Capítulo 16: Algo Para Se Lembrar

Conto de Misteryon McCormick como (Seguir)

Parte da série Paixão Secreta | 5ª Temporada

3 meses se passaram desde que eu tinha conhecido Jerry em outubro. Nós começamos a namorar e ficamos mais próximos em todo esse tempo. Passamos o natal e o ano novo em Vermont. Voltamos uma semana depois do ano novo. Era segunda-feira de janeiro. As festas tinham passado e Jerry tinha acabado de voltar de suas férias do trabalho. Eu não vi ninguém em todo esse tempo. Nem Larry, nem Vanessa… ninguém. Éramos apenas Jerry e eu.

Eu sei que meu pai me tratou mal e eu não o perdoei e não vou perdoar, mas sabe quando você tem um lampejo de esperança mesmo quando tudo está perdido? Era assim que me sentia sobre o fato dele não ter me procurado. Esse é o trabalho de um pai. Eu pelo menos seria assim. Mesmo que meu filho dissesse que me odiava eu procuraria por ele mesmo assim.

Jerry e eu morávamos juntos, mas nenhum de nós admitia isso. Jerry gostava de dizer que eu estava hospedado. Ele acha que dizer que moramos juntos pode arruinar o relacionamento que é tão recente. E eu realmente concordo com ele.

Pela primeira vez sentia vontade de gastar o dinheiro do seguro. Era só não pensar muito de onde tinha vindo porque eu ficava depressivo sem o menor ânimo. É claro que mesmo com essa vontade de gastar eu estava meio relutante quanto a isso. Não me admira que eu procure apartamentos a mais de um mês e nenhum deles tenha me agradado. A verdade é que mesmo decidindo comprar com o dinheiro do seguro eu ainda estava relutante. Uma parte de mim ainda não queria admitir que Adam se foi.

Estava distraído olhando o jornal quando Jerry chegou do trabalho.

- boa noite – falou ele vindo até mim sentado no balcão. Ele me deu um selo e depois um beijo de língua – como foi seu dia?

- foi ótimo, e o seu?

- foi bom até o momento que cheguei e te vi. Agora ele se tornou um dia mais do que perfeito – falou ele me dando outro selo.

- você é uma graça sabia? Um dos últimos homens românticos que sobraram. Você não precisa me tratar tão bem assim.

- qual o problema de eu te tratar tão bem? eu só gosto de cuidar do que é meu – falou ele puxando uma cadeira e se sentando de frente pra mim.

- eu sou seu? – perguntei rindo.

- só meu –falou ele beijando minha boca – eu já disse que te amo hoje?

- ainda não.

- eu te amo – falou ele tirando o terno e jogando no sofá.

Eu dei um sorriso e beijei-o.

- você não vai responder?

- o que?

- eu disse que te amo e você não respondeu.

- você quer que eu minta?

- não.

- eu gosto muito de você Jerry. Eu realmente gosto de você, muito, gosto de estar com você, gosto dos seus beijos e o modo como você me trata como se eu fosse o único homem no mundo, mas eu não te amo. Ainda. Eu gosto de você e te aprecio, mas eu não quero mentir.

- tudo bem – falou ele dando um selo na minha boca – eu posso esperar. Afinal eu me apaixonei por você desde quando coloque meus olhos em você pela primeira vez. Nós temos quase quatro meses juntos, mas na minha cabeça nosso relacionamento já tem anos.

- você é muito fofo sabia?

- claro que sou, nós fomos feitos para ficar juntos. Você é Mickey e eu sou Jerry.

- o que tem a ver?

- ambos somos ratinhos – falou ele alisando meu rosto.

- é verdade, eu nunca pensei nisso.

- viu só? Destino.

- pois é – falei suspirando e olhando o jornal.

- o que foi? Você ainda procura um apartamento?

- sim. Eu passei praticamente o dia todo procurando por um apartamento, mas eu simplesmente não consigo.

- eu já te disse que á duas quadras daqui tem um apartamento a venda. O prédio tem piscina, sauna, academia, tem tudo o que você poderia querer. Porque você não compra? É o dinheiro? Ele é caro, mas se o problema for esse eu te ajudo a comprar.

- não. É muito legal você se oferecer, mas o problema não é o dinheiro é que…

- o que foi?

- hoje… - falei pausando – Hoje foi a primeira vez que eu literalmente esqueci o rosto de Adam.

- como assim?

- eu acordo e penso nele todos os dias, mas hoje eu não consegui me lembrar do rosto dele. eu me lembrava do corpo, de suas mãos e do terno que ele usava quando trabalhava, mas em minha mente eu não conseguia lembrar do seu rosto. Eu tive que procurar por uma foto dele no computador para ver seu rosto e mesmo assim eu ainda não consegui me lembrar direito. A menos que estivesse olhando – falei respirando fundo novamente – eu sei que isso é normal. É assim que nossa mente trabalha para poder amenizar a dor. Ela grava os rostos que vemos, amigos, inimigos e desconhecidos, mas o rosto do homem que me causa dor toda vez que lembro, minha mente decidiu esquecê-lo para que a dor passe, mas eu não quero.

- sinto muito por você Mike. De verdade – falou Jerry me puxando em e abraçando. Ele me abraçou e beijou meus cabelos.

- todas essas mudanças fazem mal pro meu corpo e eu tenho medo que no final dessa transição eu não seja a mesma pessoa que era antes. Eu preciso me lembrar dele. Eu não quero que ele seja apagado da minha memória porque Adam é uma das coisas que me colocam onde estou, uma das memórias que me lembram de quem eu fui um dia. Eu preciso de algo que me lembre disso.

- não importa se você esquecê-lo. Desde que ele sempre fique em seu coração você vai ser sempre a pessoa que foi.

- obrigado – falei olhando para Jerry profundamente e dando um selo demorado em sua boca. – eu te…

- não diga – falou Jerry dando um selo na minha boca – eu quero que diga ‘eu te amo’ quando você realmente sentir. Eu só estava brincando com você.

- ok, ok – falei com um meio sorriso.

- eu estava pensando – falou ele se levantando e começando a tirar a roupa.

- o que?

- que tal jantarmos fora?

- é uma ótima idéia.

- mas não vamos a um restaurante que já fomos antes.

- em qual iremos dessa vez?

- vou te mostrar um pouco mais de minhas raízes. Vamos a um restaurante de comida mexicana. O que você acha? Comida e música típica de onde minha família veio, que tal?

- é uma ótima idéia. Está na hora de eu te conhecer um pouco.

- com certeza – falou ele apenas de cueca preta parado na porta do quarto – que tal nós economizarmos tempo e tomarmos banho juntos?

- ótima idéia – falei me levantando e indo para o banheiro com Jerry.

As lembranças que tinham com Adam estava sendo substituídas a cada dia. A cada toque de Jerry, a cada beijos que nós dávamos eu me afastava um pouco mais da vida que eu tinha e eu só me sentia culpado por não me sentir culpado. Esquecer faz parte da natureza humana. E eu me esqueci deixado daquele chuveiro sentindo os lábios de Jerry no meu pescoço e seu membro me fazendo implorar por mais enquanto ele me penetrava.

Era como se mover em câmera lenta. Á água escorria por nossos corpos que agora eram um só, envolvidos pelo calor e desejo.

Jerry levou sua mão direita ao meu rosto e o virou e beijou minha bochecha enfiando seu pau duro entre mais pernas em um frenesi de movimentos.

Nenhuma palavra era dita, mas conversávamos atrás da linguagem corporal. Ele enfiou seu membro inteiro em mim e ele gemeu ao gozar preenchendo toda a camisinha. Seu corpo era pressionado contra o meu enquanto o sua mão esquerda me masturbava arrancando de mim minhas últimas forças.

Jerry retirou seu membro de dentro de mim e tirou a camisinha jogando ela para fora do box para que finalmente terminássemos nosso banho.

Quando estávamos finalmente prontos para sair, descemos pelo elevador e no subsolo nós entramos no Range Rover preto de Jerry. ao passarmos pela portaria eu percebi que estava tendo alguma movimentação anormal. O porteiro parecia estar chamando ajuda e o segurança parecia estar impedindo alguém de entrar.

- o que está acontecendo ali? – perguntou Jerry virando a esquerda para seguir caminho.

- eu não sei -falei quando passamos em frente, mas logo levei um susto. – para o carro.

- porque? – falou Jerry parando.

Eu desci do carro e ao chegar lá eu mandei que parassem.

- para com isso, solta ela – falei separando o segurança que tentava segurar Rebecca. O homem estava impedindo Rebecca de entrar.

- Rebecca o que está fazendo aqui?

- eu só queria saber como você está Mike – falou ela com os olhos vermelhos. Ela tinha chorado.

- essa garota aparece aqui praticamente toda semana e pede pra ligar no apartamento do Sr. Ortíz.

- eles te machucaram Rebecca?

- não. Eu estou bem.

- quer que eu chame a policia.

- não precisa. Obrigado por impedir ela de entrar, mas não precisam abusar da autoridade e usar a força – falei me afastando e puxando Rebecca.

- obrigado – falou ela limpando as lágrimas.

- o que você está fazendo aqui Rebecca?

- eu só queria saber como você estava. Você ainda está com o jornalista?

- estou sim.

- mas ele vai escrever sobre você.

- eu agradeço mesmo por ter me contado quem Jerry é de verdade, mas nós já nos resolvemos, OK? Eu estou bem.

- tudo bem – falou Rebecca. Fico feliz que está bem -falou ela indo embora.

- espera Rebecca.

Rebecca nem era minha amiga e se importava comigo mais do que o restante dos conhecidos. Voltei para o carro e entrei.

- quem é aquela garota?

- ela é uma fã minha? Ela leu meu livro e meio que ficou obcecada por ele.

- o que ela faz aqui?

- olha, eu sei que você queria que essa noite fossemos apenas nós dois, mas será que podemos levar ela? ela parece ter a autoestima lá em baixo.

- você quer mesmo levar ela?

- significaria muito pra mim.

- tudo bem.

- obrigado – falei dando um selo na boca dele – sabe aquela coisa que você me disse outro dia? Eu prometo que quando voltarmos eu vou te dar uma chance de me convencer a fazer.

- sério? – perguntou Jerry animado.

- sério.

- eu vou cobrar – falou ele rindo – de verdade, eu vou cobrar mesmo.

- pode cobrar – falei abrindo a janela do carro – Rebecca que tal jantar comigo e com o Jerry?

- eu não quero atrapalhar.

- que atrapalhar que nada, você merece afinal é minha fã número um.

- tudo bem então – falou ela mais animada.

Rebecca entrou e Jerry olhou pra ela.

- sou Jerry, muito prazer – falou ele com um sorriso dirigindo.

- sou Rebecca – falou ela sorrindo olhando para Jerry e depois para mim.

- vamos lá então, vamos nos divertir bastante – falei sorrindo para Rebecca enquanto Jerry ligava o carro e nós partíamos para nossa noite.

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