A Vida & Morte De Renato - Capítulo 30

Parte da série A Vida & Morte De Renato

Surpresa de novo. Hahahahahaha.

Bem, hoje vou passar rapidinho apenas para desejar a vocês um ótimo fim de semana e para agradecer pelos comentários do capítulo anterior.

Resolvi mais uma vez postar um capítulo no final de semana, e espero que possam ler com calma e que o capítulo agrade a todos.

Acordei mais cedo hoje para responder os comentários, então as respostas estarão logo abaixo.

No mais, um beijão para todos, e mais uma vez, obrigado.

- Nando martinez: Heyyyy Pessoinhaaaaa. Hahahahaha. Sim, eu disse que n]ao usava a frase porque na minha cabeça, imortal é aquele que morre, o que não é o caso de Renato, já que ele pode vir a falecer, mas renasce outra vez, e por isso usei ‘Renascente’. Rsrsrsrs. Fico feliz que você seja tão ansioso assim para ler o capítulo, muito feliz mesmo... Sim, a casa estava imunda com a presença constante de Rodolfo, e por isso Renato decidiu fazer uma limpeza completa na casa, assim ele se livraria de tudo o que lhe lembrasse o homem. Hahahaha. Então, sobre o cartório, eu realmente pensei em dificultar a situação para Renato, porque a gente sabe que o processo de legalização não é tão simples assim, mas eu já tinha o feito passar por tanta coisa que simplesmente decidi dar um descanso pra ele. Rsrsrsrs. Hahahahaha. A casa dele é localizada em um bairro bom, só que sempre foi mal cuidada, e por isso aparenta não ser boa o suficiente... No mais, um beijão pra você, e obrigado.

- joseph: CAPÍTULO 28: Obrigado pelo comentário, fico muito feliz que esteja gostando. Rsrsrs. Um beijão.

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Ao se levantar logo de manhã, quando o alarme de seu celular despertou, Renato olhou para sua janela, para o sol que vinha dela, e então sorriu. Ele sorriu porque se lembrou que essa casa agora era sua, que não teria que enfrentar Rodolfo outra vez. Ele sorriu porque se sentia feliz ao saber que finalmente poderia ajudar o próximo, e se sentiu feliz por saber que poderia fazer a diferença no mundo, pelo menos uma vez na vida.

Depois de se arrumar, ele vai até a cozinha, não reconhecendo a própria casa. Estava tudo tão limpo, tudo tão impecável, que parecia que havia acordado em outro lugar e não se lembrava mais.

Já na cozinha, ele faz um rápido lanche e lava as vasilhas que sujou, deixando tudo no escorredor de louça em cima da pia, onde já havia um copo.

Ao sair de casa e fechar a porta, ele caminha até o ponto de ônibus com seus fones de ouvido, escutando uma música qualquer. Ao se sentar, ele novamente percebe olhares para com ele, só que dessa vez ele nem ao menos se dá ao trabalho de se preocupar, ele simplesmente deixou que pensassem tudo a seu respeito. Nada iria estragar o seu dia, que havia começado calmo e extremamente tranquilo, o que era uma raridade.

Depois da curta viagem de ônibus até o shopping, Renato desce do veículo e entra, passando pela porta automática e indo direto para o restaurante. Quando ele entra, logo após fechar a porta com sua chave, ele recebe sorrisos, de todos, e não entendeu o porque.

Vendo aquilo, ele apenas sorriu de volta, os cumprimentando como sempre fez, com cordialidade e educação.

Quando ele dá alguns passos em direção a cozinha, Pedro aparece em sua frente, sorrindo, e em seguida, o abraça outra vez.

― Não canso de dizer obrigado. ― Pedro sorri, com os olhos brilhando.

― Não precisa Pedro, você já agradeceu muitas vezes.

― Nunca é de mais. ― Pedro sorri.

― Eles sabem? ― Renato se referia aos funcionários.

― Hoje de manhã fizemos uma pequena reunião, e Yan quis se desculpar com eles pelo sumiço e contar o que aconteceu, e todos entenderam.

― A tá. ― Renato sorri.

― Renato, eu lhe dei o dia de folga ontem, mas saiba que você ainda tem férias para tirar. Só ficou uma semana em casa.

― Eu sei, mas eu prefiro ficar aqui. Não tem nada pra fazer em casa...

― Tudo bem, é você quem sabe... ― Ele sai, mas rapidamente volta. ― O Yan pediu para eu lhe avisar que ele quer te ver. Ele está na sala dele.

― Tudo bem... E você, aonde vai?

― Vou para o outro restaurante. Esse daqui está em muito boas mãos. ― Ele sorri ao apertar o ombro de Renato. ― Tenha um ótimo dia.

― Você também Pedro.

Depois que Pedro vai embora, Renato se encaminha até a sala onde Yan estava, e quando bate, ele logo pede para o jovem entrar, e assim Renato o faz, fechando a porta logo em seguida.

― O Pedro disse que você queria me ver... ― Renato diz ao ver Yan sentando, digitando alguma coisa no computador.

― Sim... ― Ele se levanta, sorrindo. ― Eu queria. ― Ele diz, já próximo a Renato, que fica envergonhado.

― Você esta bem? ― Renato pergunta ao se afastar um pouco, olhando nos olhos de Yan.

― Estou ótimo. ― Yan sorri.

― Fico feliz em saber disso. ― Renato também sorri.

― Bem... ― Yan respira por um momento. ― Eu te chamei aqui para lhe agradecer mais uma vez, e para lhe dar um presente.

― Yan, não precisa disso. Eu fiz de coração... ― Renato se sentia envergonhado com a situação.

― Eu sei que fez Renato, mas você não pode não deixar as pessoas te agradecerem pelo que fez. Saiba reconhecer quando fez o bem a alguém e aceite os agradecimentos. ― Yan se aproxima com uma pequena caixa em mãos. ― Eu passei em frente a uma loja ontem a noite e isso me chamou a atenção. Me lembrei de você assim que vi. ― Yan abre a caixinha, e Renato pôde ver um cordão em couro marrom com um pingente de uma coruja com as asas abertas na cor preta e olhos dourados de quase quatro centímetros. Era a coisa mais exótica e bem feita que ele já tinha visto.

― É lindo... ― O pingente era perfeito.

― Não que você não mereça algo de ouro ou prata, mas é que eu achei que gostaria de algo diferente, algo que combine com você, pelo menos no meu ponto de vista...

― Eu adorei... ― Renato ainda não tinha pegado o colar da caixa.

― Gostou mesmo? ― Yan pergunta, satisfeito com a escolha.

― É lógico. ― Renato sorri.

― Sempre te achei calado, observador, pacífico, quieto, como se absorvesse tudo a sua volta, então sua personalidade combina um pouco com a da coruja. Sem contar os seus olhos, que são tão expressivos quanto os dela. ― Yan sorri mais uma vez. ― Posso colocar? ― Ele pega o cordão.

― Claro.

Com calma, Yan pega o colar fino de couro e o passa na cabeça de Renato, até o deixar cair em seu peito, onde o pingente se vê pendurado, na altura da sexta costela de seu corpo, bem abaixo do mamilo.

Com a mesma calma com a qual colocou, depois de deixar Renato observar o presente, Yan o coloca dentro da camisa do jovem, de modos que ninguém possa ver.

― Não combina muito com camisa social. ― Yan sorri.

― Não combina mesmo. ― Renato também sorri. ― O pingente é pesado.

― Sim, ele é de cobre... Espero que não tenha alergia.

― Não tenho. ― Renato o encara.

― Obrigado mesmo Renato...

Yan se aproxima mais uma vez e o abraça, com força, e Renato retribui sem nem pensar, o apertando também, com toda a força que tinha.

A diferença de tamanho entre eles não era gritante. Renato tinha por volta de um metro e setenta e cinco, e Yan, um pouco mais alto, tinha por volta de um metro e oitenta e cinco, cerca de dez a treze centímetros mais alto, mas o corpo de ambos era diferente. Enquanto Renato era magro, Yan tinha bastante músculo, e isso era visível em sua camisa social, que parecia não caber seus braços. Não era algo exagerado, mas seu corpo era tonificado, provavelmente por causa de academia.

Quando o abraço finalmente acaba, eles se olham, sem graça. Renato estava nervoso, extremamente vermelho, assim como Yan, que estava uma pilha de nervos.

― Acho melhor eu voltar... ― Diz Renato, depois de um longo silêncio entre os dois.

― Tudo bem... ― Yan passa a mão direita em seu cabelo castanho claro. ― Tenho que ligar para alguns fornecedores também, então... ― Ele parecia sem graça.

― Tudo bem. ― Renato estava da mesma forma. ― Até depois, e obrigado pelo presente. Eu gostei muito. ― Renato sorri.

― Fico feliz que tenha gostado. ― Yan sorri outra vez.

― Se não se sentir bem, me chame.

― Pode deixar. ― Yan se senta.

Depois que Renato saiu, com o coração a mil por hora, ele caminhou até seu posto, com as pernas bambas, e organizou os cardápios que estavam em sua frente, os deixando um em cima do outro, e o cardápio de vinhos ele deixou ao lado.

Atendendo alguns telefonemas antes de abrir as portas, ele marcava alguns horários para clientes que viriam mais tarde, por volta das oito, horário que geralmente enche e o restaurante quase fica sem mesa, isso se realmente não ficar.

Depois de fazer todas as anotações, ele vai até a porta e a abre, e quinze minutos depois, recebe o primeiro cliente.

O dia estava indo bem. Renato atendia os clientes com maestria, como sempre, e resolvia alguns problemas com os pedidos, situações que raramente acontecem.

Por volta das oito, quando um grupo de clientes de uma empresa havia chegado, os mesmos que marcaram horário, uma pequena confusão iniciou. Como Renato nem sempre podia ficar na porta, alguns clientes geralmente entravam e se sentavam nas mesas por eles mesmos, e foi quando Renato teve que ir a cozinha falar sobre um prato que um cliente havia reclamado, que um outro grupo se sentou na mesa que ele havia reservado, e tal grupo já havia se servido, e tentando explicar a situação, acabou gerando uma discussão mínima entre os dois grupos.

― Bem, eu peço desculpas pelo ocorrido. Foi falta de atenção minha, mas eu vou resolver. Aguardem um momento.

Renato, sem se apressar muito, foi até a área superior do restaurante, geralmente utilizada para alguma reunião ou para clientes que chegam em grande grupo, e ao ver que estava tudo arrumado, desce outra vez, para receber o grupo de quinze pessoas.

― Vou os colocar no andar de cima, assim pode conversar com mais tranquilidade.

― Obrigado. ― Diz o homem que estava na frente.

― E me desculpem pelo acontecido. ― Ele pega alguns cardápios e começa a caminhar.

Depois que instala os clientes lá em cima e coloca dois garçons para servirem aquela área, o rapaz volta e permanece atrás de seu posto, marcando na agenda os clientes que haviam chegado e fazendo um pequeno sistema para seu erro, criando uma placa de ‘Reservado’ para que esse tipo de problema não ocorra mais, e como não tinha como imprimir e plastificar isso agora, ele iria passar a sugestão para Pedro mais tarde.

Por volta das nove e meia da noite, os clientes começam a abandonar o restaurante, inclusive os do andar de cima, que saíram sorrindo e agradecendo a Renato pelo local mais tranquilo, já que a pequena reunião deles se tratava de um jantar de negócios.

Na medida em que todos iam saindo, Renato se preparava psicologicamente para ficar sozinho com Yan, outra vez, já que os dois eram sempre os últimos a saírem do restaurante, e como sempre, não deu outra.

Logo após todos os outros funcionários saírem, os dois ficaram, mas não haviam se visto ainda. Renato estava na frente, ajeitando as coisas, enquanto Yan estava ainda em sua sala, mas por questão de minutos, já que ele aparece ao lado de Renato, que apenas sorri.

― Quer ajuda? ― Yan pergunta, subindo a manga de sua camisa social e deixando suas tatuagens amostra, pela primeira vez.

― Claro. ― Renato observa os desenhos e então sorri.

Juntos, eles começam a organizar todo o restaurante, arrumando as cadeiras, as mesas, conferindo se o caixa havia sido fechado com cuidado e atenção e arrumando a parte de cima, que parecia nem ter visto gente, já que estava praticamente arrumada, sinal de que os clientes que estiveram ali arrumaram tudo antes de sair.

Depois que apagaram todas as luzes, deixando apenas a da frente acesa, eles param um de frente para o outro, sorrindo.

― Cansou bastante? ― Yan pergunta ao cruzar os braços sobre o peito.

― Não. ― Renato dá um meio sorriso. ― Quase nunca me canso.

― Está se vangloriando? ― Yan gargalha.

― Não, não é isso. É que o trabalho é tranquilo, então não me canso muito.

― Entendi, eu só estava brincando.

―Tudo bem... ― Renato sorri e encara o relógio na parede. ― Eu tenho que ir, se não acabo perdendo o ônibus.

― Eu te levo em casa.

― Não precisa Yan, você mora do outro lado da cidade, só vou te atrasar.

― Não, eu voltei para o meu apartamento. Consegui convencer minha mãe de que eu estou bem. ― Yan sorri.

― Que bom...

― E eu moro dois bairros depois do seu, então é meu caminho de qualquer forma, além do mais, não me custa nada depois do que fez por mim.

― Não fique me agradecendo Yan... ― Renato o encara. ― Eu não lhe fiz um favor, eu lhe ajudei. Não fique me agradecendo a todo momento, é como se eu tivesse feito o que fiz apenas para merecer reconhecimento, e não foi por isso, fiz para te ajudar, porque eu me importo com você. ― Renato, ao perceber Yan estranhar suas palavras, vê que falou de mais. ― Digo, você é irmão do Pedro, um homem que me ajudou bastante, além do mais, é meu colega de serviço. Eu faria isso para qualquer um.

― Eu não agradeço mais, sem problemas. ― Yan sorri sem graça.

― Não... ― Renato se aproxima um pouco. ― Você me agradece permanecendo assim, estando bem. Você me agradece quando aparece no serviço bem vestido e limpo. Não preciso de palavras suas de agradecimento, e sim de que continue como está, porque é como você irá me agradecer todos os dias. ― Yan se cala com o que Renato lhe diz.

― Não sei o que dizer depois disso. ― Yan sorri, descruzando os braços e se encostado em uma parede atrás dele.

― Não diga nada. ― Renato sorri. ― E eu aceito a carona.

― Você iria comigo mesmo se não aceitasse. Essa cidade está perigosa a noite.

― Eu sei... ― Renato abaixa a cabeça, se lembrando que a policia está fazendo de tudo para abafar os assassinatos.

― Então vamos?

― Vamos.

Juntos, eles caminham para fora do shopping, e quando passam pela porta de entrada, o segurança interno tranca tudo, já que eles foram os últimos a saírem.

Quando colocam os pés no estacionamento, bem no começo, eles são abordados por dois homens com armas nas mãos. Eles empurram Yan e Renato contra um carro e começam o assalto.

Foi tudo muito rápido, rápido a ponto de eles nem perceberem o que estava acontecendo nos primeiros segundos, porque as armas apontadas em seus rostos os deixaram em completo estado de choque, tentando entender o que realmente estava acontecendo naquele momento, com eles.

― Podem passar tudo, passa tudo... ― Um deles começa a revistar Renato a procura de sua carteira, deixando o jovem completamente apavorado.

― Passa o celular, e a carteira! ― O outro aponta a arma para Yan, que tira seu celular do bolso e lhe entrega sua carteira também, sem se alterar.

― Não machuque a gente, por favor... ― Renato implora, tremendo de medo e com a garganta seca, mal conseguindo engolir sua própria saliva.

― Nós já passamos tudo... ― Yan fala, um pouco mais calmo, mas ainda sim, cauteloso.

― Cadê o seu celular? ― O homem faz com que Renato bata sem corpo contra a lataria do carro. ― Cadê? ― Ele puxa Renato pela gola de sua blusa e o soca contra a lateral de um dos carros no estacionamento.

― Eu não trouxe... ― Renato realmente havia o deixado em casa, carregando.

― Para de mentir filho da puta! ― Ele aponta a arma para o peito do jovem, que treme ainda mais, suando frio e completamente apavorado, mesmo sabendo que nada poderia acontecer a ele. A situação em si que lhe assustava.

― Eu juro, eu não trouxe... ― Renato diz, gaguejando.

― Deixe ele em paz... ― Yan se pronuncia. ― Eu tenho um cartão de débito, eu te dou a senha, só deixe a gente ir.

― Você acha que eu sou burro? ― O outro homem também empurra Yan contra o carro. ― Acha que sou otário? ― Ele aponta o revolver para a cabeça de Yan, que engole seco.

― Não cara, eu só quero que deixem a gente ir... ― O homem engatilha sua arma.

― Não atira nele, por favor... ― Renato implora, com lágrimas nos olhos e com medo, se esquecendo por completo de quem realmente era, de quem se tornou.

― Cala a boca! ― O homem que vigiava Renato bate com a arma no topo de sua cabeça, e logo o sangue começa a escorrer por seu rosto.

Como o cabelo tampou o corte, ninguém viu a ferida cicatrizando, nem mesmo ele a sentiu se fechando depois que recebeu o golpe e foi ao chão, atordoado com o impacto.

― Desgraçado! ― Yan se pronuncia, e logo os dois homens armados se juntam em cima dele.

Tudo foi rápido de mais.

Ao ver Yan apanhando dos dois homens, Renato se levanta do chão, se recuperando da tontura momentânea e se coloca de pé, tentando apartar a agressão que acontecia.

Ao puxar um dos homens armados, Renato acaba caindo com ele no chão, sob o homem, e tentava a todo custo se defender dos socos, e quando ele, sem querer, acerta um soco no rosto do homem acima, acaba piorando a situação, e sem segundos, sem esperar, leva um tiro no abdômen, fazendo com que aos poucos, seu sangue molhe o piso do estacionamento.

― Corre caralho, corre! ― Grita um dos homens, e os dois saem correndo com tudo o que haviam roubado.

Ao perceber o que aconteceu, Yan se levanta do chão, correndo até Renato, que estava deitado, sangrando muito.

A ferida não estava cicatrizando porque a bala ficou acoplada em seu corpo depois de atingir alguns órgãos vitais, o deixando impossibilitado de se regenerar, e foi aí que ele aprendeu mais um pouco sobre o que seu corpo era ou não capaz de fazer.

― Renato! Renato! ― Yan coloca a cabeça do jovem em seu colo.

― Está tudo bem... ― Renato diz, tossindo sangue.

A dor que ele sentia naquele momento fora mascarada com um sorriso no rosto, porque mesmo não aguentando o que havia acontecido, ele sabia que ia voltar, e tal pensamento o deixou triste, porque o que aconteceria depois iria mudar tudo.

― Renato, por favor... ― Yan e abaixa, aproximando seu rosto do dele. ― Você não pode morrer... ― Seus olhos marejam.

― Não se preocupe... ― Renato tenta sorri.

― Que merda... ― Ele tenta se acalmar. ― Você não pode morrer e me deixar confuso nesse mundo de merda. Eu preciso de você... Eu preciso de você aqui, por favor, não morre.

― Yan... ― Renato começa a falar, mas é interrompido por um singelo selinho, onde tudo o que sentiu foi o gosto de sangue forte, o que o impossibilitou de sentir o sabor dos lábios de Yan, algo que ele sempre quis conhecer.

― Desculpa, eu só precisava fazer isso... ― Yan começa a chorar. ― Eu nem descobri o que sinto por você ainda e uma merda dessas acontece...

― Eu também não... ― Renato diz, com dificuldade. ― Yan, Yan... ― Ele tenta chamar a atenção do homem, mas não consegue. ― Yan! ― Ele grita. ― Presta atenção no que eu vou dizer...

― Renato, não fala... ― Ele abraçava o corpo quase sem vida de Renato, que tossia mais e mais sangue.

― Cala a boca e me escuta... ― Renato tosse sangue outra vez. ― Você confia em mim? ― A dor aumenta ainda mais.

― Renato...

― Confia? ― Ele pergunta.

― Sim...

― Então... Então eu preciso de um favor...

― Qual, eu faço qualquer coisa por você... ― Yan começa a prestar atenção.

― Quando eu morrer... ― Yan o interrompe.

― Não diz isso, por favor... ― Yan derruba uma lágrima.

― Quando eu morrer... ― Renato, com todas as forças que ainda lhe restavam, coloca sua mão sobre a de Yan. ― Eu preciso que fique com meu corpo.

― O que? ― Yan parecia confuso.

― Eu preciso... ― Renato começa a tossir sangue novamente, quase se engasgando. ― Eu preciso que fique com meu corpo, que não diga a ninguém o que aconteceu...

― Renato, que história é essa?

― Fique com meu corpo! ― Renato levanta a voz outra vez, e isso faz sua dor aumentar ainda mais.

― Tudo bem... ― Yan começa a acariciar a cabeça de Renato.

― Me coloque em seu carro e vá para a... a ponte... abandonada. Quando for quase três e quinze da manhã, você sai do seu carro e me espere lá em baixo, debaixo da metade dela, perto de uma pedra escura... ― Renato resolve confessar tudo de uma vez, porque ele confiava em Yan, além do mais, ele parecia fazer parte de seu futuro.

― Renato, eu não estou entendendo nada...

― Só faça isso por mim, e me desculpe... ― Renato começa a tossir ainda mais. ― Na floresta, debaixo da metade da ponte, perto de uma pedra grande... Entendeu?

― Sim... ― Yan chorava.

― Você jura que vai estar lá?

― Sim, eu juro...

― Eu prometo que explico tudo para você depois... ― Renato começa a fechar seus olhos, deixando sua última lágrima cair.

― Renato... ― Yan se estremece ao ver Renato fechar os olhos. ― Não faz isso comigo, por favor... ― Yan começa a se descontrolar.

Em poucos segundos, os sinais vitais de Renato começam a diminuir de intensidade, até que eles finalmente param, o deixando completamente sem vida.

Em puro desespero, Yan acaba fazendo o que Renato havia pedido, ignorando o fato de ele querer chamar a policia para que os responsáveis fossem acusados pelo crime, mas sem saber o porque, ele confiou no jovem, carregando o corpo sem vida por meio estacionamento e o colocando dentro do carro, seguindo para a ponte abandonada.

O caminho fora turbulento. Yan mal conseguia se manter atento ao transito. Seu desespero era tanto que suas mãos tremiam. Ele praguejava tudo quanto é nome, mas nada disso ajudava seu estado naquele momento, que era de extremo pavor.

Yan chegou a quase causar dois acidentes no trajeto, e tudo isso porque suas vistas estavam embaçadas e sua mente confusa. Ele não sabia o que sentia por Renato, e porque tinha tamanho apego por alguém que não conhecia direito, assim como não sabia o porque de estar com o corpo do jovem morto dentro de seu carro, no banco de trás. Ele não entendia o que estava fazendo porque sabia que Renato estava morto, mas ele não conseguia tomar outra providência a não ser cumprir o que Renato o fez prometer.

Assim que chegou na ponte, Yan ficou no banco da frente do carro, com a cabeça abaixada, achando que tudo aquilo não passava de uma superstição de Renato, mas mesmo assim, ficou, ficou até não ter mais cabeça para sentir o corpo do jovem atrás no seu carro e descer do veículo, indo para o ponto indicado de uma vez, onde ele teria uma grande surpresa e um inesperado choque de realidade.

Comentários

Há 3 comentários.

Por Salém em 2016-04-17 09:46:08
Muito bom, surtindo muito, apesar de todos os clichês, kkkk
Por victoor em 2016-04-16 21:20:15
Ameeeei. Creio que começará uma nova fase entre os dois, tendo em vista que yan o beijou e está prestes a saber sobre a imortalidade de Renato! Aguardando os próximos capítulos. Bjs
Por Nando martinez em 2016-04-16 16:35:41
"Sim, eu disse que n]ao usava a frase porque na minha cabeça, imortal é aquele que morre," vc que disse kkkk eu me sinto como quando vi pela primeira vez aquele vídeo da menina falando sobre a dengue ;D mas ele morreu de novo? Até parece o (Kennedy?) do South Park kkkkk ou um goku ,e foi fofinho o selinho que deu no Renato... E sim,eu fico muito ansioso quando vc posta ,e (sim) a primeira historia que eu leio (preferencialmente sim) ahh que calooor e vasilha? Vasilha não e aquela coisa que os velhos coloca embaixo da cama para mijar? Vc mora em mato grosso ou Goiás? Eles que falam assim e nomais um beijão