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Parte da série Paixão ao desconhecido
E assim seguiu meu dia.
Rachel era uma boa companhia digamos assim, uma pessoa interessante. A Thainá parecia uma garota normal e também uma riquinha de merda, devia tomar cuidado com ela. Matheus, eu já não sei mais como devia proceder com ele e o que ia acontecer, havia coisas que eu ainda não sabia. Rodrigues, dane-se ele, já estou com raiva desse cara. Olivia ainda era uma ótima amiga que me aceitou depois de tudo que fiz. E Laura, eu ainda tenho que achar ela para ter minhas expectativas.
Acho que nisso tudo, o problema era eu. Mas ao poucos estava colocando tudo em ordem e estabelecendo prioridades.
No final do dia, Rachel ia de van com a prima e Olivia ia pegar o seu ônibus, não me importava com o que o Rodrigues ia fazer, estava só lá. Ou quase.
- Então – Matheus disse. – O que fazemos agora?
- Como assim?
- Vamos para casa ou ficamos aqui até a manhã?
- Sério isso? – falei.
- É sério. Meu primeiro dia aqui seu idiota, mal sei que ônibus pegar.
Suspirei, em parte ele tinha razão. Acho que estava meio paranoico mesmo.
- É – assenti. – Vamos para casa.
- Só estava esperando você dizer – ele falou. – Para a minha ou a sua?
- Você está brincando comigo?
- Não estou.
- Embora eu também queira – falei – Não vai ser hoje, senhor galã de novela.
- Eu sou melhor do que muito galã – ele falou.
- Admito que é sim.
Ele sorriu triunfante, de uma forma indireta havia conseguido o que queria. Ignorei isso, Matheus sempre foi convencido e orgulhoso do que fazia, com os anos aprendi que não adiantava contraria-lo e que seus argumentos sempre estavam certos.
- Somente me siga – falei.
Fiz o caminho de sempre, já anoitecia quando caminhávamos em direção ao ponto. Logo expliquei o motivo por não pegar o ônibus com os outros e ele assentiu, dividíamos a mesma opinião de forma indireta: Quanto menos pessoas, melhor. Não demoramos muito para chegar e ônibus até que veio rápido.
Entramos rapidamente e nos sentamos logo atrás dos comuns bancos altos, um lugar meio escondido. O ônibus estava vazio já que boa parte dos passageiros haviam ido em ônibus que passavam antes, no fim esse só pegava o resto que ficava nos pontos. Se eu conheço bem os meus colegas da escola, eles são preguiçosos e impacientes o suficiente para esperar outro ônibus e entram no primeiro regular que passar. Claro que alguns quebram essas regras.
E ele tinha que quebrar essa regra. Ele me seguia, era a única alternativa.
- Pelo que eu me lembro – Matheus disse – sei pouco sobre vocês dois.
- Acho que o que eu te contei já esta bom.
- Eu acho que devia saber mais para te ajudar.
Rodrigues havia entrado no ônibus, o único que havia subido ali. Ele veio diretamente para mim, eu não cedia mais aos seus olhares já que boa parte do meu corpo estava coberto de raiva suficiente para não ficar mais submisso. Ele trocou olhares rapidamente com Matheus, um cumprimento singelo, a mim ele só fitava seriamente. Ele se sentou bem no banco atrás de nós, eu queria saber o que passava na sua mente, ele se afastou de mim e insistia em ficar perto ao mesmo tempo.
- Vamos atiçar ele um pouco – Matheus me sussurrou.
- O que? Como?
Ele me puxou para cima dele, sentei sobre seu colo e ficava quase que de frente para Rodrigues que me olhava assustado e mesmo assim insistia em ficar. Eu sentia Matheus excitado sobre mim, olhava para ele esperando instruções, estava submisso a ele dessa vez.
- Essa é somente uma prévia do que pode acontecer – Matheus sussurrou.
Ele me puxou em direção ao seu rosto e me beijou, nossos lábios se tocaram e ele invadiu minha boca com força e ferocidade, me sentia totalmente dominado por ele. Fechei os olhos para não ter que ficar fitando Rodrigues, mas me sentia tentado a ver seu rosto e sua reação. Matheus me empurrava sobre sua virilha enquanto me beijava fortemente, ele controlava cada movimento meu e fazia praticamente o que quiser, o sentia cada vez mais excitado e atrevido e admito que não estava muito diferente, sentia seu pênis roçando em mim com os solavancos do ônibus e fazia força na sua calça totalmente armada. Acho que havíamos chegado ao ponto de êxtase.
- Sabe que não podemos continuar aqui – falei.
- Então amanhã vamos terminar isso.
Ele me largou e eu relutei em sair de cima dele, logo me sentei ao seu lado novamente satisfeito. Aquilo não estava nos meus planos, totalmente inesperado e astuto. Rapidamente olhei para trás e olhei Rodrigues se remoendo em seus próprios pensamentos, estava confuso e desorientado e vi um prazer imenso nisso. Ele se levantou em duvida com relação a tudo e se sentou nos bancos da frente para fica longe de nós.
- Você conseguiu – falei.
- Me diz uma coisa que falhei.
- Não quero insultar sua masculinidade. Obrigado.
- Você sabe que pode me agradecer de outra forma – Matheus falou.
- E vou, é só esperar.
- Eu me lembro de quando era eu quem falava isso – ele disse.
- Bons tempos.
Nos calamos, acho que não era necessário dizer algo no momento, estávamos ambos em êxtase. Ficamos o resto do caminho em uma conversa regular e sem muitas “interações”, sabíamos que mesmo o ônibus estando vazio, ali não era lugar para aquilo.
- Ah – ele disse – Vai ter que me ajudar em relação as matérias.
- Por quê? É o mesmo curso.
- Mas a distribuição e conteúdo lá eram diferentes.
Ele se referia a antiga escola. Cada unidade apresentava o conteúdo do curso na ordem em que preferia, então ele podia estar tanto adiantado quanto atrasado.
- Ok – assenti. – Eu te ajudo.
- Quando?
- Amanhã eu vou na sua casa para tirar suas duvidas e te atualizar.
- Somente estudo? – ele perguntou.
- Se sobrar tempo nós estudamos – falei.
Ele sorriu, havia entendido. Logo havia chegado ao ponto dele, sem inibições ele me beijou e não havia ninguém para ver, retribui lentamente sem me desvencilhar. Mas logo ele se soltou e desceu, acenou e foi embora.
Logo eu havia que descer, pensando bem o resto do ano parecia que ia ser interessante. Rodrigues demonstrava de uma forma peculiar sua emoção, ele insistia em ficar perto de mim, eu precisava falar com ele, precisava colocar tudo o que acontecia na mesa.
Vamos tornar oficial isso. Ter um motivo serio para se afastar, quero ouvir o que ele tem a dizer também.
Cheguei em casa sem pressa, liguei o computador e abri o perfil do Rodrigues. Lembro de quando ficava fascinado por aquela pagina, a fitava alucinado olhando sua foto. O desejo que eu tinha já não era tão forte agora. Digitei rapidamente uma mensagem curta e direta, nunca havia o visto muitas vezes online, mas com a situação atual acho que ele me responderia.
- posso falar com vc amanhã??
Afastei o teclado, era só esperar. Sabia que não iria responder de imediato então podia relaxar ali. Logo o meu celular se agitou, uma nova mensagem, um áudio alias, o soltei e veio uma voz alta e furiosa. Acho que Olivia não estava muito feliz.
- Rodrigo, me de uma boa explicação para essa história de que você está namorando o garoto novo.
Suspirei, a única pessoa que havia visto Matheus e eu juntos foi Rodrigues. Ele podia ter usado isso contra mim, mas simplesmente contou para Olivia. Qual era a intenção dele com isso? Não me sentia irritado, era até uma satisfação ver que pelo jeito ele estava irritado.
Rapidamente digitei uma mensagem para o Matheus, acho que ele gostaria de saber disso, que seus abusos haviam dado resultado.
- Recebi um boato que estamos namorando.
- E estamos? – ele respondeu.
- Eu não nenhuma popularidade a manter.
- Eu só sou um aluno novo, não tenho popularidade nenhuma então.
- Isso é um sim? – perguntei.
- Um namoro de verdade ou somente para irritar seu amiguinho.
- Ambos.
- Então sim – ele falou.
Mesmo que ninguém pudesse me ver, eu permanecia quieto, mas por dentro pulava de alegria e emoção. Isso iria ficar interessante.
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Ryan: Olivia tá vindo bem... agitada digamos assim, e ela nunca será substituída pela Rachel. A Laura está no mesmo hospital em que a Gabi está em coma, de uma forma indireta, mas logo ela volta, é ótimo ter uma amiga gordinha mesmo, admito isso. Ah, já tenho outras 10mil mortes para o Rodrigues, acho que vai dar tempo de testar todas no final, assassinato de bruxas é muito fraco para ele. Continue imaginando a aparência do Matheus, é mil vezes melhor, não vai demorar muito para o Rodrigo dar uns pegas nele, o Matheus é muito orgulhoso e convencido porem é bem romântico quando necessário. Obrigado por continuar acompanhando.