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Conto de N T N como (Seguir)

Parte da série Paixão ao desconhecido

Calma, respira. Não é nada demais. Eles só estão conversando... não tem nada de perigoso ali. É somente meu melhor amigo falando com o... seria pior inimigo? Ah dane-se.

Respira Rodrigo, respirar. Eles só estão se conhecendo.

É apenas o Matheus falando animadamente com o Rodrigues... Somente isso. Estou com ciúmes? Ou seria inveja? Ah claro, tinha que sorrir quando visse as duas pessoas que eu já amei falando como se se conhecessem há anos. E poderiam? Não conheço muito bem o passado dos dois, poderiam ser irmãos adotivos ou separados. O que eu estou fazendo?

Tenho que voltar para a realidade. Eles só estão conversando.

Somente isso. Estão se conhecendo.

Nem sequer me importei com Thainá ou Rachel que tinham parado também e olhavam para o Matheus.

- Ele é lindo não é – Thainá disse.

- É mesmo – sussurrei.

- Você conhece ele? – Rachel falou.

- É bom não conhecer.

- Nunca vi mais gostoso – Thainá respondeu. – Deve ter chegado hoje também.

- Se afaste dele.

- Não vai agarra ele prima – Rachel continuou.

- Se você agarrar ele – sussurrei – Eu te mato sua vadia.

- Você disse algo Rodrigo?

Olhei para o lado. Thainá me encarava duvidosa e logo me olhava de cima a baixo. Eu sorri, acho que pensava alto demais. Tinha que me concentrar e não ter outra crise, não tinha minha cama ali para entrar debaixo dela e ficar durante uma semana.

- Vão indo na frente – incentivei as garotas – Encontro vocês depois.

Elas não relutaram e seguiram até o pátio. Eu olhava fixamente para os dois, pensava em 1001 formas de matar ambos. Arma de fogo, bomba nuclear, exame de próstata com mãos gordas, piranhas, pizza envenenada. A melhor mesmo seria fazer igual ao tratamento das bruxas na idade média, mas no caso era diferente: Ia amarrar e jogar no rio, de afundar é filho da puta, se boiar é filho da puta, depois pegava o corpo e queimava na fogueira banhado em óleo para fritar. Acho que não seguia exatamente isso, mas eu seguiria.

Eu vou matar os dois.

Matheus me viu e acenou rapidamente. Logo se despediu do Rodrigues saiu em minha direção. Rodrigues passou por mim rapidamente, nem ao menos me olhou nos olhos dessa vez. Era bom não olhar mesmo, senão ira levar uma facada bem no peito. Matheus estava sorridente, parecia alegre com toda aquela situação, ou tirava o sorriso da cara ou eu tirava no soco.

- Vejo que já fez algumas amizades – falei.

- É ele não é? – perguntou. – Não quer que eu fale o Rodrigues então?

- Oh como você descobriu isso? – ironizei. – Será que foi pela minha vontade de fuzilar vocês dois em uma batalha da segunda guerra mundial.

- Acho que foi isso mesmo – ele disse – E quem era aquela gostosa que você estava falando? Ela tem namorado?

Olhei para ele furioso. Podia ama-lo, mas não hesitaria em espanca-lo ali mesmo. Torcia para ele retirar o que havia dito nos próximos minutos, precisava fazer isso ou eu arranjaria uma arma ali mesmo e iria atirar bem no seu olho.

- Eu gosto tanto de te ver irritado – falou – É claro que é estou brincando contigo, relaxa e goza cara. Agora vem logo que eu estou com fome.

Eu tive que sorrir para não soca-lo. Acho que eu estava com ciúmes mesmo.

- Ah, e qual era sua sala? – ele disse – Não sabia qual escolher então fui para essa. E acho que escolhi errado então.

- Escolheu muito.

Caminhamos sem muitas palavras. Estava com raiva, agora tinha meus motivos para não gostar tanto da presença do Matheus ali, se bem que agora ele teria uma proximidade com Rodrigues o suficiente para conhece-lo melhor do que eu e assim achar, digamos, um ponto fraco? Não, eu estava viajando, não iria usar o Matheus, não podia fazer isso. Se bem eu nem precisava disso.

Oficialmente, Rodrigues e eu ainda somos amigos. Eu sei que ele sabe, ele se afastou de mim por que sabe, e ele acha que eu não sei que ele sabe, mas ele sabe que eu sei e por isso estamos afastados também. Não teve nenhum dialogo oficializando o fim da nossa amizade, não assinamos nenhum contrato que dizia que não somos amigos, ninguém havia falado: “Olha, você está apaixonado por mim e eu sei que você é gay então não vamos mais nos falar.”

Só não nos falamos mais.

Eu e minhas analogias estranhas e sem sentidos.

- Quando você vai parar de viajar? – Matheus perguntou.

- Vai lá com seu amiguinho – falei.

- Garoto ciumento.

Ele saiu e me deixou sozinho em meus pensamentos. Eu precisava de um tempo sozinho... de novo. Parte do meu instinto dizia “Você esta fudido”, a outra parte falava “Na verdade você está fudido desde o inicio”, o meu cérebro dizia “Você vai tomar no cú” e o meu coração dizia “Não vamos nos apaixonar de novo por um bom tempo”.

- Preciso de férias – falei.

Andei para a biblioteca, precisava colocar meus pensamentos em ordem. Aquela sala vivia lotada, cheia de gente que nem ao menos já leu um livro na vida, mas que estava ali apenas pelo xadrez... e copia de trabalhos. Mais pelo xadrez.

- Você vai querer jogar?

Rachel estava na minha frente com um tabuleiro, tinha um olhar convidativo. Ela era realmente bonita, poderia conquistar o coração de alguém. Devia aceitar jogar com ela, acho que precisava de contato humano, não que fosse contar tudo que acontecia, mas precisava falar com alguém.

- Pare de olhar para os meus peitos – ela falou.

- Não estava olhando – respondi.

- Estava sim.

- Eu estava olhando para o tabuleiro.

- Pode mentir a vontade.

- Mas estou dizendo a verdade.

- Eu sei que sou bonita.

- Mas eu não estava olhando... – falei.

- Calma – ela tranquilizou – Estou apenas brincando com você.

- Eu juro que não estava olhando.

- Rodrigo, relaxa. Senta ai e joga.

Assenti, havia me exaltado um pouco. Logo movi uma peça e iniciei o jogo, ela respondeu rapidamente e em pouco tempo tínhamos um jogo animado e eufórico. Ela parecia ter experiência e estratégias boas, e eu, bom, eu tinha dedos para mover as peças. Que se dane a estratégia.

- Você não pode me vencer – ela disse.

- É o nosso primeiro jogo.

- Você tem 3 peões e um bispo. Eu ainda tenho minha rainha e torres juntos de um cavalo.

- Quer eu que me renda?

- O que for mais fácil.

- Hoje não minha amiguinha – falei.

Continuei avançando, não iria me render. Aos poucos ia perdendo minhas peças e sendo derrotado. Não sou bom no xadrez. Perdi como era se esperar, ela estava com um sorriso triunfante e eu não estava tão abalado.

- É o primeiro jogo – falei.

- E espero que tenha mais.

Nos levantamos, o intervalo acabou e já seguiríamos para a sala. Acho que Rachel seria uma boa amiga para mim, acho que não iria me apaixonar por ela, no momento que fiquei com ela acabei esquecendo de todos os meus problemas.

Mas ele tinha que estar lá, tinha que ter seu olhos para me irritar e me seduzir. O que ele queria de mim, por que me seguia e se afastou, ele queria me ver aos seus pés. Ele estava na outra mesa, jogando também, mas seus olhos estavam em mim e pareciam me devorar, estava submisso. Eu já não sei mais o que eu sinto, eu ainda amava ele com toda certeza, mas tinha um ódio em meu corpo que logo cresceria. Ele parecia se satisfazer com meu sofrimento, gostava de me ver desorientado, era um jogo então.

Eu te odeio Rodrigues, mas enquanto puder viver ainda vou te amar.

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olivera: Ah, acho que logo mudará suas opiniões sobre o Matheus, talvez não. É complicado explicar tudo. Obrigado por acompanhar.

Ryan: Acho que já esclarecemos o mal entendi, desculpa do mesmo jeito. Ah, e o sexo entre o Rodrigo e o Matheus, aguarde meu pequeno gafanhoto, espere firme. Que isso vai demorar provavelmente. E se precisar, estamos ai cara.

Comentários

Há 1 comentários.

Por Ryan Benson em 2015-01-24 23:01:48
Cadê a Olivia? Não me diga qur vai substituir a Olivia por essa guria aí... fala sério. E a Laura? Ah queria ter uma amiga gordinha pra eu apertar, o Rodrigo tem e nem aproveita U_U kkkkkkkkkkkk moço está ótimo. E se o Rodrigues continuar enrolando usa a técnica de assassinato de bruxas nele. Ah e dá uns pegas no Matheus, gosto de imaginar a aparência dele e ele é *-* (UAU) kkkkkkk continua logo. Abraço gatão!