A HISTÓRIA DE NÓS TRÊS - 01X10 - "MEIO SANGUE"

Parte da série A História de Nós Três

Olá. Valeu pelos comentários e emails. Este conto não acho que não servem para aqueles curtem algo sexual. É um romance, uma história de amor e aprendizado com pitadas de romance gay. É bom relaxarmos e curtimos uma leitura leve. Para entender melhor a história basta clicar no meu nick que está acima e poderá conferir as primeiras partes. Por favor, comentem lá em baixo e dê sua nota aqui em cima. A participação de vocês é essêncial para mim.

Quem quiser comentar... cria um apelido para não ficar anônimo... por exemplo:

My Way - Parabéns e tals... (entenderam? Espero que sim)

"Eu não consigo... cheguei ao meu limite. Preciso encontrar o meu irmão. Da última vez tive que morrer para poder falar com ele"

Um forte barulho de um vaso quebrando. Praticamente pulei da cama. E corri para o quarto dos meus pais, local de onde vinha o barulho. Minha mãe gritava algo do tipo “Conta para os seus filhos”. Entrei sem entender a Priscila pegou a minha mãe pelo braço e a sentou na cama. Meu pai estava nervoso aflito mais branco que um papel. Perguntei o que estava acontecendo, mas ele não dizia coisa com coisa e sentou ao lado da Pri.

- Gente. Pelo Amor de Deus? O que aconteceu? – perguntei ficando próximo a eles.

- Seu pai... sei pai me aprontou uma. Nem respeitou o luto do Paulo. – disse minha mãe chorando.

- Pai? – perguntei apreensivo.

- Tem... tem um rapaz... na sala e ele disse que eu... sou o pai dele. – meu pai falou com dificuldades, sem olhar nos meus olhos.

- Como assim? – perguntou minha irmã.

Não sei o que aconteceu comigo. Simplesmente eu sai do meu corpo. Desci as escadas e o encontrei, quando ele me viu se levantou rapidamente do sofá. Eu reparei que era o mesmo rapaz do velório. Como poderia? Como meu pai fez isso com a gente? Sem olhar para ele pedi que ele se retirasse da minha casa. Ele ficou sem fala e eu gritei.

- Saí da minha casa agora... seja lá o que você quer... dinheiro nós vamos te dar. Apenas eu quero que você vá embora e suma das nossas vidas. – gritei enquanto segurava no braço dele e expulsava ele de casa.

Fechei a porta e cai no chão chorando, eu estava sozinho pela primeira vez, me senti vazio, eu sabia o que acabará de fazer. Subi para o meu quarto e tranquei a porta com violência, mexi nas minhas gavetas e tomei algumas pílulas de sonífero. Eu queria sonhar novamente com meu irmão, queria pedir ajuda. Ao deitar na cama senti uma luz quente no meu rosto ao abrir os olhos percebi que não estava mais em casa. Era uma praia, ouvi alguém gritar pega. Era o Paulo que estava jogando uma bola em minha direção. Levantei e limpei a areia no meu corpo.

- O papai como sempre se metendo em confusão né? – ele disse rindo.

- Eu não acho isso engraçado. Você está morto. Você me deixou sozinho! – gritei chorando, e batendo nele.

- Pedro. As coisas não são tão simples assim. Tudo acontece por um motivo. Aquele menino que apareceu lá em casa procurou a nossa família porque precisa de você. Não dê as costas para ele, escute a historia dele. – disse meu irmão me abraçando e me dando um beijo na testa.

- Como? Eu não amo ele. Eu amo você... eu quero você de volta. – disse abraçando meu irmão.

- Pedro. Você precisa crescer. E pelo amor de Jesus para de fazer loucuras. Você disse que queria ser parecido comigo, eu faria o possível e o impossível para fazer a vida desse garoto mais feliz. Então para de tentar me ver, deixa eu ir. Estão todos me esperando, mas você não me deixa. Ajuda o garoto. Ajuda. – disse ele me empurrando.

Estava sem ar, havia tubos no meu nariz e boca. Tentei me livrar deles, mas estavam presos a mim. O Mauricio correu em minha direção e ajudou-me com os tubos. Não estava entendendo. Ele explicou que eu havia ficado três dias em coma, pois, havia tomado remédio em excesso.

Minha mãe foi me visitar e para minha surpresa quando ela chegou perto de mim me deu um tapa no rosto.

- Nunca mais... eu disse para você... nunca mais faça uma loucura dessas. – ela disse chorando.

- Eu sei... – falei abraçando ela.

- Não me deixe. Não faça igual ao Paulo. – disse ela.

- Tudo bem mãe... eu juro que nunca mais vou fazer isso. - falei abraçando-a.

- Aí meu filho... vamos superar tudo. Não se preocupa.

- E o garoto? – perguntei limpando as lágrimas.

- Se chama Phelipe. Está lá em casa. Quando você retornar, vamos fazer uma reunião. Agora vou te deixar sozinho com o Mauricio. Vocês estão precisando de um tempo sozinhos.

O Mauricio, eu estava totalmente envergonhado de encarar ele. O meu namorado entrou e se deitou ao meu lado. Ele disse que me amava, mas se eu morresse ele iria junto comigo.

- Eu nunca senti um amor tão grande por outra pessoa Pedro. Por duas vezes eu quase perdi você. Não faz mais essas loucuras, meu amor. Vamos enfrentar juntos. – disse ele me abraçando.

Fiquei por mais uma noite no hospital em observação, durante aquela madrugada alguns amigos foram me visitar, além da Luciana e da minha irmã que dormiram comigo e com o Mauricio. No outro dia fui levado cedo para casa, realmente como falam “Não há lugar como o lar”. Fiquei sentado no sofá quando ele desce as escadas e para. Ficou atônito olhando para mim e subiu novamente.

- Espera... Phelipe volta aqui. – falei com uma voz baixa.

- Olha Pedro, eu não quero... não preciso acabar com a tua família. Eu sei o que é perder um ente próximo. – disse ele lagrimando.

- Eu sei. Eu quero te pedir desculpas pela forma como eu tratei você. – falei. – A partir de agora vai ser diferente. Eu prometo. Afinal parece que você é da família.

Demos um aperto de mão muito esquisito para os padrões e eu subi para o meu quarto. A Luciana foi me chamar para a reunião familiar. Sentamos todos a mesa e meu pai foi obrigado a contar toda a historia, pois, ele havia ido para a cidade onde o Phelipe morava com a mãe para confirmar a historia. Além de terem realizado um teste de DNA. Tudo confirmava que o garoto realmente era filho do meu pai. Não éramos apenas eu e a Patricia no mundo, havia um novo irmão para conhecer e amar. Meu pai contou que a avó do Phelipe estava muito doente e entregou uma carta da mãe dele.

“Rodolfo. As palavras não podem explicar o que eu sinto em meu coração, é uma mistura de dor e vergonha. Eu sei que agi errado em não lhe contar sobre o Phelipe e eu sei que eu me aproveitei de você naquela noite, mas tive que fugir não queria deixar você com uma responsabilidade grande. Eu sei o quanto você ama sua mulher e seus filhos, sempre me falava de como eles estavam crescendo, eram inteligentes. Eu não podia me permitir destruir uma família tão perfeita como a sua. Descobri há alguns meses que estou com câncer e não posso pagar o tratamento, o relógio está contra a mim. Mas existe algo que eu ainda preciso lutar o nosso filho, o nosso menino. Pedi para a minha mãe entregar esse bilhete para você. Eduque o nosso filho. Faça dele uma pessoa de bem.

Assinado: Maria Fernandes de Assunção”

Entre lágrimas meu pai disse que teria uma nova responsabilidade e implorou perdão da minha mãe de joelhos no chão. Eu achei uma cena linda nunca havia visto seu Rodolfo agir daquela maneira ele realmente amava a minha mãe. Acomodamos o Phelipe no quarto que ficava no primeiro andar, era simples tivemos que mandar instalar ar-condicionado, pois, no verão aquilo ficava o inferno na terra. Resolvi sair com ele para conhecer melhor. Apesar de tentar não conseguia sentir nada por ele.

- Então está gostando da cidade? – perguntei enquanto dirigia.

- É legal. Bastante agitada. – ele disse olhando pela janela.

- Você vai se acostumar. segunda-feira vou levar você para se matricular na escola. Eu e meus irmão estudamos lá.

- A dona Paula me contou. – ele disse.

- Você não é de falar muito né? – perguntei tentando estacionar.

- É tudo novo para mim. Quando eu sai de casa a minha mãe havia acabado de morrer, e eu deixei minha avo doente. – disse ele baixando a cabeça e deixando escorrer o choro. – Eu preciso estudar e ser alguém na vida para ajudar ela. Eu prometi. Não posso ficar sozinho.

- Calma. – falei sem saber o que fazer. – Sua avó não está desamparada, meu pai foi até a casa dela e viu o que ela precisa. Vamos dar todo o apoio. Você agora faz parte da nossa família. – enquanto passava a mão nele.

- Tudo bem. Podemos ir. – disse ele se afastando.

Fomos comprar roupas naquele dia, ele chegou em casa apenas com uma sacola. Eu fiquei impressionado como apesar de novo ele era forte igual ao meu irmão. Antes de sair decidimos comprar comida, pois, o pessoal estava com fome. Confesso que conversamos muito, pude conhecer mais do Phelipe e ele conhecer a mim. Quando chegamos o Mauricio estava me esperando e subimos para o quarto, tivemos uma noite de amor maravilhosa. Acho que se não fosse pelo meu namorado eu ainda estaria da mesma forma.

Desde a morte de Paulo a noite era perturbado por pesadelos. Acordava suado e com a sensação de medo. Não gostava daquilo apesar de tudo a presença dele na minha vida não havia diminuído. Logo se passou três meses, o Phelipe já tinha intimidade com o meu pai e minha mãe, e tirava algumas brincadeiras com a minha irmã e até a Luciana. Na escola era popular e tinha muitos amigos.

Mas eu sentia que ele não se aproximava de mim. Acho que tinha medo, afinal eu praticamente expulsei ele de casa. Seguia a vida normalmente, de vez em quando me pegava chorando. Estava na internet vendo alguns e-mails quando a chuva que estava caindo fez com que a conexão caísse. Não tinha muito o que fazer e sai do meu quarto, o vento soprou e abriu a porta do quarto do Paulo a única pessoa que entrava lá era a empregada. Estava tudo no mesmo lugar. Os computadores, celular, roupas. Abri o armário e tirei uma jaqueta que meu irmão adorava, coloquei em mim e serviu.

- Você fica estiloso. – disse Phelipe.

- Nossa que susto. – falei colocando a mão na cabeça.

- Desculpe é que acabou a energia e sua mãe havia dito que você estava em casa. Então resolvi conversar com você. – ele disse encostado na porta.

- Tudo bem. – Falei enquanto escolhia algumas roupas.

- Nosso irmão era realmente parecido comigo. – ele disse pegando um porta retrato.

- Ele era lindo. – falei.

- Pedro...

- Oi? – perguntei enquanto dobrava algumas roupas.

- Você não tem vergonha de ser homoxessual? – ele indagou.

"Nossa que pergunta. E agora... o que eu respondo? Será que ele é homofóbico?"

*Se vocês curtiram, por favor comentem e votem no meu conto e ajudem a divulgar também para amigos e colegas. Agradeço vocês e boa leitura.

Se tiver dúvidas ou comentários podem enviar para o email:

contosaki@hotmail.com

Comentários

Há 1 comentários.

Por em 2013-05-18 20:35:28
zyogsljv