A Vida & Morte De Renato - Capítulo 20

Parte da série A Vida & Morte De Renato

Boa Tarde Gente...

Venho hoje postar mais um capítulo de ‘A Vida & Morte De Renato’, e espero que possam ler até o final.

Sei que as vezes alguns capítulos podem soar cansativos, mas criar uma obra onde todos os capítulos são cheios de surpresas é meio complicado, então... Rsrsrs.

No mais, espero que possam acompanhar até o final, e desculpem por alguns erros de português. Eu escrevo, leio toda a história, faço algumas correções, leio de novo e passo corrigindo novamente, e mesmo assim, acabo deixando algum errinho, até porque eu não tenho curso para ser perito nessas coisas, então me perdoem por isso.

Fiquem bem.

― diegocampos: Finalmente né, já estava passando da hora. Hahahahaha. E não tem problema, comente quando puder... Um beijão pra você, e obrigado.

No mais, um beijão pra todos vocês. Espero que esse final de quarta seja incrível. Fiquem bem.

___________________________________________________________________________________________________________________

Quando o relógio marcou dez da noite, os últimos clientes pagavam suas contas no caixa. Como o restaurante se localizava no Shopping, ele tinha uma hora fixa para fechar as portas e liberar os funcionários, e esse horário era até as vinte e três da noite.

Como Pedro e Clara tiveram que sair as pressas para resolverem um problema no outro restaurante, eles acabaram deixando Renato e Yan a cargo de tudo, e no rosto de Renato estava explicito o nervosismo, mas Yan parecia estar bem, ou fingia muito bem.

Depois que todos os funcionários saíram, como cozinheiros, garçons, faxineiros e a menina responsável pelo caixa, Renato e Yan ficaram sozinhos, se responsabilizando pelo fechamento. Enquanto Renato foi refazer as contas do caixa, contabilizando as notas e conferindo se estava tudo certo, Yan se sentou em uma das mesas e começou a cantarolar uma música, e depois de prestar atenção, Renato julgou ser uma música de igreja.

― Senhor, derrama sobre mim tua gloria... ― Yan cantava, e por mais que tentasse não o fazer, Renato estava sentindo vontade de rir. ― Que todo o seu louvor caia sobre mim... ― Ele continuava, e Renato se controlava. ― Quero ser seu fiel cordeiro, lhe seguir com corpo e alma, entrando no reino dos céus...

Renato, sem conseguir disfarçar, acabou dando um sorriso, não uma risada debochada. Ele não estava rindo da religião de Yan, e sim da forma como ele cantava, com sua voz grossa e fora de ritmo, mas para o autor da cantoria, o riso era pelo motivo contrário, e Renato se assustou quando sua atenção foi chamada.

― Você está rindo de uma música de Deus? ― Yan se levanta da cadeira, indo até Renato.

― Não, eu não... ― Renato havia perdido a conta e onde estava somando. ― Eu não estava rindo da sua música ou da sua religião.

― Eu vi o seu sorriso. ― Yan diz, com a voz firme e grossa, a mesma com a qual ele cantava.

― Eu juro, não estava rindo disso. ― Renato volta a sorrir.

― Porque você está rindo então?

― Porque eu estou feliz. ― Renato sorri ainda mais.

― Me fala a verdade! ― Ele aumenta um pouco da voz.

― Um dos motivos é por eu realmente estar feliz. ― Renato se controla. ― E o outro é que sua voz fica muito estranha quando canta. Por isso eu estava rindo.

― Tem certeza? ― Yan parecia desconfiado.

― Sim... ― Renato sorri. ― Sua voz é muito grossa, e quando tenta cantar as notas mais baixas, ela fica muito estranha.

― Entendo... Você conhece a música?

― Não. ― Renato fala, voltando a contar.

― Qual hino conhece?

― Nenhum. ― Renato fala.

― Nenhum? ― Ele parecia surpreso e levemente ofendido.

― Nenhum... ― Renato quase perde o rumo outra vez.

― Na igreja que frequenta não toca hino? ― Ele parecia uma criança que acabara de descobrir algo novo e estava demasiado impressionado com a descoberta.

― Eu não vou a igreja, nunca fui. ― Renato termina a conta e olha para ele.

― Nunca? ― Ele se assusta outra vez. ― Por quê?

― No começo foi por eu não ter tido a oportunidade, e com o tempo, eu não adquiri interesse.

― Você deveria ir. A igreja salva as pessoas, assim como os seus profetas oradores.

― Se você diz... ― Renato preferiu não se intrometer.

― Você deveria ir comigo algum dia, tenho certeza que irá gostar.

― Não sei, não me parece uma boa ideia. ― Renato se lembra das experiências que teve com pessoas que frequentam igrejas evangélicas, e nenhuma delas é agradável.

― Não aceito não como resposta. ― Yan encara profundamente os olhos de Renato, que cora, e então se pergunta o porquê de isso acontecer.

― Tudo bem. ― Ele queria dizer não, mas não conseguiu.

Depois da breve conversa, eles voltam a terminar o trabalho, e por fim, fechar o restaurante.

Já do lado de fora, caminhando lado a lado, o silêncio parecia meio constrangedor, mas nenhum dos dois fez algo para mudar isso.

Chegando no estacionamento, Yan oferece uma carona a Renato, e pelo jovem saber que ele mora em direção contrária, recusa com educação, e sem questionar, o homem de olhos verdes e barba alinhada entra em seu carro, deixando Renato sozinho.

Durante o seu caminho até o ponto de ônibus, que estava lotado, Renato se via feliz por tudo ter dado certo logo no seu primeiro dia, e isso era um fato importante a ser considerado.

Quando chega no ponto, próximo ao shopping, Renato encontra com alguns dos funcionários do restaurante, e então conversa com eles, sem sentir a timidez o atrapalhar, e em meio a sorrisos e gargalhadas devido a piadas contadas, ele sobe em sua ônibus e vai para casa, onde poderia descansar para o dia de amanhã.

O percurso não foi longo, durou cerca de dez a quinze minutos, tempo muito menor se comparado ao que ele gastava para ir até o outro restaurante todos os dias, e nesse pequeno percurso, Renato acaba se assustando quando chega em casa. Ele só não iria a pé para o serviço, pois chegaria lá muito suado, então ele preferiu continuar indo de ônibus mesmo.

Quando abriu a porta de casa, o cheio de álcool invadiu suas narinas, o fazendo lacrimejar. No sofá, estava aquele homem, completamente nu e extremamente bêbado, tão bêbado a ponto de nem sequer abrir os olhos quando Renato fecha a porta da sala com força, e se fosse antigamente, o jovem rapaz pararia na sala, cataria todo o lixo para só depois dormir, mas hoje, diante de tamanha nojeira e extrema coragem, ele resolve subir e tomar um banho, que não demorou muito, mas foi o suficiente para descansar seu corpo.

Quando Renato se trancou no quarto, finalmente teve paz, e com isso, pegou os presentes que havia se comprado e os abriu.

Ele começou pelo celular, um da marca Motorola de nome Moto G2. Ele ficou vislumbrado com a elegância do aparelho desde o momento em que ele ligou, já com o chip, até o momento em que o jovem começou a fuçar o aparelho.

Depois de alguns minutos mexendo em alguns aplicativos, Renato colocou o celular de lado e abriu a caixa do notebook.

Ele, ao contrário do celular, foi um pouco mais complicado para mexer. Renato teve que ler parte do manual de instruções para aprender a colocar a bateria e iniciar o computador, já que nunca havia tocado em um notebook.

Adquirida a prática, Renato, mesmo contra sua vontade, pega uma pequena caixa no fundo do seu guarda roupa, caixa que fora deixada em seu nome nos correios. Ele então se senta novamente em sua cama, com o notebook no colo e coloca o dispositivo móvel em uma das entradas. Enquanto a leitura é feita, ele pega o fone de ouvido que veio com o celular e coloca na parte da frente do notebook, de modos que só ele poderia ouvir o vídeo, e assim que ele iniciou o segundo, de nome ‘Vídeo 02’, Renato se preparou para absorver ainda mais informações a respeito de tudo o que estava mudando em sua vida, e foi apenas quando viu o rosto de Caled, em uma tela pausada, que ele se acalmou.

― Oi de novo... ― Caled dizia, e dessa vez, ele parecia estar vestido. ― Vou cortar palavras nesse vídeo Renato e vou apenas me manter focado e lhe explicar algo que precisa saber, e esse algo irá lhe ajudar para que não se sinta tão perdido, para que não ache que está perdendo a noção do tempo. Nesse vídeo irei falar sobre os detalhes do seu renascimento. ― Renato para o vídeo, se preparando para a bomba. ― Para começo de conversa, caso não saiba, você morreu as três e quinze da manhã. Eu olhei meu relógio pouco antes de lhe empurrar da ponte, então esse é o horário aproximado da sua morte, e dito isso, você sempre renascerá nesse mesmo horário, sempre, e sempre no mesmo local. Não importa se estiver em sua cidade, em algum país de seu continente ou na África. Se você morrer, seu corpo irá voltar para o local de sua primeira morte. ― O homem ruivo para e toma uma pequena xícara de café. ― Não me pergunte como, porque eu passei anos da minha vida tentando descobrir o porque e ainda não decifrei essa questão. Como eu disse a você, nunca me explicaram nada, e tudo o que estou te falado eu descobri sozinho, então me perdoe caso procure respostas que eu não tenho.

― Eu não acredito que isso está acontecendo comigo. ― Renato diz ao parar o vídeo, se sentindo apavorado.

― Eu vou te dar alguns exemplos, lhe falar sobre algumas situações pela qual passei... ― Renato volta a assistir o vídeo. ― Logo no começo, depois de eu ter assumido o trono outra vez, logo após a minha volta a vida, eu entrei em outra batalha, e nessa batalha eu fui morto, na frente de todos os meus soldados, então imagine como foi eu retornar para o castelo por volta das oito da manhã como se nada tivesse acontecido. Todos me olharam com extremo choque, e como eu ainda não sabia o que estava acontecendo, jurei para mim mesmo que eles estavam enganados, e como todos me viram, acreditaram que estavam enganados, já que renascer naquela época era algo que ninguém considerava, então o começo foi assim, mas com o passar do tempo, diante da minha terceira e quarta morte, eu percebi que havia algo errado, e para que os outros não descobrissem, acabei me precavendo, me ausentando das guerras, e eu consegui fazer isso por um tempo, até que todos a minha volta começaram a envelhecer e eu não. ― Ele parecia triste. ― Acabei fugindo do reino, apavorado, deixando minha esposa e meus filhos. Mais tarde, um ano após, escrevi uma carta para eles, explicando o porquê da minha partida, e depois disso, nunca mais voltei. ― Ele engole seco. ― Hoje eles estão mortos, assim como minha segunda esposa, minha terceira, minha quarta mulher e com isso, todos os meus filhos. ― Ele derrama uma lágrima. ― Já perdi muita gente nesse mundo Renato, e para ser sincero com você, fiquei feliz quando tive a primeira visão sobre você, porque eu sabia que poderia morrer se te encontrasse. ― Ele para. ― Sei que é mórbido, mas é a verdade. Já passei por muita coisa nesse mundo, e sofrer foi algo que eu não aguentava mais, então saiba que eu estou melhor agora, depois de morto, e espero também que não tenha se assustado com o bilhete que lhe entregaram ao encontrar meu corpo. ― Ele sorri timidamente. ― Sei que tem perguntas para me fazer pessoalmente, que gostaria de me encontrar e conversar comigo, mas isso não será possível, por mais que eu queira, e eu queria muito, só que meu tempo estava acabando, e eu precisava passar esse fardo eterno para você, mas não encare isso da mesma forma que eu, porque eu não sei qual visão o antecessor a mim teve a meu respeito, mas a que eu tive sobre você é incrível, e eu vou lhe adiantar uma coisa, você está acompanhado de alguém incrível, assim como você, e será feliz. Sei que no momento isso pode não entrar em sua cabeça, mas confie em mim, você será uma pessoa espetacular, ao contrário de mim, que vivi uma vida longa e completamente medíocre. Tudo o que eu fiz foi viajar pelo mudo e ajudar algumas pessoas, nada mais do que isso. Eu meio que perdi a vontade de viver no meio do caminho, e isso me atrapalhou, ainda mais sabendo que eu estaria sozinho no mundo por toda a eternidade. ― Ele dá um meio sorriso. ― Parece coisa de cinema não é... Mas não, não é, é a mais pura realidade, a sua realidade agora. ― Ele sorri outra vez. ― Eu vou encerrar esse vídeo por aqui, deixando você absorver mais informações. No próximo eu te explico sobre algumas outras coisas, e por favor, não veja dois seguidos, vai fazer sua cabeça explodir, não literalmente, mas a confusão irá duplicar, e isso não é bom. ― Ele faz uma breve pausa. ― Só não se assuste nesse meio tempo caso algo estranho aconteça com você. Até hoje eu não sei do que eu fui capaz, então apenas aceite e siga em frente... Agora eu estou indo. Fique bem Renato, por favor. ― Ele desliga a câmera.

Renato, com toda a pressa do mundo, se levanta da cama, quase derrubando o notebook.

Muitos gostariam de viver a eternidade, de ter esse prazer de desfrutar tudo nesse mundo, mas o jovem não pensava dessa maneira, ele não conseguia pensar. Para Renato, ele sempre se via como uma pessoa qualquer, um homem que trabalharia em um emprego em que não gostasse, que não tivesse ninguém na vida e que empurraria tudo com a barriga, completamente acomodado com a forma como a sua vida está, mas diante disso tudo, Renato foi obrigado a pensar diferente. Ele não poderia mais viver da forma que esperava que sua vida fosse, não agora que ele viveria para sempre.

Diante de tudo, ele parou para pensar no que aconteceria dali para frente, e a conclusão não chegou a entrar em sua mente, ainda sabendo de tudo o que estava acontecendo e tendo comprovado como verdade, pelo menos a parte em que seu corpo se regenera.

― Sim, isso parece um filme de ficção científica qualquer... ― Ele se senta em sua cama outra vez, fechando o notebook.

Depois de guardar todas as suas coisas no fundo do guarda roupa, Renato tira sua roupa e se deita, colocando o celular para despertar. Apenas uma boa noite de sono poderia esfriar sua cabeça, e sabendo que as coisas que viriam adiante não seriam fáceis de lhe dar, ele sentiu uma pontada de medo, mas ele sabia que tinha a obrigação de entender tudo o que estava acontecendo, então ele ia fazer de tudo para compreender os dons ou maldições que acabara de receber.

Comentários

Há 1 comentários.

Por Nando martinez em 2016-03-31 14:31:08
Heyy minha pessoinha favorita ,jovem vc lkkkk e com muita imaginação! Mas n entendi uma coisa ,como o caled fez estes vídeos? Achei que ele morreu quando empurrou o jovem Renato!