A Vida & Morte De Renato - Capítulo 28

Parte da série A Vida & Morte De Renato

Boa Tarde Gente...

Mais uma vez eu respondi os comentários antes de sair de casa porque eu sei que não terei muito tempo de sobra hoje, então serei breve, já que ainda são 05:42 da manhã, e já estou acordado há quarenta minutos...

Eu fico muito agradecido pelos comentários e por todos os elogios. Entrar aqui e ver tudo o que escreveram para mim deixa o meu dia incrível, mesmo ele tendo começando mal, então obrigado a todos vocês, por tirarem vários sorrisos do meu rosto, obrigado mesmo.

No mais, espero que tenham um restante de quarta maravilhoso, e claro, uma quinta incrível.

Um beijão pra vocês, e espero que gostem do capítulo de hoje.

― Nando martinez: Hahahahahaha. Morri. Mas o Renato não tem super força, visão de raio x e o Superman não cura as pessoas. Hahahahahaha. No mais, obrigado mesmo pelo comentário. Um beijão.

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Tudo o que havia acontecido horas atrás havia deixando o jovem Renato exausto. Os cuidados para com Yan. A discussão intensa com o homem que se dizia seu pai. O momento em que curou o irmão de Pedro, tudo aquilo havia sido um divisor de águas naquele dia, ocasionando o seu desmaio por cansaço.

Desde que Yan fora passar os dias em sua casa, Renato nem ao menos dormia direito. O rapaz passava horas de olhos abertos, cuidado das constantes crises de Yan e os outros momentos eram divididos entre os vídeos de Caled e os banhos, assim como as refeições.

Pedro ligava diariamente para saber como o irmão estava, e Renato, para não o preocupar, dizia que tudo estava bem, mesmo não estando, então juntando tudo isso em tão pouco espaço de tempo, fez com que Renato perdesse suas forças e caísse em um sono quase profundo. Ele só fora acordar oito horas depois, por volta da metade da madrugada.

Ao abrir os olhos, Renato se deparou com meia escuridão. Ele sabia que estava em sua cama, porque sabia como se corpo se sentia em seu colchão velho.

Ao se virar para o lado, notou Yan deitado, de olhos abertos, o encarando, cheio de preocupação.

― Que susto... ― Diz Renato, sorrindo.

― Susto? Você desmaiou e está dormindo há oito horas. Você que me assustou.

― Oito horas? ― Renato se levanta, como se nada tivesse acontecido.

― Você está bem? ― Yan pergunta ao se levantar.

― Estou... ― Renato realmente estava bem. ― E você? ― Ele momentaneamente havia se esquecido do que fez.

― Sim, o que é estranho. Até algumas horas atrás eu estava me sentindo um lixo, querendo usar outra vez, mas desde que acordei eu estou me sentindo melhor.

― Melhor? ― Renato se assusta.

― Sim. É como se eu estivesse curado, sei lá. Não estou mais fraco, não sinto mais dores de cabeça, ânsia de vômito, dores no corpo ou febre, e isso desde que acordei, há oito horas.

― É, eu tenho que ir no banheiro... ― Renato havia se lembrado.

O jovem disfarçou sua preocupação até sair pela porta do quarto, porque no momento que chegou ao corredor, seus olhos se arregalaram, e a primeira coisa que ele fez foi se trancara no banheiro, encarando suas mãos.

― O que... ― Ele olha para as mãos, e logo ao se lembrar do que fez, as linhas amarelas voltam a aparecer. ― O que está acontecendo agora? ― Ele observa as mãos adquirirem linhas amarelas outra vez, e observa essas linhas se tornando pequenos feixes de luz amarelas em seus braços. ― Eu curei o Yan, isso não é possível...

Renato não conseguia acreditar que mais essa havia acontecido. Ele se lembrava dos vídeos de Caled, de um deles onde o homem dizia para ele não se assustar caso descubra algo estranho acontecendo, e mesmo sabendo disso, ele não conseguia não se assustar com aquilo.

― Tudo bem Renato, está tudo bem... ― Ele começava a dizer para si mesmo. ― Você é apenas um imortal... ― Ele se corrige. ― Um renascente que sempre renascerá no primeiro lugar de sua morte, independente de onde morrer. Você nunca irá contrair uma doença, nunca, e agora você cura pessoas, nada de mais, é normal... ― Ele começa a rir de nervoso. ― Imagine como se você fosse um mutante, como se isso fosse um filme sobre os X Men, isso, pensa nisso... ― Nem ele mesmo conseguia acreditar.

Se concentrando outra vez, Renato estende suas mãos, as observando, e em segundos as linhas amarelas aparecem em suas mãos novamente, indo até seus braços, onde formam pequenas linhas amarelas, e então, em um a velocidade incrível, elas correm até seu peito nu e simplesmente desaparecem.

― Eu curo pessoas... ― Ele começa a sorrir, como um bobo. ― Eu acho que curo as pessoas... ― Ele ainda não havia testado com mais ninguém.

― Está tudo bem aí? ― Yan pergunta ao bater na porta.

― Sim, tudo bem! ― Renato fala e se assusta com o brilho em suas mãos, fazendo com que eles desapareçam. ― Já estou saindo Yan!

Depois que finge que sua vida é completamente comum e semelhante a dos outros, Renato sai do banheiro, como se nada tivesse acontecido, e ao chegar em seu quarto, encontra Yan em pé, usando nada mais que uma cueca preta.

― Está tudo bem mesmo? ― Ele pergunta.

― Eu que tenho que te perguntar isso... Tem certeza que está tudo bem? ― Renato ainda não acreditava plenamente no que havia acontecido.

― Sim... ― Ele encara Renato com seus olhos verdes. ― Eu me lembro muito bem de como eu estava antes de apagar, antes de acordar no chão da sua sala. Eu estava péssimo, e eu reconheço quando estou nesse estado, eu já estive nele três vezes. ― Ele parecia se lembrar. ― Só que eu demorei semanas para me recuperar pelo menos um pouco, e agora eu estou aqui, bem melhor do que antes. O que aconteceu? ― Ele pergunta a Renato, que se faz de desentendido.

― Eu não sei... Você não se lembra?

― Eu me lembro do seu pai entrando aqui, dos gritos e da briga, mas depois que ele me empurrou em apaguei... O que aconteceu com ele? Você está bem? Ele fez alguma coisa com você? ― Yan se aproxima, analisando Renato.

― Está tudo bem. ― Renato sorri. ― Eu finalmente criei coragem e o expulsei de casa.

― O expulsou?

― Sim. Eu tenho certeza que essa casa está no meu nome, porque se não estivesse, ele não teria saído. Minha mãe herdou dos meus avós, que morreram antes de eu nascer. Isso é uma das poucas coisas que eu me lembro de ela ter falado, mesmo eu tendo pouca idade.

― Nossa... ― Yan lamenta. ― Eu sinto muito por tudo o que eu fiz a você, por ter te obrigado a ir à igreja, por ter falado aquelas coisas sobre sua mãe... Eu não sei onde eu estava com a cabeça.

― Não se preocupe, já passou.

― Mesmo assim, eu lhe devo desculpas. Nem quando eu estava pra rua afora me drogando eu me comportava de forma tão mesquinha, então eu lhe peço desculpas caso lhe ofendi.

― Yan... ― Renato fuça seu guarda roupa a procura de uma camisa. Estava se sentindo um pouco desconfortável na frente de Yan e seus pelos no peito. ― Eu já passei por coisa muito pior, por situações que não chegam aos pés do que aconteceu, então não se preocupe, estou calejado.

― Não interessa se passou ou não, o que interessa é o que eu fiz, e eu estou lhe pedindo desculpas por isso, vai aceitar ou não?

― Nossa, está parecendo o seu irmão... ― Renato sorri, mas se dá por vencido. ― Tudo bem, eu aceito as suas desculpas.

― Ótimo, fico feliz em saber disso. ― Yan sorri, e seus olhos brilham, assim como os de Renato.

― Bobo... ― Renato sorri timidamente e abaixa a cabeça, deixando Yan desconcertado.

― É, acho melhor a gente dormir. Amanhã vou voltar pra casa... ― Yan diz. ― Onde eu vou dormir? Não quero te incomodar.

― Yan... ― Renato sabia que ele sabia que dormiram na mesma cama, abraçados, durante todos esses dias, mas preferiu não tocar no assunto, já que poderia correr o risco de deixar Yan desconfortável. ― Eu posso forrar o chão com algumas cobertas e edredons, se você quiser...

― Obrigado, eu agradeço...

Renato fuça seu guarda roupa a procura de alguns panos e cobertas que poderiam servir de colchão, e quando encontra alguns, os forra no chão, dobrados ao meio, e pega um travesseiro reserva e entrega para Yan, que se deita antes do jovem se deitar na própria cama.

Vendo que não há mais conversa, Renato apaga a luz do quarto, e se deita, com o corpo descoberto, já que fazia muito calor.

― Boa noite Renato... ― Yan disse, já de olhos fechados.

― Boa noite Yan...

E assim, como meros conhecidos, eles dormiram, ignorando por completo os últimos dias que tiveram juntos, dias completamente difíceis, para ambos. Dias em que dormiram juntos, na mesma cama, abraçados. Dias em que coabitaram como duas pessoas que se conheciam há muito tempo, dias onde um laço se formou, mesmo que não visível a olhos nus.

Quando a manhã chegou, Renato acordou por último. Ao abrir os olhos ele viu que Yan já havia dobrado todos os lençóis e cobertas e os colocando no canto da cama, onde os pés de Renato não iam.

Ao se levantar, a primeira coisa que o jovem faz é ir ao banheiro, onde lava o rosto, escova os dentes e faz suas necessidades. Quando ele desce as escadas começa a sentir o cheiro de café forte, e logo a claridade invade seus olhos, o incomodando, já que ele não era acostumado a acordar tão tarde.

― Bom dia... ― Diz Renato ao entrar na cozinha e notar Yan na beirada da pia, passando o café.

― Bom dia... ― Diz Yan sorrindo ao se virar com uma xícara de café em mãos, a entregando para Renato, que sorri. ― Espero que goste.

― Obrigado... ― Renato diz ao experimentar e aprovar o gosto do café. ― Está ótimo, do jeito que eu gosto.

― Eu queria fazer alguma coisa por você, porque eu sei que te incomodei e te tratei mal todos esses dias que fiquei aqui.

― Não todos. ― Renato sorri, tentando descontrair.

― Você me entendeu. ― Yan sorri. ― Eu sei que não sou fácil durante esse período.

― É como eu disse, eu já passei por coisa realmente pior do que isso. ― Ele sorri.

― Renato, é... ― Yan parecia sem graça. ― Eu queria saber como você me achou, nem mesmo eu sabia onde estava...

― É... ― Renato teria que inventar uma desculpa em poucos segundos. ― Eu me senti culpado por tudo o que lhe disse, realmente culpado... ― Ele tenta ganhar tempo. ― Quando seu irmão chegou ao restaurante no outro dia, extremamente preocupado, eu fiquei em choque, porque eu sabia que seu desaparecimento tinha a ver com a nossa discussão, eu tinha certeza, e diante das duas possibilidades no momento, que era a de você ter tido a recaída e a de você ter sido pego pelo assassino, resolvi ir com a primeira, então eu simplesmente comecei a procurar pelos pontos de droga da cidade, de táxi, e dei sorte de o encontrar no segundo. ― Ele contou a mesma mentira que havia contado para Pedro.

― E... E como eu estava? ― Nem ele parecia querer saber.

― Você não quer saber Yan...

― Eu preciso.

― Em péssimas condições. O lugar onde você estava era nojento, cheio de gente suja e mal cuidada... Seus olhos estavam fundos, você aparentava estar doente, em fim, você não precisa saber mais do que isso.

― É, eu me lembro de alguém ter me falado que eu deveria ser muito importante para você ter feito o que fez para me tirar de lá... O que foi que você fez?

― Você não precisa saber disso. ― Renato coloca a caneca vazia na pia. ― Você está bem e é isso que importa.

― Acho que nunca vou te agradecer o suficiente. Vou estar saindo da sua casa sem ao menos sentir a necessidade de ir para a clínica. Você me salvou, e eu vou sempre te agradecer por isso.

― Não precisa... ― Renato diz.

― Precisa sim... ― Yan sorri. ― Eu tomei a liberdade de ligar para o meu irmão do seu celular, espero que não se importe.

― Você achou? Eu procurei ele ontem quando... ― Renato se cala. ― Eu precisava fazer uma ligação e não o encontrei.

― Ele estava debaixo da sua cama. ― Yan sorri.

― Por isso eu não achei... ― Renato também sorri.

― Ele já deve estar chegando... ― E foi só Yan dizer que escutam alguém batendo na porta.

― Eu atendo. ― Renato temia ser Rodolfo, apesar de saber que ele nunca bateria na porta.

― Pode ser seu pai, eu atendo a porta. ― Yan diz, mas Renato o segura.

― Não, você fica aqui e eu atendo a porta.

A passos normais, Renato se aproxima da porta, e depois de uma longa respiração, ele a abre, já sendo abraçado por Pedro, que sorria e chorava ao mesmo tempo. Ele apertava Renato com tanta força que o jovem achou que ia ter seus ossos quebrados e ter que passar por todo o constrangimento de os mesmos se realocarem em questão de segundos.

― Renato... ― Diz Carla ao o abraçar, quase que com a mesma força, ignorando por completo o fato de Renato estar sem camisa e com cara de sono.

― Oi... ― Ele sorri.

― Esse que é o Renato? ― Pergunta uma mulher de cabelos castanhos de aparentes cinquenta anos ao se aproximar da porta.

― É sim mãe... ― Pedro diz.

― Muito obrigado meu filho... ― Chorando, ela abraça Renato com muita força. ― Obrigado por tudo o que você fez pela minha família, serei eternamente grata por ter tirado meu filho da rua...

― Não precisa agradecer... ― Renato a abraça. ― Ele está bem...

No momento em que Renato sente a presença de Yan se aproximando e os olhares a sua frente se direcionarem para trás, ele soube que tinha de se afastar, e foi isso que ele fez, Renato se afastou para observar todos os braços, choros e soluços que vinham das pessoas a sua frente, e ele se emocionou com isso, se emocionou porque sempre desejou uma família unida daquela forma, se emocionou porque nunca teria algo assim com seus pais, mas estava feliz de também poder ter ajudado.

― Você está bem meu filho? ― A mulher pergunta a Yan, que com os olhos brilhando, diz que sim.

― Eu estou ótimo mãe, não sei como, mas eu estou... ― Ele começa a chorar. ― Me desculpa, por favor, eu juro que nunca mais vou fazer isso, nunca mais...

― Ai meu filho... ― A mulher o abraça outra vez. ― Você é meu filho, sempre será, mesmo fazendo o que faz. ― Ela sorri. ― Mesmo merecendo uma surra de cinto. ― Ela arranca sorrisos dos outros. ― Eu não sei o que você fez com meu filho, mas obrigado, de todo o coração... ― Ela olha para Renato, que apenas sorri.

― Agora eu quem tenho que te agradecer por tudo o que fez por mim Renato. Você nem ao menos me conhecia direito, e já começamos tudo com o pé esquerdo, com aquela briga no estacionamento... Ninguém resgataria um quase desconhecido como você fez, como você fez por mim, e eu serei eternamente grato por isso.

Pela primeira vez desde que havia recuperado seu completo senso, Yan abraça Renato, que não demora um segundo para retribuir. Ambos, com os peitos nus, se apertam, em forma de puro agradecimento, e continuam ali, de olhos fechados, como se não quisessem nunca que aquilo parasse, e essa não era a impressão que davam a si mesmos, mas também para os outros a suas voltas, que observam aquilo, sem se importar com nada, apenas com o bem estar do filho.

― Obrigado... ― Yan diz ao soltar o abraço, antes de voltar a ficar completamente de pé, de modos que seus lábios sopraram seu hálito quente no rosto de Renato, que tremeu na mesma hora.

― De nada. ― Renato sorri.

Os acompanhando até a calçada, onde um carro preto estava estacionado, Renato se despede de todos com um abraço apertado, onde se sentia querido, mesmo não conhecendo todas aquelas pessoas.

Foi em todos esses abraços que ele soube que poderia sim ser importante para alguém. Foi nesses abraços que Renato finalmente descobriu o que era uma família, e o quanto ele sentia falta disso, mas foi em um abraço em especial que Renato se sentiu confuso e teve seus sentimentos remexidos. Foi no momento em que ele sentiu o abraço de Yan que Renato soube que o que ele sentiu pelo homem a sua frente era muito mais forte do que uma simples importância.

― Renato, tire o restante do dia de folga. ― Pedro diz, já assumindo o volante do carro.

― Só vou aceitar porque preciso dar um jeito nessa casa. ― Renato sorri.

― A gente se vê no restaurante amanhã... ― Pedro dá tchau para Renato, assim como os outros, e ele então retribui.

― Até amanhã.

Quando o carro desapareceu no dia claro de sua cidade, Renato entrou em sua casa, e no momento em que fechou a porta atrás de suas costas, decidiu que mudaria o rumo de sua vida por completo, se livrando de tudo aquilo que não lhe era mais importante, e assim que ele olhou para toda aquela nojeira em sua casa, soube exatamente por onde começar.

Comentários

Há 3 comentários.

Por joseph em 2016-04-15 13:59:54
ANSIOSO, PELO PRÓXIMO .... UMA HISTÓRIA MUITO BOA MESMO.
Por victoor em 2016-04-14 01:58:10
estou amando, realmente é uma historia que prende o leitor. Li comum & extraordinário e amei. Esse daqui então.... continua kkk mal posso esperar pelo próximo capitulo.
Por Nando martinez em 2016-04-13 22:36:21
Por onde ele ia começar ? Ai ai ai vc me mata viu kkkkkkk mas ta ,peitos nus <3 que isso moço kkkkkk e ainda n me respondeu porque a necessidade de cuspir na cara kkkkkkkkkk eu estava rindo por isso mas esta ótimo posta logo!!!