Capítulo 31: Primeira Vez Que ele Beijou Um Garoto

Conto de Misteryon McCormick como (Seguir)

Parte da série Paixão Secreta | 5ª Temporada

Depois que algumas pessoas foram ao meu blog pedir decidi voltar. Recebi alguns emails e tomei essa decisão.

E para aqueles que comentam coisas ruins sobre meus contos, podem continuar comentando. Vocês não deveriam ter medo de comentar, não deveriam ter medo de expressar a opinião de vocês. Eu não acredito em censura. você não precisam ficar com medo de dar a opinião de vocês porque ficam com medo de me magoar. É a opinião de vocês e por mais que me doa eu preciso aceitar. Prometo não fazer mais "drama" por causa disso porque eu decidi continuar independente dos comentários.

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Gwen e meu tio Roger estavam em um relacionamento. Nunca ia imaginar que isso aconteceria, mas agora que ele me contou eles formavam um belo casal. Pode parecer bobeira para quem está de fora e está acostumado com isso, mas meu tio tinha vergonha de sofrer preconceito quanto ao amor e isso pra mim é inaceitável. Fico realmente feliz que ele tenha tido coragem o suficiente para me contar porque ele podia simplesmente ter inventado outra mentira e continuar escondendo de mim a felicidade dele. Fico feliz que ele se sinta livre e confortável por me contar o que realmente sente.

- você quer me fazer um pedido?

- quero, mas antes… posso perguntar uma coisa tio?

- pode.

- sabe a pergunta que eu fiz hoje mais cedo?

- qual delas?

- se o senhor amou alguém depois que a minha tia faleceu?

- sei.

- agora que eu sei sobre a Gwen o senhor me daria uma resposta diferente?

- qual a resposta que eu dei?

- nada. O senhor apenas suspirou e dai eu tirei minha resposta de que o senhor não amou ninguém depois de sua esposa. O que o senhor me responderia agora? O senhor acha que podemos amar outra pessoa depois de perder o amor da nossa vida?

- sabe o que eu acho? Acho que o mundo seria um lugar cruel se tivéssemos apenas uma alma gêmea. Acho que cada panela no mundo tem pelo menos umas quatro ou cinco tampas.

- o senhor ama Gwen?

- sinceramente? Não, mas eu acho que você deve dizer “eu te amo” para Jerry mesmo que não sinta.

- acha mesmo que devo dizer eu te amo para Jerry?

- você disse que Jerry te ama e que ele te faz feliz. Acho que você deve fazer qualquer coisa para segurá-lo e manter ele ao seu lado. Minta pra ele. Diga que o ama. Não fique preocupado demais pensando se vai amá-lo ou não. Apenas diga ‘eu te amo’ todos os dias e eu te garanto que um dia você vai amá-lo.

- porque fazer isso se não é a verdade? Porque continua se não o amo? Porque o senhor continua dizendo a Gwen se você não á ama?

- porque eu posso amá-la uma dia. Se eu tentar e ficar com ela mesmo sem amá-la talvez um dia aconteça.

- talvez? isso é meio deprimente.

- não é. Eu aprendi que o amor é assim. Foi assim que seu avô criou a mim e a Larry. Se você forçar ele pode acontecer.

- que deus o tenha, mas de onde meu avô tirou isso?

- ele foi casado com sua avó por anos. Ele gostava dela, mas acho que não á amou no começo, mas acabou acontecendo. Se funcionava no passado, pode funcionar agora também.

- você sabe que a maioria dos casamentos no passado eram arranjados, certo? Seria um desrespeito se o noivo ou a noive desistissem então a maioria se casava para honrar o desejo do pai e da mãe. Isso não funciona hoje em dia tio.

- você está me dando uma lição de moral – Falou meu tio sem graça.

-Me perdoa, não quero desrespeitá-lo. Só estou dizendo que o amor acontece. Um dia você é só um garoto qualquer nessa imensidão. De repente você não acha que possa existir no mundo a menos que tenha essa pessoa ao seu lado abraçado a você.

Enquanto disse isso meu tio pareceu pensativo.

- isso é bonito – falou meu tio – eu me sinto assim – falou ele olhando pra mim – você pensa assim sobre Adam?

- sim. Adam. E o senhor? Se sente assim com Gwen?

Meu tio não respondeu nada e se aproximou rápido e estulto de mim me dando um beijo na boca. Ele segurou meu rosto e apertou seus lábios desajeitadamente contra os meus. Ele tentou me beijar de língua, mas eu apertei os lábios não correspondendo e não deixando ele enfiar a língua em minha boca. Ele lambeu minha boca por fora frustrado antes de perceber que eu não queria o mesmo que ele. Suas mãos me seguravam firme e forte.

Ele se afastou e ficou olhando pra mim sem dizer nada. Eu comecei a tremer os braços e apertei os lábios. Meus olhos lacrimejaram. Não porque queria chorar, mas foi a surpresa. Foi o abuso. Por um momento pensei em Larry quando me estuprou. Ser estuprado pelo pai deixa marcas em nossa alma. Uma marca que eu acho que nem Deus consegue apagar. Por um momento pensei que ele fosse me jogar no chão e fazer o mesmo que meu pai Larry fez. Nunca me assustei tanto na vida.

Eu me levantei olhando para meu tio e limpei os olhos e engoli seco.

- o senhor está certo. Vou dizer eu te amo para Jerry. Hoje – falei isso indo em direção a porta.

- Mike espera, qual o pedido você queria fazer? – falou meu tio se levantando, mas eu não dei atenção e sai do quarto cambaleando com o coração palpitando. Meu tio olhou para baixo e encarou o chão triste se arrependendo do que fez.

“porque fiz isso” – pensou meu tio dentro do quarto cabisbaixo. Ele não tinha coragem de sair do quarto e não pensava em descer as escada mesmo sabendo que era o anfitrião e que ele seria obrigado a descer

Ao sair do quarto fui trêmulo pelo corredor até chegar ás escadas com o coração batendo a mil. Respirei fundo enquanto descia as escadas. meus pensamentos estavam bagunçados naquele momento. Não sabia o que pensar, o que não pensar e nem o que dizer.

Ao chegar na cozinha vi Jerry sentado a mesa pensando em algo. Olhei para ele, mas não soube o que dizer.

- você está bem? Está pálido – falou Jerry.

- estou… estou sim – falei tentando me acalmar e forçando um sorriso. Jerry não deu mais atenção a mim e voltou a fazer o que ele fazia. Pensativo e meio desanimado. Tentei esquecer o que tinha acontecido e senti um frio na barriga ao me lembrar do que tinha acontecido mesmo tentando esquecer.

- está pensando em que? – perguntei para Jerry que estava pensativo.

- não é nada – falou olhando pra mim – só estou com dor de cabeça.

- ainda não passou? Você está mesmo bem?

- a dor ainda não passou, mas não precisa se preocupar eu estou bem. de verdade.

- ok – falei institivamente me aproximando para dar um selo, mas Jerry não fez o mesmo e eu dei dois beijos no rosto dele.

- se você diz que está bem eu acredito – falei tentando parecer carinhoso.

Nesse momento meu tio entrou na cozinha. Olhei para ele e ele me olhou sem piscar. Nós não dissemos nada um para o outro ,mas eu tive a clara impressão de que ele queria conversar comigo em particular.

Jerry olhou para meu tio e ao olhar para o outro lado meu tio sinalizou com a mão me chamando para ir a sala com ele, mas eu apenas olhei para o outro lado e me sentei ao lado de Jerry.

Depois de alguns segundos eu fui salvo pelo bongo. Nesse caso, uma buzina.

- deve ser o Leo – falou meu tio sem graça.

Nós nos levantamos para receber os convidados. Ao abrir a porta vi de longe Leo e Katy saírem de sua caminhonete. Nos braços de Katy estava o pequeno Cory. Meu sobrinho-primo-sei-lá-o-que.

- boa noite – falou Leo apertando a mão de seu pai e dando um braço nele. Em seguida ele veio até mim.

- Mike, nem parece você – falou ele me abraçando – senti sua falta.

- eu também senti a sua primo.

Assim que me soltou apresentei meu namorado.

- esse é Jerry, meu namorado.

- muito prazer – falou Leo apertando a mão dele.

- olá Mike – falou Katy se aproximando e nós nos abraçamos. Em seguida dei um beijo no rosto dela.

- Katy esse é Jerry.

- muito prazer Jerry.

- e quem é esse garotão? – perguntou Jerry pegando na mão do Cory.

- esse é Cory. Diga oi Cory.

- oi – falou Cory.

- meu deus, ele já fala?

- e anda – falou Katy colocando ele no chão. Cory deu alguns passos.

- ele cresceu tão rápido.

- você é que desapareceu e nunca mais voltou.

- nós temos muito o que conversar?

- agora tem – falou Gwen entrando pela porta da frente.

- você veio – falei abraçando Gwen.

- mas é claro. Ou você acha que eu sou de dar bolo?

- eu não disse isso.

- mas você já deu bolo várias vezes – falou Katy.

- parede falar disso Katy – falou Gwen rindo – até no meu funeral você vai falar sobre a vez que não apareci para o aniversário do Cory. Eu disse que ‘talvez’ iria. Você sabe que é aniversário do meu pai, Paul, no mesmo dia.

- tudo bem, eu prometo esquecer. Por essa noite – falou Katy rindo.

- o jantar está pronto – falou meu tio.

Todos nós nos direcionamos para a mesa do jantar e ficamos conversando. Jerry continuava meio abatido e meu tio olhava para mim. O estranho é que agora que vi meu tio e Gwen juntos eles não pareciam um casal. Mesmo que ninguém saiba nós podemos notar de longe quando existe química entre duas pessoas.

Estava confuso e meio usado nessa noite. Eu queria muito saber o que se passava em sua mente. Por hora eu deixei de lado afinal tinha que colocar a conversa em dia com Katy, Leo e Gwen.

O jantar foi bastante divertido e movimentado. A maioria conversava uns com os outros, mas a verdadeira tensão .basicamente silencioso. Estávamos sentados á mesa. Jerry ao meu lado do lado esquerdo e meu tio na ponta do direito da mesa.

Além da conversa que não era muito alta e reservada apenas a Jerry, Gwen, Katy e Leo. Meu tio e eu éramos os únicos a não falar com ninguém. O barulho dos talheres batendo no prato estavam altos em minha mente. Meu tio olhava para mim praticamente o tempo todo apenas desviando o olhar quando eu olhava pra ele.

- você está tão calado – falou Katy.

- não é nada – falei forçando um sorriso.

- você vai ficar aqui por muito tempo? – perguntou Leo.

- não sei. Mais um dia ou dois no máximo. Jerry e eu precisamos voltar. Ele tem o trabalho e eu estou pensando em ter aulas de direção. Já está na hora de aprender a dirigir.

- é uma ótima idéia – falou meu tio.

- tanto faz – falei forçando um sorriso e voltando a comer.

O jantar continuou. Com esse clima que você viu. A tensão crescia entre Jerry que mal olhava pra mim e meu tio que olhava demais louco para dizer algo sobre o que tinha acontecido. E tinha eu é claro, que não queria ouvir o que ele tinha a dizer.

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