A Vida & Morte De Renato - Capítulo 32

Parte da série A Vida & Morte De Renato

Boa Tarde Gente...

Estou passando hoje rapidamente apenas para desejar a vocês uma ótima semana e para os agradecer por todos os votos e comentários do capítulo anterior. Fico muito feliz que ainda estejam acompanhando a história, mesmo ela tendo algumas falhas no decorrer do caminho.

Tenho que confessar que ‘A Vida & Morte De Renato’ não foi uma história planejada. Eu a escrevi porque não consegui passar a outra que eu tinha em mente para o papel, Word no caso, então acabei tendo outra ideia e com isso escrevi essa história aqui, então, mesmo ela tendo sido feita em apenas dezoito dias, fiquei feliz com o resultado e postei...

No mais, obrigado mais uma vez, por tudo, e até sexta feira. Um beijão pra vocês e até mais.

― Nando matinez: Rsrsrs... A tá, bem longe de mim. Rsrsrs. Hahahahahahaha. Infelizmente esse foi pequeno, mas os outros não serão, pelo menos a maioria deles. Hahahahahaha. Pois é menino, eu pensei nisso, pensei em escrever essa cena, mas achei desconexo com o momento, então preferi deixar pra depois. No mais, um beijão pra você, e mais uma vez, obrigado pelo comentário.

― victoor: Bem, por enquanto ele entendeu a situação né. O Yan foi levado pela emoção de ver o Renato outra vez, e por esse motivo que ele compreendeu tudo o que aconteceu diante dos seus olhos, mas quem sabe o que vai acontecer depois... Sim. Rsrsrs. Infelizmente eu não consegui deixar ele maior, e eu tentei, mas eu prometo que os próximos não serão, pelo menos a maioria deles. Rsrsrs. E pode deixar que eu vou postar até o último capítulo. Um beijão pra você, e até mais.

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Seus olhos brilhantes encaravam aquele homem a sua frente, notando seu olhar de extrema surpresa e assombro. Renato conseguia ver que toda a informação que ele estava passando a Yan desde que chegaram estava demorando a fluir na mente do homem de olhos verdes. Ele fez questão de explicar de maneira mais sucinta e fácil que encontrou, mas não foi o suficiente. Yan ainda parecia confuso e atordoado, mesmo já tento certeza que aquele na sua frente realmente era Renato, e mesmo que não fosse, em sua cabeça a situação estranha seria a mesma.

― Isso não faz sentido... ― Ele se levanta da cama, com as mãos na cabeça. ― Tudo bem, eu vi você morrer, assim como o vi se regenerar na minha frente, sei lá o que foi aquilo... ― Ele faz uma pausa. ― Mas ser realmente imortal...

― Renascente... Imortal é aquele que nunca morre... ― Renato o corrige. ―Eu também não acreditei no começo... Eu acordei naquela floresta pela primeira vez achando que algo tinha acontecido comigo, que alguém havia me assaltado ou coisa pior, mas não foi isso. O Caled havia me empurrado.

― Que merda... ― Ele andava de um lado pro outro, confuso.

― Yan, eu sei que é difícil de assimilar tudo, mas... ― Renato é interrompido.

― E você também cura outras pessoas... ― Yan ainda não sabia o que Renato havia feito com ele. ― Como descobriu isso?

― Quando eu te curei. ― Renato finalmente confessa.

― O que? ― Yan arregala os olhos.

― Quando meu pai... ― Renato se corrige. ― Quando o Rodolfo pegou você aqui em casa, a confusão começou rápido de mais, e ele te espancou, deixando seu rosto completamente ferido, e eu não sei como, mas eu consegui curar você. Uma espécie de linhas amarelas começou a subir pelo meu braço, como se eu estivesse absorvendo seus ferimentos...

― Então o motivo de eu ter acordado bem, de eu não precisar ir para uma clínica, é você?

― Sim...

― Nossa... ― Ele abaixa a cabeça. ― Eu achei que eu tivesse me curado daquilo por mim, por vontade própria...

― Não, mas isso não quer dizer nada.

― Mais uma vez quer dizer que eu sou um fraco que não consegue fazer as coisas por si mesmo.

― Não diz isso Yan, por favor. ― Se estivesse limpo, Renato se aproximaria, mas assim que chegaram, Yan já exigiu uma explicação, o que impossibilitou Renato de tomar um banho.

― É a verdade Renato. Não foi mérito próprio.

― Não interessa.

― Para você não, mas para mim sim. ― Yan parecia chateado

― Yan, eu nem sei como eu fiz aquilo, não ache que é minha culpa. Eu estava vendo você morrer e me desesperei, e simplesmente aconteceu. Eu ainda não sei se consigo fazer de novo.

― Não faça mais isso comigo, nunca mais. ― Yan o olha sério.

― Por quê? Eu não estou entendendo aonde você quer chegar... ― Renato havia se entristecido. ― Yan...

― Eu só não quero, pode fazer isso por mim?

― Tudo bem... ― Renato abaixa a cabeça. ― Eu não estou entendendo... Você estava bem enquanto a gente estava na floresta, você me beijou... ― Renato ainda sentia o gosto dos lábios de Yan nos seus.

― Eu fui levado pelo impulso, pelo momento... Eu fiquei surpreso em te ver de novo, depois do ocorrido no estacionamento, mas agora, depois de toda a explicação que você me deu, eu estou confuso. É tudo estranho de mais.

― Eu não tenho culpa de ser assim. Fizeram isso comigo...

― Eu sei Renato, mas isso não diminui o fato de você ser imortal e poder curar as pessoas.

― Você acha que eu queria isso? ― Renato resolve confessar outra coisa a Yan, algo que ainda não havia contado. ― Eu disse que Caled me empurrou da ponte, mas eu não contei o que eu estava fazendo lá... ― Renato para e respira fundo. ― Eu ia me matar naquela madrugada. Eu estava lá para me jogar, para acabar com todo o sofrimento que eu sentia desde a morte do Leandro e por tudo o que acontecia aqui em casa. Eu estava lá para dar um fim a minha vida... ― Renato para, encarando Yan, que estava de costas. ― Eu não iria estar aqui hoje se não fosse pelo Caled. Eu não seria quem eu sou hoje se não fosse por ele, e apesar de achar que isso seja uma espécie de maldição, um carma, eu o agradeço por tudo, e vou fazer valer o que eu tenho em mãos, mesmo você não gostando.

― Renato...

― Sei que não é algo que as pessoas tendem a aceitar de uma hora pra outra, mas eu esperava pelo menos um pouco de compreensão da sua parte. Eu confiei em você. Se eu quisesse, eu morreria em seus braços e depois desapareceria dessa cidade quando eu renascesse outra vez. Eu colocaria essa casa a venda e sumiria, mas eu não fiz isso porque me importo com você, porque eu estou apaixonado por você, essa é a verdade.

― Renato, eu só preciso processar tudo, só isso.

― Eu sei, e eu te entendo. ― Renato diz, o olhando dentro dos olhos. ― Me desculpa, eu não sei o que me deu para falar isso...

Yan, naquele momento, tinha toda a razão por estar confuso. Renato havia contado a ele tudo o que Caled lhe disse nos vídeos. O jovem havia lhe falado sobre seu renascimento, sobre sua pele se regenerar diante de um corte ou até mesmo diante da perda de um membro, coisa que Renato descobriu em um dos últimos vídeos. Havia lhe falado também sobre o renascimento sempre no mesmo local da primeira morte, e claro, lhe contou também sobre a cura e sobre não ser capaz de adquirir doença alguma, mas isso não foi tudo. O jovem também havia lhe falado sobre o mundo farmacêutico, sobre a invenção de doenças e como elas são espalhadas pelo mundo, e ao saber tudo isso, Yan ficou em choque, situação que todo mundo se encontraria caso estivesse em seu lugar. Renato entendia o porque de ele estar assim, mas achou que o homem de cabelos castanhos iria compreender rapidamente, ainda mais depois do beijo, mas não foi assim.

― Eu acho que vou embora... ― Yan diz ao se virar de costas para Renato, que lamenta.

― Tudo bem... ― Renato, ainda sujo de terra e sangue, se senta sobre a cama.

― Depois a gente conversa... ― Yan diz, sem olhar em seus olhos.

― Tudo bem, até amanhã... ― Renato continua olhando para baixo.

Quando Yan saiu do quarto, Renato se pegou triste, pensando em tudo o que havia acontecido, e ao ouvir a porta lá de baixo se fechando, resolveu descer e a trancar, voltando para seu quarto logo em seguida.

Depois que tirou toda a sua roupa, o jovem entrou no banheiro, fechando o box e se colocando debaixo do jato de água quente do chuveiro.

Ele apreciou a sensação de ter sua pele massageada pela forte pressão da água, e depois de alguns minutos ali, resolveu se lavar, eliminando toda a sujeira de seu corpo.

Após finalmente terminar, depois de passar quase quarenta minutos no banheiro, Renato sai, enrolado em uma toalha, e então vai para seu quarto, trancando a porta. Ele sabia que daqui a pouco teria que acordar, daqui a duas horas, então preferiu usar esse tempo para assistir o último vídeo que Caled havia o deixado, o último vídeo explicativo do homem de cabelos ruivos e olhos azuis. Então, ao se sentar na cama, ainda de toalha, ele pega o notebook, conecta o dispositivo móvel, o último, e seleciona o vídeo de número dez, último vídeo feito por Caled Erico.

― Esse é meu vídeo de despedida... ― Seu olhar era triste. ― Em meio a tanta coisa nesse mundo, eu nunca achei que viveria por tanto tempo, e em partes, foi bom passar por essa experiência, mas em sua maioria, eu sempre me senti sozinho. ― Ele para um pouco. ― Eu viajei pelo mundo, conheci vários países, saí com várias mulheres, curti a vida, e nunca consegui conquistar nada. ― Ele faz outra pausa. ― Renato, me escute com atenção... Mude o mundo. Mude as coisas a sua volta. Seja incrível, seja bom com os outros. Use o que você tem para o bem, porque de mal já há muitos espalhados por aí. As pessoas de bom coração estão em falta, e eu sei que você é uma delas, uma das pessoas capazes de ajudar sem esperar nada em troca, uma das pessoas dispostas a não ser reconhecida pelo bom feito, daquelas que não gostam de serem agradecidos pelo que fizeram. Eu digo isso porque eu vi, eu consegui ver, durante todas as minhas visões, o quão especial você é. Eu consegui ver você deixando para trás tudo de ruim que lhe aconteceu e agindo com instinto, com o coração, e você se torna lindo por isso, por essa delicadeza tão poderosa que você transmite... ― Ele tinha lágrimas nos olhos. ― Você pode achar que é fraco, que não se impõem perante os outros, inclusive a seu pai, mas é necessária muita força para passar por tudo isso e não desistir, e eu te admiro muito por isso, e sempre irei te admirar. ― Ele faz mais uma pausa. ― Eu sempre fui um covarde, nunca tive coragem de fazer as coisas que eu realmente queria, nunca matei a minha curiosidade, e eu estou me referindo a uma coisa muito específica... Eu nunca morri depois que realmente descobri minha imortalidade. Eu sempre quis saber como seria a dor de morrer queimado, mas nunca tive coragem de atear fogo em mim mesmo, e hoje, olhando para trás, vejo o quão importante seria caso eu tivesse o feito. Se eu tivesse a coragem, talvez hoje eu conheceria do que eu realmente sou capaz e poderia lhe explicar tudo, mas infelizmente eu não fui assim, e me desculpe por isso. ― Ele começa a chorar. ― Eu sempre tentei me ver como um ser humano normal, capaz de me apaixonar, de ter uma família, e isso foi o meu erro. Perdi todos os meus filhos para o tempo e hoje estou sozinho, absorto no luto por tudo o que aconteceu a eles e fiquei aqui, para contar a história. Não estou dizendo para você não se aventurar em um romance, muito pelo contrário, mas saiba que você viverá para sempre e o tempo passará para o outro rapaz. É uma vida solitária, e em diversos momentos eu me senti sozinho, mas não fui homem o suficiente para seguir em frente e focar em outras coisas, em pessoas que realmente precisavam, então, do fundo do meu coração, eu espero que não cometa os meus erros, que não ache que tudo está certo com você, porque não está. Você é um rapaz quase imortal que viverá por anos e é capaz de curar os outros. Você não é o Renato de antes, aquele que apanha do pai sem reclamar e trabalha em um restaurante, sem expectativas para o futuro. Você é o futuro, então faça planos e não fique no mesmo lugar por muito tempo, porque o mundo precisa de ajuda, e você é capaz de contribuir. ― Ele enxuga algumas lágrimas. ― Eu não sei mais o que falar, a não ser lhe agradecer pela pessoa incrível que você será. Espero que tudo fique bem com você e que tudo dê certo em sua vida. Eu gostaria de lhe encontrar pessoalmente mais uma vez, mas isso não é possível, infelizmente, então vou ter que me contentar, mas quem sabe um dia... Se há uma pessoa capaz de viver para sempre, o que o mundo nos reserva né? ― Ele sorri. ― Fique bem Renato, e seja alguém incrível e grandioso, seja um homem que me deixará orgulhoso, que deixará sua mãe orgulhosa, porque eu sei que ela olha por você. Eu não acredito em Deus, nunca acreditei, mas eu sei que ela cuida de você onde quer que ela esteja, e nesse momento, ela está sorrindo ao ver a fortaleza que o próprio filho está se tornando, e por favor, nunca a culpe pelo que ela fez, porque nem todas as pessoas são fortes o suficiente para aguentar uma vida...

Renato pausa novamente o vídeo, secando suas lágrimas e absorvendo todas as palavras ditas por Caled.

― Fique bem meu príncipe, e que viva a sua vida com cuidado e cautela. Espero que seja muito feliz e que possa ajudar o mundo com a oportunidade que tem em mãos... ― Caled sorri. ― Fique bem Renato, e até algum dia, quem sabe...

Ao terminar os segundos finais do vídeo, Renato começa a derramar lágrimas.

Ele não sabia o que fazer, nunca soubera enquanto era um simples garoto, e não sabia agora, que era diferente. Assim como Yan, sua mente estava confusa, repleta de pensamentos e ideias, e ele não conseguia reproduzir nenhuma delas por estar cansando de mais, mentalmente cansado, mas ele esperava descobrir as respostas. Renato queria poder saber das coisas da vida, e ele teria muito tempo para isso, e iria aproveitar cada momento que lhe fora fornecido.

Quando fechou o último vídeo, o jovem começou a olhar as outras pastas no mesmo dispositivo móvel, se deparando com várias fotos de Caled ao longo dos anos, e raramente ele sorria nelas.

Renato conseguia ver as fotos em preto em branco, bem antigas, assim como algumas pinturas de Caled quando ele ainda era rei, há muitos anos atrás, e também havia poucas fotos atuais dele em vários lugares do mundo, e ao ver que seu amigo havia percorrido todos os lugares que poderia ir, Renato deu um meio sorriso, finalmente concluindo outra parte de sua história.

Depois de fechar o notebook, Renato apenas esperou o tempo passar para que pudesse se arrumar e ir para mais um dia de trabalho, na esperança de que tudo corresse bem e de que Yan finalmente conversasse com ele outra vez, porque o jovem precisava da companhia do homem de olhos verdes, e ele sabia disso, então só lhe restava torcer para que tudo corra bem, e se não hoje, que não demore muito, porque ele finalmente havia percebido que precisava da companhia daquele que ele mal conhecia, e ele não conseguia mais esperar muito por um próximo abraço, abraço que poderia durar dias para acontecer.

Comentários

Há 3 comentários.

Por victoor em 2016-04-22 13:24:27
Já tô ficando com pena de Renato kkkkkk confesso que prefiro os capítulos em que tem brigas e tudo mais, mas nem tudo é assim. Estou amando, continue. Beijo
Por Nando martinez em 2016-04-20 19:29:12
Oeee coitadinho do menino.... O Yan só foi embora mas entendo a situação que ele deve ter passado... N tem muita situação hoje para fazer piadinhas ou comentários bobos mas saiba que sou seu fã e que amo a história,e um beijaum ^^
Por joseph em 2016-04-20 18:01:23
Cada capitulo que passa, eu me apaixono mais por essa história .