DESPEDIDA DE SOLTEIRO CAPÍTULO 2 – O CASAMENTO

DESPEDIDA DE SOLTEIRO CAPÍTULO 2 – O CASAMENTO

Sou Manolo Fernandes e este conto é inspirado em fatos (sonhos reais). Minha pretensão não é ter notas e nem estar no topo dos melhores escritores, mas, apenas escrever e fazer sonhar, pois sou um romântico sonhador. Este é o capítulo II . E não tem nada de erotismo, mas precisamos dele pra entender melhor o Fernando e nossa história romântica. Vamos nos encontrando e partilhando a vida.

Muitas surpresas, intrigas, emoções e erotismo ainda irão acontecer. E se eu cometer falhas gramaticais me perdoem, eu ainda estou na versão antiga (antes de 2013), rs. Uma meta minha pra este ano é me atualizar gramaticalmente. Também não sou da área de letras e nunca escrevi contos, portanto, peço paciência. E vamos ao conto.

Narrado por Fernando

Sou Fernando Alberto Villaverde, tenho 27 anos, sou empresário e engenheiro civil. Apesar de ser de família rica, herdei de minha avó materna a simplicidade: gosto de música brasileira, de filmes históricos, de futebol, cerveja, samba, carnaval, churrasco e de uma boa corrida e aventura. Sou um amazonense da gema, nascido em Manaus, mas criado até os 12 anos numa fazenda. Embora eu construa prédios, adoro a natureza. Minha história começa realmente com a morte de minha mãe e eu vou morar com meu tio Olavo na capital. Mesmo na minha saída da fazenda, meu pai nunca demonstrou carinho por mim, o que me fez batalhar pra ser realmente independente. Me formei em engenharia Civil, aos 22 anos. Vendi um apartamento que tinha herdado de minha avó e comecei uma empresa de construção civil juntamente com dois sócios, Thiago e Glauber. Trabalhamos muito, mas em 5 anos conseguimos nos fincar no mercado, construindo uma firma bem sucedida e em franca expansão na Região Norte (Amazonas, Acre, Pará e Rondônia). Meu grande sonho é ser pai e vou conseguir em breve, pois estou noivo de uma moça linda. Mas a vida traz grandes surpresas, pois eu inventei uma loucura em minha cabeça e decidi ter uma Despedida de Solteiro Especial. Eu explico: sempre tive curiosidade em saber como seria transar com homem, mas nunca tive coragem, então, como não queria viver a minha vida sem experimentar essa aventura, liguei pra uma agencia especializada e contratei um garoto de programa. Claro, seria uma zoação, meteria e acabou-se, mas tive uma grata surpresa: o rapaz que me enviaram era simplesmente maravilhoso, lindo, perfeito. Fiquei nervoso quando o vi, seu nome era Andrew. Ele simplesmente acabou com minha vida hétero, pois eu confesso que fiquei apaixonado por ele. Seus beijos são de um sabor indescritível, seus olhos cor de mel são fascinantes, seu corpo exala beleza e juventude e eu nunca vi um ser tão completo assim. Um garoto de programa, um profissional do sexo, mudou minha vida devastadoramente.

No dia do meu casamento, num sábado de maio de 2009, saí pouco antes das 7 horas da manhã de um hotel no centro de Manaus. Minha cabeça estava a mil por hora, sentia uma mistura de alegria, sensação de liberdade e medo. Uma coisa que não podia negar era que aquela tinha sido a melhor transa da minha vida e Cristiano não saia de minha cabeça. Seu sorriso, sua pele morena, seus olhos cor de mel (iguais a seus cabelos). Nossa! “Ei para Fernando, já deu né: você teve a melhor despedida de solteiro que um homem poderia ter, agora garoto, concentre-se em seu casamento, que será daqui a 10 horas”. Pensei comigo mesmo. Mas a verdade é que eu não conseguia tirar aquele garoto de minha mente e um um leve sorriso não deixava meu rosto.

Cheguei na mansão dos meus tios onde ainda morava e tomei um belo café da manhã (estava faminto) e fui direto dormir mais um pouco. Tive um sonho estranho: sonhei que estava casando... Peraí... Estava casando com um homem...CRISTIANO. Sonhei com a despedida de solteiro e que casávamos... E por incrível que pareça acordei sorrindo e assustado ao mesmo tempo. “Pow Fernando, até no sonho você fica pensando nesse garoto? Foca no teu casamento cara, daqui a pouco você será um senhor”, dizia pra mim mesmo.

A tarde fui a um salão que tinha como especialidade a beleza masculina. Também queria meu momento de príncipe (pow será que só as noivas têm direito?): cortei o cabelo, fiz barba, manicure, pedicure, recebi massagem relaxante. Detalhe: sempre zoado e acompanhado pelos meus fiéis escudeiros, Thiago e Glauber, que diziam “aí, daqui a pouco teremos mais um senhor na praça”. “ Coitada da Sabrina não terá onde colocar chifre”. Não, ele será um marido exemplar. O que será que as primas irão dizer sem mais um machão na praça”. Realmente até que estava sendo divertida a tarde com meus sócios... Fizemos muitas piadas e contamos muitas aventuras, parecia até uma despedida de solteiro às avessas. Mas a verdade é que a figura de Cristiano não saia de minha cabeça. Bem, depois de tudo pronto fui pra casa me despedir dos meus tios e agradecer por tudo o que fizeram por mim.

Tia Jurema era só alegria e nervosismo, dizia que estava casando um filho e tio Olavo (irmão do meu Pai) me falou “você sabe o quanto eu gosto de você não sabe filho? Quero te dizer que aconteça o que acontecer, eu sempre te apoiarei Nando”. Falou me dando um abraço forte. Era impossível conter a emoção, eu agradeci aos dois pelo carinho e disse que eu nunca esqueceria o que eles fizeram por mim desde a adolescência, que eles eram meus pais de verdade.

Quando terminei de me arrumar olhei no espelho e sorri. Me vi realmente como um senhor sério, já que em termos de comportamento, mesmo não sendo um transloucado eu gostava de aventuras, festas e comia muitas mulheres. Não era um rapaz comportadinho, mesmo sendo um interiorano, que o diga meu amigo Jojô que me tirou de várias enrascadas desde a adolescência. Viajando em meus pensamentos sinto uma mão pesada em meu ombro, olha pra trás e vejo meu pai. “Filho, você está bonitão, parabéns pelo casório e obrigado pelo convite”, falou com uma certa indiferença. “Que bom que o senhor veio pai e obrigado pela presença”, falei com um certo constrangimento. Não sei o porque, mas nunca consegui ser íntimo de meu pai. Entre nós havia um abismo intransponível. Ele foi falando coisas e me dando lição de moral “sabe filho, quando a gente casa deve deixar todo o passado pra trás, assumir responsabilidades, ter postura de homem sério, mesmo dando nossas escapulidas por fora, conto com você ainda pra tocar nosso patrimônio, quero netos, etc, etc, etc...”. Aquilo foi enchendo minha paciência então disparei “Pai, na boa, agradeço o senhor ter vindo ao meu casamento, mas não venho me dar lição de moral. Eu sei tocar minha vida”. Sai o deixando falando sozinho.

Cheguei na Igreja de São Sebastião às 18:30, pois o casamento estava marcado para às 19. Poucas pessoas. Meus tios estavam ao meu lado, depois chegaram meus padrinhos (Thiago e sua noiva) e aos poucos a Igreja foi lotando. Devo confessar que eu suava, estava realmente nervoso, passava um filme em minha cabeça: minha vida na fazenda, a morte de minha mãe, a minha vinda pra Manaus estudar no colégio Dom Bosco, os primeiros dias como um rapaz interiorano que estava perdido em um lugar totalmente desconhecido e com pessoas totalmente diferentes, a adolescência conturbada, as farras e aventuras que eu comecei, sendo chamado pelo meu pai de vagabundo e inconsequente, as conversas com meu tio, o sexo que iniciei aos 15 anos com uma empregada de minha tia. O início da faculdade e como eu era duro, só tinha grana mesmo pra ir a faculdade, as aulas de reforço de matemática que eu tinha que dar pra eu poder farrear e me sentir mais independente. Sim eu era um pobre menino rico. Depois a formatura em que ninguém da minha família foi e a decisão de vender o único bem que eu tinha pra começar a nossa pequena construtora. O trabalho árduo de domingo a domingo até encontrar o sucesso. Nossa, quanta coisa aconteceu nesses 15 anos. Quando finalmente a mestre de cerimônia anunciou que Sabrina tinha chegado. Ela ainda teve o prazer de atrasar 15 minutos.

Quando olhei para a frente, em um lugar afastado o vejo, sim era ele, CRISTIANO, pensei estar vendo coisas, “putz até aqui esse rapaz está aparecendo pra mim”. Fechei meus olhos, balancei minha cabeça e quando abri de novo ele estava realmente lá, com aqueles olhos cor de mel olhando de uma maneira serena pra mim. Aí sim tive motivos pra suar frio. Um misto de alegria, tensão, medo, surpresa. Ele estava lindo, vestido informalmente com uma calça jeans justa preta e uma camisa bege manga longa colada em seu corpo. Ele estava divino. E não sei o porque, mas não estava com medo, estava realmente era surpreso e feliz por poder vê-lo novamente.

A noiva entrou. Sabrina estava realmente linda, uma rainha, com tudo o que tinha direito, véu e grinalda (embora tivéssemos uma vida sexual ativa já há dois anos), vestido brando bordado, uma calda enorme. Um sorriso cintilante. Realmente o casamento é a noiva, todos os olhares se voltaram para ela (o que eu agradeci imensamente). Veio caminhando com muita graciosidade e foi entregue por seu pai a mim. Dali pra frente foi uma cerimônia como já conhecemos: juras de amor, promessas, cantos, sermão do padre, etc. Não houve o tal de “se alguém tem alguma coisa contra”, pois todos nos conheciam e fizemos os proclamas tudo como manda o figurino. Mas eu balancei mesmo quando o padre me perguntou “Fernando Alberto Villaverde aceita Sabrina Helena Tupinambá como sua legítima esposa?”. Fiquei uns instantes de silêncio e por instinto olhei para Cris e ele olhou bem fundo nos meus olhos: lembrei de seu corpo, de seus beijos, de como transei loucamente com ele, de meu gozo, de nossa dança, de nossa conversa, de nossa noite de amor, de como dormi abraçado com ele de conchinha. Aquele rapaz havia me enfeitiçado. O padre perguntou várias vezes e eu em silêncio. Até que sinto um beliscão que me fez despertar do sonho. Sabrina estava me olhando furiosa e eu disse “sim, aceito”. O padre fez a mesma pergunta pra Sabrina e ela aceitou rapidamente (talvez com medo que eu saísse dali correndo, rs), e finalmente trocamos alianças. Assinamos os papéis, tiramos fotos e todos iam até nós nos cumprimentar. Sabrina parecia uma estrela e irradiava felicidade, já eu procurava não perder Cristiano de vista.

Após vários minutos nessa rotina eu notei que ele estava indo embora, me apressei e segurei em seu ombro, ele me olhou com os olhos cheios de lágrimas e falou “desculpe eu ter vindo, eu juro que não queria te causar nenhum mal, seja feliz”. “Que bom que você veio Cris”, disse de maneira serena. “Eu estou tão envergonhado, meu Deus, o que você deve estar pensando de mim, que sou algum chantagista?”. Ele falou com um olhar de muito constrangimento. “Ei, a Igreja é um lugar público cara, para com isso, eu não me senti ameaçado por você, não sei mas..., eu sinto que posso confiar em ti” revidei. “Obrigado Fernando, seu casamento realmente foi lindo”. Quando eu sinto alguém se apoiando no meu ombro e perguntando “Amor, quem é esse aí?”. Fiquei meio sem palavras e comecei a gaguejar “eu, eu, oh, é um...”. “Sou Andrew, um amigo de academia do Fernando, desculpe vir assim, é que eu costumo frequentar essa igreja e por surpresa tinha o casamento de vocês, bem, felicidades a vocês, e ah! Formam um casal lindo”, falou e foi saindo. Até que Sabrina disse “espera, você não está afim de ir à festa? Estamos todos indo pra lá”. “Não, eu, desculpe, nem vim preparado pra ir a uma festa, fica pra próxima”. Disse já se retirando. Mas ela insistiu “faço questão que você vá, seu nome é Andrew de que? Vou deixar seu nome na portaria”. “Andrew Buzaglo”, falou. “Então, vou deixar teu nome na portaria, nos encontraremos na festa e não se preocupe, nem todos irão para festa de terno e gravata. Agora vamos amor?” Sabrina foi me puxando eu apenas sorri e fiz que sim com a cabeça. Pensei comigo “será que ele vai à festa?”. “Não gostei muito desse seu conhecido, alguma coisa nele não me agradou” Sabrina falou. “E por que você o convidou?” Rebati. “Por que eu gosto de manter meus desafetos por perto” ela disse com uma cara séria. E a noite ainda prometia grandes surpresas... Continua....

Comentários

Há 1 comentários.

Por em 2013-03-01 19:31:14
ai conta conta logo o resto muito legal a historia