Capítulo 18: Entenda

Conto de Misteryon McCormick como (Seguir)

Parte da série Paixão Secreta | 5ª Temporada

Depois de ter dito as coisas ridículas que disse para Jerry eu dei risada de mim mesmo e fiquei com uma puta vergonha. Eu tinha realmente ficado com ciúmes dele com Rebecca. Talvez o motivo seja porque Rebecca é tão bonita e ultimamente ninguém anda ligando para mim a não ser Jerry e quando eu não tive suas atenção por dez minutos eu surtei. É claro que agora é tudo tão ridículo. Jerry por outro lado gostou de vem ver com ciúmes porque ele disse que é um bom sinal ter ciúmes. Sinal de que eu gosto dele.

Depois de deixar Rebecca em sua casa nós fomos para o apartamento, ao entrarmos eu fui direto para o balcão onde estava o jornal.

- o que você vai fazer? – perguntou Jerry curioso.

- eu acho que já encontrei o apartamento perfeito – falei mostrando uma página.

- sério? – falou ele vendo a descrição.

- sim, porque?

- estava me acostumando a ter você aqui.

- nós concordamos que não morávamos juntos lembra? Eu só estou hospedado.

- eu sei, só estou dizendo que vou sentir sua falta.

- eu também vou sentir sua falta.

- e então? – falou Jerry – esse prédio fica a quatro quarteirões daqui. Fica perto do bar onde você trabalhava.

- pois é. Eu gostei porque ele é completo, é espaçoso.

- é um puta apartamento. não é igual aqui, lá cada andar tem dois.

- eu gosto de ter um lugar espaçoso. Cresci em uma casa grande e acabei me acostumando. Não gosto de lugares pequenos.

- você vai conseguir comprar? São dois milhões.

- vou te contar uma coisa que não contei a mais ninguém a não ser meu pai.

- o que?

- quando Adam morreu eu descobri que ele tinha feito um seguro em meu nome. Com isso eu ganhei um bocado de dinheiro. Dinheiro que eu não tive vontade de mexer até hoje.

- e qual foi sua motivação?

- não sei. Algumas coisas aconteceram nesses últimos meses que me fizeram animar um pouco.

- fico feliz por fazer parte dessa mudança – falou Jerry beijando minha boca.

- eu estou feliz por você ter feito eu me sentir vivo outra vez. Pensei que nunca mais sentiria isso.

- por nada meu amor – falou ele me dando um selo – nós vamos mesmo falar sobre aquela coisa que nós falamos durante nossa viagem a Vermont?

- claro que sim. Eu prometi. Você quer conversar agora?

- não. Vamos tomar um banho primeiro e vamos falar sobre isso quando estivermos na cama, deitados bem juntinhos.

- tudo bem então – falei dando um selo na boca dele – você toma banho primeiro?

- pode ser – falou ele entrando no quarto e tirando a roupa.

Eu estava curioso para conversar sobre esse assunto com Jerry. ele tinha me dito pela primeira vez quando passamos o ano novo em Vermont, mas eu nem liguei muito e já de cara disse que não toparia, mas agora que passou algum tempo eu me peguei pensando no que ele tinha proposto e decidi escutar o que ele tinha a dizer.

Depois que ambos estávamos de banho tomado nós decidimos ir nos deitar. Já deitados, Jerry deixou a luz do abajur ligada para que o quarto não ficasse completamente no escuro.

- você tem certeza que quer ouvir o que vou dizer?

- quero sim, porque não? – falei confuso.

- eu já te falei sobre isso e você não pareceu aceitar muito bem.

- eu fui preconceituoso, você merece outra chance para falar sobre.

- Ok – falou Jerry olhando pra mim.

- então, me explica outra vez o que você quis dizer com voyeur.

- bom geralmente o voyeur se excita em ver. Simplesmente em ver.

- então ‘ver’ te deixa excitado.

- sim. Nós todos praticamos voyeur quando vemos pornografia por exemplo, só que geralmente as pessoas se masturbam vendo pornografia, eu não preciso. Assistir e ver é minha ‘masturbação’.

- entendi.

- existem pessoas que gostam de ver e outras que gostam de se exibir.

- como assim?

- lembra na primeira vez que você veio aqui e disse que me espiou no banho?

- lembro.

- eu sabia que você estava olhando. Eu deixei a porta entreaberta de propósito.

- você estava se exibindo pra mim?

- sim. Eu gosto de me exibir e gosto de saber que estou sendo visto, mas não é o minha principal fonte de prazer.

- isso é tão confuso pra mim.

- não é confuso. É um fetiche. Vai dizer que você não tem nenhum? Não tem nada que te deixa excitado ao extremo, algo que mexe com sua libido e que te deixa excitado só de pensar?

- tenho sim.

- o que?

- eu não vou dizer, tenho vergonha.

- não precisa ter vergonha, mas se não quiser dizer não vou te forçar.

- tudo bem… deixa eu ver se te entendi: o seu fetiche tem a ver com a exibição?

- sim, mas como eu disse eu sinto mesmo muito mais prazer ao observar. Sem se tocar. Apenas olhar.

- tipo, ver duas pessoas fazendo sexo?

- sim. Tem tudo a ver com o prazer. Eu estou te dizendo isso porque eu confio em você e você confia em mim. nós somos um casal e é saudável para um casal conversar sobre as coisas que gosta e as coisas das quais não gosta.

- eu sei, concordo com você.

- bom, como nós somos um casal eu queria te propor uma coisa.

- o mesmo que você propôs da outra vez e eu instantaneamente disse não. Certo?

- sim, mas eu vou te explicar melhor.

- estou ouvindo.

- Uma prática do voyeurismo muito comum é o ménage que é…

- sexo a três – falei completando.

- você já fez? – perguntou Jerry curioso.

- sim.

- OK – falou Jerry – mas não é exatamente sexo a três do que eu quero falar. Seria mais como uma tranza ao vivo em que eu assisto. Eu sinto prazer em ver um casal fazendo sexo. Apenas olhar. É algo que eu descobri ainda novo. descobrir que pra mim olhar me proporciona mais prazer do que o sexo em sí. É claro que gosto de sexo, mas é como te falei, geralmente as pessoas gostam de algo que proporciona mais prazer do que outra e isso varia de pessoa pra pessoa.

- entendo. Você gosta de observar pessoas fazendo sexo.

- sim. É claro que isso é algo que eu faço geralmente quando estou solteiro, existem fóruns de encontros onde casais gostam de ser observados e existe um clube aqui em San Diego onde pessoas se reúnem para se conhecerem e fazerem tal prática.

- sério? Um clube só pra praticantes de voyeurismo? Eu nunca ia imaginar

- tem sim.

- interessante.

- bom, como eu ia dizendo, eu fazia isso quando estava solteiro e por isso eu tinha medo de me relacionar porque a pessoa que eu me relacionasse talvez não aceitasse, mas então eucomec3ei a gostar de você e me apaixonei e agora que estamos juntos decidi te contar porque eu me senti seguro em te contar. Eu gostaria de saber se você topa fazer isso?

- eu não sei. Parece tão…

- pense mesmo a respeito Mike. Eu gostaria muito que nós continuássemos como um casal e isso inclui realizar as fantasias um do outro. Se você não topar nós vamos continuar juntos, mas se você aceitar nosso relacionamento seria perfeito. É tudo sobre aceitar. Não fazer nada que o outro não queira.

- OK, deixa eu ver se consegui entender. Você quer observar enquanto eu faço sexo com outros homens?

- não soa estranho pra você? Você não sente ciúmes em imaginar eu tranzando com outros homens… bem na sua frente?

- sei que para a maioria das pessoas isso é inaceitável, mas pra mim, é o ápice do gozo nas minhas experiências sexuais.

- isso eu entendo, quer dizer, o meu tesão é medido pelo tesão do meu parceiro no sexo. Eu sou submisso.

- eu percebi isso. Por isso que eu resolvi te contar. Isso seria perfeito para nós dois. Alguns podem dizer "que balela", mas pra mim, não existe sensação melhor. Só de imaginar você sendo comido por outro cara é transcendental.

- puxa, você gosta mesmo.

- pois então. Isso é o que eu queria te dizer. Quero deixar bem claro que essa é a última vez que toco no assunto caso você não aceite. Eu te respeito entende? Eu não quero que faça nada que não queira.

- olha, eu sei que isso te dá prazer e eu ficaria feliz que fazer isso por você e por mim é claro, afinal não será só você que sentirá prazer.

- então você topa?

- com duas condição.

- quais?

- eu entendo que isso te excita, mas eu não ficaria feliz de te observar fazendo sexo com outras pessoas.

- não se preocupe. Isso não me interessa. O que me interessa e ter os olhos vidrados na luxúria de dois homens tranzando. Um homem qualquer cuidando do que é meu.

- tudo bem, tem outra condição.

- qual?

- eu não garanto que farei mais de uma vez. Eu faria uma vez pra ver como eu me sinto em relação a isso.

- sem problema.

- tudo bem, mas eu quero te perguntar outra vez.

- pode perguntar.

- você não fica com ciúmes? Afinal eu vou estar sentindo prazer com outro homem. Eu vou gozar por outro home.

- está de brincadeira? Isso é o que me dá prazer. Quando mais prazer você sentir, mas eu sinto. Eu sei que parece estranjo, mas é a verdade.

- OK então.

- você topa mesmo?

- topo sim.

- bom, existem duas regras fundamentais para que essa prática dê certo.

- quais?

- a primeira é que eu escolho a pessoa com quem você fará.

- tudo bem. e a outra condição?

- você não pode ter nenhum tipo de relacionamento com a pessoa que eu escolher. Não pode haver amizade, nem paixão… nenhum tipo de relacionamento. É exatamente por isso que eu escolho a pessoa. Se eu escolher alguém que você conhece, você tem quem e dizer. Você tem que saber que eu e você temos um relacionamento. Nós namoramos apesar de você estar tranzando com outro.

- OK.

- é sério Mike. Essa regra é fundamental. Você não pode ter contato com a pessoa que fizer sexo nem antes e nem depois. Essa é um jogo perigoso porque os sentimentos começam a se confundir.

- Sim. Eu entendo completamente. nada de relacionamento e só pessoas desconhecidas que devem continuar desconhecidas depois do sexo.

A conversa sobre esse assunto continuou. Era um assunto diferente e eu nunca tinha conhecido pessoas que gostavam desse tipo de coisa. Eu admito que fiquei tentado, no começo é claro que fiquei com o pé atrás, mas eu gosto de Jerry e nós somos um casal moderno. Eu odiaria vê-lo se reprimindo por medo.

Toda aquela conversa tinha sido no mínimo diferente. Eu nunca tinha falado sobre esse assunto com ninguém. Jerry se sentia realmente á vontade comigo. Eu tinha vergonha de falar sobre essas coisas. Pode parecer bobeira, mas eu sou meio reprimido quanto ao sexo.

Já fiz bastante sexo, de várias formas e em vários lugares diferentes com várias pessoas. Sou aparentemente tranquilo quanto ao sexo, mas a verdade é que eu sou reprimido. Eu não gosto de falar sobre sexo. Eu sinto vergonha. Jerry pode me ajudar a libertar essa parte que ainda insiste em me deixar constrangido quando pessoas falam sobre fantasia, fetiches e outras coisas relacionadas ao prazer.

Foi por isso que topei. Eu preciso me sentir livre quanto ao sexo. Eu tenho medo que as pessoas me julguem ao falar sobre isso ou se tentar incluir algo novo. Preciso ter em mente que isso é algo natural, afinal como Madonna disse uma vez: “Eu Não preciso me desculpar toda vez que falo sobre sexo. É a natureza humana”.

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