Capítulo Dois

Conto de Natanael como (Seguir)

Parte da série Cinquenta Tons de Desejo

Bom pessoal, depois dos comentários eu decidi continuar afinal fui elogiado e fiquei inspirado. Tenham uma boa leitura e obrigado a todos que comentaram e votaram ;) Um grande abraço mesmo.

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Nada mais gratificante do que ser um dos escolhidos de Carmen Morgan. Estava ansioso para poder trabalhar direto com ela. Teria a chance de mostrar o meu valor e quem sabe um dia não conseguir ser um dos acionistas da empresa.

Carmen criou sua empresa do nada e ela cuidava como se fosse seu próprio filho. Dezenas de ricaços já quiseram se tornarem sócios da empresa e terem partes nos lucros, mas Carmen não aceitava qualquer um. Dizem que um dos acionistas já foi um empregado de Carmen assim como eu. Sonhar não custa nada, afinal quem não quer vencer nessa vida?

O emprego era praticamente toda a minha vida. Eu não tinha namorado e não tinha amigos. Não me preocupava muito com essa parte. Fui criado em uma família que parecer não ter evoluído com o mundo. Meu pai e minha mãe nunca me aceitaram por completo. Eles diziam que me amavam e que não me tratavam diferentes, mas eu sei que eles no fundo eles oravam pedindo que Deus me curasse.

Sempre fui o aluno número um da classe e nunca tive muito tempo para descobrir minha sexualidade. Enquanto eu estudava meus colegas de classe estavam ocupados demais tentando entrar na calça um dos outros. É claro que isso me proporcionou uma ótima faculdade e um emprego dos sonhos, mas minha sexualidade ficou inexplorada. Tenho vinte e dois anos de idade e ainda sou virgem. É difícil de acreditar, mas a minha criação me transformou em uma pessoa muito excêntrica em relação a essa sexualidade não explorada.

Tive um namorado uma vez nos tempos de colégio, mas não durou muito afinal das contas não correspondi da forma que ele esperava. Hoje em dia os jovens estão cheios de hormônios e o sexo se tornou algo tão sem valor e sem sentido. Sei que príncipes encantados não existem, mas eu realmente gostaria de encontrar alguém que faça eu me sentir diferente. Não apenas uma coceira no meio das pernas.

Sou modesto, não me acho um cara muito atraente. Tenho pouco mais de um metro de setenta se altura. Tenho a pele clara. Meus cabelos são castanhos escuros e minha boca pequena com lábios médicos. Tenho alguns pelos nos braços e nas pernas, mas meu corpo no geral é praticamente liso. Meus olhos é o que chama atenção nas pessoal afinal eu tenho um olho azul e o outro castanho escuro, mas não sei se chamam atenção no bom sentido porque a maioria é apenas curiosa.

Nunca fui facilmente identificado como homossexual porque não tenho trejeitos. Viver com minha família não me permitiu. Quando me perguntam se eu tenho um tipo especifico de homem eu dou risada. É engraçado as pessoas quererem saber esse detalhe sobre mim. nunca parei para pensar o tipo de homem que eu gosto. Eu sempre respondo a mesma coisa: estou aberto á descobertas.

Morava perto do trabalho. divida um apartamento com mais duas pessoas. Precisava morar no centro para estar perto do trabalho, mas o custo era caro e para que eu morasse sozinho era difícil. Não conseguiria nunca bancar tudo sozinho.

Era sexta-feira e estávamos no fim do expediente o relógio marcava quase cinco da tarde. Carmen saiu da sala para anunciar o terceiro convocado.

- Bryan Pope, Andrew Potter e Sofia Bullock – falou ela com sua voz estridente, autoritária, mas também compreensiva – venham até minha sala por gentileza.

Me levantei e fui até a sala de Carmen. Fui logo atrás de Andrew que parecia animado. Isso ou ele estava tentando se destacar e “puxar o saco” de Carmen.

- fechem a porta por gentileza – falou ela se sentando. Como fui o último a entrar, fechei a porta e parei logo ao lado de Sofia. Uma mulher descendente de latinos. Muito bonita para meu azar. O problema com as mulheres bonitas é que se o cliente por homem eles não te darão a chance de mostrar o talento e Carmen não está nem ai, afinal tudo o que ela quer é agradar o cliente.

- provem para mim que eu depositei a confiança nas pessoas certas – falou ela deslizando na mesa três dossiês. Cada um de nós pegou um e abriu. Havia detalhes de uma empresa chamada MotorZise Corporation. Uma montadora de carros multinacional.

- quero que vocês leiam esse dossiê, preciso que devorem cada palavra que está escrita. Vocês precisam conhecer a empresa.

- não precisa se preocupar – falou Andrew – vou ficar o fim de semana todo lendo esse arquivo.

- é uma pensa Andrew – falou Carmen – preciso que você decore tudo até amanhã a noite. O cliente conseguiu encaixar uma reunião para amanhã e espero que todos estejam lá.

- sim senhora – falou Andrew.

- esse cliente em particular é meio “difícil de lidar” então eu espero um pouco de jogo de cintura por parte de vocês.

Não sei muita atenção ao que ela falava e li o inicio do dossiê. A empresa havia sido comprada a alguns anos por um bilionário chamado Vincent Baltazar Gray.

- você acha que consegui Sr. Pope – perguntou Carmen chamando minha atenção.

- sim Carmen.

- ótimo – falou ela com um sorriso – o jantar está marcado para amanhã ás vinte horas no Lan Casters’. Estejam todos lá sem atrasos. Estou falando com você Sr. Pope. Tente não atrasar como fez duas vezes essa semana e três vezes na outra.

Andrew e Sofia gostaram de me ver levar bronca porque os dois disfarçaram para não rir de mim. Era bom saber o tipo de pessoas com que eu lidaria.

- é bom que estejam rindo – falou Carmen – no fim da noite eu escolherei um de vocês para estar a frente de tudo.

Aquilo chamou nossa atenção. Precisava me esforçar para que aquela chance fosse minha. Precisava compensar pelos atrasos.

- estão dispensados – falou Carmen – tenham um bom dia.

Ao sair da sala eu tentei não ligar para Andrew e nem para Sofia. Andrew principalmente. Era bom saber que o filho da puta que eu tinha escolhido ria pelas minhas costas de mim.

- Bryan posso falar com você? – perguntou Andrew, mas eu não liguei e continuei andando até minha mesa, mas ele continuou me chamando – desculpa ter rido de você lá dentro.

- é bom saber o tipo de pessoa que você é – falei parando e olhando para ele – apesar do seu ego ser enorme eu te escolhi porque pensei que poderíamos nos ajudar, mas vejo que você é só mais um do resto.

- já pedi desculpas pelo o que aconteceu.

- foda-se suas desculpas – falei seguindo até minha mesa.

Assim que sai do trabalho fui direto para meu apartamento. O casal ao qual eu dividia o aluguel eram namorados e para minha sorte toda a sexta-feira a noite eles saiam. Seria o ambiente perfeito para que eu pudesse estudar o tal dossiê.

Fiz um macarrão instantâneo e fui para meu quarto assim que ele ficou pronto. Não seria fácil decorar tudo aquilo em tão pouco tempo, mas eu não teria escolha.

A empresa havia sido fundada a mais de trinta e dois anos atrás por dois irmãos, John e Harry Stanford. A empresa cresceu muito todos esses anos até que se expandiram por todo o mundo se tornando uma das dez montadoras que mais vendiam.

A poucos anos a empresa havia sido comprada por um bilionário chamado Vincent Baltazar Gray, um tremendo empresário que usou suas habilidades para levar a empresa do oitavo lugar para o segundo.

Vincent Gray tem vinte e nove anos de idade e começou a investir na bolsa de valores aos dezenove anos quando seus pais morreram em um acidente de barco e ele ficou com todo o dinheiro já que era filho único. Foi assim que conseguiu se tornar tão rico. Com o dinheiro que ele ganhava ele acabou se tornando um agiota e fazia empréstimos para grandes empresário que o pagavam com os juros. Dessa forma ele havia conseguido uma grande fortuna.

- “o vigésimo terceiro homem mais rico do mundo nesse ano” – falei alto lendo uma parte grifada onde mostrava o quanto era avaliado toda a fortuna dele. Não pude acreditar de inicio, mas ele valia bilhões. 9,5 bilhões para ser mais exato.

Fiquei distraindo lendo a ficha e fazendo anotações importantes e a hora passou rápido. Ouvi o barulho da porta do apartamento se abrindo e olhei no relógio que marcava quase quatro da manhã. Josh e Eve. Esse é o nome do casal de namorados que eu dividia o apartamento.

Tentei não prestar atenção no que eles faziam afinal pareciam que eles estava trepando na sala mesmo. Ouvi o barulho algo de vidro quebrando e em seguida Eve dando risada.

- vai acordá-lo – falou ela rindo.

- O apartamento já não tem quase nada e eles ainda quebram o que tem – falei baixo. A luz do meu abajur estava ligada e iluminava praticamente apenas a parte do quarto onde estava tentando ler.

Olhei para a parede e vi uma barata enorme subindo. Eu peguei um tênis meu próximo a cama e joguei na parede acertando em cheio.

É claro que o apartamento não é dos melhores, mas é o que conseguia pagar com meu salário tão perto do meu trabalho. O aluguel tinha um preço exorbitante e com certeza não valia o investimento. Se é que pode se chamar de investimento aquele “muquifo”.

Não sei bem que horas eu peguei no sono, mas dormi em cima do dossiê.

Meus olhos ardiam bastante com a luz do sol que entrava pela janela do quarto andar do prédio. Olhei para os lados e passei a mão no rosto limpando a baba que sujou a cama e os papéis.

O relógio no criado-mudo marcava em vermelho que já era quase uma hora da tarde. Me levantei rapidamente me despreguicei. Precisava ler novamente todo aquele arquivo antes do jantar. Arranquei minha roupa e fui direto para o banheiro e tomei um banho gelado. Vesti minha roupa e sai pela porta do meu quarto.

Eve e Josh estavam tomando café da manhã.

- boa tarde – falou Eve.

- parece que alguém andou aprontando a noite – falei chegando até o balcão.

- você também saiu pra curtir? – perguntou Josh.

- não. Fiquei trabalhando até tarde.

- seus olhos me assustam – falou Eve olhando para meus olhos de cores diferentes.

- obrigado por ser tão sincera Eve.

- ao contrário de Eve, eu acho que seus olhos são perfeitos. São únicos. As pessoas devem ficar curiosas ao verem.

- não se eu puder evitar – falei pegando uma das torradas e dando uma mordida – e nem pense que vou usar as lentes quando estiver em casa porque eu não vou usar.

Eve e Josh não eram amigos de longa dará. Pelo contrário. Ao chegar em Detroit respondi o anuncio no jornal de um casal procurando alguém para dividir o aluguel. Foi a partir dai que nossa história começou. Não tenho muitos amigos aqui e gosto de pensar que eles são mais do que colegas.

- uma barata – falou Eve pisando em cima.

- sua nojenta – falei tentando não olhar.

- será que dá pra alguém comprar veneno? – perguntou Eve.

- por falar em veneno – falou Josh – será que você já tem o aluguel desse mês?

- melhor do que isso – falei indo rapidamente até meu quarto e trazendo um bolo de dinheiro – tenho a minha parte do aluguel dos próximo seis meses – falei entregando o dinheiro.

- perfeito – falou Josh pegando o dinheiro.

- vê se não esquece de comprar o veneno porque pelo o que percebi o senhorio não vai dedetizar esse lugar e não é por falta de pedir, porque eu mesmo já pedi umas mil vezes.

- prometo que vou pedir outra vez – falou Josh guardando o dinheiro no bolso.

Peguei mais duas torradas e voltei para meu quarto para continuar meu árduo trabalho da noite passada. A noite não estava tão longe e eu começava a ficar mais e mais interessado na vida de Vincent Gray, mas acima de tudo: não queria decepcionar Carmen.

Por volta dás cinco da tarde fui até a lavanderia no fim da rua pegar o meu terno. Ele estava pronto para ser usado. No caminho de volta estava distraído com alguns pássaros que estavam no chão e acabei esbarrando em um homem.

- sinto muito – falei olhando para ele rapidamente e em seguida continuando.

- sem problema – falou o homem me encarando.

Segui meu caminho e o homem ficou lá parado me encarando.

- Ei! – falou o homem dando passos rápidos até mim.

- pois não? – perguntei parando e olhando para ele.

- sei que vai parecer estranho, mas eu tenho impressão de que te conheço de algum lugar.

- sinto muito, mas eu estou com pressa – falei pensando em me virar.

- meu nome é Raymond Rivers… todos me conhecem por Ray – falou ele com um meio sorriso – quando o seu nome?

Fiquei paralisado ao ouvir o nome dele. Ray Rivers. Vários flashes vieram a minha mente e imediatamente eu me lembrei dele. Eu sabia se onde ele me conhecia porque eu o conhecia.

- meu nome… é… Josh Gray – falei dizendo os primeiros nomes que veio a minha cabeça.

- você não se lembra de mim Josh? – perguntou Ray. Um homem que também estava de terno e tinha olhos castanhos claros e usava os cabelos bem penteados para o lado.

- sinto muito Ray, se me der licença eu estou atrasado, foi um prazer – falei seguindo meu caminho. Dei passos rápidos tentando me distanciar o bastante dele. Com certeza não precisava mais dessa parte da minha vida. Havia deixado essa parte para trás á muito tempo.

Dei passos rápidos e olhei para trás. Ray ainda olhava para mim. Com certeza ele estava tentando se lembrar de mim. Deus queira que ele não se lembre.

Entrei rapidamente no meu prédio e subi as escadas em passos rápidos até que finalmente entrei em meu apartamento. Ao entrar eu bati a porta do apartamento. Eve estava enrolada na toalha saindo do quarto.

- aconteceu alguma coisa? Parece que você viu um fantasma.

- sim. Eu um fantasma – falei indo até meu quarto – é uma longa história.

- eu adoraria ouvir essa história algum dia – falou Eve aumentando o tom da voz a medida que eu me afastava.

- e eu odiaria conta-la – falei entrando no meu quarto.

Joguei o terno em cima da cama e coloquei a mão na cabeça respirando fundo. Precisava me concentrar. Aquilo não podia ter acontecido em uma hora pior. Logo agora a poucas horas do jantar?

- preciso me concentrar, preciso me concentrar – falei respirando fundo. Sabedoria era poder, mas saber que Ray Rivers estava em Detroit era uma bomba. Quem me dera poder esquecer esse encontro com o passado.

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Bom pessoal, espero que estejam gostando. Deixo claro que postarei 2 capítulos por semana e de vez em quando, sempre que puder, postarei mais de dois. Espero que estejam gostando. Deixem a opinião de vocês.

Comentários

Há 4 comentários.

Por Natanael em 2014-11-21 11:47:11
Valeu Fleur! Esse segredo será revelado com o tempo. ;) Um abraço
Por Natanael em 2014-11-21 11:46:44
obrigado pelo comentário BoyTeen ;) vou postar em breve
Por Fleur em 2014-11-20 17:48:33
Oh Nate curiosa em saber desse segredo do passado. Pelo visto o Andrew não sera um amigo kkkk... aguardando o próximo capitulo.
Por BoyTeen em 2014-11-20 17:07:45
Otimo conto, estou facinado.. Espero que poste logo