Assunto de Família | Capítulo 01

Conto de Misteryon McCormick como (Seguir)

Parte da série Assunto de Família

Capítulo Um

BOA TENTATIVA

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Essa estória é para aqueles, que como eu, tem uma vida chata, tediosa e rotineira. Para aqueles que gostam de fazer amor com pessoas do mesmo sexo. Para aquelas pessoas que não têm vergonha de admitir que gostam de passar os lábios pelo doce mais saboroso que nos foi dado pela natureza. Para aqueles que conhecem o poder do orgasmo e de como ele pode mudar nossa percepção quando sentimos em um certo momento, de um certo dia como se não houvesse mais tristeza e nem frustração. Tudo se resume ao prazer e ao toque. Não sou o tipo de cara que sonha em encontrar o amor e você nunca vai me ver com namorado, mas não pelos motivos que você acha que sabe.

Algumas pessoas nasceram para serem solteiras e eu me encaixo perfeitamente nesse grupo porque o único homem que eu queria pra mim não está disponível. Não sou do tipo que vai á festas, mas tem a cada duas semanas pelo menos uma tranza casual, bebida e farra são as coisas que não fazem parte do meu roteiro. Acredito que entre quatro paredes tudo vale desde que os dois, três ou dez parceiros estejam de acordo com o que vai acontecer. Sem preconceitos e sem julgamentos. Afinal você não controla por quem o coração se apaixona e nem por quem seu pau sobe.

Meu pai, Griffin Benjamin Davis McCormick, é dono de uma rede de motéis em Los Angeles, Califórnia que é onde moramos. Angels’ Place. São mais de doze motéis espalhados por toda a cidade e outros doze espalhados por toda a Califórnia. Quem já foi a um, quer ir a todos. O atendimento é o melhor e é claro que mesmo com um valor um pouco mais caro, é parada obrigatória para todos os amantes da cidade dos anjos.

Qual o meu trabalho? Quando fiz vinte anos de idade meu pai me entregou uma pasta preta e disse “Kyle, feliz aniversário”. No começo fiquei meio confuso, mas ao abrir a pasta percebi que meu pai tinha me dado a gerência de um dos seus motéis de presente. Ele disse que eu deveria aprender os negócios da família e que um dia eu herdaria tudo. Ele confiou em mim e deixou um dos motéis em minhas mãos. Seria eu a resolver todos os problemas do motel. Ele só queria ver os lucros. Ele disse que nem ele e nem seus sócios se intrometeriam nesse motel, ao qual eu deveria erguer ou derrubar. Desde então sou gerente do Angels’ Place número #8. O motel que fica localizado no centro da cidade.

Atualmente tenho vinte um anos. Vinte e um anos e meio. Meu pai nunca acreditou em estudos. Ele é o tipo de homem que trabalhou a vida toda e conseguiu sua fortuna do nada. Ele pode não ter um diploma que diga isso, mas ele é um homem muito inteligente e conseguiu seu dinheiro honestamente como todo bom americano que deixa calos nas mãos de tanto trabalhar. Ele começou limpando banheiros e hoje é um milionário. Tudo isso sem cursar um curso superior. No meu aniversário de vinte anos eu pedi que ele pagasse um curso na UCLA em Ciência Política, mas ao invés de me pagar o curso ele me deu o motel. Foi uma escolha arriscada e admito que o que faço é algo que gosto muito. Não tenho do que reclamar.

Desde que me entendo por gente eu sei que sou gay e gosto de homens. Você deve pensar que a sexualidade é algo debatido em casa, mas meu pai é o tipo de homem que julga uma pessoa por suas conquistas e sua batalha e não pelo o que é enfiado em seu ânus. Isso foi uma coisa á qual ele nunca me falou a respeito e na verdade eu nem sei se ele sabe que sou gay e isso realmente não importa. Nem para ele e nem para minha mãe. Quando se cresce em Los Angeles, uma cidade cheia de celebridades e liberdade você não liga muito para esse tipo de coisa. Assim como ele eu cresci com essa mentalidade. Não gosto de rotular pessoas e nem me interesso muito em saber o que elas são. Desde que cada um sinta prazer enquanto tranza, pra mim isso é o que importa.

Minha mãe, Alice Wilkinson Davis é editora de uma famosa revista. Assim como meu pai ela começou de baixo. Com os anos foi traçando seu caminho para o sucesso e agora é ela quem dá ás ordens. Editora chefe de uma famosa revista.

Cresci com dois pais que têm grandes carreiras e isso me fez crescer basicamente sozinho e independente. Nunca tive babá, eles nunca me confiaram a alguém dessa forma. Na maioria das vezes eu ficava sozinho em casa enquanto eles trabalhavam até tarde da noite. Não tenho raiva por isso, mas crescer dessa forma me fez preferir entre meu pai e minha mãe. Meu pai é o homem que eu admiro e minha mãe é a mulher que eu não gosto. Porque? Ambos estavam sempre trabalhando, mas mesmo assim meu pai sempre foi presente. Quando era pequeno por volta dos nove e dez anos ele chegava em casa tarde da noite e eu geralmente estava dormindo. Não importa a hora que ele chegasse, uma, duas ou três da manhã, sempre que meu pai chegava ele não ia para a cozinha, não ia para o banho, ele vinha para meu quarto. Ele se deitava comigo na cama, me acordava e dizia como me amava. Então ele me perguntava como tinha sido meu dia, na escola e em casa. Eu contava tudo e ele beijava meu rosto, me dava boa noite e ficava comigo na cama até que eu dormisse novamente.

Meu pai era esse tipo de homem. Pra ele não tinha hora ruim. Ele podia estar irritado, com raiva, feliz ou triste. Eu era o centro do seu mundo e apesar da empresa ser algo importante ele sempre deixou bem claro que eu era o melhor presente que Deus podia ter te dado. Amo muito meu pai por isso, ele me deu liberdade para ser independente e não me deixou na mão. A relação com minha mãe foi totalmente diferente. Ate hoje nós mal nos cruzamos e mal trocamos duas palavras. Ela estava sempre no trabalho e muitas vezes chegava irritava e brigava com meu pai. Meu pai sempre foi esse homem humilde. Nunca o vi levantar a voz ou a mão para minha mãe. Ela o tratava (e ainda o trata) como lixo e meu pai sempre ficou calado e humilde. Ele deve amar muito a minha mãe.

Desde pequeno eu sempre soube que o casamento deles era mais pela conformidade que pelo amor. Minha mãe, traí o meu pai. É claro que ela o traí porque meu pai traí a minha mãe, mas eles se amam e apesar dos amantes os dois sempre ficaram juntos.

Tenho uma lembrança de quando era pequeno não me lembro bem a idade que eu tinha. Como disse, meu pai sempre chegava do trabalho tarde e as vezes eu gostava de surpreendê-lo e tentava ficar acordado esperando por ele. Certa noite meu pai chegou em casa ás duas da manhã e pela primeira vez ele não veio ao meu quarto.

Esperei por vários minutos. Ouvi ele subindo ás escadas e indo ao seu quarto. Minha mãe estava viajando a negócios nessa época. Esperei que ele viesse ao meu quarto e ele não veio. Esperei mais um pouco e ele saiu do quarto e desceu ás escadas. Esperei por longos minutos e ele não voltou a subir ás escadas. Pensei que talvez ele estivesse atarefado já que seu escritório ficava no andar de baixo.

Decidi fazer uma surpresa á ele. Sai do meu quarto e desci ás escada em passos leves e ao chegar á sala comecei a ouvir um choro. Era um homem chorando. Pensei que fosse meu pai e assustado me aproximei de seu escritório. De longe vi que a porta estava entre aberta e antes que olhasse percebi que os barulhos que ouvia se assemelhavam a um choro, mas não pareciam exatamente sons de tristeza. A medida que me aproximava percebi que pareciam mais com gemidos misturados com um barulho repetido: tap, tap, tap. Esse era o barulho que ouvia de lá de dentro. Hora mais rápido, hora mais lento.

Me aproximei da porta e por ela vi que o funcionário do meu pai “tio Jesse”, como o chamava na época, estava deitado na mesa e meu pai parecia fazer algo com ele. Na época não tinha idéia do que faziam. Afinal era criança. Vi tio Jesse deitado na mesa e meu pai sem ás calças fazendo um movimentos em frente a mesa enquanto segurava as pernas de tio Jesse no alto.

Tap Tap Tap. Os barulhos pareciam mais fracos e horas mais forte. Fiquei por vários minutos olhando aquela cena. A bunda do meu pai, peluda se contraindo enquanto os movimentos continuavam. A claro que um garoto que via aquilo não conseguia nem piscar. Era estranho e chamativo. Era algo novo. Não tinha idéia do que se passava e a curiosidade falou mais alto. Meu pai gemia junto com tio Jesse que de olhos fechados parecia estar gostando do que meu pai fazia com ele.

Depois de um tempo, fiquei com medo que meu pai me visse. Tinha medo dele afinal do mesmo jeito que ele é um pai amoroso, ela é um pai rigoroso e desde pequeno respeitei ele incondicionalmente. Não porque ele me batia, mas porque quando eu o desobedecia ou o chateava ele usava o “tratamento do silêncio”. Ele não falava comigo e não olhava pra mim. Era acostumado a ser tratado assim pela minha mãe, mas ser tratado dessa forma por ele sempre me deixava muito solitário então fazia de tudo para não desobedece-lo. Ficar sem falar com ele era pior do que levar uma surra.

Voltei para meu quarto e me deitei na cama. Fiquei pensando naquilo que tinha visto e fiquei curioso. Não consegui dormir enquanto não ouvi meu pai subir ás escadas e ir para seu quarto. Ele não veio me ver nessa noite, mas eu não me importei. Estava confuso com o que tinha visto e estranhamento obcecado por aquela imagem. Pensei em perguntar o que ele fazia muitas vezes, mas decidi não contrariá-lo.

Claro que agora eu sei o que meu pai fazia com “tio Jesse” naquele dia. Fiquei imaginando a muito tempo se meu pai tinha feito aquilo outras vezes com tio Jesse ou até se ele fazia com os outros funcionário e amigos. Pensei muito nisso até que não pensei mais. Deixei de me importar e sinceramente não me importava com aquilo porque Jesse acabou se tornando sócio de meu pai e hoje ele é casado e tem uma filha pequena. Tudo aquilo era uma vaga memória, mas é o tipo de coisa que nós vemos quando criança e nunca esquecemos. Em especial o bumbum peludo do meu pai se contraindo.

Meu pai acabou de fazer quarenta e três. Nossa relação é ótima. A mesma de enquanto eu crescia. Como disse, no inicio de tudo, eu não tenho namorado apenas ficantes. Um aqui e outro ali. É o estilo de vida que qualquer pessoa em seu ápice sexual desejaria, mas eu sinceramente sinto preguiça de fazer sexo porque a única pessoa com quem eu gostaria de fazer não me vê dessa forma.

Costumo trabalhar á noite. Chego ao motel por volta dás sete da noite e só vou embora ás sete da manhã. Gosto de passar a noite lá porque é geralmente á noite que surge a maioria dos problemas. A noite têm menos funcionários. Tem a metade das camareiras e apenas um segurança e uma recepcionista. Sou o tipo de gerente que não tem medo de colocar a mão na massa. Se precisam de mim para dar ordens, eu estou lá. Se precisam de ajuda para lavar os quartos ou para ajudar na liberação de clientes eu também estou lá para isso. Gosto de manter uma certa relação com os funcionários que beiram o processo. Gosto de ser amigos deles.

Durante o dia costumo dormir e quando não estou dormindo vou ao escritório do meu pai ver se posso ajudar com alguma coisa afinal ele passa a maioria do seu tempo no escritório que fica perto de casa. A três quadras pra ser exato. Lá também é o escritório de Jesse Acklom e dos outros sócios, Stan Heyward e Nicky Stark. Quando não estão lá eles estão na prefeitura, no corpo de bombeiros regularizando papéis, pagando contas, falando com fornecedores entre outras coisas.

Estava na hora do almoço e meu pai tinha exigido que minha mãe e eu nos sentássemos á mesa com ele todos os dias. Especialmente depois de uma briga de família que aconteceu ás dois dias onde minha mãe disse para todo mundo ouvir que ela tinha tentado me abortar quando pequeno. Os amigos do meu pai estavam na ocasião e aquilo tinha me machucado muito. Ela disse que tomou remédios, mas não conseguiu. Depois disso tudo ela quis ir a clínica, mas meu pai não deixou. Ele disse que não deixaria ela “matar seu garoto”. Eu já não gostava da minha mãe, depois disso eu mal olhava na cara dela.

Nós três estávamos á mesa comendo em silêncio. Minha mãe ficava mais no celular e meu pai olhava pra mim e hora olhava pra ela.

- Alice, por favor, estamos comendo – falou meu velho para minha mãe.

- Griffin, você não pode esperar que eu simplesmente desliguei meu celular e coma como se fosse uma mulher qualquer. Eu preciso resolver os problemas mesmo quando estou em casa.

- por favor – falou meu pai para ela e minha mãe desligou o celular e começou a comer novamente.

O silêncio predominou e minha mãe olhou para mim e eu continuei encarando meu prato.

- a noite foi tranquila? Perguntou minha mãe para mim, se referindo a noite no motel. Não a respondi e a ignorei.

- Kyle, responda a sua mãe – falou meu pai chamando minha atenção. Ele sabia que eu estava chateado pela briga e mesmo sabendo que eu não gostava dela, ele não me deixava desrespeitá-la. E eu só não a desrespeitava por ele. Nunca faria nada que chateasse meu pai.

- foi tranquila – falei olhando para ela – como está indo o seu trabalho?

- bem também – falou ela sorrindo para mim – você não vai adivinhar qual a celebridade que come tudo o que tem no camarim quando fazemos sessões de fotos pra Fashion’s Attitude – falou minha mãe tentando puxar assunto falando sobre a revista que ela era editora chefe..

- aposto que não vou – falei sem dar muita atenção.

- Me perdoa – falou minha mãe – eu não quis dizer aquilo.

- eu sei que não – falei olhando para meu pai e forçando um sorriso.

- é sério eu não…

- pai o senhor me dá permissão de sair da mesa? Já estou satisfeito.

Meu pai percebeu que eu tentei evitar briga e ele balançou a cabeça positivamente me dando autorização.

Levantei-me da mesa e fui para meu quarto. Enquanto escovava os dentes, peguei meu celular e comecei a trocar mensagens com Joe. Joe é um cliente do motel que vai pelo menos duas vezes por semanas no motel. Nessa última noite a camareira fez uma revisão errada no quarto e Laura, que era a recepcionista desse turno cobrou por algo que eles nem tinha usado no quarto.

Eles pediram o gerente e eu fui pacientemente tentar resolver a confusão. Nesses casos o marido é geralmente a pessoa irritada que me ameaça de morte, mas dessa vez a esposa é que estava puta da vida xingando. O marido sempre calmo, saiu do carro para conversar comigo e muito educado pediu desculpas pelo ocorrido e pediu desculpas pela esposa nervosa arranjando confusão por dois reais.

Decidi então não cobrar pela hora que eles ficaram e resolvi oferecer uma pernoite á eles no motel e disse que quando viessem era só me ligar ou me enviar uma mensagem que eu autorizava. Joe pediu meu número e eu passei.

Depois que tudo se resolveu fui para o escritório do motel. Era uma sala onde ficava observando câmeras e cochilava quando não tinha muito trabalho. Durante uma hora fiquei observando as câmeras. Havia prostitutas na porta do motel, mulheres e travestis em sua maioria. Havia também uma pequena minoria que vendiam drogas na esquina e eu gostava de observar a rua caso acontecesse algo sério.

Estava distraído observando as câmeras quando recebi uma mensagem de Joe pedindo novamente desculpas pelo ocorrido. Decidi não estender a conversa e apenas respondi: sem problema. Mal respondi e ele mandou outra mensagem tentando estender a conversa: obrigado por ter sido compreensível. Decidi não responder essa mensagem para não estender a conversa e ele percebesse que eu estava ocupado. O relógio marcava quase três horas da manhã e Joe mandou outra mensagem; “Você me parece ser muito novo para ser gerente”.

É claro que eu não contei que era filho do dono. Eu não era louco de contar isso para as pessoas. Era perigoso. Tanto que os funcionários eram proibidos de comentar isso com qualquer pessoa, cliente ou não cliente e eu usava apenas o primeiro nome enquanto trabalhava.

Inventei qualquer história para Joe já que ele tinha perguntado e acabamos conversando quase a noite toda por mensagens. Era uma conversa amigável e nem ele e nem eu falou nada indevido afinal eu não sabia as intenções dele apesar de desconfiar.

Depois que escovei os dentes, deitei-me na cama para conversar com Joe. Enviei boa tarde e Joe respondeu quase que imediatamente.

Boa tarde - Kyle

Boa tarde – Joe

Está no trabalho? - Kyle

Sim e você? – Joe

Deitado na cama tentando dormir – Kyle

Pensei que você não conversaria mais comigo – Joe

Porque deveria? Não somos nada, você é cliente do motel. Apenas isso – Kyle

Fiquei tão envergonhado pela noite passada. Minha esposa te xingou de tantos nomes – Joe

Sem problema – Kyle

Você aceitaria um presente de desculpas? – Joe

Não posso aceitar nada de clientes, posso ter problemas com meu chefe – Kyle

O que posso fazer para pedir desculpas? – Joe

Nada, você já pediu desculpas mil vezes e eu já aceitei. Se você não parar de pedir desculpas vou ter que te bloquear – Kyle

Tudo bem, não vou mais te aborrecer – Joe

Sua esposa não se importa de você ficar conversando comigo? – Kyle

Não é da conta da minha esposa com quem eu converso ou deixo de conversar - Joe

Estou cansado e com sono. Vou dormir – Kyle

Posso ir ai dormir com você. Te fazer carinho até que você caia no sono – Joe

Boa tentativa, mas eu já disse que não saio com clientes – Kyle

Não tem problema, eu não vou mais pisar no motel onde trabalha – Joe

Nós nos falamos depois. – Kyle

Durma bem – Joe

Depois dessa última mensagem decidi ir dormir. Estava morto de cansado. Não sei porque ainda eu acordo todo dia pra comer. Na verdade eu sei. O único motivo de acordar todo dia para almoçar era meu pai, se não fosse ele, eu emendaria a manhã com a tarde e comeria algo quando acordasse.

Acordei ás cinco horas da tarde, todo suado. Tinha feito um calor enorme nessa tarde. Tomei um banho e desci ás escadas indo até a cozinha e comendo um lanche. Graças a Deus não tinha ninguém, é claro que eu me referia a minha mãe. Depois que lanchei, peguei ás chaves do meu carro e fui para o trabalho, gostava de chegar cedo e dar o exemplo, além do mais se alguém faltasse eu tinha que repor a pessoa ou ficar no lugar dela.

Ao chegar no motel, Sabrina, a recepcionista desse plantão abriu o portão e eu estacionei na minha garagem. Os quartos eram sobrados com garagem em baixo, alguns tinham até duas garagens. Todos os quartos tinham espelhos no teto, televisão, frigobar, banheira e hidromassagem e sauna. O motel oferecia café da manha, jantar e almoço para os que fizessem pernoite ou diária.

- bom dia – falou Sammy o segurança. Ele estava de uniforme e com o boné da empresa. A roupa era azul marinho escrito em branco assim como os uniformes dos outros funcionários.

Dei boa noite ás camareiras e fui á cozinha tomar água. Seis camareiras trabalhavam á noite para dar conta do recado. O motel era cheio especialmente nos fins de semana e vésperas de feriado. Para minha sorte era quinta-feira então o fluxo não seria muito intenso. Coloquei meu crachá e fui para meu escritório e liguei o computador deixando ás câmeras na tela.

Ás horas se passaram e por volta dás oito da noite que era a hora em que mais pessoas entravam e saiam o telefone do escritório tocou.

- motel Angels’ Place, boa noite – falei atendendo.

- Kyle é o pai.

- oi pai.

- hoje por volta dás dez horas eu vou ai, OK? Meu contato disse que a vigilância sanitária vai fazer uma visita surpresa hoje então garanta que as funcionárias estejam com as roupas do uniforme.

- tudo bem pai. Não se preocupe.

- até mais tarde.

- até – falei desligando o telefone.

Depois de finalizar a ligação levantei-me e sai do escritório e desci ás escadas chegando lá de fora. Carros entravam e saiam e uma brisa gelada passou por mim. Fui até ás máquinas conversar com ás camareiras pois algumas não gostavam e usar as galochas e elas eram obrigatórias. Eu não ás culpo afinal é ruim de andar, mas na noite da vigilância elas são obrigadas usar. Ainda bem que meu pai tem contatos.

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