DESPEDIDA DE SOLTEIRO – RETA FINAL - CAPÍTULO 37 – A SALVAÇÃO NO AMOR
Parte 1 – Salvando Meu Amor – Narrado por Cláudio Mattos
Nunca fui tão feliz em minha vida. Tenho a impressão que comecei a viver realmente quando eu conheci meu Pequeno. Ele me faz mais feliz a cada dia, em cada instante que eu estou com ele. Mas o amor não nos isenta do perigo e por esses dias me pairou um medo avassalador. Medo de perdê-lo e medo dele ser machucado por um lunático chamado Brunno Benevides, seu chefe.
Quando eu liguei para ele e o louco atendeu, meu coração ficou trêmulo. Sim, ele estava perto e muito de Jonas. Falei com meu amor e ele se fez de durão, porém eu por causa de minha profissão, entendo mais do que ninguém que nenhuma pessoa está preparada pra lidar com um louco obsessivo. Eu trabalhava com os nervos à flor da pele.
“Delegado Matos, está tudo bem?”.
“Sim Medino, está tudo tranquilo. Eu só estou um pouco pensativo”. Eu estava desligado de tudo mesmo e meu amigo e subordinado percebia isso.
“Mattos, quero te pedir um favor e posso te perguntar algo?”.
“Claro Medino, o que você quiser”.
“Você confia em mim? Você poderia me contar o que está acontecendo?”.
“Claro que confio em você Medino, você é um ótimo policial”.
“Eu não estou falando como policial, eu estou falando como teu amigo”. Ele me olhava com amizade e percebia que ele estava tentando entender o que se passava comigo.
Eu suspirei e disse “é claro que eu te considero um amigo. Se você não se importar, eu quero muito desabafar, mas no fundo eu tenho medo que você me leve a mal”.
“Está no final do expediente. Vamos fazer um happy hour?”. Concordei e saímos. Fomos a uma praça de alimentação bem próxima da delegacia. Pedimos chope e tira gosto e fomos conversando.
“Medino. Eu não sei por onde começar”.
“Então deixa que começo Mattos. Você está completamente apaixonado por um rapaz lindo, loiro, de olhos claros, que parece um artista de televisão não é?”.
Eu suspirei e falei espantado “mas como é que você sabe disso. Você andou me seguindo Medino?”.
Ele sorriu e falou “Claro que não delegado. Você esqueceu que o garoto já veio aqui contigo uma vez? Pois bem, eu percebi que ele é digamos, muito delicado e extremamente encantador. Não era o perfil anterior de pessoas que o acompanhavam, você me entende né?”
“Então nós demos maior pinta? Todo mundo sacou?”.
Ele riu de novo e disse “não delegado. Eu sou um policial experiente, você esqueceu? Eu percebi mesmo foi pelo olhar de vocês. Profunda cumplicidade e paixão e como eu te conheço há muitos anos, foi fácil somar dois mais dois”.
“Caramba, que surpresa meu amigo. Eu pensei que você ia ficar escandalizado”.
“Nunca. Isso pra mim é tranquilo. Meu irmão vive com um rapaz e tem o meu apoio. Na verdade eu comecei a perceber que você tinha visto o passarinho verde há algum tempo. Toda manhã quando você chegava te pegava sorrindo e com cara de bobo, hahahahah. Só que eu pensei que era uma mulher que estava realizando esse milagre, mas depois descobri que é um santo homem”.
“De santos nós não temos nada. A gente peca pra caramba, hahahahhaha”.
“E quer saber delegado Mattos, eu estou gostando muito dessa sua nova versão. Só o que está me preocupando é que você está me parecendo muito apreensivo”.
E eu contei para Medino tudo o que vinha acontecendo ultimamente. Falei do meu medo de que alguma coisa poderia acontecer com meu Pequeno “e é isso meu amigo, confesso que eu não sei o que fazer, sinto o perigo mas eu não estou lá”.
“Então esteja lá. Deixe tudo e vá ao Rio de Janeiro proteger quem você ama Mattos”.
“Mas e se ele não gostar dessa iniciativa? Mesmo sendo um garoto encantador ele é muito temperamental, tem uma personalidade muito forte e independente”.
“Se ele não gostar, paciência, você só estará fazendo a sua parte. E não demore, pois cada minuto pode ser decisivo”.
A conversa com meu amigo me fez muito bem. Preparei tudo em casa e no trabalho e viajei no outro dia. Eu já sabia onde ele estava. Fiz a reserva de uma diária (bem cara por sinal) e iria buscar meu amor. Eu sabia que se Brunno fosse tentar alguma coisa ele faria às vésperas do retorno, exatamente para não dar tempo de nenhuma reação por parte de Jonas.
Como eu peguei conexão eu cheguei à noite. Fui direto pro hotel, paguei minha diária e iria sim fazer uma surpresa pra meu amor. Eu com minha esperteza de policial me identifiquei e descobri o apartamento de Jonas e do Brunno. Fui procurar meu pequeno, consegui entrar em sua suíte, mas ele não estava lá. Comecei a ficar preocupado. Eu tenho um equipamento muito bom pra ouvir ruídos do quarto ao lado e eu ouvi a discussão entre Jonas e Bruno.
“Meu príncipe é o caralho. Eu já estou de saco cheio cara, por que você está fazendo isso? Me deixa em paz”.
“Eu não estou entendendo nada Jonas. Do que você está falando?”.
“Disso aqui Brunno. Desse dinheiro que você depositou na minha conta”.
“Ah é isso? Mas isso só foi um agrado amor. Nem vai me fazer falta”.
“Agora chega Brunno. Você tá pensando que eu sou puta é? Primeiro foram joias, depois carro, agora dinheiro. Tá querendo fazer eu ficar maluco igual a você? Seu idiota”.
Eu não quis ficar ali para ouvir o restante da conversa. Disparei para o quarto ao lado. Quando eu cheguei estava passando uma moça que era arrumadeira. Eu implorei a ela que me ajudasse e me identifiquei como delegado. Por uma dádiva dos céus ela me ajudou, me conduziu por uma entrada onde só os serviçais têm acesso. Eu corri e quando eu chego vejo o louco só de cueca box se jogando em cima de Jonas, que estava desacordado. Eu voei para cima dele “deixa meu namorado em paz seu louco, eu vou te matar”.
Ele num gesto rápido como um gato deu um salto incrível e ficou em minha frente “hahahhahaha. Como você chegou aqui Shrek? Eu ia filmar, mas que bom que você veio, assim você vai ver pessoalmente eu possuindo o Jonas”.
“Eu já disse pra você que se encostar um dedo no Jonas eu te mato”. Ele ficou parado e num gesto mais rápido ainda me deu um pisão na cara, que fez meu rosto virar e o sangue escorrer.
Quando eu me levantei ele estava com uma arma apontada para mim “você sempre querendo ser o herói. Como se o Jonas precisasse de você. Ele não precisa de você por que ele tem a mim. Mas que bom que você veio, por que agora eu vou acabar contigo”.
Eu comecei a jogar com ele para ganhar tempo “você não ama o Jonas. Se você o amasse não faria isso. Quem ama protege e não agride. Eu é que amo de verdade o Jonas”.
“Aí é que você se engana. Eu amo o Jonas com todas as minhas forças. Com todo o meu ser. O meu amor por ele é tão grande que eu mato e morro se for preciso. Eu amo o Jonas desde a primeira vez que eu o vi. Até pedi permissão ao Fernando para me aproximar dele. Mas sabe o que deu errado?” Ele começou a gritar “vocêeeeeeee, que sempre aparece na hora errada e se meteu entre a gente, mas agora chega, eu vou tirar você do nosso caminho e vou fugir com o Jonas, pra um lugar onde eu e ele viveremos em paz”.
Aos poucos Jonas foi acordando e estava muito grogue e Bruno lhe disse “oi amor, calma a gente vai já sair daqui tá? Eu vou te salvar desse louco do delegado”.
“Brunno, o que você fez comigo cara?”. Ele tentava se levantar e não conseguia.
“Brunno, é melhor você parar com isso, antes que você se machuque, ou machuque o Jonas, eu sei que você não quer isso”.
“Eu jamais machucaria o amor da minha vida, né Jonas? Eu só quero protegê-lo de você seu doido”.
“Claro Brunno, eu acredito em você amor” Jonas puxou seu pescoço e começou a dar um beijo em sua boca, eu entendi o recado e voei pra cima dele, mas o desgraçado era muito rápido e conseguiu dar outro salto (parecia um homem gato), mas foi tempo suficiente pra eu conseguir desarmá-lo.
A arma caiu longe de nós dois e começamos uma luta de macho mesmo, muito soco e ponta pé. Ele me acertou em cheio e me encheu de pancada, mas eu acertei um golpe em seu pescoço que o fez cambalear, eu aproveitei e dei muitos socos nele e sua cara começou a ficar em frangalhos. Eu bati tanto naquele desgraçado que nem um lutador de UFC fica com a cara tão ensanguentada. Quando eu ia sair de cima dele vejo Jonas pegar a arma.
“Você ia me estuprar Brunno, você ia me violentar seu desgraçado, agora você vai morrer”.
Brunno começou a rir e a chorar, numa loucura crescente “me mata, já que você não me ama me mata, atira, atira na pessoa que mais te ama nesse mundo” e Jonas atirou.
Um silêncio total pairou sobre o lugar. Graças a Deus ele não sabia atirar e não acertou ninguém. O gerente chegou e tirou a arma de Jonas “calma seu Brunno, vai ficar tudo bem, eu já estou sabendo de tudo e já chamei a polícia”.
Eles cobriram o Jonas para que ele pudesse colocar sua roupa e o quarto estava cheio de segurança. Brunno ficou estático, com o olhar distante. Eu e ele estávamos muito machucados, mas eu estava muito feliz, pois tinha salvado meu pequeno das garras daquele louco.
Brunno foi direto pra delegacia e ia ficar detido, por tentativa de estupro, tentativa de assassinato e porte ilegal de arma. Claro, eu não tinha nenhuma esperança de que ele ficaria muito tempo preso, mas seria tempo suficiente para eu levar meu pequeno embora e nunca mais perdê-lo de vista.
Uma coisa muito interessante é como Jonas tinha a capacidade de se refazer. Quando chegamos da delegacia, já de madrugada havia umas pessoas, digamos, extremamente peculiares e extravagantes esperando pela gente. Jonas me apresentou como seu namorado e futuro marido e eles (ou elas) bateram palmas, gritaram e me chamaram de herói, quiseram tirar fotos comigo e ainda me pediram autógrafo. E na maior cara de pau disseram que agora entendiam por que Jonas não me trocava por Brunno, pois eu era um diamante bruto e muito valioso e o outro era uma pedra falsa, bonito, mas ordinário. Confesso que fiquei tímido, mas imensamente feliz.
Voltamos no outro dia logo cedo pra nossa cidade. Não havia sentido ficar ali naquele lugar. O gerente conseguiu abafar o caso para evitar constrangimento para todos. No avião eu e Jonas ficamos juntinhos, felizes e ele me surpreendeu com uma pergunta “amor, quer casar comigo?”... Continua...
Parte II – Amor e Perigo
Narrado por Fernando
Eu não consegui achar Cristiano e a preocupação só aumentava. Eu fui tirar a barba e me cortei. Tive aquela sensação de morte, lembrei do sonho que eu tive com ele e meu corpo tremia de medo, tinha a sensação de que ele estava correndo perigo e corri pra vasculhar os quartos novamente, já acompanhado pelo casal de assistentes dele, que também se preocuparam.
Eu passei por uma suíte e senti uma sensação estranha. Fiquei parado e de maneira muito discreta eu senti o perfume e a presença do Cristiano. Quando eu abro a porta eu o vejo amordaçado e amarrado numa cadeira. Eu entrei desesperado, ele me falava com os olhos pra eu não entrar, mas eu entrei com tudo. A porta foi fechada e foi trancada. Eu vi um revolver apontado para mim e Cristiano e quem apontava era uma pessoa conhecida de nós dois que disse com um sintoma de loucura “olha que sorte. Então? O casalzinho está preparado pra morrer junto?”.
“Vitão? O que você pensa que está fazendo seu verme? Você é louco ou o que?”. (Obs. Ele aparece nos capítulos 3 e 6,). Vitão é primo de Sabrina.
“Então você achava que iria massacrar os Tupinambás e iria ficar por isso mesmo Fernando? Na verdade era pro Marcos tomar as dores da família, mas aquele viado é louco por você e ainda te deu apoio”.
“Lave a boca pra falar do Marcão e solta o Cristiano, deixa ele embora, sua rincha é comigo e não com ele”.
Ele gritava enfurecido “Aí é que você se engana riquinho maldito. Esse putinho aí me esnobou muito. Mesmo eu pagando ele não queria fazer programa comigo. Depois que ele te conheceu aí sim que ele mudou mesmo, tá até endinheirado, enquanto nós os Tupinambás estamos na miséria e a culpa é de vocês dois”.
Eu perdi todo o medo e comecei a afrontá-lo “você é muito burro mesmo não é Vitão? Quem te mandou aqui? Foi a Sabrina ou foi o pai dela? Sim, por que você não passa de um pau mandado, você é e sempre será um fraco”.
Ele começou a ficar com ódio e a arma começou a tremar na tua mão “não interessa, eu vim pra te matar e matar esse putinho, não importa quem me mandou. Você lembra que você me expulsou do teu casamento e eu prometi me vingar? Eu tentei estuprar esse putinho aí mas ele conseguiu fugir, mas hoje vocês dois irão morrer, eu juro”.
Eu comecei a jogar com a autoestima dele “hahahhaaha. Você é um idiota mesmo Vitão, nem pra vilão você serve e é melhor você desistir dessa ideia louca enquanto é tempo. Você não é homem pra me enfrentar. Só tem coragem por que está armado, quero ver no muque meu filho, com todo esse teu tamanho e gordura, você não é e nunca vai ser páreo pra mim”.
“Você se acha mais homem que eu seu desgraçado?” ele gritou de novo.
“É claro que eu sou mais homem que você. Olha pra você e olha pra mim. Você não passa de um verme, de um pau mandado, sempre beijando os pés dos Tupinambás”.
Eu não sabia, mas Cristiano estava conseguindo se desvencilhar das amarras e começou a piscar pra mim. Eu entendi o que ele estava me dizendo e por isso continuei provocando o louco varrido.
“Por que você tem raiva de mim? Me fala porra! Por que eu sou rico e bonito é isso? Eu não tenho culpa se a natureza não te premiou meu filho. Você não passa de um borra botas, de um pau mandado, de um cara feio e insuportável, que ninguém gosta. Não pense que a Sabrina e o Leandro gostam de ti, eles só estão te usando pra me afrontar. Mas ninguém vai conseguir me separar do Cristiano, por que a gente se ama”.
Ele falava nervoso e cheio de ira, como se quisesse dar explicação “Você me deixou na miséria. Me detonou pra todo mundo, agora eu só vendo apartamentinho usado e barato. Você acabou com a minha carreira e ainda achou pouco, deixou meus tios na miséria”.
“Eu não fiz nada Vitão, foi você que fez por que você é burro. Não sabe nem roubar. Pensava que eu e meus sócios não íamos descobrir teus golpes baratos?”
Eu bati no peito e continuei a falar “a gente batalha pra caramba pra gente ter o que tem, enquanto você vivia gastando o que ganhava com drogas e seu tio com jogos. Tentaram me roubar e eu só me defendi. Além de canalhas vocês são burros, são incapazes de ganhar a vida honestamente, como a maioria das pessoas ganham seu pão de cada dia”.
E continuei “o mundo mudou Vitão, vocês não são mais seringalistas do século XIX seu idiota, agora as pessoas que trabalham tem acesso a crescer, o país tá mudando”.
Ele começou a lagrimar e a mão a tremer e eu estava o encarando cada vez mais, havia muita coisa entalada entre a gente “se você não tivesse detonado a gente, pelo menos a gente teria alguma coisa, mas você é egoísta, até a Sabrina você quer deixar na miséria”.
“Por que lá é o lugar de vocês Vitão, na miséria, não ao lado de gente honesta e batalhadora, como eu e meus sócios. Agora atira porra, agora atira caralho”.
Ele engatilhou a arma e foi então que Cristiano num gesto rápido jogou um objeto em cima dele, Vitão ficou atônito e eu fiquei na frente de Cris que desligou a luz, ouvimos dois tiros no escuro, eu saltei pro lado, mas estava com muito medo de Cris ter sido atingido. Eu fiquei enlouquecido, pulei pra cima do Vitao e dei uma rasteira nele, enquanto gritava “Cris, meu amor, cadê você?”.
Ele ligou as luzes e Vitão tinha caído e batido a cabeça, mas ainda estava com a arma na mão. Ele fez um gesto de que ia atirar e eu dei um chute na mão dele. Subi em cima de seu corpo enorme e comecei a socá-lo, bati muito, ele só tinha tamanho e moleza, pois não conseguiu reagir em nada. Eu estava chorando de ódio e não consegui parar de socar sua cara, que ficou toda desfigurada. Bati muito nele e minha vontade era de matá-lo mesmo. Peguei a arma e ele estava visivelmente ensanguentado e batido.
“Agora você vai morrer seu gorducho desgraçado. Você vai aprender a não mexer comigo e com meu marido”. Puxei o gatilho e disparei, mas felizmente Cristiano já havia levantado e rapidamente com a perna deu um chute em minhas mãos “não amor, você não pode se tornar um assassino”. O tiro foi pra cima e vi que Cris estava ensanguentado, eu fiquei apavorado. Abrimos a porta e um mundaréu de gente estava do lado de fora os seguranças do hotel entraram e prenderam Vitão.
Felizmente tinha um médico no hotel e foi cuidar de Cristiano, que só levou um tiro de raspão no braço. Eu confesso que fiquei com muito medo da gente morrer, mas tudo o que eu fiz foi pra nos proteger. Eu chorei muito só de pensar em não ter mais Cris do meu lado, lembrei do sonho e isso não saia da minha cabeça. Lucia e Otavio ficaram comigo me consolando.
O desgraçado do Vitão foi preso e saiu algemado de lá mesmo, mas eu não estava conformado, eu ainda daria a lição que ele merecia por ameaçar Cris e a mim. No hotel tinha um posto médico de emergência e Cris foi medicado, mas fora a questão psicológica, ele estava bem, meu ninfeto era mais forte do que parecia e o próprio Cris, como um excelente gerente tratou de abafar o caso, descobrimos que o doido teve a ajuda de um cara que prestava serviço para o hotel e ele também foi preso.
Eu me aproximei de Cris, o beijei, o abracei e comecei a chorar “eu tive tanto, tive tanto medo de te perder amor. Eu prefiro mil vezes morrer que ficar sem você”.
“Ei, para de falar bobagem, nós estamos vivinhos aqui e nós formamos uma dupla imbatível, melhor que o Batman e o Robin”. Eu ri e fiz que sim com a cabeça, mas as lágrimas teimavam em sair.
O médico só olhava a gente se abraçando, se beijando e se declarando um pro outro, seria cômico, se não fosse trágico. Dois machões se agarrando ali na frente dele, que já era um senhor idoso. Fomos pro meu quarto e eu disse a ele “chega de aventura por hoje, vou colocar meu menino pra dormir”. O deitei na cama e dei um selinho.
“Menino? Eu já tenho barba, tá legal! E outra, depois de tanta adrenalina eu quero trepar”.
“O que? Você tá louco Cris? Você está ferido, não pode fazer nenhum esforço físico”.
“Meu amor, meu benzinho, só meu braço está machucado. Meu pau e meu anel estão intactos e como você mesmo diz, marido meu não nega fogo” e já foi se abaixando e pegando no meu pau.
Eu como sou um tarado incorrigível, já fui tirando toda a roupa e deixando ele me dá um trato. Mas ele me surpreendeu, chegou até meu anel e lambeu também. Eu o ajudei a tirar a roupa, com cuidado para não tirar seu curativo e fomos fazer uma coisa que adoramos, um delicioso 69. Cris tinha razão, o sexo ajuda a liberar toda a tensão.
Dessa vez ele quis me comer e eu dei gostoso pro meu marido. Ele me colocou de quatro em cima da cama e ficou brincando com meu anel, o safado ficava falando sacanagem “nossa amor, tá muito gostosinho, tá tão apertadinho, eu vou me acabar hoje nesse cuzinho lindo”.
“Eu sempre fui apertadinho seu tarado, você é meu único macho e teu pau que não é tão grande assim”.
“Áh é? Pois então você vai ver, eu vou te arrombar hoje. Você vai ver quem é que manda”.
Ele começou a me explorar com a língua, com os dedos e a roçar a barba na minha bunda e a morder. Ele estava muito safado, começou a bater na minha bunda e a abrir meu reguinho, ficando de ponta de pé e na maior cara de pau foi metendo com tudo.
Eu urrei e fui pra frente. Ele me segurou pelos ombros, se posicionou de cachorrinho e começou a bombar com força e eu reclamei “porra, teu pau cresceu foi? Você usou alguma bomba peniana pra ele ficar maior?”.
Ele bateu na minha bunda e disse “dá esse cu sem reclamar, agora o macho sou eu”. Eu gemi e comecei a rebolar, claro, estava sentindo prazer, mas a pressão era grande e eu estava fazendo de tudo pra ele gozar logo, mas o tarado estava muito seguro e queria me fazer sofrer, apesar do braço ferido ele tomou conta da situação.
Ele metia e eu rebolava, ele me batia e puxava meu cabelo, confesso que comecei a gostar dessa nova versão do Cris e quis provar pra ele que mesmo sendo passivo eu dominava. Eu tirei de dentro e ele ficou louco “o que você pensa que tá fazendo? Vem dá esse cu Fernando”.
Eu o joguei em cima da cama, ele ficou deitado e eu agasalhei sua rola com meu cu. Comecei a comer ele com a bunda. Eu comecei a rebolar e dar tapas na cara dele e dizer “mesmo eu sendo passivo eu é que te como, coloca isso na tua cabeça”. Ele começou a cadenciar junto comigo a metida e eu comecei a me masturbar. Eu estava com o tesão a mil e acabei não demorando muito pra gozar. Como sempre acontece eu apertei meu anel no pau dele e ele gozou dentro de mim, urrando, me beijando e me puxando pra junto dele.
Fomos dormir exausto, mas bem relaxados, pois aquele dia foi de muito perigo e tensão. Acordamos mais tarde e todo mundo já sabia o porquê.
Aquele dia foi o final do encontro e terminei meu trabalho no hotel. Os clientes chineses fecharam com a gente e nós teríamos que implantar tudo antes da Copa de 2014, pois Manaus seria uma cidade sede. Nem preciso dizer que todo mundo queria saber da história e eu contei para aqueles que eu achava que mereciam saber, como a Lucia e o Otavio.
Liguei para Glauber e Thiago e avisei que ficaria mais uns dias, ou seja, até o retorno do Cris. Eles na verdade deram maior apoio, pois torciam pela minha volta com o Cris. E aí eu relaxei. Antes de a gente retornar Cris inventou um acampamento e fomos eu, ele e nosso casal de amigos (Lucia e Otavio). Foi muito lega, mas eu confesso que morria de medo de animais perigosos (cobra, jacaré e onça).
Fomos no final da tarde e Cris, como um bom garotão que foi criado no mato, tomou a iniciativa, montou a barraca (eu preferia quando ele montava a barraca dele pra mim, hahhaaha) e fez a fogueira. Ficamos numa praia de água doce próxima do hotel, um lugar maravilhoso. À noite eu me agarrei nele, pois estava com muito medo, ele ria de mim. Naquela ocasião ele era meu herói e eu era o ninfeto. Ele sedutor como sempre, pegou o violão e cantou uma música pra mim.
Quem de Nós Dois (Ana Carolina)
Eu e você
Não é assim tão complicado
Não é difícil perceber
Quem de nós dois
Vai dizer que é impossível
O amor acontecer
Se eu disser
Que já nem sinto nada
Que a estrada sem você
É mais segura
Eu sei você vai rir da minha cara
Eu já conheço o teu sorriso
Leio o teu olhar
Teu sorriso é só disfarce
O que eu já nem preciso
Sinto dizer que amo mesmo
Tá ruim pra disfarçar
Entre nós dois
Não cabe mais nenhum segredo
Além do que já combinamos
No vão das coisas que a gente disse
Não cabe mais sermos somente amigos
E quando eu falo que eu já nem quero
A frase fica pelo avesso
Meio na contra mão
E quando finjo que esqueço
Eu não esqueci nada
E cada vez que eu fujo, eu me aproximo mais
E te perder de vista assim é ruim demais
E é por isso que atravesso o teu futuro
E faço das lembranças um lugar seguro
Não é que eu queira reviver nenhum passado
Nem revirar um sentimento revirado
Mas toda vez que eu procuro uma saída
Acabo entrando sem querer na tua vida
Eu procurei qualquer desculpa pra não te encarar
Pra não dizer de novo e sempre a mesma coisa
Falar só por falar
Que eu já não tô nem aí pra essa conversa
Que a história de nós dois não me interessa
Se eu tento esconder meias verdades
Você conhece o meu sorriso
Lê o meu olhar
Meu sorriso é só disfarce
O que eu já nem preciso
E cada vez que eu fujo, eu me aproximo mais
E te perder de vista assim é ruim demais
E é por isso que atravesso o teu futuro
E faço das lembranças um lugar seguro
Não é que eu queira reviver nenhum passado
Nem revirar um sentimento revirado
Mas toda vez que eu procuro uma saída
Acabo entrando sem querer na tua vida
http://letras.mus.br/ana-carolina/258918/#selecoes/44130/
Ficamos no maior clima de romantismo aquela noite e o casal da barraca ao lado não ficava para trás. Mais tarde as barracas começaram a se movimentar muito, rolava muito sexo é claro, Lucia e Otavio não queriam perder tempo, pois eles nem moravam no mesmo país, já eu e meu amado não queríamos perder um segundo de tempo, como sempre acontece, depois da transa tem o nosso tempinho de declaração de amor.
“Cris você é o homem da minha vida, a pessoa da minha vida, eu nunca me senti tão feliz. Por isso eu vou te dar três dias pra você arrumar tuas coisas e mudar pra minha casa. Você prometeu dar a família que eu preciso e eu quero isso logo, depois a gente casa oficialmente”.
“Tá bom meu porô. Eu vou me mudar logo, eu também não aguento mais ficar longe de você. Eu te amo Fernando”.
Ele me deu um beijo e nós dormimos abraçadinhos na barraca, com a certeza de que nada poderia mais nos separar, que nosso amor era pra sempre e só nosso...
Continua...
Dedico esse Capítulo ao meu querido Leitor Português!!!!