A Vida & Morte De Renato - Capítulo 12

Parte da série A Vida & Morte De Renato

Boa Tarde...

Mais uma vez, eu gostaria de agradecer à todos vocês pelos comentários e votos na história. Fico muito feliz por ainda estarem acompanhando, mesmo vocês tendo dúvidas a respeito do futuro do enredo. É muito bom saber que mesmo assim ainda estão me dando a oportunidade de mostrar meu trabalho.

No mais, fiquem bem, e espero que gostem do capítulo de hoje. Um beijão e um abração para todos vocês.

― Nando martinez: Hahahahahaha. Bobo. Você vai descobrir o que está acontecendo com ele daqui a pouco, e não, ele não vai se tornar um herói ou coisa do tipo. Rsrsrs. No mais, um beijão, e obrigado.

― diegocampos: Hahahaha. Não, ele não vai ficar. Um dos três dias, caso se lembre, foi o dia em que ele faltou de serviço para ir ao enterro do Leandro. Naquele dia ele não foi trabalhar, então... Mas os outros dois dias eu vou explicar depois... E você vai amar o Pedro ainda mais, porque eu já amo. Rsrsrs. No mais, um beijão e um abração.

Gente, é isso, espero que gostem do capítulo.

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Um sopro a mais de vida começou a pulsar no meio da floresta, durante a madrugada, e devido ao intenso silêncio em meio a tantas árvores, a única coisa que fazia som naquele momento era um leve palpitar, leve palpitar que se tornou extremamente rápido e passou a ser seguido por um intenso suspiro.

Ele havia acordado.

O estranho em meio a floresta abre os olhos, completamente amedrontado ao perceber que estava ali outra vez.

Renato se levanta com toda a pressa, com toda a força que seu corpo tinha, e se coloca fielmente de pé, olhando para os lados a procura de respostas.

Ele estava no mesmo local, exatamente no mesmo lugar em que acordou pela primeira vez. Ele sabia. Ele havia se lembrado da pequena rocha a sua frente, Renato sabia que acordou naquele ponto da última vez, nu como da última vez, e repetindo o mesmo esquema, com o corpo coberto de sangue e sujeira. Ele começa a se apavorar, a tremer por completo, e de súbito, começa a correr por entre as árvores, sentindo o vento frio bater em sua pele, secando suas lágrimas e dando lugar a novas, que continuavam a aparecer.

O jovem corria como se sua vida dependesse disso, como se algo estivesse o perseguindo. Ele corria por sua vida, mesmo não entendendo o porquê de tudo aquilo, Renato corria como um desesperado, como se estivesse prestes a sofrer algo terrível.

Ele não entendia o que se passava, ele ainda não havia conseguido compreender o que estava acontecendo naquele momento, o que havia acontecido da outra vez. A última coisa que ele se lembrava era de sentir uma forte dor no coração e apagar, e por fim, parar aqui.

As mesmas dúvidas rondam a sua cabeça, só que dessa vez ele tinha certeza que não machucara ninguém. Ele se lembrava com adendo a sua dor no coração e ao seu desmaio no meio da praça, mas não conseguia se lembrar de como chegou aqui, de quem o trouxe aqui e porque. Chegou a passar por sua mente que alguém estava brincando com ele, que seu pai estava fazendo isso, que ele havia planejado tudo isso para assustar o filho, ainda mais, e naquele momento, qualquer saída valia, e foi nessa em que Renato preferiu acreditar.

O jovem só parou de correr quando chegou no muro da sua casa, e com toda a força que tinha em seus braços, escalou, caindo com tudo do outro lado, sentindo um estalo em seu braço direito, estalo que ele esqueceu por pavor, por querer entrar em casa e se sentir seguro com o cheiro de Leandro, cheiro que o esperava.

Renato finalmente entra em seu quarto e fecha a janela, respirando profundamente, se sentindo abafado, acuado, completamente amedrontado diante aquela situação.

Como da última vez, como ele ainda se lembrava, ele ascende a luz de seu quarto, se colocando diante do espelho.

― Meu Deus! ― Ele grita, não se importando se seu pai estava em casa ou não. ― O que está acontecendo comigo...

Com extremo desespero, ele começa a passar as mãos pela sua pele, tentando se livrar da terra, do sangue seco. Era como se fosse da primeira vez, só que ele sabia que não era, agora ele tinha em mente que não era a primeira vez, e sim a segunda, e fuçando no fundo da sua mente, ele não sabia se seria a última.

As pressas, tropeçando nos próprios pés, Renato corre até o banheiro, se esquecendo até mesmo de sua toalha, se esquecendo até mesmo de fechar a porta, e em segundos, ele já havia se enfiado debaixo do chuveiro, chorando compulsivamente e sentindo nojo de si mesmo. Era como se ele estivesse com lepra, essa era a sensação que ele tinha. Renato se tocava para se limpar, mas ao mesmo tempo tinha nojo de encostar em sua própria pele. Ele precisava de

ajuda, precisava se lembrar de tudo o que havia acontecido, mas sua cabeça não funcionava corretamente, não agora.

As pressas, assim como ele entrou, Renato fecha o chuveiro, depois de dez minutos se ensaboando com toda a força que tinha, e sai de dentro do box. Ele começa a caminhar as pressas para fora do banheiro, e assim que vira o corredor, tromba em seu pai, que estava indo até o banheiro.

Com seu corpo nu e totalmente molhado, Renato encara o homem, sentindo ainda mais medo do que antes, porque agora, além de temer o que estava acontecendo com ele, temia o que seu pai poderia fazer, porque em momento algum o homem o tratou bem, em momento algum o homem o tratou com respeito, e o susto foi ainda maior quando o homem o olhou com surpresa e não fez nada, deixando Renato passar correndo.

O mundo estava de ponta a cabeça, era isso que ele pensava. O mundo só poderia estar doido, só poderia estar passando por um momento de readaptação, essa era a única explicação que ele encontrava no momento.

― O que há de errado comigo... ― Ele tremia a medida que suas costas molhadas deslizavam na superfície de madeira da porta, o levando a se sentar no chão, que logo começou a ser molhado por seu corpo, ainda sem roupas. ― Que merda... ― O jovem não costuma xingar palavrões, ele quase nunca disse um, e por isso se assustou. ― O que está acontecendo... ― Ele se levanta, tropeçando nos próprios pés.

O pavor era agoniante. O jovem rapaz de pele branca como a neve caminhava de um lado pro outro, molhando todo o chão, pensando no que poderia estar acontecendo, pensando no que poderia ter acontecido da última vez, e com isso, várias outras teorias apareceram em sua mente.

Outra vez, o fato de ele ter cometido alguma coisa grave foi a primeira das hipóteses, porque mesmo sabendo que desmaiou na praça, ele poderia ter perdido o traço de tempo, como da outra vez, e ao saber disso, ele se apavora ainda mais, procurando saber que dia era hoje, pensamento que o faz correr até o despertador no criado mudo ao lado de sua cama, que marcava três e trinta e cinco da manhã, algumas horas depois de ter saído do restaurante, e com isso, ele fica aliviado.

Eliminando rapidamente a primeira opção, o rapaz passa a acreditar que outra vez fora assaltado, porque poderia ser a única explicação para o desaparecimento de suas roupas e de sua mochila, mas pensando mais a respeito, soa meio pretencioso o seu pensamento, já que era de extrema má sorte ser assaltado duas vezes em tão pouco espaço de tempo, e a terceira opção lhe soa ainda mais verdadeira que as outras, e ele sabia porque.

Renato havia se lembrado do copo de água que tomou antes de sair do restaurante. Ele se lembrou do fundo branco quando Rafael lhe trouxe o copo, e logo, concluiu que o rapaz havia o drogado, lhe dopado e lhe jogado no meio da floresta, e apesar de a situação em si ter sido horrível, o jovem se vê aliviado, pelo menos um pouco aliviado.

― Foi isso, tem que ser isso, não há outra alternativa... ― Ele começa a dizer para si mesmo que fora drogado e despejado no meio do mato sem seus pertences. ― Tem que ser o Rafael, tem que ser ele... ― Renato sorri, rindo da situação. ― Isso, foi isso, tem que ser isso...

Mesmo confirmando para si mesmo, sabendo que poderia ser uma mentira de sua própria mente, Renato se acalma um pouco. Seu estresse abaixa cerca de vinte por cento, lhe deixando menos afoito, mas ainda sim, em extremo estado de alerta.

No momento em que ele finalmente se deita em sua cama, percebe algo estranho. Os lençóis não estavam mais ali, os lençóis com o cheiro de seu grande amor não estavam mais em sua cama, e isso volta a o deixar desolado e atormentado.

Renato rapidamente se levanta, e o primeiro lugar que olha é debaixo de sua cama, mas o lençol azul claro não estava ali. Ele então se desespera. O jovem, com descuido, abre a porta de seu guarda roupa velho, e a falta de jeito acaba fazendo o remendo que ele havia feito na porta há muito tempo, se soltar, deixando parte do móvel cair no chão, causando um estalo.

As pressas, o rapaz começa a revirar suas poucas roupas, e nas poucas que tinha, não conseguiu encontrar, não teve sinal do lençol. O menino então correu até o banheiro, olhando dentro do cesto de roupa suja, mas não estava lá. Desesperado, Renato desce as escadas, correndo até a área de tanque, fuçando toda roupa suja ali, roupa que ele lavaria amanhã. Procurou entre as cuecas sujas do pai, entre os uniformes, entre as toalhas já usadas e entre os lençóis para lavar, mas nada de seu lençol azul estar ali, e quando se deu conta de que seu pai poderia ter pegado, ele passa a chorar, e pela primeira vez, seu choro teve um misto de desespero e de raiva.

Desespero pelo medo de seu pai ter descoberto tudo, coisa que infelizmente ele havia esquecido, e raiva foi devido ao fato de Renato ver que seu pai não tinha o direito de entrar em seu quarto e fuçar suas coisas, e se ele fez isso, se ele pegou o lençol, é porque alguma coisa ele sabe, e esquecendo por completo o desespero e o medo, Renato é movido pela raiva, e como um cavalo marchando, sobe as escadas correndo, indo com tudo em direção ao quarto de seu pai, que se assusta com o estrondo na porta, pegando a arma do lado de sua cama e apontando para Renato, que estava ofegante.

― O que você fez com meus lençóis? ― Renato grita em agonia, dominado pelo rancor.

― Eu queimei! ― O homem grita, abaixando a arma. ― Eu queimei a porra do seu lençol!

― Porque você fez isso? Por quê?

― Você já se esqueceu? ― Ele levanta furioso de sua cama, peitando o filho. ― Era naqueles lençóis que você se enrolava com aquele preto imundo e asqueroso! Se esqueceu da surra que te dei por causa disso? ― Ele pergunta, já com as mãos no pescoço do filho, que lutava para respirar.

― Me solta... ― Renato diz, não se lembrando de tal surra.

― Você se deitou com aquele negrinho podre na sua cama. O cheiro de macho no seu quarto era insuportável! ― Ele grita, pressionando o filho contra a parede.

― Você não tinha o direito de fazer isso! ― Renato grita, pela primeira vez, peitando seu pai.

― Eu faço o que eu quiser desgraça! ― Ele dá um soco em Renato, que dessa vez não se deixa abalar. ― Essa casa é minha! Eu mando aqui! Eu mando nessa desgraça dessa casa!

― Não manda porra nenhuma! ― Renato finalmente estava acordado. ― Não manda! Essa casa é da minha mãe, eu sei que era da minha mãe! Não mente! ― Renato começa a se debater.

― Cala a sua boca! ― Ele bate na cara do filho, que movido pela raiva, nem sente.

― Você me tirou a única lembrança que eu tinha dele, a única! ― Renato chorava. ― Agora eu não tenho mais nada, nada! ― Ele grita.

― Cala a sua boca moleque... ― Com extrema raiva e nem tanta violência, o homem tampa a boca do filho com suas mãos. ― Eu não aceito filho viado, eu nunca vou aceitar, nunca vou aceitar você! ― Ele grita.

― Você nunca aceitou, não faz diferença agora! ― Renato chora ainda mais. ― Eu preferia que você tivesse morrido no lugar da mamãe, eu preferia que você tivesse morrido no lugar dela! Desgraçado! ― Renato não conseguia mais se controlar.

― Sai do meu quarto agora! ― O homem ordena, mas o filho não escuta.

― Não! Eu quero o meu lençol! ― Renato tenta se soltar do pai.

― Você nunca mais vai sentir o cheiro daquele preto desgraçado, nunca mais! Eu queimei aquele pano fedido no quintal de casa, está queimado, já era!

Renato, depois de muito tentar se soltar, começa a ser arrastado pelos cabelos até seu quarto. Por seu corpo ainda estar completamente exposto, ele conseguia sentir algumas farpas do piso de taco entrando em sua pele, e a dor era insuportável. Ele tentava se soltar, mas seu pai tinha total domínio sobre ele.

― Eu não quero saber de você entrando no meu quarto! Nunca mais! ― Ele joga o filho no chão, que se levanta.

― Eu te odeio! Eu te odeio! Sempre te odiei! ― Renato começa a gritar.

― É uma pena que sua mãe não tenha te abortado! Seria um viado a menos nesse mundo! ― Ele pega o pescoço do filho outra vez. ― Essa raça tem que morrer! Se eu pudesse matava um por um, um por um! ― Ele grita.

― Começa por mim! Me mata de uma vez! Realiza seu desejo! ― Renato chorava e gritava de ódio ao mesmo tempo.

― Não vou facilitar sua vida seu merda! ― Ele sorri diabolicamente. ― Eu errei da primeira vez te batendo daquele jeito, agora eu sei que nada é pior pra você do que não ter aquele puto preto! Vai sofrer sozinho!

― Desgraçado! Desgraçado!

― Se está sofrendo tanto, se mata seu peste, faça igual a sua mãe e desapareça do mundo. Assim como ela, não vai fazer falta nenhuma! ― Rodolfo grita.

Depois de escutar aquilo, Renato simplesmente levanta sua mão esquerda, acertando um soco no rosto de seu pai, e como nunca havia feito aquilo, acaba não sendo forte o suficiente para que Rodolfo solte seu pescoço, e quando o homem lhe olha com fúria nos olhos e um filete de sangue nos lábios, Renato sabia que sofreria um enorme trauma, e foi isso que aconteceu quando seu pai lhe acertou um forte soco no rosto, o soco mais forte que ele já havia recebido em toda sua vida, e naquele momento, depois de escutar seu maxilar rachando e uma dor excruciante, seu corpo vai ao chão com tudo.

Renato cai sobre o piso de madeira, desacordado, mas ainda possuía um órgão vital pulsando com lentidão, ao contrário das outras duas vezes, onde seu corpo se desligou por completo.

Comentários

Há 2 comentários.

Por Nando martinez em 2016-03-12 00:45:13
Poderia ser pior que a lepra concorda ? Kkkk e alem do mais o Renato parece que nunca morre mesmo ! Tipo ,agora pelo menos um órgão ainda funciona neh! Ia falar o pipi mas isso n e orgao vital kkkkkk gostei muito do cap de hoje ^^ volteee logoooo
Por diegocampos em 2016-03-11 17:56:00
O Renato e muito estranho kkkkk, o pai dele sempre fazendo merdas kkk mas gostei da atitude do Renato. Só acho muita maldade sua fazer eu esperar até segunda pela continuação kkk