A Vida & Morte De Renato - Capítulo 25

Parte da série A Vida & Morte De Renato

Boa Tarde Gente Lida & Maravilhosa... Rsrsrs.

Hoje serei breve...

Muito obrigado mesmo por toda a força que estão me dando, por todos os votos e comentários que estão deixando em todos os capítulos. Fico muito feliz mesmo por tudo o que estão fazendo por mim, por toda a força, porque isso me faz sorrir, mesmo eu estando em um dia ruim.

No mais, espero que possam gostar do capítulo de hoje.

Um beijão pra todo mundo, e até amanhã.

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Renato se mantinha há alguns metros de distância. Seu campo de visão avis se perdido, e a única coisa em que ele conseguia se focar era naquele homem a sua frente.

Ele tinha medo de se aproximar, medo de o tocar. Renato temia pelo que poderia acontecer, temia pelo que o rapaz poderia dizer ou fazer contra ele, porque havia sido sua culpa, e ele sabia disso.

Dando os dois primeiros passos, o jovem se aproxima, e dando mais cinco passos, Renato passa a estar apenas dois metros de Yan, que estava no chão imundo e sujo.

O cheiro que vinha dele não era nem um pouco agradável. Era como se ele estivesse há dias sem tomar um banho, mas Renato sabia que fazia apenas um, então não era a explicação.

Yan estava fedendo, realmente mal cheiroso, e Renato não se assustou quando descobriu que ele estava deitado ao lado da merda de alguma outra pessoa.

Ao se ajoelhar ao lado de Yan, que mantinha os olhos fechados, Renato chora ao ver o estado do rapaz. Os olhos fundos, o rosto imundo, coberto por terra. Os lábios ressecados, furos em diversas partes do braço, de ambos os braços. Yan aparentemente havia se drogado muito, e seu estado era explicável por esse motivo.

― Yan... ― Renato pronuncia seu nome, baixo. ― Acorda...

Não havia respostas. Renato continuava sem ser respondido, e mesmo assim não desistiu, e em meio as lágrimas, continuo com sua tentativa.

― Levanta, por favor... ― Ele, de joelhos, se aproxima, e quando sente a respiração fraca de Yan fica mais aliviado. ― Me perdoa, a culpa é minha...

― Vai embora... ― Sua voz era fraca e embargada... ― É aqui que eu moro agora... ― Ele nem mesmo conseguia abrir os olhos.

― Eu não vou embora sem você... Sua família está preocupada, seu irmão está preocupado...

― Ele só se importa com aquela merda de restaurante... ― Ele se meche.

― Não é verdade...

― Vai embora... ― Ele move o braço, deixando com que Renato veja a seringa, que ainda estava em sua pele, dentro de sua veia.

― Por favor... ― Renato chora baixinho, não aguentando ver o estado de Yan. ― Vamos embora...

― É sua culpa... ― Ele tenta se levantar, ainda de olhos fechados, mas acaba colocando sua mão no monte de merda ao seu lado, e pareceu não se importar.

― Eu sei... ― Renato choraminga.

― Eu sou um merda mesmo, eu sou um fraco... ― Ele consegue se colocar de pé, mas cai de joelhos logo em seguida.

― Vamos embora Yan, eu te levo pra casa.

― Eu moro aqui! ― Ele grita. ―Vai embora desgraça, me deixa em paz!

― Não posso... ― Renato diz, tentando o acalmar.

― Fala com minha família que eu morri! Eu estou morto! Não quero ver ninguém!

― Eu não posso fazer isso Yan, não posso deixar você aqui.

― Pode! ― Ele grita e empurra Renato, que cai sentado no chão, mas rapidamente se levanta.

― Eu não vou...

― Sai! ― Yan grita, empurrando Renato outra vez, e então faz vômito, sujando seu sapato social. Ele estava com a mesma roupa da igreja, camisa de manga comprida em tecido escuro e calça social.

― Eu vou te ajudar, vem comigo... ― Renato toca seu braço, sentindo uma sensação estranha.

― Não, eu morri... ― Ele se afasta, cambaleando. ― Eu não preciso da ajuda de ninguém, nem de Deus. Eu sou mais forte que ele... ― Yan diz.

― Yan, vamos embora... ― Renato passa a seguir o rapaz, que para na porta do refeitório.

― Eu sou um inútil, não mereço viver... ― Ele volta a caminhar, até estar perto da escada. ― Eu não vou fazer falta pra ninguém...

Quando ele estava prestes a se jogar da escada, Renato o segura, não reconhecendo sua própria força, e o puxa de volta, fazendo com que Yan caia em cima dele, chorando descontroladamente.

Com cuidado, Renato sai debaixo do rapaz e se ajoelha na frente dele, também chorando.

― Eu vou cuidar de você... ― Renato promete.

― Você nem me conhece... Eu vou vender as coisas da sua casa a troco de cocaína...

― Não vai, para com isso...

― Me solta Renato... ― Ele tentava se soltar, mas agora Renato tinha mais força que ele.

― Não, nunca...

Renato se levanta, e juntando toda a sua força, pega Yan pelo braço e o apoia em seu corpo, começando a descer a escada com ele lentamente, e esse feito demorou cerca de quinze minutos para ser concluído, já que Yan não aguentava dar um passo completo sem reclamar de dor.

― Não me leva embora, me deixa aqui...

― Você não pode ficar aqui Yan, vai acabar morrendo.

― Mas é isso que eu mereço...

― Não, não é...

― O que vai fazer comigo? ― Ele pergunta, ainda apoiado em Renato.

― Vou te levar para sua casa...

― Não! ― Ele grita e se solta de Renato, indo com tudo ao chão. ― Eu não quero! Ninguém vai me ver assim!

― Yan, para de gritar... ― Renato se abaixa.

― Eles vão rir de mim, me chamar de fraco! Eu não quero! Me deixa aqui!

― Levanta... ― Renato o pega outra vez, o apoiando em seu ombro. ― Quer ir lá pra casa? Prefere ir pra lá?

― Eu não quero ver minha família...

― Então vamos pra minha casa.

Depois de terem saído da escola, o percurso se complicou outra vez quando tiveram que descer o morro. Yan ameaça de cair a todo momento, ainda não tinha força o suficiente nas pernas para se manter firme, e isso preocupou Renato, que tentava, mesmo com dificuldades, pega seu celular e ligar para o táxi.

― Alô? ― Renato diz.

― Pois não?

― Você acabou de me deixar no Castelo... ― Esse era o nome do bairro onde Renato estava. ― Eu gostaria de saber se tem como me buscar.

― Você conseguiu entrar? ― Ele pergunta, surpreso.

― Sim... ― Renato se lembra do que teve de fazer para isso acontecer.

― Em quinze minutos. Te pego no mesmo lugar.

― Obrigado...

Quando Renato finaliza a ligação, Yan acaba caindo, e com isso, seu celular também cai, rolando morro abaixo, e se preocupando apenas com o homem, Renato pega Yan pelo braço outra vez e continua a descer o morro.

No instante em que chegaram lá em baixo, Renato olha em volta a procura do seu celular, e quando o encontra, com a tela parcialmente trincada, ele o pega e coloca no bolso.

Na medida em que caminhava com Yan, Renato recebia olhares dos moradores, inclusive de alguns dos homens que o receberam na entrada do bairro, mas ele os ignora, mas não consegue ignorar o homem que havia o pegado no lote abandonado.

― Vejo que encontrou seu amigo... ― O homem careca diz.

― Sim... ― Renato diz ao concertar Yan, que estava apoiado em seu ombro.

― Espero que você valha a pena, não sabe o que seu amigo fez para te buscar... ― Ele dá dois tapinhas no rosto de Yan, que resmunga. ― Pode ir garoto. ― Ele sorri. ― Vou tocar altas punhetas pensando no seu cu. ― Ele bate na bunda de Renato, que não conseguiu se pronunciar diante da situação.

Ao se aproximar da entrada do bairro, Renato já avistava o carro branco lhe esperando, então tratou de apressar os passos.

Quando chegou no veículo, teve ajuda do taxista para abrir a porta de trás, onde juntos, colocaram Yan, que ficou sentado, de olhos fechados.

Quando Renato entrou do outro lado, na porta de trás, olhou para o rapaz ao seu lado e se perguntou o porquê de ter feito tudo isso por um estranho, mas então se lembrou que Yan não era um estranho, e no momento em que Renato colocou o cinto, o rapaz de olhos verdes caiu com a cabeça em seu colo, e tudo o que Renato conseguiu fazer naquele momento foi colocar sua mão esquerda sobre a cabeça de Yan e acariciar seus cabelos.

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