A Vida & Morte De Renato - Capítulo 13

Parte da série A Vida & Morte De Renato

Então, eu sei que muita gente está confusa sobre o que está acontecendo na história, e realmente há muita coisa para ser explicada, mas eu só peço um pouco de calma. Se eu contar tudo o que está havendo, algumas coisas não vão ter graça quando chegar o momento de acontecer, então esperem mais um pouco que tudo vai se encaminhar.

Os capítulos seguintes vão tratar de explicar o que está acontecendo, então esperem mais um pouco.

No mais, vou parando por aqui. Não estou com muito tempo para escrever hoje por causa do trabalho, então espero que gostem do capítulo e que cometem. Um beijão.

― diegocampos: Sim, o Renato é estranho, e submisso, e covarde, e sim, ele é muito burro para com a vida, mas aos poucos ele vai mudando, e eu gostei muito do que fiz com o personagem. Rsrsrs. E segunda já chegou . Hahahaha. Beijão, e obrigado.

― Nando martinez: Hahahahaha. Não é nada do tipo... Eu só lhe digo uma coisa, imortal, para mim, é aquele que não morre, nunca, e não sei bem se é isso que está acontecendo com ele, tipo, não é esse nome que eu usaria... Hahahahahaha. Dá outra vez, todos os órgãos vitais dele pararam de funcionar, e isso quer dizer o que? No mais, um beijão e um abração, e obrigado por tudo. Rsrsrsrs. Já voltei.

Espero que gostem do capítulo de hoje, e qualquer dúvida, deixem nos comentários.

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No momento em que abre seus olhos, Renato sente suas vistas ficarem turvas, desfocadas, mas isso foi em questão de milésimos de segundos, porque no momento em que ele se colocou de pé, conseguia enxergar com extrema clareza, o que achou estranho, já que se lembrava muito bem da noite passada, quando apanhou de seu pai, outra vez.

Ao se aproximar do espelho, nota que seu corpo está a mostra, e com isso, vai ao banheiro, sem nem mesmo olhar as horas, e lá, toma um rápido banho. Quando Renato volta ao quarto, percebe que ainda era seis da manhã, o que lhe deixava bastante tempo para os seus afazeres e para se arrumar, já que seu chefe o buscaria mais tarde.

Já na cozinha, o jovem preparava o café, forte como sempre, e isso não apenas por seu pai gostar, mas por Renato também preferir um café mais concentrado.

Depois de ter coado e enchido a garrafa, ele passa a preparar algo para comer, e por não ter muita coisa dentro dos armários, come apenas uns biscoitos murchos com café.

Quando estava lavando as louças sujas, Rodolfo, seu pai, aparece na cozinha, enrolado em uma toalha branca. Ele chegou calado, sem expressar nenhuma reação.

― Onde está meu café da manhã? ― Ele pergunta, já acostumado a chegar e ter o que comer.

― Não sei. ― Renato responde, ainda ensaboando a louça.

― Como assim não sabe? ― Ele pergunta, já alterado,

― Eu não vou mais arcar com tudo sozinho. ― Ele diz, sem nem ao menos se virar para o pai.

― Como é que é? ― Ele se levanta, furioso.

― Você acha que eu não sei o quanto de água e luz você paga? Eu não assisto televisão, eu não deixo as luzes acessas e nem direito a tomar um banho quente eu tenho, então pra mim já deu. ― Depois de ontem, depois de tudo o que seu pai havia lhe falado e feito, Renato finalmente estava acordando para a vida.

― Seu imprestável... ― Ele pega o pulso do filho, o fazendo soltar um prato dentro da pia, e então o vira, se espantando com o rosto do filho. ― Cadê seus machucados? ― Ele grita, apertando ainda mais o braço de Renato.

― Talvez você não esteja batendo forte o suficiente. ― Renato, com extrema força, solta seu punho da mão de seu pai, que o segura pelo pescoço.

― Talvez você esteja escondendo com maquiagem... Você acha que eu não sei que você guarda suas coisas de mocinha dentro do guarda roupa?

― Tanto faz. ― Renato vira o rosto.

― Olha pra mim quando eu estou falando com você! ― Rodolfo grita, fazendo o coração de Renato acelerar, e apesar de estar com muito medo, ele sabia que não poderia mais abaixar a cabeça, não depois do que seu pai havia feito com os lençóis, não com a lembrança de Leandro e suas palavras lhe dizendo para se impor.

― O que? ― Renato pergunta, sem expressar emoção alguma.

― Faça meu café da manhã! ― Ele grita.

― Não. ― Renato estava o desafiando, correndo risco.

― Eu mandei você fazer! ― Ele empurra o filho, que cai com tudo no chão, batendo as costas. ― Faça! ― Ele levanta um dos punhos fechados para bater em Renato.

― Pode marcar o meu rosto o quanto quiser! ― Ele grita ao se levantar. ― Pode me espancar, pode me marcar, me estuprar, faça o que quiser comigo, mas eu nunca mais vou abaixar minha cabeça pra você! ― Renato começa a gritar. ― Nunca mais! Eu vou honrar a morte do homem que eu amo fazendo as vontades dele, fazendo o que sempre me pediu para fazer, que era te enfrentar. Pra mim já deu!

― Desgraçado! ― Ele dá um soco no rosto de Renato, que pela primeira vez, apenas vira a cabeça para o lado.

― Bate mais! Pode bater! Não vou ser mais sua esposinha! Não vou mais fazer seu café da manhã, seu almocinho, sua janta!

― Quer sair dessa casa? Quer que eu te expulse? ― Ele grita outra vez.

― Essa casa é minha! ― Renato grita ainda mais alto. ― Minha! Mesmo não conhecendo minha mãe como você, eu sei que ela é boa, que ela me amava e que ela cuidaria do meu futuro! Eu tenho certeza que essa casa é minha, eu sinto! Eu sei que ela deixou pra mim, então cala a sua boca antes que eu mesmo te expulse daqui, seu miserável! ― Renato colocava todo o seu ódio contra o pai para fora. ― Se você ousar me expulsar daqui, no mesmo instante vou no cartório, no fórum ou seja lá onde for e pego os papeis dessa casa, e eu quero ver quem será expulso daqui!

― Desgraçado... ― Seu olhar era de puro ódio.

― Vá em frente! Pegue as minhas coisas e jogue na rua! Me expulse de casa! Me espanque! Eu nunca vou sair!

Sem nem olhar para trás e ver a reação do pai, Renato sobe as escadas.

Seu corpo tremia, tremia muito, e esse tremor era um misto de vitória e temor, porque ele sabia que seu pai não iria deixar por isso mesmo, mas ele não se importava mais, apenas queria seguir em frente e conquistar seus objetivos.

Por volta de oito da manhã, Renato já estava na porta de sua casa, a espera de Pedro. O rapaz aguardava com calma e paciência há dez minutos, mas foi só quando deu oito horas em ponto, que um carro estacionou a sua frente.

Renato viu a porta do carona sendo aberta pelo lado de dentro e então entrou, se sentando no conforto do banco.

― Bom Dia. ― Pedro diz, com o rosto calmo.

― Bom Dia... ― Renato sorriu.

― Está pronto para conhecer onde vai trabalhar? ― Ele pergunta.

― Acho que sim. ― Renato fala.

― Acho bom estar preparado, porque seu dia hoje será puxado.

Depois que o carro saiu, o caminho se tornou calmo, aconchegante. Eles não conversaram durante o trajeto, mas a companhia aparentava ser amigável, para ambos. O convívio era confortável entre os dois. Pedro não era de muita conversa, e Renato também não, então o momento fluiu bem para os dois, que apenas se mantiveram calados e aproveitaram o passeio.

Quando o carro parou no estacionamento do enorme shopping, Renato se viu um pouco aflito, ansioso de mais para tudo o que estava acontecendo em sua vida. Se viu assustado pelas perdas de horas que andava sofrendo, por seus despertares na floresta e pela situação com seu pai e nervoso com a nova situação no emprego, mas ele disse para si mesmo que conseguiria, isso se levar uma coisa de cada vez, e ele tentaria.

A medida que caminhava por entre aquelas pessoas bem vestidas, Renato se sentia um pouco pra baixo. Ele passou toda a sua vida economizando para fugir de seu pai que acabou por se esquecer dele mesmo, de sua aparência, e foi só ao entrar ali que ele percebeu isso. Ao olhar para Pedro discretamente, viu, que mesmo usando uma calça simples e uma polo escura, o homem estava extremamente bem apresentável, e novamente, Renato se sentiu inferior a todos.

― Bem, é aqui. ― Pedro parou frente a um espaço ainda fechado por uma espécie de divisória de forro PVC. ― Vamos tirar a divisória apenas no dia da inauguração. A Clara quer fazer suspense. ― Ele sorri.

― Clara? ― Renato pergunta sem nem ao menos perceber.

― Sim, minha esposa. ― Pedro sorri ao abrir uma pequena porta lateral. ― Pode entrar.

― Tudo bem...

No momento em que Renato entra, seus olhos brilham. O novo restaurante era incrível. Ao contrário do outro onde trabalhava, esse era extremamente rústico, tudo feito e confeccionado na madeira. O balcão, as mesas, as cadeiras, os lustres no teto, tudo de extremo bom gosto. Até mesmo o piso era feito a madeira, e isso dava ao local um clima mais aconchegante, mas íntimo, o que era incrível.

Caminhando pelo estabelecimento, Renato acompanha tudo o que Pedro lhe dizia, sem deixar perder uma palavra sequer. Ele absorvia todas as informações com cuidado e com completa atenção. Renato queria ser um exemplo ali dentro, e iria fazer por onde.

― Essa é a cozinha... ― Pedro abre uma porta dupla e deixa Renato entrar primeiro.

― É bem parecida com a outra. ― Renato diz.

― Sim, apenas maior. Aumentei o número de balcões, mesas de ferro e coloquei dois freezers a mais. Como a clientela aqui será maior, precisamos de mais espaço para guardar os perecíveis.

― É verdade.

― Agora vem, quero te mostrar o fogão a lenha. ― Pedro estava realmente empolgado.

Caminhando outra vez pelo lugar, Renato começou a analisar tudo outra vez, decorando os caminhos, as sinalizações para banheiro, cozinha e outros. Quando chegaram em outra área, uma próxima a entrada, ele viu um enorme forno a lenha que não tinha percebido quando entrou. Ele era todo feito de barro e num formato oval, muito bem feito e bem trabalhado.

― Vamos passar a servir pizza também, e eu queria que elas fossem feitas e assadas na frente dos clientes.

― Ficou lindo. ― Renato diz, sorrindo.

― Ficou mesmo. ― Pedro também sorri.

Depois de um certo tempo analisando tudo, Pedro se senta com Renato em uma das meses para estudarem o novo cardápio. O dono do lugar queria que o jovem se familiarizasse com as novas opções de escolhas, e não parecia ser tão difícil, era apenas uma questão de decorar tudo, e Renato sabia fazer isso.

― Esse aqui você irá levar pra casa. Quero que estude com calma e que decore praticamente tudo. Não vou exigir muito no começo, mas depois vou passar a pegar no seu pé com algumas coisas, assim como quando você começou a trabalhar comigo. Entendeu?

― Sim, claro. ― Renato sorri.

― Agora eu preciso tocar em um assunto que é um pouco fora da minha zona de conforto. Não gosto de criticar, e na verdade nem é mesmo uma crítica, e sim um padrão que adotarei aqui.

― Sim... ― Renato presta atenção.

― Por meu novo restaurante ser localizado no shopping, vou prezar pela boa apresentação... ― Ele encara Renato, que ainda não havia entendido o rumo da conversa. ― Sei que é rude de minha parte exigir tal coisa, exigir perfeição, mas eu preciso que você se torne mais apresentável.

― Sim... ― Renato sabia do que ele falava. ― Me desculpa, eu... ― Renato é interrompido.

― Você é um rapaz bonito, tem o rosto bonito, mas peca muito na questão da vestimenta.

― A... ― Renato dá um meio sorriso, não acreditando.

― Não vou pedir para que corte o cabelo ou algo do tipo, porque para mim, está ótimo dessa forma, eu só lhe peço que se vista melhor. ― Ele para. ― Eu sei que não tem dinheiro, que está economizando para sair de casa, estou ciente disso, e por esse motivo minha esposa vai lhe ajudar.

― Sério? ― Renato não parava de se surpreender.

― Sim. Ela vai sair com você para comprar algumas coisas. Será um pequeno investimento. Eu acredito que você vai conseguir cumprir com o que estou pedindo, e ela acredita em mim, me deu um voto de confiança.

― Tudo bem.

― Assim que ela chegar, você vai sair com ela. Tudo bem?

― Claro, tudo bem.

Por volta das onze da manhã, Clara, esposa de Pedro, finalmente chega. Era uma mulher alta, por volta de um metro e setenta e cabelos ruivos. Seus olhos claros chamavam a atenção, assim como seu sorriso singelo e tímido. Não aparentava ser uma daquelas mulheres extremamente poderosas, que usam apenas saltos altos e se acham superiores as outras, mas ainda sim, era muito bonita.

― Bom dia... ― Diz ela ao dar um selinho em seu marido, que sorri.

― Bom dia... ― Ele diz, e então se vira para Renato. ― Clara, esse é o Renato, o rapaz de quem falei. Renato, essa é Clara, minha esposa.

― É um prazer te conhecer Renato. ― Ela sorri, verdadeiramente.

― O prazer é meu. ― Renato, mais tímido, sorri discretamente.

― Eu estava falando com ele sobre a vestimenta... ― Pedro introduz o assunto.

― Sim, claro... ― Ela olha para Renato. ― Pedro havia me pedido para lhe ajudar com isso. Não vamos comprar muita coisa, só o necessário para o restaurante mesmo. ― Ela sorri.

― Como você não usará o uniforme padrão, quero que vista algo mais simples, mais neutro, mas que lhe deixe apresentável.

― Sim. ― Clara complementa. ― Como irá ficar na frente do restaurante o tempo todo, recebendo os clientes e os encaminhando para suas mesas, é necessário que esteja bem vestido.

― Receber os clientes? ― Renato pergunta, assustado.

― Você não falou com ele? ― Clara pergunta ao se virar para o marido.

― Não... ― Pedro diz, sorrindo.

― Bem, você será o Maitre de nosso restaurante. ― Clara diz, deixando Renato em choque.

― Maitre? ― Renato pergunta.

― Sim. Pedro já lhe falou sobre suas funções... Supervisionar o trabalho dos garçons, planejar suas rotinas, avaliar o desempenho, se responsabilizar pelo bom grado dos clientes, ou seja, sempre ser cordial ao que eles disserem, seja sobre a comida ou sobre os funcionários... ― Ela olha para Renato.

― Sim, ele me falou.

― Então, a pessoa que desempenha essa função recebe o nome de Maitre. ― Clara sorri. ― E um Maitre também é responsável por recepcionar os clientes, assim como também é responsável por se despedir deles quando saem do restaurante, e para isso, é preciso ser cordial, educado e cortês, coisa que Pedro me garantiu que você é.

― Ele é. ― Pedro diz.

― Então pronto. ― Ela sorri. ― Agora só precisamos de roupas novas.

― Eu já tinha conversado com ele a respeito disso. ― Pedro sorri.

― Então tudo bem. ― Ela se vira para Renato. ― Geralmente Maitres usam um terno singelo, mais simples, mas não vejo necessidade de lhe envelhecer com isso. Quero que aparente ainda ser jovem, como você é, então vamos optar apenas por uma calça social mais justa e camisas sociais.

― E sapatos. ― Pedro a lembra.

― Sim, sapatos, e cintos. ― Ela sorri.

― Nossa... ― Renato diz.

― Muita coisa pra absorver? ― Clara pergunta.

― Sim. ― Ele diz, tímido.

― Mas ele dá conta. ― Pedro fala. ― Agora podem ir. Ainda me falta entrevistar alguns garçons. Eles chegam em meia hora, e ainda tenho uma pequena reunião com os novos funcionários, mas só vou começar quando chegarem, então não demore.

― Tudo bem amor. ― Clara lhe dá um singelo beijo. ― Daqui a pouco voltamos. ― Ela olha para Renato. ― Vamos?

― Sim. ― Ele sorri.

Renato, assim como fez com Pedro, passa a seguir Clara pelo local.

Ela parecia saber em qual loja entrar, já tinha isso em mente, e por esse motivo, não parou em nenhuma outra, nem sequer ficou em dúvida.

― É aqui. ― Diz ela ao parar em uma loja de roupas sociais masculinas. ― Consegui um bom preço com a vendedora que fechou um acordo comigo.

― Tudo bem. ― Renato diz, de cabeça baixa.

― Sobre a sua timidez e cabeça baixa, vai ter que perder esse hábito. ― Ela se vira para Renato, sorrindo. ― Você é um rapaz bonito. Eu sei que não acredita nisso, mas é verdade, então trate de levantar essa cabeça e olhar para frente. Você não perdeu nada nos pés. ― Ela pega o jovem pelo punho, e ao contrário do seu pai, o toque é leve, e não o machucou.

Assim que entram, Clara e uma das vendedoras da loja já começam a olhar tudo, a escolher as camisas e as calças.

Renato apenas observava tudo com calma e atenção, até porque, não tinha gosto e estilo para tal situação, então apenas ficou calado e deixou que elas escolhessem tudo.

Depois que elas escolheram algumas peças, mandaram o jovem para o provador, e então ele foi.

Peça por peça, ele foi experimentando. Todas eram lindas, e praticamente todas haviam servido em seu corpo magro. Renato havia gostado da forma que se sentiu ao olhar no espelho, ao se ver bem vestido e com um sorriso no rosto. Ele se sentiu extremamente bem por poder fazer parte dessa vida de novo. Ele estava feliz.

― Posso ver? ― Clara pergunta ao bater na porta do provador.

― Claro... ― Renato sai, a deixando ver como estava.

― Eu gostei, essa cor ficou bem em você. ― Ela olha para a camisa rosa bebê que Renato usava. ― Vamos levar duas dessa mesma cor, no mesmo tamanho. ― Ela diz ao sorri para a vendedora.

― Tudo bem. ― A atendente sai para buscar as peças.

― A calça... ― Ela olha para a calça social que Renato usava. ― Consegue usar ela sem cinto?

― Não, vai cair... ― Renato já havia tentado.

― Então vai ser um número a menos... ― Ela espera a vendedora voltar e a avisa. ― Pode embalar cinco calças desse modelo, mas em um número menor. ― Ela sorri outra vez.

― Claro. ― A atendente diz, sorridente.

― Cinco? ― Renato se assusta.

― Sim... ― Ela sorri. ― Vamos levar seis camisas. Há alguma cor que você não goste?

― Não... Eu gostei de todas.

― Então posso escolher?

― Pode. ― Renato sorri.

― Bem, então iremos levar duas no rosa bebê. Uma no azul claro. Vamos levar também duas na cor branca e uma na cor preta. Pode ser?

― Pode sim. ― Renato sorri.

― Obrigada. ― Diz Clara eu receber as sacolas com as calças já embaladas. ― Pode trazer para mim duas dessas no rosa bebê, duas no azul claro, uma branca e uma na cor preta? ― Ela pergunta a vendedora.

― É pra já. ― Ela diz, fazendo Renato sorrir.

― E sapatos, qual número você calça? ― Clara pergunta.

― Quarenta.

― Ótimo.

Ela se levanta e começa a olhar alguns sapatos sociais, todos na cor preta. Ela pega por volta de quatro modelos e pede a vendedora, que já havia embalado as camisas, que pegue no estoque os pares para Renato experimentar, e assim que a atendente volta, eles se sentam.

― Olhe esse primeiro. ― Ela entrega a Renato o primeiro par, que o calça.

― Ficou bom... ― Ele mexe seus dedos dentro do sapato.

― Está confortável?

― Sim...

― Ande com eles... ― Renato dá alguns passos e então se senta. ― Está realmente confortável?

― Sim, estão. ― Renato sorri.

― Agora olhe esses daqui. ― Ela entrega a Renato um par quase parecido, só que esses tinham uma risca na frente do sapato.

― Ficaram bons também... ― Renato faz o mesmo processo, caminhando com os sapatos.

― Vamos ficar com os dois. ― Diz ela, sorrindo para a vendedora.

― Claro. Com licença. ― Ela sai, sorrindo.

― Fizemos o dia dela hoje. ― Clara dá uma risadinha simpática, e Renato faz o mesmo. ― Já ia me esquecendo... ― Clara se levanta. ― Os cintos... ― Ela corre até a área onde eles ficavam e pega dois. ― Pode ser? Eu gosto, pois eles têm a fivela discreta. ― Ela mostra dois cintos de couro negro com uma fivela prateada.

― São bonitos. ― Renato sorri.

― Então vamos levar.

Depois de tudo embalado e colocado em sacolas, Clara e Renato se dirigem até o caixa, onde a mulher de cabelos ruivos entrega seu cartão a atendente, que o passa na pequena máquina.

― Ficou muito caro. ― Renato diz baixo ao ver o valor.

― Não se preocupe, eu desconto do seu salário depois. ― Ela diz e começa a rir. ― Estou brincando bobo. ― Ela sorri outra vez, e Renato faz o mesmo.

― Obrigado, e voltem sempre. ― Diz a vendedora ao os acompanhar até a porta.

― Obrigada, e voltaremos sim. ― Clara sorri.

― Obrigado. ― Renato diz.

― De nada. ― A atendente responde com simpatia.

A medida que Renato caminhava ao lado de Clara até voltarem ao restaurante, ele se indagava a respeito do atual estado de sua vida. Ele nunca teve pessoas boas em sua volta, pessoas de bom coração que ficaram ao seu lado, que lhe deram suporte e lhe ofereceram oportunidades como essa. Renato nunca se sentiu tão bem como estava agora. Se sentia realizado por estar passando por tudo isso, e apesar de ainda estar com o coração destroçado, ele sabia que Leandro, onde quer que esteja, estava feliz por ele, e isso o tranquilizou, fazendo seu coração se acalmar e um sorriso brotar em seu rosto. Tudo estava ficando bem.

Comentários

Há 2 comentários.

Por Nando martinez em 2016-03-14 23:37:50
Olhaaa elaaa ! Poise eu estava me referindo ao pipi!😅 mas tudo bem! Vamos a historia que esta muito legal mesmo,gostei da parte em que o Renato enfrentou o pai! E a casa será que ele vai vender? Kkkkk poise ,tem que bater no pai dele também ,muito para descontar suas frustrações! E imortal ,uma palavra forte ,que tal rejeitado ate pela morte? Hahaha coitadinho dele ,tomara que a vida melhore mesmo depois do novo emprego que eu sei que vai passar por maus bocados também
Por diegocampos em 2016-03-14 20:33:24
Adorei a parte que o Renato finalmente se negou a fazer as coisas pelo pai kkk, muito legal da parte do Pedro e da clara ajudarem o Renato gostei muito dos dois. Pensava que Renato ia ter alguma coisa com o Pedro mas acho que não vai rolar kkk mas tá muito bom. demorou para a segunda chegar kkk Agra estou ansioso para quarta.