T1 x E1 - "John Gabor..."

Conto de misterkerphim como (Seguir)

Parte da série John

– John Gabor...

– Phillip?!

A respiração do jovem rapaz começa a ficar ofegante com a aproximação do homem, que é mais velho e já alguns fios grisalhos de cabelo.

– Nervoso? – pergunta com um sorriso malicioso no rosto.

– Não. Nem um pouco. – John diz.

– Não é a sua primeira vez, é?

Hesita para responder, porém mente:

– Com um homem mais velho, sim.

– Menino mentiroso.

– Eu não sou mentiroso.

– Você disse que era experiente. Sem problema. Você pode ser meu aprendiz.

Phillip pega rapaz pela cintura, sente o cheiro do perfume dele passando o nariz em seu pescoço e parece se excitar. John tenta controlar o tremor.

– Para onde vamos?

O homem sorri e passa sua mão no rosto do jovem.

– Calma!

– Eu não posso demorar muito. Eu ainda tenho que levar uma amiga em casa.

– Amiga ou namoradinha?

– Amiga.

– Eu sou casado. Tem algum problema?

– Casado?!

– Sim. Mas ir à caça de novinhos é o meu hobbie favorito, por isso que eu sempre estou nessas festas.

– Entendo.

– Vamos, então?

– Vamos!

John e Phillip tomam o rumo de uma estrada de barro e adentram o matagal. As luzes dos refletores da festa, que ocorre em uma espécie de sítio, são refletidas no céu.

– Vamos para muito longe daqui? – O rapaz pergunta ao ver o carro de Phillip.

– Não. Vamos fazer em cima do capô.

– E se alguém aparecer?

– Ninguém vai aparecer. Estamos um pouco afastados da festa.

– Não sei se é uma boa ideia. – diz John, preocupado.

– Você está com medo do quê? – Sorri. – Se aparecer alguém, que seja um garoto bem gostoso e ativo, assim você leva dois paus nesse rabo.

Phillip tira a camisa e agarra John beijando sua boca com certa rispidez. A excitação descontrolada e a falta de sensibilidade parecem ter tomado conta dele, o que deixa o jovem rapaz um pouco assustado, contudo mais ainda por ele estar nos braços de um homem mais forte fisicamente. Phillip encosta John no capô do automóvel. coloca suas mãos por dentro da calça do rapaz, agarrando suas nádegas com força. Morde os lábios de John, como se quisesse lhe arrancar um pedaço de carne, o que acaba ferindo o rapaz, que se esquiva rapidamente.

– O que houve? – O homem pergunta, estranhando.

– Você não acha que está sendo um pouco afoito?

– É que eu estou muito excitado. Eu quero tanto te fazer de mulherzinha.

– Mulherzinha?! Não gosto de ser tratado assim. Você está preste a transar com outro homem, não com uma mulher.

– Cala a boca!

Phillip agarra John novamente e o encosta no capô. Tira a camisa do rapaz rapidamente e lambe seus mamilos, morde com força, deixando o rapaz desconfortável.

– Vamos de uma vez com isso.

– Vira!

O homem faz o jovem virar rapidamente praticamente o jogando contra o capô. Abaixa a calça dele e depois se agacha. Cospe algumas vezes no ânus de John, passa a língua e morde as nádegas. O jovem ainda sente desconfortável e o receio toma conta. Fica com os olhos arregalados ao ter o ânus introduzido com o pênis de Phillip que, por sua vez, penetra sem o mínimo de sensibilidade. Ele urra de prazer, enquanto John dá alguns gemidos de dor e nem isso consegue em alguns momentos. Phillip aumenta a velocidade das “estocadas”.

– Calma! Tá “seco” demais!

– Meu pau vai lubrificar.

– Eu não quero mais.

– Você quer, sim!

Ele agarra a cintura de John. O jovem tenta fazer menção de levantar, mas é novamente empurra contra o capô. Uma lágrima percorre seu rosto. Ele levanta-se de vez e dá um cotovelada na barriga de Phillip, que se afasta para trás e fica irritado.

– O que é isso, garoto? Você está louco?

– Eu disse pra parar. Você estava me machucando.

– Garoto fresco! Eu bem devia saber que você não ia aguentar o “tranco”.

– Você é um animal, isso sim!

– O que você disse?

– Isso mesmo que você ouviu. Estúpido!

Completamente revoltado, Phillip dá um soco em John, que acaba caindo ao chão. Ele sobe em cima do rapaz e o faz ficar de bruços.

– Me solta! – Grita John, desesperado e sem forças.

– Eu vou terminar o serviço. Você não me chamou no aplicativo pra me deixar só na vontade.

– Socorro! – Grita aos prantos.

– Ninguém vai te ouvir.

Ele tapa a boca do rapaz, que tenta gritar a todo o custo. Phillip tenta estuprar John, mas este tenta impedir a todo o custo.

– Pare quieto, seu merda! Pare!

Ele vira o rapaz e desfere um soco em sua boca.

– Desgraçado!

– Você não vai chorar com meu pau, mas vai chorar sentindo a minha mão na sua cara, seu viadinho de merda!

John acaba sendo golpeado por mais dois socos. Phillip se levanta e dá um chute na barriga do rapaz, que urra de dor caído ao chão. Depois disso, ele somente vê as luzes dos faróis do automóvel e ouve o som do motor. Acaba desfalecendo.

O relógio já marca 5h30min da manhã. Christie se acorda sobressaltada com as batidas na porta.

– John?!

Rapidamente, a mulher se levanta do sofá para atender. Ao abrir a porta, ela se depara com o filho. O rapaz entra sem dizer nada.

– Cadê a Catherine?

– Ela já não estava mais lá.

– O que houve com você? – Christie pergunta, assustada. – O que fizeram com você?

– Nada.

– Você andou apanhando. – Ela se aproxima, mas ele se esquiva.

– Eu já disse que não aconteceu nada.

– Com quem você brigou, John?

– Eu não sei. Eu não conheço aquele cara.

– E cadê a Catherine?

– Eu já disse que ela não estava lá.

– Há uma hora atrás, o Alex me ligou. Ele e a Daphne estão desesperados. A Catherine não atende o telefone, você também não estava atendendo. Eu quero saber o que aconteceu.

– Como eu vou saber? Eu não lembro de nada. Eu acordei no meio de um matagal, eu fui procurar pela Catherine na festa, mas já estava acabando. Eu percorri aquele sítio e nada. E ela já pode estar em casa.

– Você ficou responsável por aquela garota. Ela é menor de idade ainda, John, você tem noção disso? E se ela foi sequestrada? E se fizeram algum mal a ela?

– Meu Deus!

John senta-se sofá e enterra a cabeça entre os braços.

– Se essa menina ainda não chegou em casa, o Alex deve estar a ponto de explodir em nervosismo.

– Por que você se preocupa tanto com o Alex?

– Ele é meu chefe e meu amigo. E a filha dele é sua amiga.

– Como você sempre quis.

– Eu não vou discutir isso agora. Eu estou preocupada é com a Catherine. Essa história está mal contada. Quem bateu em você deve ter também feito algum mal para ela. É melhor você falar a verdade do que realmente aconteceu.

– Eu não quero falar sobre isso.

– Você será o responsável pelo sumiço dela.

– Você nem sabe se ela realmente sumiu. Ela pode estar com alguém, ela pode ter conhecido alguém legal...

– O Alex só deixou que ela fosse com você para que vocês curtissem a festa e depois voltassem seguros. Ela está sumida e você chega em casa nesse estado.

– Se eu estivesse com o meu celular...

– Onde está o seu celular?

– Eu não sei. Eu perdi ou eu fui roubado, eu não sei.

– Eu não vou mais deixar você sair. Esse será o seu castigo.

– Eu já sou maior de idade.

– E ainda está na minha casa. Reprovou duas vezes: uma no ensino médio e outra no secundário. Já era para você estar numa universidade, trabalhando e buscando a sua independência. Mas eu vou dar um jeito nisso, você não perde por esperar. – O celular toca. – Deve ser o Alex.

– Tomara.

Christie ao telefone:

– Alex... Graças a Deus! Você não imagina o quanto me deixa aliviada... O quê? O John já está aqui e estamos conversando... Que a Catherine melhore. Mande um abraço para a Daphne... Tchau!

Ela olha seriamente para o filho.

– A Catherine está bem?

– Chegou bêbada em casa, sendo carregada por um casal que a encontrou andando pela estrada. Já pensou se tivesse ocorrido o pior? E o Alex está muito revoltado.

– Pare de se importar com o Alex.

– Ele é o meu chefe.

– Você só pensa em trabalho e em agradar o seu chefe. Tanto que queria me atirar pra cima da Catherine. Você sempre forçou para que eu e ela nos tornássemos amigos. – Fala John em tom alterado.

– Isso não é verdade!

– É verdade, sim! Você só se importa com o seu trabalho, mas não se importa comigo.

– Menos, John, bem menos.

– Você acha que tudo sempre tem que ser como você quer.

– Eu sou sua mãe.

– Enquanto você tentava me atirar para cima da filha do seu chefe, eu só fui com a intenção de uma coisa a essa festa: conhecer um cara.

– Do que está falando?

– Eu transei com esse cara e ele me agrediu depois. Está bom pra você?

Christie fica com os olhos marejados. Balança a cabeça negativamente e desvia o olhar por alguns segundos. Parece estar tentando assimilar a situação.

– Eu não te criei pra ficar agindo dessa forma.

– Nós nunca conversamos abertamente sobre a minha sexualidade. Você sempre fugiu do assunto. Tem certeza que realmente se importa comigo?

– E isso é motivo para você sair por aí transando com qualquer um? Você poderia ter sido morto.

– Eu sei disso.

– Não, você não sabe. Não sabe mesmo. – Ela diz, sorrindo por ironia. – Você faz isso de forma frequente? Você sai por aí transando com estranhos?

– Eu não consigo me controlar.

– Então isso é compulsão. Eu posso te levar em um psicólogo.

– Eu não quero ir a psicólogo nenhum. Pare de terceirizar os meus problemas.

– Quem é esse homem? Nós temos que fazer uma denúncia.

– Eu não vou me expor.

– É claro que não vamos falar sobre a parte em que você transou com o seu agressor.

– Eu não sei quem é ele, eu não tenho endereço, não tenho nada e ele já deve ter me bloqueado no aplicativo. Eu também não salvei a foto dele... A polícia iria me fazer muitas perguntas, eu não quero passar por nenhum constrangimento.

Christie não contém as lágrimas.

– Não faça mais isso, John. Por favor?! – Ela senta-se ao sofá e abraça o filho fortemente – Você deveria ter ido ao hospital. Não sente dor?

– Não sinto nada. Só raiva... Muita raiva!

– Por que ele fez isso?

– Ele estava me machucando e...

– Não precisa dizer mais nada. Não diga mais nada. – Levanta-se – Eu vou pegar a caixa de pronto-socorro e farei um curativo nesse ferimento.

Ela retira-se. John acaba chorando.

Um novo dia amanhece.

Deitado em sua cama, John está com o celular na mão. Ele entra no aplicativo gay para encontros e percorre com o dedo pelos perfis mais próximos da região. Entedia-se e larga o aparelho na cômoda ao lado.

Na área exterior de um bar com visão para um lago, Christie está sentada a uma das mesas. Acompanhada por Alex, pai de Catherine.

– Ela só disse que bebeu demais e que só lembra de o John ter se afastado acompanhado por um cara.

– Ela não falou como era esse cara?

– Claro que não. Por quê?

– Nada de mais.

– Eu não vou mais confiar a segurança da Catherine ao John. Isso foi irresponsabilidade demais, não só parte dele, claro...

– Você está certo.

– Não vou mais permitir que os dois saiam juntos. Foi uma péssima ideia eu ter permitido a ida dela a essa festa.

– Se eu soubesse que isso iria acontecer, eu também não teria permitido a ida do John.

– Você está estranha.

– Só estou cansada. – Ele toca a mão dela. – Aqui não, Alex!

– Ninguém viu. – Ele diz sorrindo. – E também nós somos amigos de longa data, além do fato de você ser minha funcionária.

– Amanhã será um longo dia de trabalho.

– Podemos tirar amanhã para ficarmos juntos.

– Nem em sonho. – Christie diz balançando a cabeça.

– Estaremos em Portland. Não vejo nenhum problema. Você parece estar estressada além de cansada.

– Não, Alex, não insista. Eu não estou com mente para transar com você amanhã.

– Não precisamos transar. Podemos fazer um programinha especial, ir ao cinema ou...

– Isso você faz com a Daphne. É ela quem está casada com você.

– Tudo bem. Eu não vou insistir. – Levanta-se. – Eu já devia estar acostumado com os seus rompantes. Diga ao John que estou muito decepcionado com ele.

– Tudo bem.

Alex se retira. Christie dá um gole na xícara com cappuccino e fica pensativa.

Portland.

A recém tendo chegado em casa, Phillip adentra o quarto abrindo a porta devagar. Tira os tênis e deita-se na cama. Beija o ombro da esposa, que apenas aparenta estar dormindo, pois está bem acordada.

– Onde você passou a noite dessa vez, Phillip? – Pergunta Rachel.

– Eu fui me divertir, meu amor. Eu estava com alguns ex-colegas de trabalho. Perdi a hora, eu confesso. Me desculpe!

Rachel vira-se para o marido e o encara seriamente.

– Perdeu a hora novamente?

– Acontece. – Ele diz, sorrindo cinicamente. – Eu não vou ficar só dentro dessa casa como você fica. Já tenho alguns fios grisalhos, que inclusive me dão um certo charme, mas ainda sou um homem com toda uma vida pela frente. Eu gosto de sair, de encontrar as pessoas, de me divertir...

– E esquece que tem uma esposa e uma filha?!

Phillip acaba se irritando. Altera a tom:

– Eu passo a semana toda me dedicando a essa esposa e a essa filha. Sem falar na dedicação pelo meu enteado também, que não gosta de mim, que sempre vê um motivo para me incomodar, mas eu continuo me dedicando. Talvez porque eu seja um idiota.

– Você não é um idiota por se dedicar a sua família. Eu só não consigo me sentir segura com essa forma como você se diverte. Eu não sei com quem você realmente está. Uma hora, você diz que encontrou ex-colegas, outra hora são ex-alunos... Eu não consigo acreditar nisso.

– Não me importo.

– Não se importa? – Pergunta Rachel, indignada. – Não se importa mesmo?

– Quem ama, confia! E eu sei o que eu faço, com quem eu estou e onde eu estou.

– Ontem à noite, a Barbara teve a primeira menstruação dela. E onde você estava? Festejando com os seus amigos.

– A primeira menstruação de uma mulher já não é mais motivo para festa.

– Eu não queria fazer uma festa. Só que foi um momento especial. Ela estava assustada, ela perguntou de você. E depois que eu consegui acalmá-la, ela começou a rir de alegria e chorou porque eu falei que ela teria os mesmos problemas com cólicas que toda mulher tem. Foi um momento de emoção para nós duas.

– E isso já não está bom?

– Ela queria compartilhar o acontecimento com você. Ela só tem 11 anos de idade.

Phillip fica quieto e pensativo. Rachel vira-se para o outro lado e deita a cabeça no travesseiro.

– Me desculpe, Rachel!

– Peça desculpas a Barbara e a parabenize em seguida. Faça isso com empatia... Ou tente.

Albany.

No dia seguinte.

No colégio, o sinal sonoro toca. Os alunos já começam a adentrar as salas. Na sala de História, o professor adentra o ambiente carregando um material. Já é um senhor de idade e aparenta um abatimento.

- Você não acha que ele está mais abatido que o normal? – Pergunta Catherine para John, que está sentado ao seu lado.

– De fato.

– Bom dia, queridos! – Fala o Sr. Dewashigton.

– Bom dia! – A maioria responde em coro.

– Vamos iniciar a nossa aula de História. Hoje falaremos sobre... – Ele para. Encosta-se à mesa.

– O senhor está se sentindo? – Pergunta um dos alunos.

O velho professor cai desmaiado ao chão. Começa um alvoroço entre os estudantes. Dois se retiram da sala para chamar ajuda.

Uma semana depois.

Na sala de História, os alunos já estão sentados às classes. Alguns comentam sobre a possibilidade de o Sr. Dewashigton não retornar. O diretor do colégio adentra a sala deixando a porta aberta.

– Bom dia!

– Bom dia, diretor Lewis! – Todos respondem de prontidão.

– Isso mesmo. – O diretor diz sorrindo. – É assim que eu gosto. Vejo que estão com toda a vontade para estudar nessa manhã.

– Haja vontade. – Comenta Catherine.

Alguns ironizam concordando com a colega.

– Dando continuidade. Silêncio agora. Quero falar sobre como ficará a aula de História. O professor Dewashigton não irá poder retornar tão cedo a nossa escola, infelizmente, eu sei que vocês têm um apreço enorme por ele e não esperavam terminar o semestre e se formar sem a sua presença. Ele irá passar por um procedimento cirúrgico no coração e ficará descansando em casa por um bom tempo. Talvez ele desista de seguir dando aula. E nem precisa porque já é um velho aposentado. Só estava aqui porque fica doente se não trabalha e não vê as lindas caras de vocês. – Todos riem. – Então, com muita sorte, nós conseguimos um professor substituto. Ele veio de Portland e é formado e pós-graduado em História, além de falar francês, espanhol e “arranhar” um pouquinho de latim. Seja bem-vindo, Senhor Phillip Mason!

Phillip adentra a sala para o desespero de John. O rapaz fica boquiaberto e tremulo. Não consegue acreditar no que está vendo. O professor substituto sorri de forma animada.

– Obrigado pela confiança e por essa introdução maravilhosa, diretor Lewis. – Ele olha se dirige para os alunos. – É um prazer estar aqui na South Albany, com certeza sempre foi um dos meus objetivos vir trabalhar nesse colégio tão conceituado.

Phillip acaba direcionando o olhar para John, que o encara com raiva. Dá um leve sorriso para disfarçar e olha para outros alunos.

Comentários

Há 2 comentários.

Por misterkerphim em 2019-04-29 20:47:40
Obrigado, Jordlan ☺️. Na sexta-feira, o segundo episódio será postado.
Por Jordlan em 2019-04-27 20:28:06
AAAAAAAA ameiii, quero maisss