Capitulo 6

Conto de N T N como (Seguir)

Parte da série O lorde da vingança

Não podia me comunicar com Jessica, nesse momento ela já devia está no paraíso e eu não podia invocar seu nome. Queria lhe contar que havia falado com seu pai, que ele também buscava seu assassino para leva-lo a justiça, claro que eu iria acha-lo antes.

Não tenho poder nesse mundo, mas essa era a cidade que eu morava, faz tantos anos que eu abandonei essa terra. Caminhava em direção ao meu antigo bairro, acho que eu ainda tinha meu apartamento, duvido muito que alguém tenha notado que eu nunca mais voltei lá novamente. Andei pelas ruas já escuras, lembro que esse foi meu erro naquele dia, eles me sequestraram e me mataram, se satisfizeram e me jogaram sem vida em algum lugar, meu corpo ainda deve estar seja lá onde. Eu já não precisava mais ter medo de andar sozinho, as pessoa que deviam ter medo agora.

Aquele investigador, ele estava me buscando também já que eu era aquele que chamam de “assassino das adagas”. Acho nos encontraríamos novamente, afinal estávamos atrás do mesmo cara. Certamente ele tinha influencia aqui, poderia me aliar a ele então?

Cheguei a rua onde eu morava, morava mesmo. Procurei onde devia estar meu prédio e agora tinha varias casas iguais lado a lado, com toda a certeza ele foi demolido. Parei em frente de onde deveria ser meu prédio, fiquei alguns segundo observando, não podia voltar ao mundo espiritual até achar esse assassino já praticamente quebraria minha promessa mostrando que desisti. Precisava de um lugar para ficar.

Logo luzes de faróis me iluminaram. Eu me senti na morte novamente, siga a luz eles dizem, vá para a luz eles dizem. Grande merda.

- Aqui ainda é uma cena de crime – alguém gritava. – Não viu a fita?

Reconheci aquela voz. Olhei ao redor e vi que havia mesmo invadido a área de isolamento, olhei para trás e vi um carro me iluminando. Dentro dele um homem acenava para mim, logo ele parou e desligou os faróis. Estacionou o carro e saiu dele.

- O que está fazendo aqui?

O investigador me olhava em duvida, acho que sabia o ele sentia. Acho que poucos viram um espirito frente a frente e não foram mortos. Ele estava com a camisa de botões branca de antes e com a gravata folgada, carregava o sobretudo nos ombros e vi sua pistola no coldre preso ao cinto com o distintivo. Ele era bonito particularmente e seus olhos verdes me analisavam de cima a baixo. Não tinha medo.

- Aqui tinha um prédio onde eu morava – falei. – Esperava encontra-lo aqui ainda e ficar durante a noite.

- Se você fosse normal eu já teria te prendido ou te matado – ele disse.

- O que você quer dizer com normal?

Ele sorriu sarcasticamente, mas eu perguntava serio, não entendi seus argumentos. Ele passou por mim e foi até a porta da casa enquanto procurava sua chave.

- Ah claro – ironizou. – Espíritos ambulantes vingativos e matadores em série são super normais, ainda mais quando pulam de janelas e deixam dois agente policiais traumatizados.

- Se você me julga assim – falei – deveria ter medo de mim então.

- Depois de hoje nada pode me colocar medo.

- Você está furioso? Por quê?

Ele se aproximou de mim e me fitou nos olhos. Ele era ligeiramente mais alto que eu, me senti totalmente submisso e com medo, eu que era um espirito, eu que devia colocar medo nas pessoas.

- Eu perdi minha filha hoje para um assassino e não sei nem por onde começar para pegar o idiota que está fazendo esse caos, coincidentemente, você – ele disse a poucos centímetros do meu rosto. – Ainda pergunta por que estou furioso?

Ele se afastou e voltou para tentar abrir a porta da casa.

- Você perdeu sua filha, entendo isso – falei. – Eu prometi a Jessica que acharia seu assassino também, posso te dizer que ela está muito bem, melhor do que eu, ela deve estar usufruindo do paraíso. Eu prometi a ela que acharia que fez isso, que tirou sua vida, e não sou de revogar promessas. Estamos atrás da mesma pessoa então.

- Como você pode entender? Você disse que é um espirito.

Ele finalmente abriu a porta, eu não teria paciência para ficar ali discutindo e decidi ir embora, acharia outro lugar então. Me afastei dali, abri um portal ao meu lado, iria para o mundo espiritual mesmo. No outro dia eu voltaria para continuar a busca.

- Eu sou um espirito mesmo – continuei. – Enquanto você perdeu sua filha, eu perdi minha vida. Então eu entendo sim o que você sente e muito pior.

Comecei a entrar no portal que logo se fecharia atrás de mim. Conforme ia entrando, abandonava a forma física e carnal, ia ficando translucido.

- Espere.

Olhei para trás, ele olhava para mim com uma expressão de culpa, porem seus olhos pareciam me convidar para chegar mais perto. Em parte não queria ouvi-lo, já estava cheio e não queria discutir, porem outra parte queria ouvir o que ele ia dizer.

- Me desculpe, só estou um pouco irritado por causa disso tudo – ele começou. – Precisa de um lugar para ficar? Sei que não deve ser a coisa mais natural do mundo convidar um espirito, mas pode ficar aqui se quiser.

Um pouco irritado? Pensei até em ironiza-lo, mas escolhi ficar quieto. Apenas assenti e resolvi aceitar seu convite. Além do mais, não devia ter medo, ele não podia me ferir. Entre me chamou para entrar na casa e eu logo o segui.

------

Eu estou convidando um espirito para entrar na minha casa? É sério isso? Você esta ficando louco Duncan, está chamando algo que é responsável por varias mortes para dentro de onde você dorme. Devia ter ficado no hospital.

- Você está começando a questionar tudo – ele falou. – Posso ir embora ainda.

- Não, por favor fique – falei. – Sinta-se em casa.

- Obrigado.

Ele parou no meio do corredor, pelo jeito era um espirito educado ao menos. Trocamos alguns olhares, ambos sem saber o que fazer. Um espirito e um humano, os dois conversando. Se Jessica estivesse aqui, com toda a certeza estaria rindo de mim.

- Garanto que isso também é estranho para mim.

- O que?

- Um espirito e um humano juntos – ele falou. – Não é natural.

Hesitei um pouco, ele foi em direção a sala ao lado e se sentou no sofá, parecia estranha-lo e meio que pulava no macio. Ele olhou para mim com seus olhos brilhantes, parecia uma criança. Eu, Investigador Duncan, estou falando com um espirito. Espero que algum médico me ouça.

- Eu vou fazer um café, fique a vontade – falei.

Deixei ele ali sozinho. Estava com medo dele, ele podia me matar enquanto estivesse dormindo e ninguém veria nada. Eu, um grande investigador, com medo de um... espirito. Estava mexendo com o sobrenatural e algo me dizia que aquilo não era certo. Ele parecia ser só um garoto, no máximo 20 anos, me senti pai novamente com ele ali. Fiquei em duvida se ele gostaria de um café também e decidi levar um copo, coloquei sobre a mesa de centro e ele olhou em duvida para mim.

- O que é isso?

- É café – falei. – Agora que parei para pensar, você é um espirito, acho que não come e nem bebe, vou jogar fora.

- Não – ele interveio. – É que eu nunca pensei nisso, nunca sinto fome ou sede.

- Experimente então – incentivei.

Ele bebeu um longo gole ainda meio hesitante. Parte de mim pensava que ele poderia explodir ali ou o café passar direto por seu corpo assim como as balas, a outra parte achava que poderia ser tudo normal.

- Isso é ótimo. Acho que não sentia esse gosto a muito tempo.

- Café é uma bebida deliciosa mesmo.

Ficamos em silencio, ele podia ler meus pensamentos e eu tinha medo de pensar em algo que pudesse enfurece-lo, ele era um espirito, tinha meus receios. Ele também está atrás do assassino da Jessica assim como eu, poderíamos trabalhar juntos?

- Então – falei. – Espíritos têm nomes?

Ele sorriu, e estendeu a mão para mim.

- Meu nome é Kinley – ele disse.

- Eu sou Duncan. Muito prazer.

------

Desculpem pela demora, tive alguns contratempos. Capitulo curto pois vou ter que frear um pouco a história para tudo acontecer no tempo certo, ok?

BielRock: Ah cara, por que não gosta do Bruno, é um personagem um tanto tenebroso e com muito para contar. O rapaz foi incriminado mesmo, em um teor mais sádico, eu diria que ele foi julgado. Obrigado por continuar acompanhando.

B Vic Victorini: Seu nome é Bruno então? Interessante. Obrigado por acompanhar já que nunca havia visto seus comentários. O que posso dizer não é uma questão de amor e sim de controle, admito que Bruno pode ser sim um dos potenciais assassinos, mas há outras pessoas.

Ryan: Posso dizer que o Duncan ainda não acredita, isso de falar com um espirito, está meio receoso em relação a tudo e meio abalado também. E a perda da Jessica foi uma peça importante para toda a história. Só prometo que tem muito para ser contado ainda. Obrigado por acompanhar.

Comentários

Há 2 comentários.

Por Ryan Benson em 2015-02-07 23:26:38
Não tenho muita coisa pra falar, a não ser... Está perfeito desse jeito. Continua logo pq eu quero ver no que isso vai dar. 😊
Por BielRock em 2015-02-06 22:10:08
Bom , eu não gosto dele por vários motivos , mas depois eu falo . O episódio de hoje foi ótimo . Será que o Duncan está morando no antigo apartamento do Kinley ? Cara , esse assassino da Jessica vai pagar caro . Mal posso esperara para o capítulo de não sei quando . Meu email bielrocky29@gmail.com