Pilot

Parte da série Era Uma Vez

O rosto que eu via a minha frente era praticamente idêntico ao meu. Como um reflexo. Eu queria poder toca-lo, queria verificar se ele era mesmo real. Mas algo me impedia de fazê-lo. Era como se estivesse distante de mim, não somente em distancia, mas em épocas também.

Atlanta 27, Janeiro de 2013.

Acordei assustado naquele dia. Olhei no relógio 06:00 am. Não havia conseguido dormir direito e o pior, acabava de me lembrar que era sábado.

Me levantei sem muito ânimo indo direto ao banheiro. Minha cabeça ainda girava um pouco devido ao sonho conturbado que tive e no espelho, minha aparência era horrível. Haviam círculos arroxeados em volta de meus olhos. Eu estava exausto.

Decidido, rapidamente tomei um banho e desci pra dar uma caminhada.

Acabei de completar 18 anos e vivo com meus pais e um irmão de seis anos em uma pequena cidade chamada Atlanta, Condado de fulton nos EUA. Apesar de pequena, devido ao seu grande crescimento econômico a cidade esta sempre cheia.

Assim que sai de casa, segui em direção á pequena floresta ao sul da cidade. Precisava me distrair e tirar da cabeça aquele sonho estranho que tive.

Como ainda era cedo, a rua estava deserta e eu estava tão distraído que não percebi que um cara vinha correndo em minha direção onde acabamos nos esbarrando e levando um baita tombo juntos.

“-Oh, eu sinto muito. Eu estava distraído, você está bem?”- Perguntei já oferecendo minha mão para ajudar.

Para minha surpresa o cara levantou e simplesmente seguiu em frente compassos firmes me ignorando. Eu não sabia o que fazer. Só o via se distanciar de mim cada vez mais rápido. Meio confuso e sem jeito, dei meia volta e retornei pra casa.

Atlanta 04, Fevereiro 2013

Os dias se passaram rapidamente. Eu ainda não tinha esquecido o incidente com o “estranho corredor”, mas por sorte meus sonhos estranhos haviam parado.

Agora começariam as minhas aulas na universidade. Eu estava mais que ansioso para o meu primeiro dia. A partir de agora, eu dava inicio ao meu futuro (seja qual fosse ><).

Com a minha animação à flor da pele, acabei chegando quase uma hora antes do horário no colégio e então decidi conhecer o lugar e já pegar meu horário de aulas na secretaria.

Nunca me considerei bonito. Tenho uma aparência legal com 1,80 altura e 60 kg. Meu cabelo (tão preto quanto a própria escuridão) puxei de minha mãe assim como a pele morena bronzeada.

Entrei na secretaria e peguei meu horário de aulas. Assim que sai, me deparei com alguém que eu realmente não esperava encontrar. Estava um pouco mais a frente, meu grande amigo Gabe, o qual estudou comigo durante quase toda a minha infância. Já fu me aproximando.

“_Hey, Gabe!” – Ele olhou pra mime abriu um enorme sorriso.

“_Hey Mica!” – Nos abraçamos e ele continuou contando sobre sua vida. Já não nos víamos já fazia uns quatro anos desde que ele havia se mudado. Conversamos bastante e vimos que tínhamos varias aulas juntos.

Após o inicio das aulas o tempo passou rapidamente. Basicamente foi a mesma coisa em todas as aulas: Apresentação pessoal e apresentação do conteúdo do ano.

Já estávamos na quarta aula quando começou uma pequena nevasca lá fora e é claro que o pátio no intervalo se tornou uma arena de guerra de bolas de neve. Como eu não estava nem um pouco a fim de pegar uma gripe permaneci digamos que “escondido” na biblioteca durante essa guerra.

As ultimas aulas passaram rapidamente. Na hora da saída ainda cheguei a falar com o Gabe convidando-o para ir lá em casa mas ele se desculpou dizendo que estaria ocupado. Eu segui então com meu carro direto para casa.

As coisas haviam mudado muito nesse ultimo ano em minha família. Eu havia contado para o meu pai e minha mãe que gostava tanto de homens quanto de mulheres. Eles não aceitaram de primeira, mas disseram que contanto que eu tivesse juízo, saúde e felicidade estava tudo bem. Eles conseguiram um ótimo emprego em uma das filiais da Samsung ganhavam bem e podiam pagar a escolinha do meu irmão menor.

Mesmo hoje eu ainda fico conturbado com tantos acontecimentos simultâneos fora é claro que depois do falecimento de minha avó no natal, eu não parava de ter sonhos estranhos e me sentia sempre sozinho com um vazio enorme no peito.

Já estava quase chegando em casa quando meu celular tocou me trazendo novamente para a realidade. Era minha mãe.

“_Oi Mãe!” –

“_Oi filho. Tudo bem? Como foi o primeiro dia?” –.

“_Foi bom Mãe, encontrei o Gabe, se lembra dele?” –.

“_Aquele seu amigo educado?” - (Gabe foi o meu único amigo de verdade que ela conheceu ¬¬).

“_É, ele!”

“_Que bom. Filho, seu pai e eu vamos atrasar um pouco hoje e seu irmão sai daqui a pouco da escola. Você pode ir busca-lo?”

Eu respirei fundo. Porque será que eu não estava surpreso?! “_Claro”.

“_Obrigada filho. Vixi meu chefe chegou depois nos falamos. Beijo”. – A ligação ficou muda. Eu na mesma hora virei o carro e segui em direção ao centro onde ficava a escola do meu irmão.

Ele já estava no portão quando cheguei lá. “_Hey Jack” – Acenei para que ele visse o carro e ele já veio correndo.

“_Oi Gelo (é como meu irmãozinho me chama ><) cadê a mamãe?”-.

“_A mamãe vai se atrasar um pouco então hoje você vai comigo!” – ele pareceu meio triste quando eu disse isso, mas logo entendeu.

“_A gente pode tomar sorvete?” – o sorriso dele era a coisa mais fofa do mundo.

“_É claro. Vamos ao Shopping. Coloca o cinto.” – Guiei o carro então para fora dali e no caminho Jack ia me contando sobre o seu primeiro dia de aula. Disse que tinha feito amigos e até mesmo conhecido uma garota bonitinha que tinha lhe dado um beijo na bochecha. Eu sempre sorrindo e comentando tudo não percebi quando de repente um cara surgiu correndo na frente do meu carro mais a frente. Freei o mais rápido que pude.

“_Jack fica aqui dentro eu já volto”. – Desci do carro o mais rápido que pude e já fui em direção ao cara apoiado no carro de costas pra mim. Por sorte o carro não chegou à pega-lo graças a Deus. Mas decidi tentar ajudar mesmo assim. “_Me desculpe. Brequei o mais rápido que pude cara. Você esta bem?”.

O Cara estava de costas e lentamente foi se virando pra mim e abriu um sorriso enorme. “_Eu estou bem, Obrigado”. Foi quando eu senti meu rosto congelando e meu coração disparado ao mesmo tempo. Como se um flash de memoria tivesse passado pela minha mente, eu reconheci aquele cara.

“_Eu estou bem, Não se preocupe e me desculpe também”. – O sorriso torto dele ainda estava lá, mas eu estava totalmente atônito. Não podia ser ele. Não podia.

“_Você?? Mas você é...”.

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agradeço as leeituras e comentarios.

espero que gostem abraço : )

Comentários

Há 1 comentários.

Por em 2013-03-14 03:34:11
essa historia promete muito,nao demora pra postar :) ate mais