Assunto de Família | Capítulo 06

Conto de Misteryon McCormick como (Seguir)

Parte da série Assunto de Família

Capítulo Seis

VOCÊ MERECE

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Dimitry tinha me feito um grande favor. Nunca vou poder agradecê-lo pelo o que ele fez por mim e por meu pai. Ele não sabe que o que ele descobriu é grande e vai destruir essa palhaçada que até hoje chamei de família. Nunca dei certo com minha mãe. Nunca fui com a cara dela e minha mãe nunca escondeu que não me queria. Quem ela pensa que é? Trata meu pai igual a um lixo dentro de casa, diz coisas para mim que nenhum mãe devia dizer ao filho e faz pose de rainha como se fosse a editora chefe de uma grande revista, quando na verdade ela foi mandada embora por roubar o lugar. Não pensei duas vezes na solução. Eu contaria para meu pai na frente delas, durante o jantar. Eu tinha ás provas e Dimitry é minha testemunha.

A primeira coisa que fiz depois de descobrir os segredinhos de minha mãe foi ligar para Laura porque essa noite era o turno dela. Mal consegui esperar até ás cinco afinal ela provavelmente estava dormindo e eu sei que ás cinco horas ela já está de pé se arrumando para o trabalho.

- alô – falou Laura atendendo o celular.

- Laura é o Kyle. Tudo bem?

- Estou sim, porque me liga?

- não vou poder trabalhar hoje.

- Aconteceu alguma coisa séria?

- não. Vou estar ocupado hoje, mas está tudo bem comigo.

- tudo bem então – falou Laura.

- será o mesmo esquema, você só me ligar se for algo realmente sério. Você sabe que quando eu não estou você se torna a responsável. Você tem autonomia para resolver problemas. Você é a gerente quando não estou no trabalho.

- sem problema. Pode ficar tranquilo, vai ocorrer tudo bem.

- fico te devendo uma.

- sem problema.

- bom trabalho Laura.

Desliguei o celular e fui tomar um banho. Estava nervoso com o que tinha descoberto e estava ansioso por finalmente ver meu pai botar minha mãe para fora de casa. Pelo menos é o que eu espero que ele faça. Não é possível que meu pai é assim tão banana. Quero ver o que ela fará sem sua mesada de doze mil. Aposto que até o amante vai deixa-la.

Depois do banho fiquei no meu quarto assistindo televisão até sete horas da noite. Foi quando ouvi o primeiro sinal de vida em casa. Desci ás escadas e vi que era minha mãe que tinha chegado.

- oi meu filho – falou minha mãe na cozinha.

- oi – falei tentando me segurar para não dizer nada na cara dela.

- não vai para o trabalho hoje?

- não estou me sentindo bem. Passei mal o dia todo.

- você está bem?

- Estou sim. Tudo o que preciso é de um jantar com minha família e tenho certeza de que vou estar bem.

- puxa a vida meu filho – falou minha mãe – não vou poder.

- não vai? Por quê?

- vou viajar á trabalho.

- á trabalho? – perguntei me fazendo de inocente.

- sim. Meu voo está programado para hoje ás dez da noite. Não vou nem ter tempo de falar com seu pai. Só vim aqui arrumar minha mala, tomar um banho e ir para o aeroporto. Você conversa com seu pai por mim?

- converso sim.

- obrigado – falou ela indo em direção ás escadas.

- pra onde a senhor vai?

- vou para Nova Iorque. Termos um desfile lá, reservado apenas para as revistas e ele foi marcado de última hora, mas estou de volta sábado á noite.

- tudo bem.

Minha mãe subiu ás escadas e foi para o seu quarto se arrumar para a ‘viagem de negócios’ e eu fui para a cozinha abrir um refrigerante. Abri uma coca de dois litros e enchi um copo com gelo. Sentei-me próximo ao balcão e enchi o copo com a bebida e em seguida tomei um gole. Fiquei pensando em como minha mãe é falsa. Viajaria com o amante por dois dias, sabe-se deus pra onde. Enquanto isso meu pai fica aqui ganhando dinheiro pra ela torrar.

Enquanto minha mãe tomava banho e se arrumava eu fiquei lá na cozinha e tome metade do refrigerante pensando no que eu faria. Contaria agora para minha mãe o que eu sabia? Esperaria até ela voltar ou contaria tudo para meu pai enquanto ela estava de viagem?

Foi então nesse momento que uma idéia diabólica invadiu a minha mente. Minha cabeça chega doeu porque eu não sei se tenho culhões suficientes para levar essa idéia á diante. A idéia é que enquanto minha mãe está de viagem eu conto para meu pai como me sinto em relação a ele, melhor ainda, enquanto minha mãe estiver viajando eu uso esse empo que meu pai e eu ficaremos sozinhos para conquista-lo. Sei que parece loucura, em especial imaginar que meu pai toparia ficar com o próprio filho, mas o que custa tentar? Se desse eu me vingaria de minha mãe e ainda por cima teria o homem que eu amo desde que tinha quatorze anos.

“Será que é uma idéia tão louca?” – falei para mim mesmo.

É uma idéia que tem grandes chances de falhar, mas eu faria de tudo para conquistar meu pai. Eu o conquistaria e depois eu o faria se separar da minha mãe. Minha mãe ficaria fora da nossa família e eu teria meu pai só pra mim. Ela não deu valor ao homem maravilhoso que tem e eu estava disposto a valorizar o homem que chamo de pai desde que nasci. Eu faria meu pai se apaixonar por mim e deixar minha mãe.

Depois de pensar por um tempo eu respirei fundo e terminei o copo de refrigerante em minha frente. Eu faria isso, mesmo que desse errado. De uma forma ou de outra, minha mãe estaria fora de nossas vidas. Eu juro a mim mesmo que até amanhã a noite eu estarei na cama com meu pai.

Guardei a coca na geladeira e quem desceu das escadas foi a minha mãe com sua mala. Uma mala pequena.

- já está indo?

- sim – falou ela olhando no relógio da cozinha que marcava pouco mais de oito da noite – você avisa seu pai?

- não conseguiu ligar pra ele?

- foi tudo tão em cima da hora que não tive nem tem pode ligar, você avisa ele?

- aviso sim

Nesse momento o taxi chegou e buzinou do lado de fora da casa.

- aproveite sua viajem.

- obrigada – falou ela com um sorriso pegando sua mala e saindo.

Minha mãe se foi e eu fiquei lá na cozinha tentando arranjar um jeito de conquistar meu pai. Mostrar pra ele o que eu quero, mas fazer com que ele tome a iniciativa e não eu. Preciso primeiro colocar na cabeça dele a idéia de possuir o próprio filho.

Se meu pai soubesse que eu estava em casa ele chegaria e faria o jantar, mas como ele não sabe, meu pai geralmente pede comida e janta no escritório ou no caminho de casa ele para em um restaurante. Levando isso em consideração eu liguei para um restaurante e não muito tempo depois eu já estava bem alimentando. Agora era só esperar meu pai chegar e começar a operação de conquistar seu corpo e seu coração.

Por volta dás dez e meia da noite ouvi o carro do meu pai sendo estacionado na garagem. Desliguei minha televisão e desci ás escadas correndo e fui para a cozinha, enchi um copo grande com refrigerante e sentei-me no balcão e tomei um gole.

Em seguida meu pai veio pela porta da garagem que dava direto na cozinhas.

- Kyle? Que diabos está fazendo aqui?

- não me senti bem hoje e decidi não ir trabalhar.

- e acha que vai melhorar bebendo refrigerante? – perguntou meu pai pegando o copo e jogado o refrigerante na pia – você não tem juízo em garoto – falou meu pai com um meio sorriso pra mim.

- minha mãe viajou e só volta sábado a noite.

- ela o que? – perguntou meu pai colocando a maleta em cima do balcão e se sentando de frente pra mim.

- ela disse que era viagem de negócios para Nova Iorque. Um desfile que a revista dela vai cobrir.

- sua mãe podia ter me avisado – falou meu pai esvaziando os bolsos. Ele colocou o maço de cigarros e o isqueiro em cima do balcão junto com os óculos escuros. Ele se levantou e foi a geladeira procurando algo para comer e enquanto ele não olhava peguei o isqueiro e coloquei no chão ficando com o pé em cima escondendo.

- o senhor não jantou?

- jantei sim. Estou com sede – falou ele enchendo um copo de água e tomando ele todo de uma vez.

Em seguida meu pai se sentou, pegou um cigarro e colocou na boca. Ele procurou pelo isqueiro, mas não encontrou.

- o que procura?

- o meu isqueiro. Juro que coloquei aqui em cima.

- não está no seu bolso? – falei me inclinando em sua direção e tocando sua perna do lado direito ao mover a mão para o bolso esquerdo eu não desgrudei a mão da calça e senti seu membro flácido em minha mão.

Quando fiz isso percebi que meu pai olhou pra mim diferente, confuso, mas ao me ver agindo com naturalidade ele não se importou.

- tá no chão – falei me abaixando e pegando o isqueiro.

Meu pai tentou pegar o isqueiro, mas ao invés de entregar eu me sentei e novamente me inclinei em sua direção. Apoiei minha mão direita em sua perna bem próximo da virilha e com a outra acendi o cigarro. Em seguida coloquei o isqueiro em cima do balcão.

Meu pai olhou diferente pra mim nesse momento. Ele percebeu algo diferente, nós não tínhamos costume de tocar um no outro. nunca tivemos. ele notou que tinha algo diferente, mas não agiu diferente e não tocou no assunto.

- como foi seu dia no trabalho? – perguntei me levantando e pegando o isqueiro para ele.

- o mesmo de sempre – falou ele me encarando – e você? O que está sentindo? Dor de estômago?

- na verdade acho que estou com febre – falei me levantando e pegando a mão dele - estou? – perguntei colocando a mão dele no meu rosto. ele manteve por um tempo e depois tirou.

- está normal pra mim.

- que bom, devo estar melhorando então.

- sabe, eu acho que você está pegando muito pesado no trabalho.

- como assim?

- eu estive pensando e decidi que você não precisa trabalhar todo dia. Todo mundo dividi turnos e com você não deve ser diferente. Você via ao motel noite sim e noite não. O que você acha?

- sério? Vou continuar ganhando o mesmo salário?

- eu seria um pai ruim se cortasse seu salário no meio? – perguntou ele rindo.

- um péssimo pai.

- então vou ser um ótimo pai e te dar um aumento. O que acha?

- acho ótimo, mas só quero se eu estiver realmente merecendo.

- sim, você merece. Você está doente por causa do estresse. Isso acaba com seu corpo e sua mente. Além do mais eu ralei a vida toda no intuito de dar ao meu filho a vida que eu não tive. Você é um garoto bom Kyle. Você merece.

- obrigado pai – falei rindo para ele.

- por nada – falou ele apagando o cigarro – vou pro meu quarto.

- eu também – falei subindo ás escadas junto com ele. Cada um foi para seu quarto e eu deitei na minha cama e fiquei ouvindo o que meu pai fazia. Eu tive mais uma idéia do que poderia fazer, mas precisava esperar ele sair do banho.

Faria de tudo para ter meu pai, mas seria ele a tomar a iniciativa. Eu fiz um juramento para mim mesmo e prometo cumprir. Agora que as sementes do desejo foram plantadas meu pai já sabia que algo estava diferente, mas não imaginava o que fosse. Eu disse e repito, amanhã a essa hora estarei na cama com ele.

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