Submisso ao seus olhos #2x03
Parte da série Paixão ao desconhecido
(PS: No capitulo anterior eu errei na numeração do capitulo, seria 2x02 e eu acabei confundindo, porem esse seguirá com a numeração certa.)
Ryan: Sei bem qual é esse sentimento de perseguição e etc. Tipo, ano passado eu tive um pequeno caso com um amigo (outra historia), no fim não deu muito certo ,mas durante esse ano eu enlouqueci e comecei a correr atrás dele. Todo dia eu acabava perturbando ele, implorando por atenção, uma vez estava meio inconsciente dos meus atos e segui ele até em casa. Não sou a pessoa mais sã do mundo. Agora no fim do ano eu conversei com ele e, bom, disse pra deixa ele em paz, me excluiu e bloqueou. Não me arrependo de nada, e meu deus que corpo era aquele. E sobre o Rodrigues, bom, você ainda xingar muito ele e vai amar muito também, ele é complicado mesmo.
olivera: Que bom que está acompanhando. Te espero nos comentários. E se eu demorar pra posta, bom, não morri ainda.
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Acho que sou meio bipolar.
Disse que ia continuar com ou sem ele há poucos dias, agora eu tô perseguindo ele.
Tive um sonho há dois dias e nesse meio tempo: perdi três ônibus e cheguei atrasado somente para pegar o mesmo ônibus que ele, e ainda sim depois eu peguei um ônibus que passa longe de casa somente para não ver seu rosto e infelizmente ou felizmente ele teve a mesma ideia, eu queria a todo o momento ir falar com Olivia mais pela sensação de saber que ele estaria perto, mas também tinha vergonha do que eu fiz.
Há momentos que eu queria morrer mesmo.
Boa parte do meu tempo eu passava na biblioteca, escrevendo e me distraindo. Após quatro dias, os responsáveis por ela acabaram me expulsando. Tive que voltar para a sala de aula.
Sou tímido desde sempre e já não tenho facilidade para fazer amigos, uma pequena dificuldade que eu possuo: eu escolho amigos ao invés de aceitar amigos ficando apenas com a primeira impressão da pessoa. Só tenho a Laura de amiga na sala pois o resto eu rejeitei.
Bom, agora eu somente tinha a mim. Até Laura tinha outros amigos.
Aos poucos estou me isolando. Isolamento por amor, eu sou um gênio.
- Ah, garoto idiota – me joguei na cama.
Faltava alguns minutos para sair a caminho da escola. Outro dia que eu iria ver ele e sentir uma vontade obsessiva e compulsiva de correr e abraçar ele, e beijar cada centímetro do seu corpo. Estava virando um maníaco.
- Tenho que colocar minha mente em ordem.
Eu precisava achar pelo o que eu estou lutando, esse amor obsessivo vale tanto.
Sei que vale. Todo esse esforço e sacrifício valem e eu sei que pode recompensar algo.
Precisava de uma segunda opinião. E sei de quem teria.
Fiz o trajeto tradicional até o ponto e lá estava ele. Seu rosto doce e seu jeito singelo que me chamava e me atraía, estava em transe e precisava acordar, coisa que eu fiz rápido e triste.
Ele tinha o mesmo jeito tímido que eu e já havia me trocado, havia achado outro amigo. Como era o nome dele mesmo, eu me lembro daquele rosto, ele era moreno com um cabelo encaracolado e muito mais baixo que rodrigues, parecia ser alguém de atitude e forte, tinha a impressão pelo seu colar de yin yang. Qual era o nome, era algo com P; era Pablo ou Paulo, algo assim.
Não. Era Patrick. Passei longe de acertar.
E acho que estava com um pouco de ciúmes também.
Rodrigues me viu quando cheguei ao ponto, acho que tentou mostrar um sorriso, quase que esticava os lábios, mas não conseguiu. Ele continuou a me olhar por alguns segundos e desviou o rosto logo.
Por um momento eu vi meu amigo em seus olhos, mas depois encontrei uma raiva incandescente queimando em fogo vivo. E seus olhos me colocaram um medo profundo.
Logo o ônibus rotineiro veio. Resisti a tentação de pega-lo somente para acompanhar Rodrigues e fica perto dele para ter a sensação de paz de novo. Bom, não resisti o suficiente, eu tinha que pega-lo do mesmo jeito.
Peguei o celular e selecionei um numero conhecido, era um outro velho amigo.
- Hey, tudo bem.
- O que você quer agora – respondeu.
- Preciso da voz da razão – falei – de novo.
Ouvi um suspiro do outro lado. Acho que não queria me ver tão cedo também.
- Você vai vir aqui?
- Já estou chegando – respondi – Daqui uns 10 minutos eu estou ai.
- Ok, estou te esperando. Um abraço.
- Um abraço também.
- E dessa vez – adicionou. – Sem brincadeiras. Fui claro?
- Muito claro.
- Vem logo antes que eu mude de ideia – desligou.
Está revogando sua própria decisão, acho que sabe o que está fazendo em me aceitar na sua casa. Ou apenas um favor de amigo. Quem sabe?
No ônibus eu me acomodei onde pude. Queria ver e fazer com que ele saiba que estou observando, porem também queria ficar longe e deixa-lo em paz. Tinha que me decidir sobre o que estava fazendo.
Eu me senti como no primeiro dia de tudo, de todo o processo até hoje. Seus olhos me fitavam em duvida ou em busca de algo, ele parecia me procurar e me reconhecer como antes. E eu não conseguia confronta-lo, estava praticamente entregue aos seus olhos que me perseguiam, a cada olhar seu eu me contorcia e me curvava abaixando a cabeça.
Estava totalmente submisso aos seus olhos.
Logo meu ponto chegava. Eu precisava fugir dali. Desci correndo sem olhar para trás, e eu sabia que seus olhos ainda estavam me fitando. Abaixei a cabeça quando olhei para ele, não conseguia fita-lo.
Estava praticamente aos seus pés. Submisso à ele.
Tinha que sair dali, em busca do que eu estava fazendo e pensando, em busca de alguém. Precisava de uma segunda opinião de alguém que confiava.
Espero o Matheus me ouça então.
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Feliz natal atrasado e boas festas.
Feliz 2015.