Capítulo 19: Extravagante

Conto de Misteryon McCormick como (Seguir)

Parte da série Paixão Secreta | 5ª Temporada

Entender o que o outro gosta e não gosta, é difícil. É dessa falta de compreensão que surge o preconceito. É difícil entender o porque as pessoas gostam de algo, ou porque não gostam, mas gosto não se discute e foi por esse motivo que eu decidi ouvir o que Jerry tinha a dizer e depois que ele me explicou eu decidi aceitar. Relacionamento são feitos de amor e sexo. O que acontece fora da cama é o mais importante, exceto quando o que acontece em cima dela começa a se tornar algo insignificante. Deve haver um consenso.

Jerry tinha me falado algumas regras que devem ser seguidas para que dê certo. Nada de relacionamento com a pessoa que for participar desse ‘jogo’. Nem antes e nem depois.

Todos os envolvidos devem estar cientes dessa regra. Jerry então continuou a me falar algumas coisas sobre o assunto que tanto me intrigava e que antes me enchia de incerteza.

- a relação sexual será com preservativo e tanto você quanto o cara escolhido terão que ter exame recente de DSTs.

- onde você vai conhecer a pessoa que vai participar?

- Não se preocupe. Eu não vou pegar uma pessoa qualquer da rua. Como eu te disse antes, existe um clube aqui em San Diego onde casais vão procurar pessoas para assistirem ou para participarem da tranza. Existem homens e mulheres que vão a esse clube procurando por esse tipo de coisa. Do mesmo jeito que eu vou sentir tesão em ver você fazer sexo com outra pessoa, existem pessoas que sentem prazer em fazer sexo com você para que eu assista, entendeu?

- então é um clube onde pessoas que tem fantasias em comum se encontram? Para realizar essa fantasia uma Das Outras?

- Exato. É fácil encontrar pessoas que topem esse tipo de coisa, mas temos que tomar cuidado. Todas as pessoas sabem das regras. Nada de relacionamento, nada de amizade, mas sempre existem pessoas que gostam de sacanear e separar casais. A pessoa certa pode proporcionar grande prazer tanto pra mim quanto pra você, mas a pessoa errada pode destruir nosso relacionamento.

- é um risco então.

- exato. É um risco, mas corremos riscos todos os dias em todos os lugares, mas estou disposto a correr esse risco. E você?

- estou sim.

- você tem mesmo certeza de que quer fazer isso? Eu odiaria saber que você vai fazer só porque eu quero.

- quero sim, além do mais eu vou tranzar com um cara diferente. Não que o sexo com você seja ruim, mas…

- não tem problema – falou Jerry rindo. É melhor que veja dessa maneira. Enquanto você sente prazer eu também sinto – falou Jerry animado.

- ótimo – falei sorrindo para ele.

- ótimo – falou Jerry vindo para cima de mim e beijando minha boca – obrigado por fazer isso – falou ele beijando minha boca – você tem alguma fantasia ou algo que queira me contar? Eu posso fazer acontecer.

- na verdade eu tenho, mas eu prefiro não dizer. Eu não me sinto confortável em contar.

- tudo bem, quando você sentir que deve, você me conta e eu vou te ajudar a realizar. Pode ser?

- pode sim.

- será que pode ser sexta-feira?

- pode sim. Você consegue arranjar alguém até sexta?

- sim.

- tudo bem então – falou ele dando um beijo em minha boca.

Jerry voltou a se deitar ao meu lado e desligou a luz. Não demorou para que dormíssemos. Jerry dormiu mais rápido que eu. Fiquei apenas pensando em como seria essa nova experiência e confesso que estava ansioso pelo dia.

Acordei cedo naquela terça-feira. Jerry estava tomando café da manhã para ir ao trabalho. ao chegar na cozinha fiz um carinho nele e dei alguns beijos de bom dia.

- bom dia – falei me sentando ao lado dele cansado. Eu não costumava comer quando acordava.

- porque acordou tão cedo? Geralmente quando vou para o trabalho você ainda está dormindo.

- eu sei é que eu acordei e por algum motivo não consegui dormir.

- sempre tem um motivo. É pelo o que falamos ontem a noite?

- não. É que eu fiquei pensando nos planos que eu tinha feito. Tinha planos de escrever um livro além da minha biografia, uma espécie de lar para cães e gatos abandonados. Entre várias coisas que morreram junto com Cooper e Adam.

- quem é Cooper?

- é uma longa história, o fato é que fiquei pensando nessas coisas. Não sei porque.

- talvez seja porque você esteja seguindo em frente fazendo uma nova vida. Dizem que o luto tem cinco estágios: Negação, Raiva, Negociação, Depressão, Aceitação. Algumas pessoas apresentam os cinco, outras elo menos dois. Talvez você esteja no estágio da aceitação. Talvez você esteja pensando em tudo o que viveu porque você finalmente em tudo o que pode viver a partir de agora.

- talvez seja isso. Não sei como aguentei até agora. O engraçado é que a dor não desaparece.

- você vai ficar bem. tudo vai ficar bem – falou Jerry pegando minha mão e dando um beijo nas costas dela antes de se levantar – eu já vou trabalhar.

- bom trabalho.

- te vejo a noite.

Jerry se foi e eu fiquei lá no balcão sentado pensando na vida e em como as coisas mudaram em todos esses anos. Se fosse antes eu nunca imaginaria que estaria onde estou.

- não tenho nada pra fazer o dia inteiro – falei para mim mesmo. Com esse pensamento eu decidi ir ver o apartamento que ficava perto do bar onde costumava trabalhar. Peguei o jornal e olhei o nome mais uma vez.

- Edifício Elisabeth – falei arrancando um pedaço do papel.

Depois de me vestir adequadamente decidi ir de ônibus. Assim que cheguei ao prédio fui direto a portaria.

- bom dia – falei ao porteiro.

- bom dia. Eu quero dar uma olhada em um apartamento que está a venda – falei vendo os enormes prédios na cor prateada.

- qual o número do apartamento que você viu?

- Apartamento 94, 7º no prédio III – falei lendo no papel.

O porteiro viu uma anotação e voltou a falar comigo.

- olha você precisa estar com o corretor de imóveis para ver o apartamento. vou ligar para ele tudo bem? ele me deixou o número caso alguém aparecesse.

- tudo bem – falei esperando.

O porteiro fez a ligação e eu fiquei ouvindo. Ainda era cedo. Espero que o corretor não se importe. Era pouco depois das sete.

- bom dia – falou o porteiro – quem fala é o Adrian, porteiro do Edifício Elizabeth. Tem um rapaz aqui que gostaria de ver o apartamento.

Estava silencioso e como eu estava perto eu pude ouvir o que o corretor respondeu.

- “ainda é cedo, diz que eu estou ocupado, eu não estou afim de mostrar o apartamento para alguém que não vai comprar, quem tem dinheiro vai á imobiliária e não aparece tão cedo para ver um apartamento” – falou o corretor. Nesse momento eu chamei a atenção do porteiro.

- me dá o telefone, me deixa falar com ele – falei pegando o telefone – bom dia.

- bom dia – falou o homem do outro lado da linha – será que você pode vir me mostrar o apartamento? eu gosto de resolver meus problemas logo cedo, não tenho tempo pra deixar as coisas para mais tarde.

- me desculpa, mas você sabe o preço?

- sim, dois milhões. Se eu gostar eu pretendo pagar em dinheiro e a vista. Hoje ainda se possível. Será que posso te ter aqui em o que… dez minutos antes que eu desista de gastar o dinheiro que ganhei com a morte da pessoa que eu mais amo nessa vida?

- sim senhor. Estarei ai em dez minutos, pode passar o telefone para o porteiro?

- ele quer falar com você – falei entregando o telefone.

O porteiro falou com o corretor e em seguida desligou. Em seguida ele se levantou do seu posto e voltou com uma chave na mão.

- você pode entrar e ver o apartamento. fique a vontade.

- o que o dinheiro não faz né? – falei pegado a chave.

- pois é – falou o porteiro rindo sem graça. Ele com certeza ganharia uma porcentagem se me fizesse ficar lá – o código para entrar é 621.

- tudo bem – falei pegado a chave e entrando no prédio. A área de fora era muito bonita. O caminho era feito com madeira e tinha área verde por volta de tudo.

Segui as placas que mostravam onde estava. Uma seta mostrava academia para a direita e a outra mostrava piscinas para a direita. Pare frente eras os prédios III e IV. Segui até cheguei ao prédio que estava com as portas de vidro fechadas. Digitei a senha e a porta se abriu.

Fui até um dos elevadores e ao entrar apertei o sétimo andar. Ao chegar eu vi duas portas. Uma do lado direito, uma do lado esquerdo. Abri a porta do lado esquerdo que era o apartamento 94.

Entrei e vi que era realmente um belo apartamento. Todo mobiliado. A parede da sala era totalmente de vidro com visão panorâmica onde era possível ver a praia de San Diego. Era realmente muito bonito.

Olhei bem para o lugar e tentei imaginar se eu me imaginava vivendo naquele lugar. Era esquisito estar em novo lar. Eu odiava ficar mudando então o lugar que eu comprasse seria o lugar onde viveria até morrer. Se eu chegar a me casar novamente, seja com Jerry ou com outra pessoa é aqui que eu quero morar. Chega de mudar. Eu odeio mudanças, eu nunca me dei bem com mudanças. Nenhum tipo de mudança.

Olhei para o lado da porta e tinha uma espécie de tablete com o logo do prédio. Não entendi bem para o que era, mas lá havia informativos. Nada de papel grudado em elevador. Era tudo eletrônico.

Nesse momento o elevador parou no andar eu coloquei minha cabeça para fora e vi um homem apressado saindo do elevador e vindo até onde eu estava.

- bom dia – falou ele apertando minha mão.

- bom dia – falei deixando ele de lado e olhando o apartamento.

- o que você achou? É lindo né?

- méh… – falei me fazendo de difícil – acho que a Iggy veio a esse lugar pra escrevera música dela.

- quem é Iggy? – perguntou ele confuso – nunca ouvi essa expressão.

- Aqui é muito extravagante – falei curtindo com a cara dele.

- é um pouco, mas ele garante a comodidade e a segurança.

- eu não sei. Talvez eu só não tenha gostado da atitude do vendedor.

- olha me desculpa por ter te dito aquilo é que…

- …é que você não sabia que eu tinha dinheiro. Eu sei. “O dinheiro faz o mundo girar”.

O homem ficou calado por um momento pensando no que podia dizer depois do que eu disse.

- e então? Vai tentar me convencer a ficar com esse apartamento ou não?

- OK – falou ele forçando um sorriso – vamos começar – falou ele me mostrando o apartamento.

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