Capítulo 17: Ciúme
Parte da série Paixão Secreta | 5ª Temporada
Esperava muito que essa noite fosse divertida. Rebecca era fanática por mim e por meu livro, mas eu não acho que menosprezá-la é a melhor solução afinal ela leu meu livro e gostou bastante e não importa quanto diferentes ou excêntricas as pessoas sejam elas merecem ser tratadas com respeito como qualquer outra. Eu estava feliz por leva-la conosco. De verdade. Eu não sabia nada sobre ela. não sabia se ela tinha família ou namorado, mas pretendia conhecer ela mais.
Jerry e eu estávamos de mãos dadas e Rebecca caminhava ao meu lado.
- que restaurante chique – falou Rebecca quando entramos – você já veio aqui? – perguntou Rebecca para mim.
- não, nunca. Eu também nunca comi comida mexicana – o nome do restaurante era ‘Sabor Latino’ – falei apontando para uma laca. O local era todo decorado com sombreiros, fotos mexicanas. Era como estar em outro país – e você?
- eu também nunca comi.
- reserva para Jerry Ortíz – falou ele quando chegamos na entrada.
- para dois?
- a reserve foi para dois, mas agora somos três.
- me acompanhe – falou ele nos levando a nossa mesa.
O homem nos levou para uma mesa. Jerry e eu nos sentamos de frente um para o outro e Rebecca se sentou ao meu lado.
- e então? o que vamos comer? – perguntei olhando o cardápio.
- que tal o rodízio? – falou Jerry – dessa forma vocês experimentam de tudo.
- ótimo, o que acha Rebecca? – perguntei olhando para ela.
- eu não sei. Quanto custa?
- não se preocupe, hoje será por minha conta – falou Jerry.
- sério? – perguntou ela animada.
- sério – falou Jerry sorrindo para ela.
Olhei para Jerry e ele sorria paras Rebecca que parecia lisonjeada pelo oque Jerry disse. Ela tentava esconder um sorriso enquanto Jerry a cobria com seu olhar.
- OK – falei chamando a atenção de Jerry.
- o que foi meu amor?
- nada não – falei confuso.
Assim que o garçom veio nós ficamos com dois rodízios para mim e Rebecca, enquanto Jerry pediu uma bebida alcoólica e porções de batata com queijo e taquitos para ele.
Rebecca e eu começamos a comer assim que nos era trazidos as mais variadas iguarias.
- e ai? apimentado? – perguntou Jerry rindo.
- um pouco – falei suando.
- comida mexicana é bem apimentada.
- verdade – falei tossindo – está tão forte.
- parece que Rebecca está aguentando – falou Jerry.
- pois é. Parece que eu fui feita para esse tipo de comida.
- me deixa encher seu copo – falou Jerry pegando o refrigerante.
- obrigado – agradeci Jerry, mas ele na verdade estava falando com Rebecca e ele encheu o copo dela.
- obrigada – falou Rebecca.
- me desculpa – falou Jerry pra mim – você quer?
- quero sim –falei sem graça. A idéia de convidar Rebecca foi minha, mas aquele clima estava estranho. Jerry tinha mudado. Já passeio por tanta coisa na vida, já errei, trai e fui traído. É claro que fiquei com a pulga trás da orelha.
- o que foi Mike? Não gostou da comida?
- gostei sim – falei forçando um sorriso e continuando a comer.
A noite continuou. Rebecca e eu comíamos todo o tipo de variedades e Jerry, como já era acostumado, só comia algumas porções que ele pedia. Teve até um breve momento onde todas as luzes foram apagadas e pessoas apareceram fantasiadas para cantar parabéns para alguém no restaurante.
Aquele era realmente um lugar animado. Nunca tinha ido a um lugar com esse clima mais animado. Eu tinha gostado.
- eu já estou me acostumando a pimenta.
- será? – perguntou Jerry rindo.
- eu não sei porque, mas sempre tive mais resistência a essas coisas. Eu sempre comi comidas diferentes: Japonesas, indiana e eu sempre gostei também do sabor picante.
- é bom experimentar – falou Jerry conversando com Rebecca.
- é sim. Eu costumava muito ir a esses lugares com minha família na minha adolescência. Eles gostavam de variar, realmente a comida mexicana foi a única que ainda não tinha experimentado. Meu pai e minha mãe me levavam sempre.
- o que aconteceu com seis pais?
- eles morreram em um acidente aéreo.
- sinto muito – falou Jerry – eu sei como é perder os pais. Meu pai morreu quando eu ainda era pequeno. Ele tinha câncer e minha mãe cuidou de mim até os dezesseis quando ela também morreu com câncer.
- puxa vida – falou Rebecca.
- eu não sabia disso – falei olhando para Jerry – seus pais morreram mesmo?
- sim. Eu nunca te contei essa história?
- não.
- eu pensei que tivesse te contado – falou Jerry com um sorriso pra mim.
A noite foi passando e por volta das onze ninguém de nós já comia, apenas bebíamos. Eu meio que fiquei para escanteio porque Jerry e Rebecca tinham tanto em comum. Eles pareciam até um casal de velhos conversando.
Eu apenas sorria e acenava quando na verdade só queria que essa noite acabasse logo para que esses dois parem de conversar. Meu deus, o que eu estou dizendo? Não acredito que estou com ciúmes.
- Mike! Mike! – falou Jerry chamando minha atenção.
- o que foi? – perguntei assustado. Eu estava distraído.
- você está bem? parece tão distante.
- eu estou, estou sim – falei sem dar muita atenção a ele.
- Rebecca você troca de lugar comigo? – perguntou Jerry.
- claro – falou ela se levantando – eu vou banheiro e depois volto.
Rebecca se levantou e Jerry se sentou ao meu lado.
- o que há com você hoje? – perguntou Jerry.
- nada eu estou bem.
- eu te conheço. Você não está bem. me diz o que você tem.
- não é nada é que… você queria essa noite só pra nós dois e eu chamei a Rebecca e agora eu estou me sentindo sei lá… excluído.
- do que você está falando?
- eu posso te fazer uma pergunta?
- pode.
- você gosta só de homem ou gosta de homem e de mulher também?
- você tá perguntando se eu sou bi?
- estou.
- espera… você está com ciúmes de mim com a Rebecca?
- não.
- está sim – falou ele rindo.
- você é ou não?
- claro que não. Eu sou gay Mike. Eu só estou tratando ela bem.
- OK.
- não acredito que você está com ciúmes.
- eu estou me sentindo um idiota.
- não se sinta. Adorei você estar com ciúmes – falou Jerry se aproximando e me dando um beijo. Primeiro foram dois selinhos carinhosos e depois um beijo de língua. Finalizou com um outro selinho – não precisa ficar com ciúmes. Eu não sou bissexual e mesmo que fosse dar em cima de outra pessoa junto com você seria uma falta de respeito. Eu não faria isso nem quando não estou com você.
- pare de falar Jerry, eu já me sinto um idiota – falei rindo.
- não se sinta – falou ele rindo – agora eu posso te perguntar uma coisa?
- pode.
- você vai mesmo fazer aquilo que você me prometeu?
- eu não disse que vou fazer, eu disse que quero entender. Você pode me convencer. Se você for convincente e conseguir me fazer ficar confortável com sua idéia eu faço sim. Eu não vejo porque não faria.
- ótimo – falou ele enchendo meu copo com refrigerante.
- voltei – falou Rebecca se sentando agora de frente para mim.
Eu tomei dois goles do refrigerante e decidi deixar o resto. Não aguentava mais.
- acho que está na hora de nós irmos embora – falou Jerry olhando no relógio.
- se vocês quiserem – falou Rebecca.
- vamos indo então – falou Jerry chamando o garçom para pagar a conta.
- eu vou pagar metade – falei pegando minha carteira.
- nem pensar – falou Jerry.
- tem certeza?
- tenho sim. A próxima você paga, pode ser?
- pode – falei.
Assim que pagamos a conta nós saímos do restaurante para irmos embora e ao sairmos Jerry segurou minha mão. Ele deu um sorriso quando fez isso. Eu também sorri. Não sei porque, mas acho que depois de tanto tempo eu começo a agir como alguém que está apaixonado.
Eu ainda não sinto que estou apaixonado, mas sim que estou começando a gostar muito dele.
- acho que vou pegar um taxi – falou Rebecca.
- o que? porque? – perguntei.
- não faz isso, eu te levo em casa – falou Jerry.
- tem certeza?
- claro que sim – falou ele.
- vamos entrando – falei abrindo a porta para ela.
Antes de irmos para casa deixamos Rebecca em casa, que agradeceu muito pela noite. Em seguida Jerry e eu fomos para casa, estávamos cansado e tínhamos um assunto para conversar.