Capítulo 21: Eu Sabia que Um Dia Ia Acontecer

Conto de Misteryon McCormick como (Seguir)

Parte da série Paixão Secreta | 5ª Temporada

Ray estava me matando de ansiedade. O que diabos Larry tinha feito que ele não podia me falar de uma vez? Ele tentava me deixar calmo, mas ele só me deixava mais nervoso ainda. Ele assinou um papel e antes de irmos eu também assinei um papel. Ray n’ao falava comigo sobre o que tinha acontecido, mas algo estava em minha mente. Porque meu pai Larry e Vanessa não queriam que eu conversasse com Ray? Porque mentiram?

Ray e eu finalmente saímos da delegacia.

- vamos indo – falou meu pai.

- o que diabos aconteceu pai? Me diz logo o senhor está me matando.

- eu acho melhor você ver – falou ele chamando um taxi.

- ele morreu? Teve um acidente? Me diz pelo menos se ele está bem.

- eu não sei – falou Ray.

- OK – falei tentando me acalmar. Não sei o que aconteceu, mas eu não conseguiria arrancar nada de Ray então decidi me acalmar – onde nós vamos?

- para a casa de Larry.

- tudo bem – falei tentando me acalmar.

O taxi nos levou até a casa do meu pai e ao chegarmos meu pai pagou o taxi. Nós estávamos em frente a casa do meu pai e mesmo assim Ray não me disse nada. Ele apenas acendeu um cigarro.

- e então? O que Larry fez?

- chame ele – falou Ray.

Apertei o botão do interfone. Chamou algumas vezes, mas alguém finalmente atendeu.

- quem é? – falou uma voz masculina.

- sou eu.

- eu quem?

- é o Mike pai.

- Mike? – falou a voz – você é “O Mike” ?

- sim. Eu sou “O Mike”.

Esperei alguns minutos e meu pai Ray nem olhava pra mim quando eu olhava pra ele.

Nesse momento alguém abriu a porta e assim que eu vi quem atendeu levei um susto. Não era meu pai e sim um homem que nunca vi na vida.

- você é “O Mike”?

- quem é você? O que está fazendo ai?

- olá. Lembra de mim – falou meu pai Ray acenando.

- você é mesmo “O Mike” – falou ele saindo da minha frente – pode entrar.

Eu entrei e meu pai Ray entrou comigo. O homem nos seguiu até que entramos. A casa estava totalmente diferente. Quer dizer, não a casa mas a decoração e os móveis.

- que diabos é isso? Onde está meu pai.

- quem é? – perguntou uma mulher chegando na sala.

- é “o Mike” – falou o homem para a mulher que provavelmente era sua esposa. Ray ficou de fora fumando e eu entrei.

- quem são vocês? Onde está meu pai?

Nesse momento duas crianças apareceram correndo da cozinha.

- você deve estar falando dos antigos moradores – falou o homem.

- antigos moradores?

- sim. Nós compramos essas casa em novembro do ano passado. Os antigos moradores pareciam apressados para se mudarem. Eles até abaixaram o preço para que nós comprássemos.

- eles… eles se mudaram? Para onde?

- eu não sei. Tudo o que sei é que eles pareciam com pressa e tudo o que eles deixaram para trás foi isso –falou o homem pegando uma caixa de papelão atrás do sofá escrita ‘MIKE’ e colocando em ciam do sofá.

Eu abri a caixa e havia algumas coisas minhas. Algumas roupas, o relógio da minha cômoda entre várias coisas da minha infância.

- eu fiquei me perguntando quem seria Mike – falou a mulher – decidimos deixar a caixa guardada porque esperávamos que alguém viesse buscar.

- vocês tem certeza de que eles não disseram para onde iam?

- como nós dissemos, eles pareciam apressados como se estivessem aproveitando a ausência de alguém para desaparecer do mapa. Eu juro que quando viemos olhar a casa pela primeira vez ouvi a mulher loira dizer o homem bonito de olhos verdes: ‘precisamos abaixar o preço e ir antes que ele resolva voltar’.

- não acredito que eles se foram – falei olhando todas as coisas que eles deixaram.

- sinto muito – falou Ray vindo até mim – quando vim aqui fiquei tão surpreso quanto você. Quando eu vi a caixa escrita Mike eu pensei que tivesse acontecido alguma coisa. Porque eles deixariam você para trás? Eu não sabia se você tinha ido ou se tinha acontecido alguma coisa.

Aquela noticia tinha me chocado. Meu pai Larry e Vanessa tinham desaparecido com Rachel, vendido a casa e ido embora sem dizer para onde.

- você não tem idéia de onde eles possam estar? – perguntou o homem.

- sinceramente não – falei com o coração doendo.

- você podem pegar a caixa já que você é Mike – falou o homem.

- tudo bem – falou Ray apertando a mão dele – obrigado por nos receber.

- por nada. Se quiserem voltar para procurar por mais alguma coisa na casa, mas eu não percebi nada além dessa caixa.

- obrigado – falei pegando a caixa e saindo da casa com Ray.

- você está bem? – perguntou ele me abraçando.

- não sei – falei triste.

- não perca a esperança talvez nós encontremos a solução.

- eu não sei se quero saber onde eles estão. Se eles foram embora com pressa fugindo de mim talvez seja melhor eles de lado.

- tem certeza?

- não tenho certeza de mais nada.

- antes de desistir nós podemos falar com seu tio Roger ou com o irmão da Vanessa. Ela tem um irmão certo? Se chama Vincent?

- isso mesmo, mas e se eles tiverem desaparecido também.

- só vamos descobrir se fomos atrás.

- tudo bem – falei indo em direção ao uma lixeira e jogando a caixa dentro.

Meu pai e eu andamos na calçada procurando por um ponto de taxi, mas no final decidimos ir de ônibus até a “Olympus Advocacy”. Talvez Vincent esteja lá, talvez ele possa me explicar porque Vanessa desapareceu.

Ao chegarmos na recepção da advocacia nós fomos até a recepção do térreo.

- bom dia – falou meu pai – gostaríamos de falar com o Vincent Smith.

- só um minuto – falou o recepcionista checando alguma coisa.

- só falta ele dizer que o Vincent também pediu demissão e desapareceu.

- pode ir – falou o homem – a sala dele fica no décimo sexto andar.

- obrigado – falou Ray agradecendo e nós fomos até o elevador.

Ao chegar no décimo sexto andar nós fomos até a recepção e uma mulher estava lá.

- bom dia, gostaríamos de falar com o Vincent Smith – falei

- só um segundo – falou ela ligando para Vincent – Dr. Smith, tem dois homens aqui querendo vê-lo.

- meu nome é Mike. Diz que é o Mike.

- ele se chama Mike – falou ela pausando – OK.

Ela deligou o telefone e antes que ela dissesse alguma coisa Vincent saiu da sala dele.

- olá Mike, tudo bem – falou Vincent vindo até mim.

- me diz que você sabe para onde eles foram – falei parando no meio do caminho.

- você precisa se acalmar – falou Vincent.

- eu estou calmo e estou muito confuso também.

- olha Mike, eu realmente diria se…

- você não sabe também? – falei triste.

- sim eu sei, mas não posso dizer.

- porque não?

- Larry e Vanessa não querem que eu diga.

- você precisa dizer – falou Ray.

- quer saber? – falei dando dois passos para trás – eu fiquei preocupado pensando que algo de ruim tinha acontecido, mas vejo que eles estão bem. Chega. Simplesmente… Chega.

- onde você vai filho – falou meu pai me seguindo.

- chega – falei andando em direção ao elevador.

- eu posso arrancar dele.

- se o senhor me ama o senhor vai deixar pra lá assim como eu estou deixando – falei esbarrando em alguém.

- me desculpa – falou o homem ao qual eu esbarrei.

- sem problema – falei apertando o botão do elevador.

- eu, eu te conheço – falou o homem.

- pro seu bem é melhor não conhecer – falei entrando no elevador assim que a porta se abriu.

- OK – falou o homem seguindo seu caminho.

- eu não posso deixar pra lá, você está sofrendo.

- não estou sofrendo. Se onde tirou isso? Pessoas vem pessoas vão. Pessoas morrem de forma horrível, mas eu continuo aqui – falei apertando o botão do elevador e a porta começou a se fechar.

- tem certeza? – perguntou meu pai segurando a porta

- tenho. O senhor vem comigo?

- claro – falou meu pai entrando no elevador e apertando o botão do térreonovamente.

- “uma cadeira continua uma cadeira mesmo quando ninguém está sentado” certo? Eu não preciso deles. Eu continuo eu mesmo e vou continuar vivendo minha vida a diferença é que eles não fazem parte dos mil problemas que tenho no momento.

- tem certeza?

- pare de me perguntar se tenho certeza. Pare de me perguntar sobre isso e de falar sobre isso. Se o senhor é meu pai e me ama o senhor via esquecer isso. Eu não os vejo á meses e isso não vai me afetar mais. OK? – falei saindo do elevador e olhando pra ele.

- OK – falou ele saindo comigo.

Nós paramos em frente a empresa e ficamos lá parados por um tempo.

- para onde vamos?

- eu nem perguntei. Como está minha mãe e meu irmão. Eles estão bem?

- sentindo muito sua falta, mas sim. Estão bem.

- que bom, porque a partir de agora vocês são a única família que eu tenho.

Meu pai não falou nada e nós dois descemos os poucos a os degraus até chegarmos na calçada

- para onde nós vamos filho?

- o senhor gostaria de conhecer meu namorado?

- claro que quero.

- então vamos. ele está no trabalho agora, mas eu gostaria de levar o senhor para ver o apartamento que eu vou comprar.

- você está mesmo bem? – falou meu pai.

- por favor pai, eu disse que estou bem.

- eu não quero ver você sofrer.

- eu não estou sofrendo OK? Eu estou chocado, mas não estou sofrendo. Eu nunca imaginei que ele faria isso comigo. Nenhum dos dois. É claro que vou ficar meio abalado hoje e talvez amanhã, mas vai passar porque eu não vou sofrer por causa disso. Afinal eu tenho um pai de verdade. Tenho ou não tenho?

- tem sim – falou ele me abraçando – um pai que pensou que você tinha desaparecido sem deixar rastro. Me promete que nunca mais vai fazer isso.

- prometo sim – falei abraçando-o de volta.

- então, vamos ver esse apartamento oque você vai comprar? – falou meu pai com um sorriso.

- o senhor vai achar meio extravagante, eu achei no começo, mas o senhor vai ver que… – falei chamando por um taxi e um parou.

Assim que nós entramos eu falei o endereço para onde iriamos. Eu estava chocado com o que tinha acontecido? Sim. Eu iria sofrer por causa disso? não. Tinha uma nova vida esperando por mim, tudo o que aconteceu foi inesperado, mas Eu disse que não perdoaria meu pai e eu não perdoei por ele ter me tratado mal e agora que ele se foi tudo o que sinto é finalmente livre. Eu já não tenho mais motivos para ficar preso no passado. É como foi dito uma vez. Eu fiz de tudo para perdoar o que ele fez comigo, ele me estuprou e levou uma grande parte minha embora quando fez isso e mesmo assim eu o perdoei. O mundo dá voltas e pagamos aqui as coisas que fazemos. Pode demorar um mês ou dez anos, mas ele vai precisar de mim. A partir de hoje eu só tenho um pai. Ray.

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