nota de 100 dólares gigante. Você poderia fazer o favor de devolver o meu celular? — Pediu ele, um pouco na ignorância.
- Vocês modelos são tão frescos. — Ele jogou o celular para o loiro. - Aproveita aí e pesquisa aí em é Lucky White.
- Aham, até parece que um sequestrador como você é temido por alguém. — Ele pegou o seu celular e digitou o nome do mercenário no seu navegador. Quando o loiro começou a ler, Lucky saiu do quarto e trancou a porta com a chave. - Meu Deus... Lucky White é um mercenário norte-americano, atualmente, White é o mercenário mais temido pelos Estados Unidos da América e possivelmente do mundo todo... Não acredito que ele me deixou trancado aqui. — Andrew se levantou e foi até a porta, ele girou a maçaneta e a puxou para trás, mas a porta não foi aberta.
- Você só vai sair daí quando pagarem o resgate, a família e a Infinity Clothes. Não tente nenhuma gracinha ou será pior pra você. — Dizer isso para aquele loiro sensível foi como mil facas atravessando o coração de Lucky.
O loiro, do outro lado da porta, começou a chorar disparadamente.
Lucky saiu da porta e desceu as escadas, Johnny o esperava lá sentado em seu sofá com um pôster em mãos.
- Posso saber o que é isso? — Lucky se aproximou do amigo.
Johnny abriu o pôster. E ambos dão de cara com Andrew numa pose super sensual com a sunga da nova tendência de verão da Infinity Clothes.
- Aposto que isso aqui vale muito. — Falou Johnny, que deu uma risadinha sarcástica.
- Bom, o pôster por ser grande vale um dez dólares. — Lucky falou e Johnny o olhou sério.
- Ai meu Deus, como é burro. Estou falando do Andrew, a agência nos pagaria bilhões por ele. Sem contar que Andrew Taylor é modelo exclusivo deles.
- Eu sei, eu que te disse isso. — White se sentou no seu sofá.
- Vendo a sua animação, prevejo que eu vou ter que pensar no preço sozinho. Ou eu chamo Billy, que apesar de ter só 22 anos, tem mais cérebro que você. — Johnny se sentou ao lado do amigo.
- Por mim... Eu só consigo pensar em como estamos fazendo aquele garoto de 20 anos, chorar sem parar... — Lucky ouviu o barulho da descarga, mas decidiu ignorar.
- Você tem que parar com essa sua sensibilidade ambulante. — Johnny deu um tapa de leve na cabeça do amigo. White mostrou o dedo do meio como revolta.
- Eu sei porra, mas se fosse fácil, eu basicamente não estaria assim. — O mesmo ouviu a descarga de novo.
- Esse cara só pode tá tentando fugir pela descarga meu! — Exclamou Johnny.
White demorou um pouco para lembrar do que eles tinham conversado, e quando lembrou, arregalou os olhos e saiu correndo em direção ao quarto.
- Ei! Aonde você vai?
- Andrew é anoréxico e bulímico! — Gritou ele já no andar superior.
I'm gonna carry on.
Lucky abriu a porta o mais rápido que pode, correu até o banheiro do seu quarto e encontrou o modelo desmaiado enfrente à privada. Ele estava pálido, suas bochechas que costumavam ser rosadas, estavam sem cor alguma, seus cabelos estavam começando a ficar secos por falta de nutrientes.
White o pegou e deixou o loiro na cama. Johnny adentrou o quarto e ficou horrorizado com o estado do modelo.
- Cara a gente precisa levar ele pra um hospital. — Falou Johnny, entrando em choque.
- Cê tá louco porra? Se a gente levar ele pro hospital fode com tudo. Eles vão perceber que ele é o modelo desaparecido e vamos ser presos. Quer tentar a sorte?
- Não. Mas o que vamos fazer?
- Porra cara, você é lento. Vai lá e pega algum doce, alguma coisa pra ele comer sei lá! — Ordenou o mercenário. - VAI LOGO! — Gritou o mesmo e Johnny desceu.
- Lu-Lucky. — Chamou o modelo com a voz mais baixa e rouca que suas cordas vocais permitiam.
- Andrew, assim você acaba com a minha vida, não literalmente. — Eles riram fraco.
- Desculpa Lucky, eu não controlo isso, é meio que um vício, eu não tenho controle disso. Minhas sinceras desculpas.
- Você não tem que pedir desculpas pra mim, você tem que pedir desculpas pra você. É melhor que você coma e ganhe uns quilos á mais, do que você perder peso e mão poder mais desfilar.
- Eu sei, mas eu preciso de ajuda séria... Eu já fui em vários especialistas, só que eu não aguento a pressão do tratamento completo. — O modelo tentou levantar, mas Lucky o deitou de novo.
- Vai ficar deitado aí, até sua pele voltar a cor normal.
- Porra cara, nem meu pai é tão chato igual você.
- Você não viu nada da minha chatice. — O dono das orbes cinza se levantou da cama e ia em direção à porta.
- Aé, eu esqueci, você é Lucky White, um mercenário. — White parou de andar, e se virou para o modelo.
- É isso mesmo, e você deveria agradecer à Deus, pois eu normalmente não sou assim.
- E o que te faz ser assim, somente com a minha pessoa?
- Puta que pariu, cara, você pergunta de mais. Pra que esse interrogatório? — Lucky voltou e sentou na beira de sua cama.
- Por que, eu quero saber o motivo de você ser tão gentil comigo. Nem parece que me sequestrou, parece mais que eu fui adotado por um cara cinco anos mais velho que eu.
- Você quer saber o real motivo de eu estar te tratando bem? — Johnny apareceu do lado de Lucky e entregou um pacote de biscoito para o mesmo.
- Quero. — Respondeu o modelo. White lhe entregou o pacote de biscoito.
- Com você intacto, sendo tratado como rei, nós ganhamos mais dinheiro. — Lucky bagunçou o cabelo do modelo.
- Você sabe quantas horas demoraram pra arrumar esse cabelo?
- Cabelo que no caso está seco, vou fazer algo nutritivo pra você. Johnny fica de olho nele. — White levantou da cama e saiu do quarto.
- Por quê eu?
- Porque você é o único que tá aqui e porque eu tô mandando.
- Melhor não contrariar o moço aí. Ele é bem revoltadinho, estou convivendo com ele por apenas 3 horas e já percebi isso. — Ele comeu um biscoito.
- Lucky é assim mesmo, talvez ele sofra de bipolaridade. Mas você não conhece ele direito, na maioria das vezes ele é legal, bem humorado. Ele é diferente sabe.
- Defina esse diferente. Vocês são os mercenários mais legais que eu já conheci, quero ser sequestrado mais vezes por você. — O loiro riu fraco.
- Lucky ele é gay.
- Sério? — Perguntou o modelo espantado.
- Sim, ou pelo menos é o que eu acho. Mercenários tem uma reputação a zelar, ele não ia ser respeitado se todos soubessem que ele possivelmente é gay. — Johnny se aproximou do loiro.
- Não vejo problema nisso, eu também sou, e todos pensão que não sou por que eu desfilo com mulheres seminuas. Mas também já fiz várias fotos sensuais com outros caras. Aah, mas mesmo assim, as pessoas me respeitam, sempre vão ter idiotas que vão ter uma certa homofobia. Só que, Lucky é um mercenário, qualquer um que falasse dele, ele matava ou coisa do tipo. Não é simples? — O loiro comeu outro biscoito.
- Sim, mas tem um lado de Lucky White que ninguém conhece.
- Qual?
- Bom... — Johnny pensou, Lucky não gostaria que sua vítima ficasse sabendo do seu sentimentalismo. - Não, uma vítima não precisa saber disso. Você tá abusando do poder da beleza e fazendo eu falar o que eu não quero. — O loiro riu alto.
- Você está me chamando de Afrodite? — Ele riu de novo.
- Ei! Eu não disse isso! — Eles riram. - Você não tem medo quando vai falar né.
- Não, eu apenas não tenho medo de vocês. Engraçado, eu estou aqui, socializando um dos meus seqüestradores. Cara, isso não parece um sequestro.
- Culpa do Lucky... Agora termina de comer aí, eu vou trancar o banheiro, se quiser fazer alguma coisa, nos chame. — Ele levantou da cama e trancou a porta do banheiro.
- Tudo bem.
- E seu celular também fica comigo. — Ele pegou o celular do modelo.
- Não! Meu celular não, por favor. — O loiro pediu com um biquinho.
- Se fosse com o Lucky isso funcionaria, mas felizmente, eu não sou ele. — Johnny saiu do quarto e desceu as escadas.
- Ou! Vai me deixar aqui falando sozinho? — Perguntou o louro indignado.
- Vou!. — Gritou o mesmo já no andar inferior.
- Ai meu Deus! Argh! Me tira daqui. — Reclamou o loiro.
Quando Johnny desceu, Lucky ainda fazia uma comida nutritiva para Andrew que ficava se retorcendo lá em cima.
Johnny foi até a cozinha, ele precisava conversar com White sobre Andrew. Não era uma coisa completamente necessária.
Johnny estava confuso se manter o modelo como vítima ainda era uma boa ideia. Em certas partes da conversa dos dois, Johnny se comoveu com a história do modelo.
É, Andrew conseguiu fazer Johnny se sensibilizar. Coisa que com Johnny O'Leary raramente acontecia.
- Acho que os olhos desse cara fazem todos se comoverem. Quase chorei ouvindo atrás da porta. — Disse Johnny se sentando no balcão da cozinha.
- Por isso a demora pra trazer um pacote de biscoito seu fofoqueiro. — Eles riram.
- Cara nós nunca fomos assim, com nenhuma vítima o que esse cara têm de especial?
- Ele tem uma história sofrida, não tanto igual a nossa… mas… cara, ninguém merece sofrer de anorexia e bulimia, é muita pressão pra ele, ele tem apenas 20 anos, e cara… isso não é um sequestro, talvez no começo tenha sido, mas agora eu estou fazendo comida pra nossa vítima bulímica.
- Você bem que adora isso né, dar uma de papaizinho, ficar cuidando do bebê. — Johnny sorriu.
- Pra falar a verdade eu gosto mesmo. Eu sempre quis alguém que eu pudesse cuidar, tô fazendo isso com ele, mas indiretamente… Quando eu estou perto dele, eu me derreto todo. Não sei como ele pode achar gordura num corpo tão perfeito como aquele.
- Esse seu negócio de se apegar às pessoas tá ficando pior. Basta você se apaixonar que piora.
- Eu não tô apaixonado. Cara, isso acabaria com o plano todo.
- Eu sei, mas não está ainda. Bom, o chefe pediu para nós 4 encontrarmos com ele, mas como você tem que cuidar do seu filhinho, eu falo que você não pode. Boa sorte.
- Não sei por que me desejar boa sorte, mais obrigado mesmo assim.
- De nada. — Johnny jogou o celular do modelo à Lucky.
- Celular dele?
- Sim, não devolva como você fez da primeira vez. Tchau. — Johnny saiu da residência.
- Meu Deus, olha no buraco que eu fui me meter... Agora, estou só com um modelo, puta mano. — Ele abaixou o fogo e desbloqueou o celular do loiro. - A Infinity está louca atrás dele... Seus pais também, aah, ele tem psicóloga… — Ele encostou no balcão. - Espera...
White colocou o seu dedo contra o ícone das mensagens, viu que Andrew recebia mensagens de um certo número, mensagens ameaçadoras. Logo ele pegou o seu celular e também foi checar suas mensagens, o mesmo número que teria ameaçado Taylor tinha consultado Lucky.
"Hey! Taylor era nosso alvo, primeiro vocês matam nosso chefe, depois roubam nosso alvo, agora vocês mercenários vão se ver conosco de forma nada agradável! Quem fala aqui é Sam Nash, somos da Black Dead, você já deve ter ouvido do nosso grupo. Vamos encontrar vocês e fazer picadinho de cada um, inclusive do seu amiguinho aí. Vai ser uma morte lenta e dolorosa eu garanto! Quando você estiver lendo essa mensagem, fique esperto, algo irá acontecer.".
Lucky não acreditou no que viu, ele estava sendo desafiado por um mero grupo de assassinos que não chegavam aos seus pés. Lucky sentiu raiva, sentiu medo, ele mais do que nunca teria que proteger Andrew.
O moreno correu em direção ao seu quarto aonde o loiro permanecia deitado e tranquilo, comendo biscoitos e assistindo televisão, que no caso ele teria ligado sozinho.
A porta da varanda do seu quarto estava aberta, bastou uma piscada de olhos e Lucky viu uma granada entrando rapidamente pela varanda.
Lucky não pensou duas vezes, correu para o loiro e o pegou no colo. White saiu correndo da casa na velocidade mais rápida que seu corpo pudesse. Uma granada, em média, demora de 1 á 3 segundos para explodir, e nesse meio tempo os dois já estavam fora da casa.
White se jogou na grama com o loiro em seus braços. O moreno virou o rosto para a direita e deu de cara com o rosto assustado do modelo. Lucky o abraçou na chance de tentar acalmá-lo, e conseguiu, o loiro cedeu ao abraço e relaxou o corpo.
Por segundos, Taylor se sentiu seguro. Seguro nos braços de um mercenário.
I'm living for love
Not gonna stop
Love's gonna lift me up
Love's gonna lift me up.
Então xuxus, espero que tenham gostado e os trechos de música que aparecem no meio do capitulo são de uma nova música da Madonna, Living for Love. Ate mais xuxus :3 <3