Capítulo 40: Eu Nuca Me Apaixonarei Novamente

Conto de Misteryon McCormick como (Seguir)

Parte da série Paixão Secreta | 5ª Temporada

Não existe uma palavra certa para descrever como foi o nosso almoço. Estranho? Tenso, silencioso e sombrio? É claro que Leo é inteligente o suficiente para saber que algo estava errado, mas ninguém falou nada que não devia durante o almoço. Meu tio me olhava as vezes sempre em silêncio e eu encarava Leo pensando nas coisas que ele diria á nos dois. Aquilo parecia loucura. Talvez eu pudesse fingir um ataque do coração para que ele não contasse nada, mas creio eu que não adianta adiar, se meu tio Roger quer contar ele vai contar do mesmo jeito. Tudo o que eu podia fazer era cumprir a promessa que fiz a ele ficar ao seu lado independente do que Leo disser.

- está uma delicia – falou Leo quebrando o gelo.

- sério? – perguntou tio Roger.

- está sim – falei tentando entrar no assunto – você deve sentir saudades da comida do seu pai né? – falei para Leo.

- é verdade – falou ele sorrindo – não comida mais gostosa do que a feita pela mãe e pelo pai. É comida caseira e nenhuma outra se iguala.

- verdade – falei terminando de comer. Leo e meu tio terminaram pouco tempo depois.

Me levantei e coloquei refrigerante para todos nós e depois deu m gole Leo olhou para Roger.

- e então, porque eu fui convidado para esse almoço e Katy e Cory não?

Olhei para meu tio e eu peguei as louças em cima da mesa e coloquei na pia. Em seguida voltei a me sentar e tomei um gole do meu refrigerante. Sentei ao lado do meu tio e ele estava com os braços em cima da mesa pensativo.

Levei minha mão esquerda até a não direita dele e segurei. Leo ficou olhando para nossas mãos e olhou para nós.

- o que está acontecendo? Vocês estão bem? É algo com Larry? Ele voltou?

- Larry? – falei confuso – você contou pra ele sobre Larry? Perguntei pro meu tio.

- contei, me desculpa.

- não, tudo bem – falei respirando fundo.

- Vai embora – falou meu tio pra mim cochichando – não fica aqui vai lá pra dentro. Se ele não aceitar você não merece ouvir o que ele vai dizer?

- não tio. Eu vou ficar aqui segurando sua mão todo o caminho. É o nosso acordo.

- tem certeza?

- tenho.

- parem de cochichar – falou Leo – estão me preocupando.

- não aconteceu nada – falou Roger – eu… nós – falou ele acariciando minha mão com os dedos – queremos te contar algo.

- o que foi?

- Leo, você é meu filho. Eu te amo e você sabe que faria qualquer coisa por você. Quando sua mãe se foi fiquei tão triste. Não porque minha esposa se foi, mas porque ela não veria o homem que você se tornou. Casado com um filho. Ela adoraria o neto.

- verdade – falou Leo.

- Por um lado eu digo fiquei triste por ela e por você, mas nunca pensei que ficaria triste por mim. Até dois anos atrás quando Mike veio para cá a primeira vez – falou ele respirando fundo – quando sua mãe se foi eu pensei que nunca mais fosse ser feliz. Pensei que estaria fardado a passar o resto dos meus dias sozinhos afinal tenho quarenta e três anos e não sou exatamente um modelo de tão lindo.

- do que está falando? – perguntou Leo – você namorou várias vezes depois que minha mãe se foi. Claro que faz um ano que não tem ninguém, mas não é motivo pra dizer que nunca mais vai ser feliz. Você me disse que amava a maioria delas.

- eu menti. Eu nunca amei ninguém depois de sua mãe… até agora.

- o que está dizendo?

- fiz de tudo por você Leo. Sempre esperando que você conseguisse o melhor de si mesmo e por muito tempo vivo mentindo para você e para mim mesmo. Mesmo tendo Mike na família eu não tive coragem o suficiente para me assumir – falou ele olhando para Leo que nesse momento não piscou – meu tio olhou pra mim e depois para Leo – eu sou gay Leo.

Leo não falou nada e não piscou ele ficou encarnado o pai e olhava para mim.

- não me entenda mal. Sou gay, mas oque tive com sua mãe sou real. Não me arrependo de ter conhecido ela porque ela me deu o maior presente que foi você. Eu a amei. Não preciso gostar de mulher para me apaixonar por uma e ela foi a única mulher que amei na vida e tudo o que tivemos foi real.

Enquanto meu tio falavas aquelas coisas Leo não me mexia e ele olhava para mim o tempo todo. Comecei a ficar assustado porque a bomba ainda nem tinha vindo e ele poderia surtar ali mesmo.

- No começo eu disse que “faria quase tudo por você” e o motivo de ter dito isso é que eu realmente faria quase tudo por você. A punica coisa que não faria seria deixar Mike – falou ele olhando pra mim – Levei um tempo para saber que o que sentias por Mike vai mais além do que um tio sente pelo sobrinho.

Os olhos de Leo começaram a ficar húmidos e sua expressão não era nada agradável, mas ele não se moveu, não disse nada e apenas nos encarou.

- no começo pensei que esse amor fosse suficiente para mim. Pensei que tê-lo como meu sobrinho fosse suficiente, isso porque nunca tive muito contato com ele. Foi então que ele veio morar conosco por um tempo e foi então que me descobri em um labirinto de sentimentos. Ser tio dele não era o suficiente para mim, mas não disse nada porque tinha vergonha desses sentimentos e medo de ser rejeitado pelas pessoas que amo.

- vocês dois estão juntos? – perguntou Leo quebrando o gelo.

- sim – falou meu tio.

Leo chorava em silêncio e limpou os olhos e continuou ouvindo o que o pai tinha a dizer.

- você pode me odiar o resto dos dias, pode dizer para o mundo que não tem pai, mas vou continuar amando você. Você é meu filho – falou Roger suspirando quase emocionado. Eu alisei as costas dele tentando acalmá-lo – eu faria quase tudo por você Leo a única coisa que não posso fazer é deixar Mike. Você pode não entender e achar ridículo e errado, mas Mike e eu não somos mais tio e sobrinho. Somos um casal. Nós nos casamos, quer dizer, não de verdade, mas trocamos alianças, votos e dissemos como nos sentimos em relação ao outro e o que esperamos para o futuro. isso é o suficiente para mim e para ele. Talvez não seja o suficiente para você e eu respeito se você me odiar, mas saiba que nunca vou deixar de amar você.

- sabe de uma coisa – falou Leo limpando os olhos – você tem razão – eu odeio você – falou Leo – odeio você e odeio você também Mike – falou Leo olhando pra mim.

- por favor Leo… – falei tentando argumentar, mas ele se levantou bruscamente empurrando a cadeira para trás.

- vocês tem que ter muita coragem para me chamar aqui e dizer o que disseram na minha cara. Tem que ser muito homem para dizer que se amam. Meu primo e meu pai. Quer dizer, o que vocês são agora? Meu pai e meu outro pai? Você é meu padrasto Mike?

- por favor Leo – falou meu tio se levantando.

- cala a boca – falou Leo chorando, seus olhos estavam vermelhos de raiva – como você acha que eu me sinto em relação a isso?

- por favor filho –falou Roger com o coração despedaçado.

- sabe, eu odeio vocês – falou ele com as lágrimas escorrendo em seu rosto – odeio vocês porque não consigo deixar de amá-los. Vocês são minha família e sim, é confuso pra mim e eu não entendo como você passa de tio e sobrinho para um casal que vive junto, se beija e tranza. Vocês são parentes. Não de sangue, mas são parentes. E mesmo ouvindo tudo isso ainda não consigo deixar de amar os dois e isso me deixa com ódio – falou Leo indo para cima do pai e dando um abraço – eu te amo pai. Você foi o homem que me deu asas para voar e sempre que caia você estava com os braços abertos para me amparar. Mesmo quando tomei decisões erradas você me apoiou e nunca me impediu de ser quem eu sou. Quem sou eu para impedir você de ser quem é? – falou Leo olhando para mim sentado.

Leo soltou Roger e me mandou levantar e assim que me levantei ele deu um abraço em mim.

- cansei de te ver sofrer Mike. Sei que não sou muito presente em sua vida, mas as coisas que sei sobre você, os erros que cometeu. Você precisa de um homem que possa estar ao seu lado pra mandar em você – falou ele rindo – é sério. Você é um perigo para você mesmo porque se continuar no caminho que está, tomando decisões por você mesmo você vai acabar se matando. Larry te sacaneou muito, mas você cresceu com ele ao seu lado te ajudando a tomar decisões. Ele te impedia de cometer erros.

- eu sei – falei chorando também limpando os olhos – você não nos odeia?

- não. Claro que não – falou ele olhando para mim e se afastando. Não vou dizer que entendo o que está acontecendo com você, mas eu não entendo muita coisa e nem por isso eu as odeio e as discrimino. Desde que vocês estejam felizes eu fico feliz por vocês.

- e nós estamos – falou meu tio ficando ao meu lado e passado o braço por mim e me deixando junto dele – o amor foi instantâneo.

- eu posso pedir para que vocês deem um beijo? Tem tanta informação em minha cabeça nesse momento e eu preciso ver algo que confirme o que disseram.

- OK – falou meu tio.

Nós aproximamos nosso rosto e demos dois selinhos quando ia me afastar meu tio enfiou a língua na minha boca e eu a chupei antes de nos afastarmos e olharmos para ele.

- OK, então é mesmo verdade, parece que você achou mesmo hein velho – falou ele empurrando Roger de leve.

- obrigado por não nos odiar e se afastar da nossa família – falei para Leo.

- tudo bem papai – falou ele rindo – afinal você é meu padrasto, certo?

- tecnicamente sim, mas não precisa…

- preciso sim. Você é meu pai Mike. Você me ensinou muito. Desde que te conheço você sempre foi corajoso para fazer o que queria. Você quebra muito a cara porque não acerta sempre, mas você me ensinou a ser eu mesmo, me ensinou a sempre tentar e acabou com meu preconceito. Eu tinha muito preconceito no passado, mas você disseminou ele de mim. você me ensinou muita coisa. Você é meu pai também porque só um pai ensina tanto a um filho. De sangue ou não.

- ok filho – falei abraçando ele outra vez – eu te amo Leo.

- vocês se importam se eu contar para Katy? Ela é minha esposa e eu pretendo contar para ela.

- tudo bem – falei.

- Quando for a hora eu vou contar pro seu neto – falou Leo para Roger – quero mostrar pra ele que está tudo bem amar quem ele quiser amar. Ele vai saber que o avô é feliz.

- OK – falou Roger.

- eu preciso ir – falou Leo.

- vamos te levar até o carro – falou Roger e nós o seguimos até fora.

- Mike o que aconteceu com Jerry? Seu namorado? – perguntou Leo.

- nós terminamos. Eu não podia retribuir o sentimento que ele tinha por mim e nós estávamos juntos a mais de quatro meses. Foi preciso um beijo do seu pai pra saber que ele é o homem que eu quero pra mim e como eu disse, o amor foi instantâneo. Bastou um beijo para que eu soubesse que eu seria capaz de amá-lo da mesma forma que ele me ama.

- fico mesmo feliz por vocês – falou Leo quando chegamos perto do seu carro – mais um abraço pra se despedir.

Ele abraçou o pai e Roger falou algo para ele cochichando. Tenho certeza de que ele estava agradecendo o amor incondicional do filho. Em seguida Leo veio até mim e deu um beijo no meu rosto e me abraçou.

- tem certeza que quer contar pra Katy? – perguntei para Leo.

- porque? Eu não deveria?

- você me lembra meu pai Leo. Você é um homem amoroso, bondoso e gentil. Você nos aceita e se Katy não aceitar e fazer igual a Vanessa e virar sua cabeça?

- eu não sou Larry Mike. Ela pode até não aceitar, mas ela vai ser obrigada a respeitar vocês dois do mesmo jeito que eu respeito.

- tudo bem – falei abraçando ele novamente antes que ele entrasse no carro.

- até mais – falou Leo acenando e indo embora com o carro.

Roger e eu acenamos até que ele desapareceu na estrada.

- e então? – falou Roger olhando para mim enquanto caminhávamos de volta para a casa- está arrependido por ter quase me feito desistir de contar pro Leo?

- estou – falei rindo – o ser humano não consegue deixar de me surpreender. Admito que estava preparado para receber pedradas, fui surpreendido. Você criou um filho maravilhoso sabia?

- eu sei – falou Roger – espera Mike – falou ele me fazendo parar na porta da casa do lado de fora.

- o que foi? –perguntei confuso.

Meu tio então me pegou no colo e eu levei um susto sem saber o que ele faria.

- o que está fazendo? – perguntei me segurando firme.

- núpcias – falou ele entrando em casa comigo no colo – depois do que aconteceu eu só quero consumar nosso casamento – falou ele parando no pé da escada dando um selo em minha boca – quero fazer amor com meu marido.

- também estou ansioso, mas tem certeza que consegue subir as escadas comigo nos braços?

- quer apostar? – falou ele rindo e começando a subir.

- ainda bem que não apostei – falei segurando firme e fechando os olhos. Fiquei com medo dele cair e só abri quando chegamos na ponta da escada.

- consegui, pode abrir os olhos – falou ele.

- OK – falei abrindo.

Ele foi me levando para o quarto dele.

- você não mais dorme no quarto de hospedes – falou ele no caminho para o quarto dele – você agora dorme no quarto principal comigo.

- tudo bem – falei quando paremos em frente a porta e eu a abri.

Nós entramos no quarto e ele parou em frente a cama. Ele deu a volta na cama e me colocou deitado.

- pronto pro abate? – perguntou meu tio rindo.

- e você? está? – falei erguendo os braços para que ele se deitasse em cima de mim. ele veio por cima de mim de mim e deitou eu corpo em cima do meu e aproximou seu rosto o suficiente do meu e disse bem baixinho antes de enfiar a língua na minha boca.

- eu te amo.

- eu jurei a mim mesmo que nunca me apaixonaria outra vez – respondi entre um beijo e outro.

- o que? – perguntou ele confuso.

- eu disse que nunca me apaixonaria outra vez e aqui estou eu – falei alisando seu rosto – além de te amar eu estou apaixonado por você então não se atreva a me trair, não se atreva a me magoar e não se atreva a morrer primeiro do que eu. Primeiro foi Felix, depois Adam e agora é você. Em todos esses anos eu só amei e me apaixonei por três homens de verdade. Você entrou para a listo dos homens que podem destruir meu coração se quiser. Você me tem na palma da mão então não brinque comigo. Cumpra as promessas que me fez no nosso casamento na porta do banheiro. É disso que se trata a noite de núpcias. Não é só sexo. É a confirmação de tudo o que dissemos um para o outro.

- eu te amo – falou ele novamente – acostumasse com essas palavras porque você vai ouvir muito elas nos anos que virão – falou ele beijando minha boca.

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