DESPEDIDA DE SOLTEIRO – CAPÍTULO 30 – A VERDADE SEMPRE APARECE

Parte 1 – Meu Pai, Minha Mãe e Meu amor - Narrado por Jonas

Quando já ia sair o boy me entregou duas passagens de Manaus para o Rio de Janeiro, com dias e horas iguais, os passageiros eram eu e Brunno. Eu fui logo perguntar e dizer que eu não iria.

“O que significa essas passagens Brunno? Eu não posso me ausentar de Manaus nesse momento”.

“Você pode e vai comigo. Iremos para um congresso internacional sobre rádio e televisão no Rio de Janeiro. Voce como meu assessor sênior vai comigo. É daqui a uma semana, prepare-se, nesse folder tem todas as informações necessárias, agora pode ir”.

Fiquei passado com aquela ordem. Pensei comigo mesmo: o que eu devo fazer? Não poderia recusar, mas sei que Cláudio não iria gostar nada dessa ideia. Falaria com meu amor e juntos iríamos descobrir a melhor maneira de agir.

Foi uma manhã intensa de trabalho, mas como sou um profissional ágil e conheço toda a dinâmica interna da empresa, consegui dar conta do recado.

O que mais me deixava apreensivo era a atitude de Brunno. Ele estava indecifrável. Frio, calculista, cortês sem ser gentil. Educado ao extremo e me encarava de uma maneira enigmática. Confesso que eu não deixava de ficar com medo, pois quando ele estava surtado eu sabia me defender, mas aquela calmaria no jeito dele me fazia prever tempestade.

Na metade da tarde eu recebo uma visita inesperada. Marcos, irmão de Sabrina veio falar comigo.

“Olá Jonas, eu preciso da sua ajuda. É sobre o Nando”.

“Olha bofe, o Nando está solteiro, mas não acho uma boa ideia você tentar algo, não conte com minha ajuda pra isso, por mais que eu esteja com raiva dele, eu ainda torço pelo Cris”.

“Jonas por favor, é sério. Eu estou desconfiado de algo e acho que você e eu podemos desvendar”.

“Sei. Desculpe, mas eu sempre desconfiei de você. Até pensei que meu radar gay tinha me traído por que você vivia às voltas com mulheres, mas eu sempre reparei como tu olhavas pro Nando. Aquela amiza exagerada e atenção redobrada não é coisa de bofe hétero, hahahahah”.

“Jonas é sério. Você pode me ouvir ou não? Se não puderes eu vou procurar outra solução”.

“Tá, desculpa boy, mas a gente perde o amigo, mas não perde a piada, hahahah. Pode falar”.

Marcos me falou tudo o que pensava e estava sentindo e eu tive a ideia de falarmos logo com o mais interessando no babado, ou seja, o chatinho do Cris. Claro, eu pedi reforço e recrutei meu amado, pois como meu bofe sabe investigar até os crimes mais hediondos, desvendar o mistério da foda entre Nando e outro cara seria fichinha “Poxa, como não pensei nisso antes?”.

Depois de nos encontrar com Cris e termos dado os passos necessários para desvender o mistério, eu como sempre, fui logo pra casa do meu delegadão, afinal eu já estava piscando meu anel e louco pra levar rola. Mas não era só isso, eu precisava contar a ele sobre a viagem e não sabia como seria a reação de Cláudio.

“Como é que é Jonas? Você vai viajar sozinho com esse cara? Ah, mas não vai mesmo. Pode dizer pra ele levar outra pessoa. Eu jamais deixaria você ir com ele pro Rio de Janeiro”.

“Mas amor, é meu trabalho. Eu não posso simplesmente recusar. É uma ordem e faz parte das minhas atribuições. Se eu me recusar não seria profissional”.

“Acontece meu pequeno que eu já sei o que vai acontecer nesse filme, ele vai tentar te atacar como fez todas as vezes. Ele vai dar direto em cima de você e eu não estarei lá pra te defender e me defender”.

“Confia em mim amor. Eu jamais irei te trair. Você é meu homem e pronto”.

“Jonas, não é questão de confiar em você. Em ti eu confio plenamente. Eu não confio é nele. Aquele cara é cheio de artimanhas amor, eu tenho medo que aconteça alguma coisa com você. Eu não irei estar lá pra te defender meu pequeno”.

“Tá bom, faremos assim. Eu vou tentar convencê-lo a não ir. Tenho o prazo de uma semana”.

“Ele não vai desistir amor. O Brunno é louco por você e vai usar de todas as formas pra te ter. Acho que já está na hora de você pensar em procurar outro emprego”.

“Negativo. Nunca. Eu jamais vou ficar sem trabalho. Foram cinco anos da minha vida dedicado a essa empresa e a minha carreira, não vou jogar tudo pro alto”.

“Jonas eu te sustento. Você nem precisa trabalhar se você não quiser. Você poderia ficar em casa, só me amando”.

“Ha-ha-ha! Engraçadinho você né? Eu vou virar Amélia agora? Eu irei pensar num jeito de me safrar dessa, mas agora vem aqui”.

O abracei e já fui descendo minhas mãos em sua bermuda. Ele ao menor toque meu já fica de pauduro. Eu apertei. Ele gemeu. Dessa vez ele tirou toda a roupa na sala e ficou nu em pelo. Eu também tirei minha roupa e ficamos dançando lentamente.

Cláudio estava tão romântico. Me levou em seus braços pro sofá, me deitou, se virou e ficamos numa posição de 69. Ele abocanhou meu pau e eu o dele. Como o meu é menor, ele conseguia enfiar tudo até a garganta. Eu fazia todo o esforço, dado ao tamanho e grossura, mas consegui fazer uma chupada louca.

Fomos fazendo exatamente igual. Chupávamos a cabeça e dávamos pequenas mordidas, lambíamos e colocávamos tudo na boca e fomos fodendo um a boca do outro. Ele foi deixando de lado meu pau e deu mordidinhas e lambidas na minha bunda, até chegar ao meu anelzinho. Não sei como ele conseguiu, mas ele fazia movmentos circulares, como se fosse um liquidificador.

Confesso que esse toque de Cláudio já me fazia ficar quase gozando, de tão gostoso que ficava. Depois de algum tempo eu me levantei e disse que agora eu iria comer o pau dele. Ele ficou deitado. Eu me posicionei de cócoras em suas coxas e fiquei brincando com meu cu, que deslizava no cacete dele, ia e vinha, mas não metia.

Ele já estava louco de tesão e pedia “vamos amor, senta logo, me dá prazer, me come com o teu cuzinho”. Eu continuei nessa doce loucura, até que sentei de uma vez. Ele urrou. Eu fiquei parado um pouco e fui rebolando. Ele me pegou pelas coxas, levantou minha bunda e começou o movimento de vai e vem, não me deixando fugir dele e eu senti a pressão do meu macho.

Quando ele cansou um pouco foi minha vez. Rebolei, levantava e sentava, cavalgando como um verdadeiro putinho faz com seu macho. Apoiei minhas mãos em seus peitos e intensifiquei tão fortemente a cavalgada que fazímaos muito barulho. Cláudio fechou os olhos e começou a delirar “amor, to quase gozando, eu sou louco por esse cuzinho”.

Eu então bem putinho que sou, rebolei como uma passista de escola de samba, ele não aguentou e jorrou dentro de mim. Eu então fui me mexendo devagarinho e tocando uma punheta frenética, até gozar e apertar o pau dele. Minha porra foi tão forte que atingiu o rosto do Cláudio, os lábios e o bigode dele. Ele passou o dedo e meteu tudo na boca, dizendo que era seu manjar predileto.

Eu fiquei ainda em cima dele. Meu corpo cabia no dele todinho e ainda sobrava espaço. Os pequenos que me desculpem, mas homem espaçoso é muito bom. Ele encerrou o silêncio e disse “meu pequeno, eu te amo, morro de medo de te perder, eu nunca fui tão feliz em toda a minha vida”.

Eu respondi “então você não tem motivos pra temer, pois eu já encontrei o que eu procurei a minha vida toda. Eu encontrei o meu homem Cláudio e ele é você”. Ficamos muito tempo nessa posição e eu percebi lágrimas no canto do olho do meu amor e eu pensei “Meu Deus como eu sou feliz, esse homem realmente me ama e não vou deixar ninguém atrapalhar nosso amor”.

Continua...

Parte 2 – Descobrindo a Verdade

Oceano

Djavan

Assim

Que o dia amanheceu

Lá no mar alto da paixão,

Dava prá ver o tempo ruir

Cadê você?

Que solidão!

Esquecera de mim?

Enfim,

De tudo o que

Há na terra

Não há nada em lugar

Nenhum!

Que vá crescer

Sem você chegar

Longe de ti

Tudo parou

Ninguém sabe

O que eu sofri...

Amar é um deserto

E seus temores

Vida que vai na sela

Dessas dores

Não sabe voltar

Me dá teu calor...

Vem me fazer feliz

Porque eu te amo

Você deságua em mim

E eu oceano

E esqueço que amar

É quase uma dor...

Só sei viver

Se for por você!

Narrada por Cristiano

A insegurança e o ciúme são péssimos conselheiros. Eu feri de morte a pessoa que eu mais amava na vida e iria ainda pagar um preço alto, eu sabia disso. No final da noite, quando eu vi Fernando bêbado sendo levado por Sabrina eu tive vontade de voar e levá-lo comigo, dizer que o perdoava e o amava com todas as minhas forças, mas resolvi silencia covarde que sou.

Jonas, nosso amigo e a pessoa mais sincera que eu já vi me jogou um monte de coisas na cara e tudo o que ele falou tinha sentido. Eu realmente sempre tive a sensação de que Fernando era muito superior a mim, por sua beleza, seu caráter, por ele ter dinheiro e ser tão forte. Mas uma coisa pesava mais que as outras, o fato de eu ter me prostituído. Eu não consegui esquecer e nem me perdoar. Era uma marca que em minha mente eu carregaria para a vida toda.

O domingo eu passei isolado. Tive a companhia do Jonhy. Eu era apegado a ele por dois motivos: ele me tirou da miséria em que eu vivia, mesmo me incentivando a ser um GP e outra, ele era um GP e devia saber como eu me sentia, inferior aos outros. Acreditava em sua amizade, mesmo achando que ele tinha uma atração por Fernando.

Na segunda fui ao trabalho. Felizmente como sempre, Luana estava lá e tentava me animar “Cris, vocês irão ficar juntos, quando o amor bate forte na gente não tem jeito, pode demorar, mas o amor sempre vence”.

“Eu acreditava nisso também Lu, mas pelo o que eu tenho passado, as veze acho que não nasci pra amar, ainda mais o Fernando, uma pessoa tão especial”.

“Esse é o problema, você se sente inferior a ele, mas você não é. O bofe é louco por você e eu te digo mais, eu tenho minhas dúvidas se realmente ele te traiu”.

“De qualquer maneira Lu, eu já estraguei tudo mesmo. Eu não tenho direito de ficar brincando com o Fernando”.

Passei o dia desabafando com Lu e ela tentando levantar meu astral. Mário seu noivo chegou, pois ele é segurança no hotel e iria pegar no turno da noite. Ele era outro que tinha a maior admiração por nós (eu e Fernando) e sempre me dizia que antes de conhecer a gente achava os gays anormais, mas depois viu que o amor é igual pra todo mundo, apenas as formas são diferentes.

Quase no final do expediente vejo a chegada de três pessoas: Jonas, Mattos e Marcos. Eu fiquei super preocupado, pensei que algo sério havia acontecido e fui logo perguntando por ele.

“Jonas? Aconteceu alguma coisa com o Fernando?”.

“Fora as merdas que você fez? Aconteceu sim, mas ele está bem. Esse aqui é o Marcos”.

“Eu sei quem é esse rapaz. Ele é o irmão da Sabrina e é apaixonado pelo Fernando”. Fiquei puto com a presença dele e ele falou.

“Oi Cristiano! Será que eu posso falar com você? O que eu tenho a dizer é algo muito importante e do teu interesse”.

“Desculpa Marcos, mas eu não tenho nada pra conversar com você. Além de seres irmão da Sabrina, ainda és apaixonado pelo Fernando. Agora você tem o caminho livre, vais competir só com tua irmãzinha”.

“Por favor Cristiano, é muito importante, não deixe que o ciúme e o ressentimento te impeça de conhecer a verdade”,

Luana tomou a frente e disse “é claro que ele vai conversar com você, mas eu também irei, adoro um babado forte, claro, se você não se importar Cris”.

Jonas revidou “Eu até prefiro que você participe Luana. Aliás, todos nós que gostamos do Nando e do Cris”.

Então esperamos o expediente se encerrar e fomos pra uma sala onde os funcionários do hotel descansavam. Parecia até uma reunião de cúpula. Participaram eu, Jonas, Mattos, Marcos, Lu e Mário. Marcos contou tudo o que sabia, que não era muita coisa, mas falou de sua desconfiança de um golpe para me separar do Fernando e eu falei.

“Tá Marcos, mas o que você está me dizendo não faz nenhum sentido, não prova nada”.

“Eu sei Cristiano, mas o que estou tentando te dizer é que eu tenho certeza que minha irmã está metida nisso e não agiu sozinha. Alguém muito próximo de vocês a ajudou. Fernando não quer mais saber disso, mas você tem a obrigação de tirar esse história a limpo”.

“Mas quem faria uma coisa dessas? Todos os nossos amigos são de confiança. Eu acho que aconteceu e pronto. O Nando sentiu vontade de transar com outro cara, contratou e acabou-se, não tem outra explicação”.

O Jojô me rasgou todinho “ai bicha tu tá ficando burra mesmo né? Se fosse um programa qualquer, por que alguém iria te passar uma mensagem pra você flagrar o Nando. E outra, meu amigo não é um mentiroso. Ele é muito homem pra assumir o que faz”.

Luana pediu a palavra e disse “gente eu gostaria de falar algo. Eu desconfio de uma pessoa sim, na verdade sempre desconfiei. Eu acho que o tal do Jonhy pode estar por trás disso também”.

“Não Luana. O Jonhy é meu amigo. Jamais faria alguma coisa pra me prejudicar”.

Ela continuou “sem querer ofender Cris. Você é muito ingênuo. Só de olhar pra cara daquele garoto a gente ver que ele é sonso. E tem mais, ele vive falando mal do Nando. Não é verdade? E outra, sempre que você briga com teu namorado ele está por perto e bota pilha em você”.

As palavras de Luana começaram a fazer sentido em minha cabeça. Fui lembrando tudo, desde a primeira vez que eu apresentei o Nando pro Jonhy, como ele sempre dava pra trás no nosso relacionamento e como sempre que a gente tinha alguma briga ele botava pilha.

“E como a gente pode descobrir a verdade? Eu não sei o que fazer”. Perguntei.

“Gente, pela Sabrina a gente não vai conseguir nada, ela é muito esperta. Eu conheço a irmã que eu tenho. A única coisa que eu sei é que ela vai entregar um dinheiro pra alguém, mas não sei quanto, onde e como”.

Dessa vez foi Mattos que tomou a iniciativa de falar “gente, só tem um jeito. Temos que seguir o tal Jonhy e ver se eles estão metidos nisso juntos”.

“Mas quem tem tempo de seguir o Jonhy? Ele nem trabalha, ele faz programa, vive saindo de um lado pra outro. Será humanamente impossível”, revidei.

“Pois eu tiro um tempo do meu tempo pra seguir o safado, só não sei como agir, pois eu não sou a pessoa mais discreta do mundo”. Falou Jonas.

Mattos continuou a falar “tive uma ideia. Eu posso dar um mini treinamento pra vocês e podemos revezar, se todos toparem, com certeza, mais cedo ou mais tarde ele vai dar algum sinal, se a nossa desconfiança se confirmar, o pegamos com a boca na botija”.

E me surpreendi, pois todos, sem exceção toparam. Começamos pela manhã, na academia em que Jonhy malhava. Com as breves orientações do Mattos, fizemos uma escala e começamos no outro dia a missão de espioná-lo.

“Antes de sairmos eu agradeci a Marcos “Obrigado. Não sei o que eu vou descobrir, mas obrigado”.

“Não me agradeça. Eu estou fazendo isso pelo Fernando, não por você. Eu tenho certeza que ele é inocente. Claro, ele poderia até ter transado com alguém, mas como disse o Jojô, ele é homem suficiente para assumir que fez isso. Se ele disse que não fez, é por que é verdade. E eu te digo mais uma coisa cara, se eu tiver um por cento de chance com ele, eu vou lutar”.

Caraca fiquei puto com a resposta, mas pelo menos ele era sincero. O primeiro dia ficou com Luana, Mário e Marcos. Mas não obtiveram nenhum sucesso. A única coisa que descobriam foi que Jonhy comprava e vendia drogas e que fazia três programas por dia.

No segundo eu o segui de manhã e nada. A tarde foi a vez de Mattos e ele deu sorte, talvez por sua experiência como delegado ele sabia exatamente o que fazer. Quando desconfiou de alguma coisa ligou pra mim e Jonas. Eu e ele fomos em disparada pra um local muito estranho em que Jonhy estava. Era uma lanchonete muito chique na orla da Ponta Negra.

Quando nos encontramos os três fomos na surdina e vimos Sabrina e Jonhy juntos. Eles brindavam e conversavam de um jeito diabólico, houve uma hora em que Sabrina colocou o dedo na cara do Jonhy e ele por sua vez bateu na mesa. Parece que discutiam. Depois os ânimos ficaram mais calmos e vimos Sabrina tirar um envelope, que supomos que era dinheiro e não era pouco e o entregou.

Meu sangue ferveu. Por mais idiota que eu fosse, estava na cara que ela tinha pago a ele pra desfazer meu namoro com Fernando. Minha cabeça começou a ferver e eu num impulso me levantei, queria tomar satisfação e encher a cara deles de porrada, mas fui segurado bruscamente por Mattos, que me puxou e me escondeu dos dois.

“Eu entendo a sua ira Cris, mas não coloque tudo a perder agora. Você precisa aprender a ser frio e calculista como eles”.

“Eu quero matar, desmascarar esses dois desgraçados”.

“Se você for lá agora eles inventarão uma desculpa e Sabrina ainda pode deixar você em maus lençóis, dizendo que você a agrediu gratuitamente”.

Jonas me abraçou e disse “Amigo, vamos manter a calma e vamos pensar bem no que iremos fazer. É a sua vida e a do Nando que estão em jogo. É a felicidade de vocês”.

“Meu Deus, agora eu consigo ver tudo claramente. Foi um golpe e teve o dedo do Chefe, do Jonhy e da Sabrina. Eles se uniram pra acabar comigo e com o Nando. O chefe me disse que iria se vingar, a Sabrina ameaçou o Nando, e o Jonhy deve ter agindo por grana. Como eu sou idiota”.

Os dois saíram como se nada estivesse acontecendo. Percebi um sorriso macabro em Sabrina e uma cara de dissimulado do Jonhy. Meu estômago embrulhou e minha cabeça rodou. Eu desabei a chorar e Jojô tentava me acalmar.

“Meu Deus, o que eu fiz com o Nando? Todo mundo acreditou nele e eu simplesmente o abandonei, o condenei sem chances de defesa. Ele me implorou e eu fui tão cego e cruel”.

“Calma bicha não chora, senão eu choro também e vou borrar minha maquiagem”.

Eu ria e chorava ao mesmo tempo com as palhaçadas do Jonas, mas foi isso que me segurou. Fomos pra mesma lanchonete, tomei um suco e aos poucos fui me recompondo. Então Mattos foi tomando conta de tudo.

“Então Cristiano, o que você pretende fazer?”.

“Primeiro eu preciso ficar frente a frente com o Jonhy, ele vai ter que me contar todos os detalhes e eu vou arrancar tudo dele, nem que pra isso eu tenha que quebrar todo os dentes dele e jogar fora”.

“O Cláudio poderia dar uma prensa nele. Como delegado ele teria um jeitinho especial pra fazer isso, né amor? Falou Jonas.

“Bem, isso não é exatamente legal, ou seja, sem respaldo da lei, mas pelo meu amigo eu o faria sim. Pode deixar que eu cuido disso e vou obrigar o safado a confessar”.

“Não Mattos. Não Jojô. Eu quero fazer isso. Eu quero ficar frente a frente com o maldito do Jonhy. Se ele pensa que eu sou uma mosca morta ele está muito enganado. Eu vou pegá-lo de surpresa que ele não vai ter como escapar e eu vou amolentar ele na porrada, vou tirar sangue daquele vagabundo”.

“Então vamos planejar tudo em mínimos detalhes agora. Eu já tenho uma ideia. Você tem certeza que queres fazer isso Cristino?”.

“Não só tenho certeza, como eu preciso fazer isso. Eu devo isso a mim e ao homem que eu amo”. E passamos o final da tarde planejando meu encontro com o Jonhy.

O plano era muito simples. Nós iríamos à academia onde Jonhy malhava. Pela manhã poucas pessoas frequentavam. Quando ele entrasse sozinho no vestiário eu apareceria de surpresa e o obrigaria a contar tudo, eu estava disposto a tudo pra saber a verdade. E assim o fizemos.

Mattos ficou observando-o entrar no vestiário e quando ele fez isso me deu um sinal (ele era o único que Jonhy não conhecia pessoalmente). Eu entrei sorrateiramente. Jonas colocou um aviso que dizia “em manutenção, por favor, use o outro vestiário”. Estávamos só eu e ele.

Quando me viu arregalou o olho e mostrou surpresa “Andrew? Que bom te ver cara! Você voltou a frequentar a academia e a essa hora? Podemos revezar os aparelhos”.

Eu o olhei com cara de ódio e disparei gritando “Meu nome não é Andrew. Meu nome é Cristiano, seu filho da puta”.

“Que foi brow? Tá louco? Por que você tá me tratando assim mano?”.

Eu respondi gritando “Eu descobri tudo. Agora é só nós dois Jonhy. Te prepara pra apanhar seu traíra”...

Continua...

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