Foi a primeira vista #01

Conto de N T N como (Seguir)

Parte da série Paixão ao desconhecido

Olá galera, bem vindos ao meu primeiro conto.

Sendo um fato totalmente verídico, vou evitar descrever os locais e lugares em si para evitar possíveis localizações e usarei nomes fictícios também, se alguém se familiarizar-se com a história, favor entrar em contato. A intenção era de no máximo 7 capítulos, será mais se a situação real se decorrer. Vou tentar postar a cada três dias ou menos. Para meu personagem, vou usar o nome fictício de Rodrigo.

Eu não me lembro muito bem como tudo começou. Foram vários estágios até eu realmente “conhecer” ele. Vou contar tudo, provavelmente a mais ou a menos pois como disse, não me lembro bem. Lembrem-se que: “Quem conta um conto, aumenta um ponto”.

...

Era madrugada e eu estava no Facebook, tinha aula no dia seguinte (Estou no primeiro ano do ensino médio integrado ao técnico para constar). Sei que não deveria estar até tarde, mas estava conversando com uma amiga da antiga escola, logo ela foi dormir e me deixou sozinho em meus pensamentos.

Comecei a falar com uma amiga que não via a vários anos e como havíamos escolhido o mesmo curso técnico na mesma unidade, seria bom ter a amizade novamente. Havia passado já o primeiro trimestre do ano letivo, começamos a comentar sobre o choque da situação: notas baixas e estado de depressão.

Eu estava deitado, acessava a rede social pelo celular. Deslizei pelo layout dos posts até um intervalo entre eles: Amigos sugeridos. Boa parte dos “sugeridos” eu conhecia, mas não queria ter o prazer de adiciona-los, continuei deslizando até parar em um perfil.

Era um garoto, via somente ele do peito para cima, estava na frente de uma parede laranja e usava uma camisa listrada e um boné virado para trás. Olhar autoritário e o jeito rebelde me chamou atenção, porem o que mais me chamou atenção foi seu nome: Rodrigues Oliveira.

- Quem é você para ter a proeza de dividir quase o mesmo nome que o meu – disse em meus pensamentos.

Ele é todo o foco da história.

Alguns dias depois eu saia da escola, caminhava junto a multidão rebelde que gritava e causava ódio aos motoristas de carro e ônibus. Nunca podia se saber o que esse bando de adolescente poderia fazer. Eram cerca de 500 metros até o ponto de ônibus, caminhava tranquilo ouvindo musica (Adele não se discute), meu ônibus sempre vinha lotado e passava a cada três minutos nesse horário, por volta de 19:00 horas, então não tinha pressa.

Logo o ônibus veio, entrei normalmente e passei a catraca eletrônica. O máximo que consegui avançar foi até onde geralmente fica a vaga de cadeirantes, na porta do meio, joguei a mochila no chão entre as pernas e parei de costas para porta e de frente ao vidro vendo meu reflexo. Então ele parou ao meu lado.

No momento não reconheci ele, só reconheci muito tempo depois que logo vou contar. Era alto e magro, estava com uma blusa azul sem zíper e uma camisa branca por cima conforme o uniforme da escola, sem o jeito rebelde e muito mais formal. Ele me olhava como se tentasse me reconhecer, não diretamente, mas sim pelo reflexo do vidro. Fitei seu olhos varias vezes pelo reflexo porem ele não desviava o olhar.

- Você é bonito – pensei.

O ônibus freou, claro que não foi intencional, mas fui para cima dele por alguns segundos e logo me recuperei. Não sei a reação dele pois logo desviei o olhar, nunca me importei muito com minha aparência mas comecei a olhar meu reflexo no vidro. Pela primeira vez vi como era desleixado: meu cabelo desarrumado e grande necessitando um corte, estava com um calça moletom azul marinho com o símbolo da escola, a camisa branca amassada e já um pouco suada coçava, mas ai eu vi o problema principal, a manga da minha camisa era muito larga para meu braço e como eu segurava na barra alta, a tendência dela era cair, ou seja, uma parte da minha áxila estava a mostra. Poxa que vergonha.

Tratei de cobrir, vi seu riso leve e cruzei em seu olhar novamente. Ele agia como se tentava me reconhecer antes, mas agora, acho que ele já havia me reconhecido de algum lugar, mas eu não me lembrava dele. Era branco, pele praticamente sem imperfeição nenhuma, tão fofo.

- Eu vou apertar você quando descer – pensei – São varias pessoas aqui, duvido que você me ache, e se me achar, já vou estar fora do ônibus.

Infelizmente, por ironia do destino que já me acostumei, ele desceu antes que eu. Que tristeza. Meu ponto era o próximo, nesse momento eu pensava: “Nunca vou encontrar ele novamente, foi uma mera coincidência“. Desci lentamente do ônibus e caminhei para casa, tinha outro dia cheio amanhã.

No dia seguinte, eu estava lá, feliz e contente com o sol de 12:00 na frente da escola. Era uma construção de um nível apenas, mas ocupava uns 3 campos de futebol eu acho, nunca tive essa noções, isso faz parte de outro curso mas isso não vem ao caso, era azul e branco com uma fachada de pilares triangulares. Segui pelo longo corredor após o pátio até um lugar que chamamos de prédios dos laboratórios: 4 andares e um andar para cada curso técnico (não vou gastar tempo nisso, ok?). Tinha 8 lances de escada para subir...

Fiquei duas aulas lá, cerca de uma hora e quarenta minutos. As desci lentamente as escada junto da minha turma e segui pelo corredor até minha sala, vou tentar explicar mais ou menos: são 3 corredores paralelos cortados ao meio por um corredor que liga o pátio ao prédio. Segui pelo corredor principal até o segundo corredor onde ficava minha sala, então vi ele.

Ele, o mesmo garoto que eu tinha visto no ônibus no dia anterior, saindo do laboratório de química, usando um longo jaleco branco e um óculos de proteção. Não sei se ele me viu ou não, mas não me importei. Recuei um pouco e andei atrás dele, lentamente, seguindo seus passos, não pretendia falar com ele só saber qual era sua sala.

- Quem é você? – eu me perguntava.

Segui ele até o extremo do corredor. Se ele havia me notado ou não, era muito discreto para demonstrar isso e agiu normalmente, ele entrou uma sala da minha. Legal essa ironia: ele desce um ponto antes que o meu, estuda uma sala antes que a minha, poxa, só falta ele ter nascido um dia antes que eu. Perdi ele de vista dentro da sala, só vi a ultima pessoa entrando, uma amiga de muito tempo.

Eu só voltei a ver Olivia esse ano, ela havia escolhido o mesmo curso que eu e acabamos ficando na mesma unidade. Conhecia ela desde o fundamental, somente na quinta série que ela acabou mudando de escola, mas ainda mantivemos contato. Porem o fato de ela ser da sala dele era interessante.

-Você não está apaixonado – eu repetia em minha mente.

Comentários

Há 1 comentários.

Por dfc em 2014-10-17 13:51:11
Legal