Capítulo 39: Amuleto da Sorte

Conto de Misteryon McCormick como (Seguir)

Parte da série Paixão Secreta | 5ª Temporada

Roger e eu dançamos por um longo tempo no quarto. Podemos não ser casados de verdade, mas quem define o que é real ou não? Milhares de pessoas se casam na igreja e em cartórios e vivem vidas medíocres em casamentos sem amor enquanto outras pessoas só querem a oportunidade de poder amar. Como disse antes, não sei quem define o que é real ou não, mas foi real pra mim e foi real para ele. Todas as coisas que dissemos um para o outro foi real e eu sei que tudo o que Roger disse por mim é verdade e tudo o que falei para também é.

- vamos ficar aqui dançando a manhã toda? – perguntei.

- porque? Você tem planos para hoje?

- nós nos casamos e dançamos. É hora da noite de núpcias, ou nesse caso, madrugada de núpcias.

Assim que me ouviu dizer isso ele parou.

- você quer?

- quero.

- você disse que esperaria até o fim do mês.

- porque eu queria ter certeza de que daríamos certo afinal não queria fazer isso com você se não fossemos ficar juntos, mas depois de tudo o que dissemos um para o outro eu não tenho mais dúvidas. Só quero fazer amor com meu marido – falei beijando seus lábios.

- eu adoraria – falou ele dando outro selo na minha boca – mas não posso.

- porque? Vai me dizer que já se arrependeu.

- não. Não me arrependi, mas é que ontem eu queria muito fazer com você e eu te agradeço por ter me feito esperar porque eu decidi que preciso contar a Leo.

- contar a Leo? Sobre nós dois?

- ele é meu filho e eu preciso ser sincero com ele. Não posso fazer isso com ele e mentir.

- você disse que ama Leo mais do que eu. Respeito isso, mas significa que se Leo não aprovar o que provavelmente vai acontecer, você vai desistir de mim?

- eu quero ser sincero, mas não sou trouxa. Independente do que Leo disser você é meu Mike. Não vou te deixar por nada. Sim, eu amo Leo em primeiro de tudo afinal ele é meu filho, mas uma coisa não tem nada a ver com a outra. É um tipo de amor diferente. Dos homens na minha vida você é o que mais amo – falou ele aproximando o corpo junto do meu e me abraçando ele beijou meus lábios.

- sorte minha levando em consideração que eu sou o único homem em sua longa lista.

- o primeiro e o último.

- também espero – falei beijando os lábios dele.

- vou ligar para ele e dizer que venha almoçar conosco. Depois do almoço eu vou dizer.

- eu vou dizer com você.

- não. Esse é um assunto que muito delicado e eu sou o pai dele. Ele deve ouvir por mim.

- tudo bem, mas vou estar ao seu lado segurando sua mão todo o tempo e quando ele nos xingar e tentar nos matar um pode defender o outro.

- você é pessimista.

- a vida me fez assim.

- ainda bem que nessa relacionamentos tem dois. Você é o pessimista e eu o otimista.

- Então… hoje a noite nós faremos amor, independente do que ele disser?

- sim. hoje a noite – falou ele pegando o maço de cigarros e colocando no bolso.

- onde vai?

- fazer o nosso café da manhã.

- eu faço, você pode ir cuidar dos animais, da fazenda…

- tem certeza? – perguntou Roger quando chegamos a cozinha.

- totalmente.

Comecei a fazer o café da manhã. Panquecas era minhas especialidade e até que eu aprendesse a fazer outra coisa ele teria que se acostumar. Acho que depois de tres meses casado com Adam ele odiava panquecas.

Enquanto fazia o café da manhã olhei para fora e Roger parecia falar com alguém ao celular. Alguns minutos depois ele veio para dentro.

- que horas você vai ligar pra ele?

- eu já liguei.

- era com ele que você estava falando? você o convidou?

- sim. E pedi para que ele não trouxesse Katy e nem Cory.

- tem certeza de que quer contar?

- sim. não me importo com as outras pessoas, mas eu sempre fui sincero com Leo. Não vou mentir pra ele.

- Concordo com você. Se é importante para você que Leo saiba eu apoio você totalmente.

Depois de tomarmos café da manhã, arrumei a cozinha enquanto Roger cuidava dos animais. O dia estava tão lindo lá fora e a janela da cozinha dava para frente me dava uma visão panorâmica do local.

Lavei todas as louças e como ainda estava cedo, pouco mais das nove sai e fui ver o que Roger fazia.

- fazendo o que?

- Cuidando do Sombra. Parece que o dono dele não liga pra ele então eu sou eu ou ele morre aqui triste e sozinho.

- para com isso. Gosto dele sim.

- você quer montá-lo?

- tive aulas com Peter, mas isso foi a mais de dois anos. Não sei se consigo fazer isso sozinho.

- comigo então?

- sim.

- então vamos – falou ele trazendo Sombra para fora e depois de montar eu montei e me sentei atrás dele. abracei-o por trás apertando ele firme na barriga.

- estou pronto.

Nesse momento ele fez com que Sombra galopasse devagar pelo campo e nós nos afastamos mais e mais da casa e eu o abracei mais forte.

Roger fez Sombra fazer curva e ao fazer isso ao longe nós vimos a casa enquanto ele corria com a crina balançando ao vento.

- está gostando? – perguntou Roger.

- muito – falei segurando ele bem firme – dá um pouco de medo, mas estou bem.

Nós cavalgamos por mais um longo tempo até que resolvemos voltar para casa. Nós tínhamos isso longe. Roger disse que fomos quase até a casa de Leo e voltamos. Ao parar Sombra fui tentar descer e quando coloquei um pé no chão o outro prendeu e eu cai de costas. Eu dei risada no chão.

- cuidado – falou Roger descendo e me ajudando a levantar.

- estou bem – falei me levantando e limpando a calça enquanto caminhamos para a casa. Quando chegamos na porta eu o parei – espera – falei segurando o braço dele.

- o que foi?

- eu só quero dizer que eu conheço esse sentimento. Você quer contar a Leo porque ele é uma pessoa importante. Você quer partilhar com ele esse sentimento e…

- não me tenta convencer do contrário Mike ou vou ficar chateado com você.

- não. Longe de mim tentar te convencer. Só estou dizendo que você diz que não via se importar com o que ele disser e isso é mentira porque vai doer muito dependendo do que ele disser. Só espero que depois dessa revelação você ainda me queira mesmo sabendo que eu sou o motivo de seu filho te odiar. Não estou tentando te convencer do contrário só estou dizendo que estou com medo.

- medo do que? De ser rejeitado? Eu nunca faria isso.

- tem certeza? Porque estou animado por isso. Estou animado por essa noite e pelo futuro.

- eu prometi te amar hoje não cedo não prometi?

- sim, prometeu.

- essa aliança – falou ele pegando minha mão – esse aliança representa meu amor por você e mesmo quando nós brigarmos sempre que olhar pra essa aliança você pode ter certeza de que te amo. Você está certo. Se Leo me odiar a partir de hoje vai doer muito, mas você vale a pena.

- eu valho? – falei apertando fechando os olhos e sentindo sua respiração.

- totalmente – falou ele beijando meus lábios e eu levei minha mão até seu peito. Depois de dois selinhos peguei a mão dele e dei um beijo nela deixando ele alisar meu rosto.

- estou ansioso por nossa lua-de-mel – falou ele segurando meu rosto entre suas mãos e dando um selinho demorado em meus lábios.

- também estou – falei soltando-o.

Depois desses beijos entramos em casa nos preparar para o almoço.

nós ficamos quase uma hora cavalgando e estávamos em cima da hora.

Pouco depois do meio dia o almoço ficou pronto. Leo ainda não tinha chegado.

- será que ele não vem?

- claro que vem – falei tentando acalmá-lo.

- e se não vier? Eu sinto como se não fosse conseguir se ele não aparecer.

- se acalma – falei me aproximando dele para abraça-lo, mas ele se afastou.

- me deixa em paz – falou ele impaciente.

- eu só quero te abraçar pra te acalmar.

- não quero abraço pra me acalmar.

- hei! Você não tem o direito de falar assim como eu só quero te deixar calmo.

- me desculpa – falou ele tentando se calmar.

- tudo bem – falei me aproximando – você precisa se acostumar com isso – falei abraçando ele – me abraça.

Ele passou os braços por mim e me abraçou.

- não precisa ficar nervoso. Sempre que estiver desse jeito é só me abraçar.

- me desculpa por gritar – falou ele beijando meu pescoço.

- sem problema.

Nesse momento ouvimos o barulho do carro chegando e nós demos um pulos nos afastando. Ficamos quase dois metros um do outro.

- será que ele viu? – perguntou Roger.

- claro que não.

- OK – falou ele tentando se acalmar – nós vamos almoçar em paz e depois eu conto a bomba.

- sim, eu vou estar ao seu lado o tempo todo.

- tem certeza? E se ele surtar?

- não tem problema. Vamos enfrentar juntos.

- OK – falou ele vindo rapidamente até mim e dando um selo nos meus lábios – eu te amo e sei que você não concorda com isso. Por você eu sei que nunca diria, mas se você realmente me ama você vai me apoiar.

- eu te amo – falei respirando fundo – eu te apoio. Se contar é o que você quer, eu te amo por ser tão corajoso. Lembre-se do seu amuleto – falei sobre o maço de cigarros – você tem a força dentro de sí. Você consegue.

- OK – falou ele parecendo nervoso. Ele deu um sorriso e saiu para receber Leo.

Invejava o otimismo do meu tio. É claro que Leo vai surtar, nos xingar e depois nunca mais vai nos querer ver na vida. Queria ser assim tão otimista, mas se ele quer contar, vou estar ao lado dele.

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