Levante-se #10

Conto de N T N como (Seguir)

Parte da série Paixão ao desconhecido

Me xinguem, me odeiem, me matem. Mas eu voltei.

Meu notebook meio que explodiu internamente e fora da garantia. Ou seja, não tinha como continuar postando.

Agora eu estou escrevendo pelo celular e editando pelo notebook da minha mãe que não faz a mínima ideia que estou fazendo isso. Por sorte eu consegui manter um estoque de vários capítulos já feitos no celular e só preciso ir editando e corrigindo os erros. Pretendo então postar a cada três dias até uma semana.

Podem me crucificar agora.

E esse é finalmente, o ultimo capitulo da primeira temporada (AAEEEEEOOOOOO). O próximo capitulo vai seguir como 2x01 ou algo assim, e vou nomear de: Ao completo desconhecido.

Obrigado por me acompanharem até agora meus queridos confidentes e boas festas.

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Eu não tinha a mínima vontade de levantar. O despertador tocava perturbando o meu mais transtornado sono.

Quantos dias eu passei deitado ali? Uns quatro ou cinco.

Desde o terceiro dia não ouvia o celular tocar. Olivia tinha desistido possivelmente, e Laura, ouvi algumas vezes ela me chamar na frente de casa. Minha tia havia me conseguido um atestado médico de até 1 semana e minha mãe não permitiu visitas para o meu alivio.

Não era a primeira vez que eu tinha essas crises emocionais. Quando meus pais haviam se separado aos meus 4 anos, mesmo sem consciência do que acontecia, eu não conseguia falar ou reagir a qualquer coisa. Hoje minha mãe me disse que havia me encontrado deitado no chão, encolhido como um feto, disse que não queria saber o motivo, sabia que era coisa de adolescente.

- Amanhã você vai na psicóloga de novo - ela disse após me dar uma sopa - aquela que você não vai a 2 anos.

Era uma sopa quente e saborosa, aquelas que só a mãe sabe fazer. Tomei uma parte dela e liguei a TV em um daqueles jornais de meio-dia, como sempre era só: acidente, tráfico, homofobia, racismo e futebol.

Era 12:30 quando acabei a sopa, estava com a mesma roupa a uns quatro dias, sem um banho descente e minha cama estava encharcada de lágrimas. Levantei com dificuldade e pisei no chão gelado quase que caindo, minhas pernas estavam fracas e não me sustentavam então me apoiei na primeira coisa que eu vi, ou seja, nada. Despenquei rumo ao chão.

Meus livros estavam jogados pelo quarto, nem encontrei minha mochila, meu uniforme estava amassado e amarrotado sob a cama e meu tênis provavelmente estaria no inferno.

- Acho que não vou a escola hoje - sussurrei.

Ouvi a porta da casa se abrir junto de um latido, o som de patas correndo veio pelo corredor e até a porta fechada que se abriu com seu peso.

- Filho, eu já vou para o trabalho - minha mãe gritou - Hoje ele vai ficar aqui dentro para te ajudar e somente hoje. Te vejo a noite.

Um vulto negro e ofegante correu até mim. Mesmo comigo ja deitado no chão, ele pulou sobre mim e soltou um alto e agudo latido. Abanava o rabo alegre a espera de uma reação minha e lambeu meu rosto.

- Tá, já chega Neutron - falei.

Ele parecia ter compreendido e saiu de cima de mim. Latiu e se deitou no chão sob meu braço, onde se encolheu e se acomodou. O jeito que eu descrevo meu cachorro pode até aparentar um pastor alemão ou algo do tipo, mas não, era apenas um vira-lata que era a mistura de um cão salsicha e um poodle, um cachorro pequeno e longo que era gordo e pesado e soltava pelo pela casa.

- Cachorro chato – brinquei.

Ele se sacudiu e levantou latindo, começou a patinar com as patas no chão e disparou pela casa, ainda ouvi um baque em algum lugar e depois o ouvi se espreguiçando e se acomodando de novo.

Logo eu me levantei do chão, precisava de um banho e um café. E provavelmente uma caixa de Bis também.

A agua quente escorria pelo meu corpo. Eu tentava tirar tudo da minha mente, não queria lembrar do que havia acontecido e por que havia acontecido. Mas também não estava tudo acabado. Era escolha dele, ele podia me odiar agora ou então ignorar tudo e continuar a mesma pessoa.

Ele me salvou, mas também saiu revoltado depois. Ele parecia estar dividido em no que aceitar e o que fazer. Porem eu acho que estava mais confuso que ele.

Eu estou apaixonado pelo meu melhor amigo.

Não esperava que chegasse a esse ponto. Por que eu deixei Olivia falar também, podia ter continuado feliz com nossa amizade, mesmo sem ter ele por completo ainda estaria ao seu lado e isso me satisfazia. Mas também a culpa era parte minha.

Não. A culpa era minha.

O vapor já embaçava minha visão. Acho que estava ali tempo de mais.

Limpei o espelho embaçado com a toalha. Meu reflexo me fitava e me encarava. Sabe aquele momento da adolescência que você começa a ligar para a própria aparência, sentir os músculos, procurar o inicio da barba, ver o tamanho do pênis. Ah puberdade, eu te odeio.

Lá estava eu procurando quem eu era.

Eu era bonito? Eu podia atrair ele ou alguém?

O que eu estava fazendo? Não sou assim.

Independente da escolha dele e do que ia acontecer agora. Do que ia ser nossa amizade. Não importa, eu poderia seguir bem.

Eu iria ser alguém diferente agora.

Com ou sem o Rodrigues.

Comentários

Há 3 comentários.

Por fran em 2014-12-19 10:41:55
novos pensamentos, novas atitudes, novas descobertas. já estou prevendo um casal pela cidade.... não liga sou imaginativo demais. não demore muito estou louco para ver como sera daqui para frente. bjão fofo
Por victoriana victoriano em 2014-12-19 04:51:58
Estou ansiosa para ler.Ao completo desconhecido.
Por ThunderBlade em 2014-12-19 02:37:19
Quem bom que resolveu continua e resolveu voltar,aguardo o próximo capítulo abraços!