A Vida & Morte De Renato - Capítulo 19

Parte da série A Vida & Morte De Renato

Boa Tarde Gente...

Então, mais uma vez eu voltei para postar um novo capítulo dessa história, e assim como das outras vezes em que estive por aqui, eu só queria agradecer a todos vocês pelo apoio, retorno e felicidade que estão me dando. Me sinto muito feliz fazendo isso, não só por mim, por isso me deixar bem, mas por vocês também. É muito bom saber que há pessoas interessadas em algo que eu faço. Estou muito feliz mesmo.

Bem, como dá última vez eu não respondi os comentários por falta de tempo e por estar cansado e ardido de mais, hoje eu iria responder os dos dois capítulos, o 17 e o 18, mas como ninguém comentou no capítulo anterior, vou responder apenas aos comentários da postagem de número 17.

No mais, eu agradeço por terem esperado eu voltar de viagem. Eu gosto de avisar quando não vou poder postar, e por isso deixei o pequeno aviso para vocês.

Espero que tenham uma ótima noite e uma semana incrível. Um beijão para todos.

― Nando martinez: Finalmente né. Deu pra lavar a alma. Hahahahaha. Tenho 23, faço 24 no final do ano. Rsrsrs. E eu consigo sim. Sou quase uma mãe Diná. Hahahahaha. Obrigado pela sinceridade, fico feliz. Hahahahaha. Desocbriu? Me conte os capítulos finais para a gente debater um pouco. Hahahahaha. Eu não estou usando muito o e-mail, mas pode me adicionar no Facebook. Como na minha conta do Wattpad tem o link, basta procurar por Matheus Nadall. Estou com uma camisa meio laranja sei lá... No mais, um beijão, e obrigado.

― diegocampos: Finalmente elas levaram um tapa na cara, mesmo que não fisicamente. Rsrsrs. Um beijão pra você, e obrigado.

Então é isso gente. Fiquem agora com o capítulo 19, e eu espero que gostem. Um beijão para todos, e mais uma vez, obrigado.

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O jovem rapaz se encontrava em pé, parado em frente ao seu espelho. Ele se admirava, olhava para sua roupa, para seu rosto, contemplava seu cabelo e observava seus sapatos, assim como o seu cinto, que fazia uma linha de divisão em seu corpo magro e ainda sim bonito.

Bonito, era como ele estava se sentindo naquela instante, diante de sua imagem refletida no espelho a sua frente, e ele não conseguia parar de sorrir, não podia, era impossível.

Em seus olhos, pequenas lágrimas que se mantinham firmes ali, sem descer, o deixando em estado de emoção profunda.

Era a primeira vez que ele realmente se via bonito dessa forma. A primeira vez que ele viu sua imagem refletida e gostou do que seus olhos observaram.

― Eu estou lindo... ― Diz Renato com os olhos marejados, finalmente tendo confiança em si mesmo. ― Eu sou lindo... ― Ele confessa a si mesmo, e acredita nisso pela primeira vez.

Renato vestia uma camisa branca social de um tecido extremamente confortável, que ficou perfeita em seu corpo, assim como a sua calça social preta, que se ajustou as suas pernas e a sua cintura, as deixando bem desenhadas. Em seus pés, um belo sapato de couro, e também havia o cinco em sua cintura, mas o que deixava Renato ainda mais belo era o sorriso genuíno em seu rosto, seus olhos, que já eram belos, ainda mais bonitos. Ele estava perfeito, ele se sentia perfeito.

Já no andar debaixo da sua casa, o jovem preparava o café da manhã. Como sempre, coava o café um pouco forte, e o cheiro corria pela casa toda.

Depois de passar o café, ele prepara algo para comer, já que havia comprado algumas coisas com o dinheiro que recebera de Pedro.

Quando se sentou a mesa, começou a comer, e quando estava terminando, seu pai entrou na cozinha, de cueca, parando em frente a ele, que desvia os olhos da ereção daquele homem e olha para qualquer outro lugar.

― Onde está o café? ― Ele pergunta.

― Em cima da pia. ― Renato se mantinha calmo. Nada irá estragar seu dia.

― Você disse que não seria mais minha mulherzinha, mas continua desempenhando muito bem o seu papel de moça. ― Diz o homem ao beber o café.

― O café está gostoso? ― Renato se vira, encarando o homem. ― O pó é novo. ― Renato o encara, o deixando desconfiado, e era isso que ele queria, queria que ficasse claro para Rodolfo que Renato também poderia ser perigoso, mesmo ele realmente não tendo feito nada com o café.

― O que você colocou aqui? ― Ele pega Renato pelo pulso, que rapidamente se solta.

― Não coloca a mão em mim, eu te avisei. ― Renato se levanta, o peitando. ― E eu não coloquei nada... ― Ele se vira de costas, colocando a louça suja dentro da pia. ― Mas nunca se sabe o que pode acontecer na cabeça de um rapaz que sofrera abusos desde muito cedo.

― Não brinca comigo seu filho da puta... ― O homem chega a milímetros do rosto de Renato, que se afasta um pouco.

― Brincar com você? Essa foi a única coisa que eu cansei de fazer. Cansei de brincar que aceito suas surras numa boa. Cansei de brincar que esqueci tudo o que já me vez, tudo, desde os meus três anos de idade. Então eu lhe falo a mesma coisa, não brinca comigo.

― Você acha que é mais forte que eu, que pode me peitar... Eu consumo com você em dois tempos. ― Ele exalava fúria pelos poros.

― Tente. Você não vai conseguir.

― Você está me desafiando de mais moleque. Resolveu virar homem? Vai comer boceta agora?

― O fato de eu ser gay não me faz menos homem que você. ― Renato diz e sente a palavra ‘Gay’ bater no rosto de seu pai. ― Sim, eu sou gay, e nem por isso vou deixar de ser homem.

― Olha aqui seu... ― Ele pega o punho de Renato outra vez, que simplesmente estoura.

― Eu já falei para nunca mais encostar suas mãos porcas em mim! ― Com aquele grito, provavelmente toda a vizinhança teria acordado. ― Eu já falei! Nunca mais!

― Não grita comigo sua desgraça! ― Ele soca o rosto do filho, que vira a cara, cuspindo sangue, e pela segunda vez em toda a sua vida, Renato toma uma atitude brava, socando com toda a sua força o rosto do pai, que cambaleia para trás. ― Eu vou te matar! ― Ele corre para cima do filho, que pega uma faca atrás de suas costas, no balcão, e aponta para o pai. ― Você não tem coragem!

― Quer experimentar? ― Renato nem ao menos tremia. ― Eu vou ser o homem que Leandro queria que eu fosse. Eu vou enfrentar você, eu não vou deixar as pessoas passarem em cima de mim. Eu vou ser corajoso. Eu vou te enfrentar e eu vou viver! ― Ele grita, com a faca a centímetros do pai. ― Vai chegar um dia em que vou sair desse inferno e ir para bem longe de você, e vou te deixar apodrecer nesse chiqueiro sozinho, e quando morrer, vão demorar duas semanas para te achar!

― Você não vai sair dessa casa! Nunca!

― Agora eu não vou? Porque até dia desses você ameaçava me expulsar, mas aí você perceber que não vive sem mim, sem o que eu faço nessa casa, então se eu sair, terá que procurar uma mulher para fazer todos os serviços domésticos, e pelo que eu conheço de você, sei que mulher alguma vai querer se prestar a esse papel. A única coisa que vale pra elas é o pau grande no meio das suas pernas, mais nada! ― Ele aponta o dedo na cara de Rodolfo, que estava sem saber o que falar. ― Você é um ser nojento que não merece piedade ou coisa alguma nesse mundo, a não ser a miséria. Pense em tudo o que já fez comigo, nas surras que me deu, nos tapas, nos maus tratos, no estupro, pense em tudo e verá que você vai apodrecer sozinho, porque vai pagar por tudo o que fez de ruim nesse mundo morrendo nesse buraco sem ninguém para cuidar de você. E a partir desse momento, nunca mais uso a palavra ‘Pai’ para me referir a você, porque pai é quem cuida e quem cria, não quem maltrata e machuca. ― Renato se vira para sair, mas resolve voltar. ― Você morreu pra mim. Não me importo nem mesmo ao ponto de ficar com raiva mais. Para mim você não passa de um encosto que perambula por essa casa me atrapalhando. Eu desejaria o seu bem, mas eu sei que não será sincero, que mesmo sendo do fundo do meu coração, você não vai ficar bem, então continue sendo essa pessoa horrível que você é e morra sozinho no meio da sua merda sem fim.

Renato, sem nem olhar para trás, sai daquela cozinha, batendo a porta de entrada logo atrás dele, e todas aquelas palavras e atos deixaram Rodolfo ainda mais possesso, mas mesmo assim, sem reação, e tudo o que ele conseguiu fazer naquele momento foi quebrar o tampo de vidro da mesa da cozinha com um soco, e isso acabou lhe fazendo um enorme corte na mão.

De alma lavada, o jovem finalmente entra no ônibus, seguindo por uma nova rota, rumo a um novo futuro, e mesmo sabendo que teria muitos problemas a frente, se asseguraria de que nada iria dar errado.

Ao chegar frente ao novo restaurante, Renato se depara com entrada ainda coberta, só que ao invés da divisória de PVC, havia um pano preto enorme tapando toda a parte da frente, e isso ele conseguiu ver de longe.

No momento em que se aproximou, notou que Pedro, Clara e Yan já estavam lá na frente, assim como vários curiosos e possíveis clientes, que estavam ansiosos para a inauguração.

― Renato... ― Clara é a primeira a ver o rapaz. ― Você está lindo. ― Ela diz ao abraçar.

― Pela primeira vez eu estou me sentindo assim, obrigado. ― Ele diz, sorrindo.

― Como sempre, chegou cedo. ― Pedro, de impulso, abraça Renato, que retribui. ― Obrigado...

― Eu que tenho que lhe agradecer pela oportunidade Pedro. ― Até mesmo suas palavras soavam mais confiantes.

― Você está diferente... ― Clara o analisa. ― O que aconteceu?

― Eu lavei a minha alma... ― Renato sorri.

― Fico feliz em ouvir isso. ― Pedro sorri.

― E eu fico feliz de ter finalmente tomado coragem para me impor... ― Renato também sorri, e Clara faz o mesmo.

Cerca de meia hora depois, minutos antes de o restaurante abrir, várias pessoas já estavam ali, ansiosas para a inauguração, e foi quando Pedro decidiu dar alguns passos a frente e se pronunciar.

― Eu não sei o que dizer diante de tamanha realização, tanto pessoal como profissional, então vou me ater a poucas palavras... ― Ele tosse um pouco. ― Estou orgulhoso de conquistar algo que há anos venho almejando, e ainda mais orgulhoso por minha esposa fazer parte disso. Ela sempre esteve ao meu lado, me ajudando, abrindo meus olhos, me dando bronca, e eu a agradeço muito por tudo isso, e serei eternamente grato. ― Seus olhos marejam um pouco. ― Quero agradecer a todos os funcionários que estão embarcando comigo nessa jangada...

― Que não vai afundar! ― Clara grita de longe, fazendo todos rirem.

― Que não vai afundar. ― Pedro também ri. ― E agradecer também a todos vocês, que estão dispostos a nos dar uma chance. ― Ele olha para a pequena multidão a volta. ― E eu espero que possam apreciar tudo o que temos a oferecer, e eu prometo que ficaram gratos por tudo.

Voltando até sua esposa, Pedro pega das mãos da mulher uma tesoura de cabo preto e pontas reluzentes, e quando chega perto do pano, percebe que não há uma fita.

― Não há uma fita! ― Ele fala alto, gargalhando, e então puxa o pano com tudo, dando visão a um lindo lugar.

O letreiro era impressionante. As letras em neon vermelho foram talhadas em uma espécie de madeira de demolição. A parte da frente, toda feita em vidro, de modos que o restaurante se tornou um ambiente fechado, isolado do restante do shopping, como se ele fosse um lugar diferente, que não pertencia ali.

A entrada também era magnifica, cercada por vasos de flores que mediam a altura de um metro, sem contar as diversas espécies de flores que estavam dentro, como orquídeas, copos de leite, rosas e outras. E por fim, todo o ambiente interno já conhecido, como a área das mesas de madeira, o ambiente iluminado e rústico, o forno a lenha, o balcão onde Renato ficaria, a área executiva na parte de cima. Tudo era incrível de mais.

― Pronto Renato? ― Pedro pergunta, olhando para o seu funcionário.

― Não tenha dúvidas disso. ― Renato sorri, pronto para fazer valer tudo de bom o que estava acontecendo em sua vida.

O jovem foi o primeiro a entrar, seguido por Pedro, Clara e Yan, que foram ocupar suas posições, e o rapaz nem mesmo chegou a precisar de um empurrão para desempenhar seu novo cargo. Renato passou a conduzir todos até suas mesas, sempre sorrindo, os tratando bem e lhes entregando os cardápios. Ele recebia todos os clientes do novo restaurante com extrema confiança, sem abaixar a cabeça e sem se sentir envergonhado, e havia cinco pessoas para ele agradecer por isso, e elas são Leandro, Caled, Clara, Pedro, e finalmente, ele mesmo. Renato agradecia a Leandro pelo empenho e por todo amor que lhe deu, assim como o apoio. Ele também seria eternamente grato a tudo o que Caled, mesmo em pouco tempo, fez em sua vida. O jovem agradecia a Clara e Pedro por terem lhe dado um empurrão, por o terem feito pular rumo ao desconhecido e se encontrado perdido dentro de si mesmo, e finalmente a ele mesmo, por ter tido a coragem de ir em frente.

Tudo isso o ajudou a melhorar, a ser uma pessoa melhor, não para os outros, mas para ele mesmo, e Renato sabia que conseguiria se sair bem diante de tudo o que estava acontecendo em sua vida.

Comentários

Há 1 comentários.

Por diegocampos em 2016-03-28 21:40:22
Muito bom ver que o Renato acordou para a vida kkkk, não comentei no capítulo anterior porque esqueci kkkk mas taça ótimo também estou ansioso para o próximo.