Capítulo 20: Alguém Te Ama

Conto de Misteryon McCormick como (Seguir)

Parte da série Paixão Secreta | 5ª Temporada

O corretor mal educado e presunçoso começou a me mostrar o apartamento em uma tentativa de tentar me fazer ficar com ele. Ele falava tanta coisa tentando me impressionar e eu apenas sorria e confirmava positivamente com a cabeça sem saber o que dizer afinal eu não fazia idéia da maioria das coisas que ele dizia. Ele me dizia a origem dos materiais usados, o nome dos engenheiro envolvidos na construção e em como o meu dinheiro seria valorizado se eu comprasse aquele apartamento.

- será um ótimo investimento se o senhor comprar esse apartamento.

- por favor, senhor é meu pai, me chame de Mike.

- OK, Mike – falou ele me mostrando o quarto – será um investimento inteligente, em alguns anos você pode vende-lo pelo mesmo preço ou até mais.

- não. Eu não quero vender. Se for pra vender eu prefiro nem comprar e desistir.

- não senhor… Mike. O que quero dizer é que o dinheiro aplicado será bem investido e além do mais hoje em dia o que mais conta é a segurança. Como você viu tem câmeras em todos os andares inclusive do lado de fora – falou ele saindo e indo até lá fora onde estava o tablet.

- e a senha que eu recebi para entrar?

- não se preocupe. Ela muda todos os dias exatamente á meia noite e todos os moradores recebem a nova senha pelo tablet. Você pode também sincronizar com seu celular e receber por mensagem caso não esteja em casa.

- sabe eu estou procurando um lugar para poder morar o resto da vida. Nem se eu casar eu saio daqui.

- tenho certeza que qualquer mulher morreria para morrer aqui.

- então estou ferrado porque mulheres não são meu tipo.

- Haaa… OK – falou ele em uma grande pausa – sabe eu apoio os gays, não tenho nada contra eles. Na verdade eu os respeito muito.

- engraçado. Será que se eu fosse um ‘gay pobre’ eu teria seu respeito? Não quero ser rude, mas hoje em dia é o que mais acontece. Um gay é expulso de casa pela família e anos depois quando ele se casa, tem um emprego e começa a ganhar dinheiro a família se arrepende e aparece pedindo perdão. Isso não aconteceu comigo, mas conheço muitos casos como esse.

- isso é verdade, mas eu não disse isso pelo seu dinheiro. Eu respeito mesmo.

- não tem problema. Você precisa dizer o que tiver que dizer pra efetuar a venda. Ter a comissão no fim do mês – falei me sentando no sofá.

- então? O que o senhor achou?

- o senhor eu não sei, mas o Mike está indeciso…

- eu tenho certeza de que de todos os apartamento oque andou olhando esse é o melhor.

- na verdade esse foi o primeiro.

- tenho certeza de que não vai precisar procurar por outros.

- eu gostei de verdade do daqui, mas o problema é que não tenho certeza se quero gastar o dinheiro. Eu não sinto que mereço ele. Eu não gosto de como ganhei esse dinheiro.

- seguro de vida? – perguntou o corretor.

- sim.

- pai? mãe?

- marido – falei ainda sentado.

- você precisa pensar bem antes de gastar esse dinheiro sabe. Você não pode se arrepender de gastar, mas eu tenho certeza de que ele gostaria que você ficasse com esse dinheiro e o usasse, quer dizer, você não pode ficar pensando de onde veio e sim para onde ele vai. Você está usando para comprar uma casa, um lar. Você terá momentos felizes aqui. Talvez não aqui, mas no lugar que você decidir comprar. Talvez agora não faça sentido, mas você vai criar boas lembranças com esse dinheiro.

- quer saber? – falei me levantando – você está certo – falei estendendo a mão – negócio fechado.

- você não vai se arrepender.

- espero que não – falei respirando fundo – e então? Quando eu posso fazer o pagamento?

- me passa seu número de celular e seu endereço. Eu posso levar os documentos para você assinar, dessa forma você não sai de casa.

Depois de passar meu número e meu endereço o corretor, cujo o nome é Burt, disse que cuidaria de toda a documentação. Depois de agradecer me despedi dele na portaria e decidi ir embora.

Peguei um ônibus que me levou embora. Desci no ponto que ficava a dois quarteirões do prédio de Jerry. estava andando tranquilamente pela calçada quando ouvi o barulho da viatura e ao olhar para trás vi que elas parou atrás de mim e o policial dirigindo saiu de dentro dela.

- eu posso falar com você um segundo – falou o policial com a mão na arma. Ele com certeza pensou que eu fosse fugir, mas eu parei.

- pode sim – falei parando.

- será que eu posso ter sua identidade?

- porque?

- posso ter seus documentos pessoais?

- claro que sim – falei pegando a carteiro. Ao abri-la eu procurei por minha identidade, mas não encontrei.

- algum problema?

- sim, eu não estou com nenhum documento com identificação aqui comigo.

- você não anda com documento de identificação?

- sim, mas eu acho que ficou em casa.

- onde você mora?

- eu estou na casa do meu namorado é no próximo quarteirão.

- OK – falou ele voltando para a viatura e falando com alguém

- será que eu posso saber porque me parou? Eu cometi algum crime?

- você parece meio preocupado. Você é fichado?

- sei lá.

- é assim que você responde a um policial?

- me desculpa, mas vocês não me dão medo. Você são autoridade, mas não são Deuses. Eu não estou sendo mal educado.

- OK, você parece um rapaz honesto, será que pode me falar seu nome para que eu possa confirmar sua identidade ou saber se você é fichado?

- Pode. Mickey Fox Krigsman-Fabray.

O policial pegou o rádio e falou com alguém do outro lado.

- olha pra mim o nome Mickey Fox Krigsman-Fabray – ele esperou alguns segundos – como se escreve Krigsman?

Eu soletrei meu nome e esperei mais alguns minutos.

- seu apelido por acaso é Mike?

- é sim. Porque?

- você foi dado como desaparecido a mais ou menos um mês atrás.

- desaparecido?

- sim. Alguém foi a delegacia e falou que você desapareceu.

- deve ter sido meu pai Larry Fabray.

- na verdade não. Quem fez a ocorrência foi um homem chamado Raymond Randall Holloway.

- meu pai?

- quantos pais você tem? – perguntou o policial curioso.

- Raymond é meu pai biológico.

- pois foi ele quem fez ocorrência. Foi por isso que eu te parei. Você bateu com a descrição de uma pessoa desaparecida.

- eu não desapareci.

- pois como foi feita a ocorrência você precisa vir a delegacia e nós vamos ligar pra ele dizendo que você apareceu.

- OK – falei entrando na viatura.

Assim que chegamos na delegacia eu me sentei e deixei os policiais fazendo seu trabalho. eu tive até que dar depoimento dizendo onde eu estava e com quem eu estava e porque desapareci. Depois de uma hora respondendo perguntas o policial que tinha me levado veio conversar comigo.

- nós já ligamos para seu pai. Você precisa ficar aqui até ele chegar.

- sério? Ele mora em Nova Orleans. Eu vou ficar aqui o resto dia.

- na verdade ele está aqui em San Diego. Ele está aqui desde que fez a ocorrência. Ele estará aqui em alguns minutos.

- melhor então.

Esperei vários minutos vendo delinquentes entrando e saindo. Foi nesse momento que reparei em uma foto na parede. Me levantei e fui olhar de perto. Era fotos de policiais que tinham morrido e lá estava a foto dele.

POLICIAL FELIX CONROY

Eu era como uma viúva negra. Todo mundo que eu me apaixonava ou me envolvia acabava morrendo. Era uma droga de vida, mas era a verdade.

- Mike? – falou uma voz conhecida. Olhei para trás e era meu pai Ray.

- pai?

Ele veio e me abraçou.

- onde você estava meu filho. Eu estava tão preocupado pensando que tinha acontecido alguma coisa com você – falou ele beijando meu rosto várias vezes e me abraçando forte.

- eu estou bem pai. O senhor ficou aqui desde o natal?

- claro. Todo dia Abby me liga perguntando-se te encontraram.

- bom pelo menos sei que alguém me ama o suficiente pra me procurar.

- onde você estava?

- eu me mudei.

- quando? Por que?

- é uma longa história.

- eu ficaria feliz em ouvir – falou ele me repreendendo.

- Eu briguei com meu pai Larry e sai de casa e conheci uma pessoa e estou com ela agora. Na verdade eu já até comprei um apartamento. hoje mesmo eu fechei negócio.

- você me preocupou.

- com todo o respeito, mas o senhor desapareceu todo esse tempo e agora diz que eu sumi?

- eu não desapareci. Eu sempre liguei no seu número, mas não atendia.

- sim, eu troquei.

- eu liguei para seu pai Larry e quando ele não atendia, Vanessa atendia e eles sempre diziam a mesma coisa: Ele não quer falar com você e precisa de espaço.

- eles nunca me dissertam nada.

- eu pensei que você precisasse realmente de espaço e acabei parando de ligar esperando que você me retornasse, mas antes do natal eu resolvi vir te ver e não te encontrei.

- o que meu pai Larry te falou quando o senhor apareceu?

- eu nem cheguei a falar com seu pai Larry e nem com Vanessa.

- porque eles não te receberam?

- espera, você não sabe o que Larry fez?

Nesse momento eu senti um choque. Fiquei zonzo e sem forças para perguntar o que tinha acontecido.

- o que… o que aconteceu com ele? O que ele fez?

Ray apertou os lábios e hesitou em falar. Ele ficou me encarando e mordeu os lábios. Ele queria me matar de ansiedade.

- é melhor eu te mostrar – falou passando o braço por mim e me levando ao policial para assinarmos os últimos papéis antes de sairmos de lá para um lugar que Ray não quis me dizer.

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