A Vida & Morte De Renato - Capítulo 26

Parte da série A Vida & Morte De Renato

Bom Dia Gente...

Estou passando mesmo só para deixar um ‘Oi’ e para desejar a todos vocês um ótimo fim de semana. Espero que descansem bastante.

No mais, um beijão pra todos, e espero que gostem do capítulo de hoje. Rsrsrs.

Até segunda feira. Um beijão e um abração.

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Depois de uma longa e interminável viajem de quarenta minutos, Renato finalmente havia chegado em sua casa.

Ainda dentro do taxi, ele tirava seu cinto e pegava a carteira em seu bolso, para acertar com o taxista, que sorri para ele.

― Espero que seu amigo fique bem. Já estive nessa situação... ― O homem diz, dando o troco para Renato.

― Obrigado... ― Renato abre a porta do carro, dando a volta e indo até Yan.

― Sempre que precisar, me ligue.

― Eu vou ligar, obrigado mesmo...

Depois de muita dificuldade, Renato finalmente consegue tirar Yan de dentro do carro, e quando viu que não conseguia fechar a porta com o rapaz lhe impedindo, o taxista diz para ele ir, e ele o faz.

Tropeçando nos próprios pés por estar lhe dando com um homem pesado, Renato começa a percorrer o caminho de entrada de sua casa, até que finalmente chega na porta.

Com dificuldade, ele enfia a mão no bolso lateral de sua calça social e tira a chave lá de dentro, e depois de abrir a porta, volta a firmar Yan em seu corpo, que ainda caminhava, mesmo quase não conseguindo.

― Por favor Yan, me ajude. Temos que subir a escada agora... ― Ele considerou o resmungado como um sim.

Com muito custo, eles começam a subir os degraus, um por um, e a todo o momento o corpo de Yan fraquejava, assim como suas pernas, quase o deixando cair, e caso isso acontecesse, sua situação iria piorar ainda mais.

Quando chegam no último degrau, já suado, Renato agradece as constelações por finalmente ter conseguido trazer Yan são e salvo para um local seguro.

― Você precisa tomar banho... ― Renato fala ao entrar com Yan no banheiro.

― Eu não quero... Me deixa... ― Yan tenta o empurrar, mas não consegue.

― Você tem que tomar banho, tem que conseguir tomar.

― Eu estou muito fraco, eu não consigo... ― Ele cai quando Renato o solta por um mísero segundo.

― Você está imundo Yan, tem que tomar banho. Por favor, faz um esforço...

― Me ajuda... ― Ele pede.

Ao se aproximar outra vez de Yan, Renato se abaixa, encontrando o homem sentado, escorado no box do banheiro.

Com cuidado, jovem começa desabotoando a camisa social cinza escuro que Yan usava, mas ele é impedido.

― Não! ― Yan grita.

― Yan, você precisa tirar a camisa para tomar banho.

― Não! Eu não posso! ― Ele grita ainda mais alto.

― Pode sim. Você não pode tomar banho de camisa. Ela está com um cheiro horrível.

― Não... ― Yan tentava tirar as mãos de Renato de sua camisa, mas foi em vão.

Renato, tendo mais força que Yan naquele momento, conseguiu vencer o rapaz, que permaneceu parado enquanto Renato desabotoava os botões da manga de sua blusa, e quando fez isso com os dois, começou a desbotoar os botões da camisa, até chegar no último, e quando, com muito custo, conseguiu fazer Yan desencostar do box, tirou a camisa dele, e se espantou com o que viu.

Yan possuía várias tatuagens. Seus dois braços eram cobertos por desenhos negros e alguns coloridos, desenhos que iam até parte do ombro. Em seu peito também haviam algumas tatuagens, só que as nesse local eram apenas na cor negra, sem pintura. Renato havia ficado em extremo choque com aquilo. Ele nunca esperava que Yan tivesse tatuagens, ainda mais muitas desse jeito. E depois de ter se impressionado com as tatuagens, algumas delas tribais, o jovem se impressionou com o corpo do rapaz a sua frente, que além de ter o rosto lindo, tinha o corpo perfeito.

― Porque você não queria que eu visse? ― Renato pergunta ao jogar a camisa e a calça de Yan dentro do balde de roupa suja.

― Eles disseram que eu ia para o inferno... ― Ele diz, com a voz embargada.

― Yan, eles são o próprio inferno. ― Renato o ajuda se levantar. ― Você consegue ficar em pé sozinho?

― Não...

― Tudo bem... ― Renato estava nervoso. Ele não queria ver Yan sem roupa alguma, mas não tinha outra alternativa. ― Eu não acredito que vou ter que te dar um banho...

Depois que se deu por vencido, Renato tira a última peça de roupa que Yan vestia, sua cueca branca, e então entra com ele no box.

No instante em que a água fria cai sobre a cabeça de Yan, ele reclama da temperatura, se encolhendo de frio, mas Renato não o deixa sair do chuveiro.

― Eu não estou bêbado... ― Ele diz, escorado na parede.

― Não interessa, o resultado é o mesmo. ― Renato se lembra de ter feito o mesmo com Rodolfo, há mais de dez anos, quando achava que a situação entre os dois ainda melhoraria, e que tudo era culpa do álcool.

― Eu estou passando mal. Meu corpo está doendo... ― Yan diz, com a voz carregada.

― Eu sei, mas você vai melhorar...

― Porque está fazendo isso?

― Isso o que? ― Renato pergunta ao passar shampoo nos cabelos de Yan.

― Me ajudando...

― É uma longa história... ― Renato se lembra das visões.

― Obrigado... ― Yan disse, ao virar sua cabeça para frente enquanto Renato esfregava o condicionador em seus cabelos.

― Não tem o que agradecer.

Depois que lavou os cabelos de Yan, Renato começou a ensaboar sua nuca, assim como as suas costas, onde tinha algumas pequenas sardas. Depois disso, Renato desceu a bucha ainda mais, esfregando as nádegas de Yan, e por fim, seu ânus, dando um grande foda-se para a falta de intimidade.

Quando o rapaz virou, com a ajuda de Renato, ficando de frente para ele, o jovem iniciou lavando o rosto de Yan com sabonete, e logo após, seus ouvidos e pescoço.

Depois disso, Renato esfregou seu peito, assim como os pelos lisos e castanhos que tinha ali, e descendo, o jovem ensaboou tudo, até chegar a seu membro, onde ele puxou a pele e esfregou a cabeça do pênis de Yan, que não se pronunciou. Já ajoelhado, esfrega as pernas, e os pés. Quando termina, ele coloca o rapaz debaixo do chuveiro outra vez, se livrando de toda a espuma em seu corpo.

Depois que secou Yan, Renato percebeu que aquela situação não fora nada sexual, para nenhum dos dois, e se sentiu bem por isso ter chegado a sua mente. Ele estava apenas ajudando Yan, e sabia muito bem diferenciar as coisas.

Ao chegar ao seu quarto, Renato tratou de colocar lençóis limpos em sua cama, e após isso, pensou no que Yan poderia vestir. Como ele era maior e mais forte que Renato, suas roupas não iriam servir, muito menos suas cuecas, então, quando uma lembrança bate em sua mente, Renato se recorda que Leandro, há algum tempo, havia deixado uma samba canção na cor preta dentro de seu guarda roupa, como lembrança, e não vendo outra opção, Renato pegou a peça e vestiu em Yan, que ainda estava bambo e extremamente fraco.

― Pode se deitar, eu já volto... ― Renato pede, e Yan se deita na cama.

― Eu não quero ficar sozinho...

― Eu só vou ao banheiro, estou todo molhado... ― Renato realmente estava molhado.

― Tudo bem... ― Yan vira para o canto.

Já no banheiro, Renato tira toda a sua roupa molhada e entra debaixo do chuveiro, mas corre dele quando a água gelada bate em sua pele. Depois de mudar a temperatura, ele volta a entrar, tomando um rápido banho e se secando com a mesma toalha que secou Yan, sem nem mesmo se lembrar disso.

Por estar preocupado com tudo o que aconteceu, ele resolve pegar seu telefone dentro do bolso da calça e ligar para Pedro, que atende no segundo toque.

― Alô? ― Não era Pedro ao telefone, e sim Clara, sua esposa.

― Clara? ― Renato diz.

― Oi Renato... ― Sua voz também era de extrema preocupação. ― Correu tudo bem no restaurante?

― Sim, não se preocupe... ― Renato faz uma pausa. ― Não foi por isso que liguei. O Pedro está ai?

― Ele está no banho. Eu obriguei ele a ir. ― Ela diz, forçando um sorriso. ― Ele está muito preocupado com o Yan, que até agora não deu sinal de vida. Estamos pensando no pior.

― Ele está comigo. ― Renato fala de uma vez.

― O que? ― Ela grita.

― Ele está comigo. Eu o encontrei há algumas horas, depois que sai do restaurante, e trouxe ele pra minha casa.

― Mas como? Como você o encontrou? ― Ela começa a chorar de alivio. ― Pedro! Pedro! Sai do banho! O Renato encontrou o Yan! ― Ela grita, e em segundos, depois de Renato ter ouvido todo o barulho de Pedro correndo, ele pega o telefone. ― Renato? ― Ele diz, assustado.

― Oi Pedro...

― Você encontrou meu irmão? ― Ele pergunta, chorando.

― Sim...

― Graças a Deus! ― Ele parecia aliviado. ― Mas como? Como você encontrou ele? ― Renato seria obrigado a mentir, não podia contar o real motivo.

― Eu preferi pensar que ele teve uma recaída, então eu pensei nas probabilidades, onde ele estaria caso estivesse usando drogas outra vez.

― Nas bocas de fumo...

― Sim... ― Renato mente outra vez. ― Eu o encontrei na segunda que fui.

― Meu Deus Renato... ― Pedro diz.

― Não se preocupe, ele está bem...

― Ele usou de novo?

― Sim, mas ele está bem. Não está machucado, não está ferido...

― Meu Deus... ― Ele começa a agradecer.

― Você é um anjo Renato, um anjo! ― Ele grita.

― Eu só fiz o que qualquer um faria Pedro. ― Renato realmente acreditava nisso.

― Não, não fez... ― Ele se cala por um instante. ― Eu estou indo pra sua casa, vou buscar ele.

― Não sei se ele vai gostar disso, mas tudo bem...

― Em vinte minutos apareço ai.

Depois de desligar o telefone, Renato volta para o quarto, e ao chegar lá, nota que Yan ainda estava acordado. Ele então se aproxima e se ajoelha perto da cama, encarando o homem em sua frente.

― Eu avisei seu irmão...

― Porque fez isso? ― Yan eleva um pouco sua voz.

― Porque ele chegou no restaurante mais cedo, chorando, extremamente preocupado com você, por isso eu liguei para ele, para que ele parasse de achar que você está morto em uma vala qualquer com uma agulha no braço, então fica quieto.

― É humilhante... Eu não quero que ninguém me veja assim...

― Você teve apenas uma recaída...

― Eu sou um fraco mesmo, não mereço nada de bom nesse mundo... ― Ele diz, com a voz triste.

― Yan, não fala isso...

― Eu sou um burro por ter acreditado naquele papo de salvação...

― Você só queria parar, só queria mudar de vida, e infelizmente eles foram os primeiros que lhe ofereceram isso.

― Eu nunca mais vou a igreja...

― Tudo bem, só fica deitado. Vou esperar seu irmão chegar.

― Eu não quero ir embora.

― Depois a gente conversa.

Já do lado de fora, Renato esperava Pedro chegar. O jovem aguardava na calçada, frente a sua casa, e o tempo de espera foi de quinze minutos, até que o carro preto de Pedro estaciona em sua frente, e o homem desce correndo, abraçando Renato com tudo.

― Obrigado mesmo! Obrigado! ― Ele chorava ― Eu não sei como te agradecer...

― Não precisa Pedro... ― Renato sorri.

― Preciso sim... ― Pedro se afasta. ― Você não tem vergonha não? ― Pedro sorri para Renato.

― Por... ― Renato percebe que estava de toalha no meio da rua. ― Desculpa, eu não percebi, eu... ― Renato estava vermelho.

― Não se desculpe.

― Vamos entrar... ― Renato resolve mudar de assunto. ― Não repare a minha casa, por favor.

― Tudo bem.

Quando Renato entra, Pedro o segue. O jovem logo de cara sentiu vergonha por toda a bagunça aparente, por todas as garrafas de cerveja vazias espalhadas, por todos os restos de cigarros nos cantos da casa, e pelo sofá imundo, e apressando seus passos ao notar que Pedro olhava tudo, Renato subiu as escadas, fazendo com que seu chefe o acompanhasse.

No instante em que chegam no alto da escada, Renato vê a porta do seu quarto se fechando.

― Yan... ― Renato fala.

― Eu não quero que ele me veja assim... ― Sua voz era grossa, grave, e aparentava tristeza.

― Ele só quer saber se você está bem...

― Eu estou bem, fala com ele... ― Yan realmente parecia envergonhado.

― Yan, vamos voltar pra casa... ― Pedro encosta na porta.

― Não. ― Ele diz.

― Por favor. A mãe está preocupada com você, eu também estou...

― Eu estou bem Pedro, vai embora.

― Você precisa voltar pra clínica, precisa se tratar de novo.

― Eu não volto pra lá nunca mais! ― Ele grita, deixando Pedro assustado.

― Tudo bem, a gente procura outra...

― Eu quero ficar aqui... ― Ele diz, mais calmo.

― Você não pode ficar aqui Yan, é a casa do Renato.

― Ele está cuidando de mim. Ele me buscou longe e me deu banho...

― Eu sei meu bem, mas vamos voltar pra casa. ― Apesar de Pedro ser mais sério, era visível o carinho que ele tinha pelo irmão.

― Por favor, Pedro, não faz isso comigo, eu te imploro. Não deixa a mãe me ver assim...

― Ela quer saber se está tudo bem.

― Me deixa aqui e você fala com ela, diz que eu vou ficar melhor, e que eu vou voltar depois.

― Yan...

― Por favor, Pedro, me deixa ficar aqui... ― Ele se cala.

― Ele pode ficar Pedro, não tem problema.

― Eu não posso fazer isso, jogar todo o trabalho em cima de você. Vai durar semanas.

― Eu sei.

― E porque você está disposto a cuidar dele? Ele não é ninguém pra você...

― Ele quer ficar, e eu me importo com ele.

― Renato, ele vai te dar muito trabalho. O Yan ainda vai passar pela abstinência, e essa fase é horrível para quem presencia, vai por mim, eu já vi ele passar por tudo isso.

― Pedro, se você tem uma infância como a minha, vive em uma casa como essa onde um pai te agride todos os dias e te insulta das piores maneiras possíveis, você se acostuma com o pior das pessoas.

― Renato...

― Nada vai ser pior do que já aconteceu comigo, e essa é uma garantia que te dou.

― Renato... ― Pedro ainda não queria.

― Pedro, desde que comecei a trabalhar no restaurante eu nunca tirei férias, então estou as exigindo agora. Você cuida do seu próprio restaurante e eu cuido do seu irmão até ele melhor, caso encerrado.

― Mas Renato...

― Assunto encerrado. Eu tenho direito a férias.

― Vai passar suas férias com um dependente químico?

― Eu passei toda a minha vida sendo espancado, um dependente químico para mim é um alivio. Pelo menos terei alguém para me fazer companhia... ― Renato olha pra baixo.

― Tudo bem. Você quer que ele fique, ele quer ficar, eu só espero que me avise caso algo aconteça. Pode fazer isso?

― Posso. ― Renato sorri.

― Meu Deus, me dê paciência... ― Pedro vira de costas, mas logo se volta para Renato. ― Obrigado por ser incrível. Obrigado por ser a única pessoa realmente boa nesse mundo.

― Eu não sou bom Pedro...

― É sim, e não há nada que me faça mudar de opinião. ― Ele abraça Renato. ― E obrigado por trazer meu irmão de volta, sendo ele mesmo, não aquele fanático...

― De nada... ― Renato fala.

Pedro então vai, descendo as escadas, e quando Renato escuta a porta da sala se fechar, ele se volta para a de seu quarto, batendo.

― Ele já foi embora...

Quando Renato escuta o trinco se abrindo, ele abre a porta lentamente, e quando escuta um estrondo, entra correndo no quarto, se deparando com Yan no chão, fraco de mais.

― Vamos para a cama, eu te ajudo... ― Renato o coloca na cama. ― Você tem que descansar, e amanhã cedo come alguma coisa... ― Ele se afasta e vai até seu guarda roupa, pegando alguns panos e os forrando no chão. ― Eu vou me deitar aqui, qualquer coisa me avisa.

― Não... ― Yan diz. ― Deita comigo...

― Yan, você precisa descansar...

Renato, pela primeira vez, diante da pequena claridade que entra pela janela do seu quarto, enxerga o verdadeiro olhar de Yan, um olhar puro e sincero, e esse sentimento desperta algo dentro dele.

Renato realmente se importava de mais com Yan, além de sua compreensão.

― Eu preciso que você se deite comigo, por favor... ― Mais uma vez seus olhares se cruzam, e novamente, Renato consegue enxergar aquele olhar de sua visão, olhar que até vinte e quatro horas atrás não existia. ― Eu preciso de você comigo... ― Yan, pela terceira vez o encara, e Renato, naquele momento, faria tudo o que ele mandar.

Ao se deitar, de costas para Yan, Renato sente o calor emanado do corpo grande atrás dele, corpo que se torna ainda mais próximo quando ele é puxado para trás, em uma espécie de conchinha, e naquele exato momento, Renato se sentiu protegido, se sentiu a pessoa mais segura da terra, e não importa o que aconteça naquele momento, porque estando próximo a Yan, Renato conseguia se sentir extremamente salvo, sensação que nunca sentira antes, nem mesmo com Leandro, e foi pensando em tudo o que aconteceu nessas últimas horas que Renato adormeceu com Yan pela primeira vez em sua vida, tento uma das melhores sensações do mundo, sensação aquela que o homem debilitado colado ao seu corpo também sentia, e assim como Renato, não sabia o por que.

Comentários

Há 1 comentários.

Por Nando martinez em 2016-04-09 21:14:24
Volteeeei desculpa estava de mudança ai e difícil estava morto de cansaço mas voltei!!! E essa cena hein? Do careca tatuado que comeu o nosso querido Renato ,pior que foi na areia ! E o Yan fofinho ! Toma nescau que passa kkk