Capítulo 23: Roubando Doce De Uma Criança

Conto de Misteryon McCormick como (Seguir)

Parte da série Paixão Secreta | 5ª Temporada

Havia chegado o dia que tanto esperávamos. Estávamos ambos ansiosos e nervosos com essa noite, principalmente eu que nunca tinha feito nada parecido com o que íamos fazer. Era algo novo e diferente, mas Jerry e eu gostávamos muito um do outro e entre quatro paredes tudo vale, desde que todos concordem com o que acontece. Meu pai e Jerry não começaram bem, mas é claro que depois de um tempo eles se entenderam melhor.

Jerry tinha ido levar meu pai no aeroporto e depois ele ia para o trabalho. Jerry tinha conversado comigo sobre como funcionaria. Assim que ele chegasse do trabalho ele já traria o homem com ele. O homem que ele conheceu no bar nessa mesma semana. Ele disse que escolheu um homem que aparentemente me agradaria.

Eu estava nervosa pra caralho afinal nunca tinha feito isso. Já tinha feito sexo a três antes, mas isso completamente diferente. Fazer sexo na frente do meu namorado com outro homem enquanto ele me observava louco de tesão por isso. É estranho aos meus olhos, mas todos temos um fetiche. Bem lá fundo sei que todos gostamos de algo que seria estranho aos olhos de outra pessoa.

Eu estava animado por essa noite, mas posso dizer que estava preocupado comigo mesmo. Jerry era apaixonado por mim e já se passaram meses desde que ele tinha dito que me amava e até agora eu não sinto o mesmo. Tenho medo de perde-lo afinal ele tem sido o paraquedas na minha queda desde que Adam se foi. Agora eu sentia finalmente estar seguindo em frente quanto a Adam. Já não tenho mais pesadelos e nem acordo no meio da noite para ficar pensando na vida que tive. Quando penso nisso parece tão distante. Estava contente por finalmente ter deixado tudo para trás afinal o que passou, passou.

Estava almoçando em casa mesmo. Preparei uma comida qualquer com o que encontrei na geladeira de Jerry.

Enquanto comia meu celular tocou. Era o corretor de imóveis. Provavelmente tinha arrumado toda a papelada.

- pois não – falei atendendo o celular.

- boa tarde, tudo bem com o senhor?

- estou bem e com você?

- sim. Espero não estar atrapalhando por ligar nesse horário.

- na verdade estou almoçando.

- posso ligar outra hora.

- não por isso. Pode falar. Eu não tenho essa bobeira.

- OK, eu estou ligando para avisar que estou com a papelada.

- sério? É só assinar e transferir o dinheiro?

- exato. Quando podemos fazer isso?

- o mais rápido que pudermos.

- podemos ir para o banco resolver hoje mesmo se quiser.

- eu vou terminar de almoçar e você pode vir me buscar?

- posso sim senhor.

- pode ser então “senhor corretor”.

- tudo bem. me passa seu endereço por favor.

Depois que passei meu endereço ele disse que em trinta minutos estaria lá. Depois que almocei tomei um banho e vesti minha melhor roupa e fui para a porta do prédio esperar pelo corretor.

Não demorou para vê-lo se aproximar. O seu carro era um tom de azul que nunca tinha visto antes. Entrei no seu carro e não demorou para que chegássemos no banco.

Ao sairmos andamos em direção ao banco enquanto ele me explicava algumas coisas.

- então é só assinar os papéis e transferir o dinheiro pra sua conta?

- não. Pra conta da imobiliária.

- entendo.

- você não entende muito dessas coisas né?

- não muito. Meu marido é que cuidava da burocracia ele era advogado então… sou novo nisso – falei rindo.

- viu só? Eu sou um corretor honesto. Já pensou se tivesse má fé? Eu podia fazer você transferir o dinheiro todo pra minha conta e desaparecer.

- sorte a minha.

Nós entramos no banco e eu fui para a fila.

- eu posso fazer a transferência pelo caixa eletrônico mesmo?

- sim. Você tem o cartão?

- sim. Eles me mandaram um assim que recebi o seguro de vida do Adam – falei pegando minha carteira para pegar o cartão. Procurei por ele por todos os lados, mas não encontrei. Retirei todos os cartões e li um por um, mas não encontrei.

- está tudo bem?

- eu não encontro o cartão – falei guardando tudo de volta na carteira.

- talvez você tenha sumido?

- possível. Quando eu descobri sobre o seguro eu fiquei tão puto por Adam não ter me contado que posso até ter quebrado em mil pedaços.

- vamos falar com o gerente do banco. Você pode pedir outro e ele te dá um provisório.

- OK – falei saindo da fila e indo falar com o gerente.

- boa tarde – falei apertando a mão do gerente que me mandou sentar.

- no que posso te ajudar?

- eu recebi um seguro de vida a mais de um ano só que eu acho que sumi com o cartão. Posso fazer outro por favor?

- claro que sim.

- qual seu nome por gentileza?

- Mickey Fox Krigsman-Fabray.

- qual o número do seguro social?

- 55679110-2

- só um momento – falou o gerente conferindo algo no computador.

- o senhor disse que não mexeu no dinheiro?

- não senhor. porque?

- veja só – falou o gerente virando a tela do computador – aqui diz que a dois meses atrás foram feitos quatro saques em valores altos que resultam em mais de 1.4 milhões.

- o que? Eu nem mexi no dinheiro?

- lamento dizer isso, mas o senhor estava sendo roubado.

- roubado?

- aqui diz que os saques foram feitos no estado da Califórnia em caixas eletrônicos diferentes com mais ou menos dois dias de diferença cada.

- como é possível?

- alguém estava com o cartão do senhor.

- a pessoa não tirou o resto?

- veja só a mais de dois meses o senhor foi dado como desaparecido, ao constatar isso o banco automaticamente cancelou seu cartão e bloqueou a conta.

- podem e dizer exatamente quais os dias foram feitos esses saques?

- dias 2, 4, 7 e 9 de dezembro.

- não acredito – falei me decepcionando mais um pouco.

- o senhor tem idéia de quem possa ter sido?

- meu pai – falei para a surpresa do gerente que não ousou perguntar o porque.

Eu tinha certeza que era ele. Ele era um dos poucos que sabia, ele podia ter roubado o cartão e as datas coincidem mais ou menos com a data em que ele se mudou. Comecei a cochichar baixo e o gerente achou estranho.

- o senhor está bem? quer um copo de água?

- na verdade eu estou agradecendo o fato de ele não ter roubado todo o dinheiro.

- veja só, esse dinheiro foi depositado na conta poupança onde o senhor recebeu 0,6% de juros ao mês. Nesses dezoito meses o senhor teve mais de meio milhão apenas de juros. Eu sei que não é muito reconfortante, mas o senhor ainda tem 4.1 milhões.

- bom pelo menos agora eu posso dizer que não devo nada a ele.

- o que o senhor gostaria de fazer? Podemos chamar a policia e ela fará uma investigação…

- não. Nada disso.

- eu gostaria de pedir desculpas em nome do banco…

- não precisa pedir desculpas. A culpa foi minha. O dinheiro muda as pessoas. Hoje em dia está difícil saber em quem podemos confiar ou não. Obviamente eu errei ao confiar em meu próprio ex-pai e a vagabunda que ele se casou.

- tem certeza que não quer justiça? Quer dizer, se fizer queixa ele pode ir preso.

- sabe porque meu pai roubou de mim? porque ele sabia que eu não prestaria queixa. Ele roubou de cara lavada esse dinheiro e nem se escondeu porque sabe que eu não vou dar queixa, mas sabe porque não vou dar queixa? Porque eu tenho pena dele. Roubar do próprio filho. O dinheiro que eu ganhei com a morte do meu marido. Se tem uma coisa que eu aprendi é que aqui se faz e aqui se paga. Nós judeus não acreditamos em inferno. Exatamente por isso eu sei que o inferno é aqui na terra. Não existe lugar de mais sofrimento do que aqui e eu sei que o mundo dá voltas. O cuspe que ele mirou em mim pro alto e quando o mundo fizer uma volta completa vai cair na cara dele. Eu só queria estar perto dele pra ver quando atingi-lo.

- se assim o senhor deseja – falou ele olhando para o computador.

- Tudo o que quero é outro cartão e uma nova senha. Será que posso fazer uma transferência ainda hoje?

- claro que sim. Podemos fazer isso agora mesmo.

- ótimo – falei olhando para trás e o corretor estava ao longe esperando com um sorriso no rosto.

Depois de quase uma hora respondendo dezenas de perguntas e assinando vários papéis o gerente finalmente me entregou um cartão provisório. Ele disse que eu poderia fazer a transferência na boca do caixa

- muito obrigado – falei apertando a mão do gerente.

Era isso. Fui roubado pelo Larry. Quando mais eu cavo mais podres eu descubro dele. o mais engraçado é que eu não desejo a morte dele porque seria uma saída muito fácil. Espero que ele viva até os cem anos de idade pagando por todos os seus erros. Eu digo e repito: só tenho pena da pequena Rachel. Crescendo no meio de tantas trapaças e mentira. Eu tive foi sorte deles tirarem a máscara antes que me fizessem mais mal.

Comentários

Há 1 comentários.

Por Ryan Benson em 2015-02-19 03:50:38
*0* OMG, Larry...? Agora tudo faz sentido 😡