Entre Quatro Paredes - S01C01: Piloto

Conto de Lukas.(Lukinhas) como (Seguir)

Parte da série Entre Quatro Paredes

Capitulo 1

Deitado em minha cama, pensando em como a vida é dura pra algumas pessoas e como é mais dura ainda pras pessoas que não fazem mal a ninguém e esse era eu, parece que o mundo todo está contra mim e o único lugar em que eu me sentia bem era na minha casa mais especificamente em meu quarto, entre aquelas quatro paredes fazia o meu mundo, no qual eu podia ser eu mesmo e fazer as coisas que eu gostava, mergulhava totalmente no meu mundinho onde meus melhores amigos eram os livros, o celular e meu notebook, eu sempre fui apaixonado por livros de romance, drama, filmes e séries do mesmo gênero e também de terror, más naquele dia deitado em minha cama observando o teto de gesso me veio na cabeça que no dia seguinte teria que voltar a mesma rotina de sempre, estava acabando as ferias e teria que voltar às aulas, teria que viver tudo novamente, todos os "colegas" do ano passado estariam lá, todas as pessoas que eu não fazia a menor questão em ver, não que eu seja um menino que não gosta de estudar, muito pelo contrário eu adoro estudar aprender coisas novas era muito bom. Meus pais quase não viviam em casa, “coitados”, passavam o tempo todo trabalhando e não tinham tempo para me dar a atenção que um adolescente precisa, eu sempre fui um menino solitário que vivia viajando nas minhas fantasias e sonhos, o que eu mais gostava de sonhar era que um dia séria amado por alguém além dos meus pais.

Já tava me esquecendo, meu nome é Daniel, tenho 15 anos e faltam alguns dias para mim completar 16, sou a um pouco alto 1,75, magro, pele branquinha, meus cabelos eram loiros escuros com algumas mechas claras, e caídos sobre a testa e um pouco arrepiado, olhos pretos, boca vermelha e molhada, e uma bundinha arrebitada. Como eu já disse sou um menino que vive só, meus pais quase não param em casa, trabalham e trabalham, e não tem tempo pra me dar atenção, eu sempre fui um exemplo de nerd, sempre tirava as melhores notas da sala, entregava os trabalhos respondidos corretamente e era exemplo pros professores, o ano passado foi muito difícil pra mim, todo mundo pegava no meu pé, me chamavam de nomes horríveis e me tratavam com preconceito, me chamavam de viado de marica e todas as ofensas que existem, chegavam até a me bater e eu apavorado com ameaças preferia ficar calado e não contar à ninguém o que estava sofrendo.

Na minha sala havia um menino lindo, e eu me sentia totalmente atraído por ele, acho que estava apaixonado. Ele era forte, alto 1,85, cabelos pretos e espetados pra cima, olhos castanhos, pele branca um pouco menos que a minha, e vestia-se muito bem, um típico descolado, ele era muito popular e era a pessoa que mais me fazia mal, mais agora vocês me perguntam, porque eu era, quer dizer, sou apaixonado por um garoto que me faz mal e me magoa, a resposta é simples a gente não manda no coração, apesar dele me tratar desse jeito eu sempre o perdoava e me derretia quando ele falava comigo, até quando era pra falar palavras de ofensa eu sempre ficava todo bobo.

O nome desse menino é João Pedro o JP, desde o oitavo ano que eu estudo com ele, e desde então sou louco por ele, porém nunca tive coragem para falar com ele sobre esse assunto, ele tem uma pose de machão e se eu tivesse a ousadia de falar com ele, era porrada na certa. Ele tem dois amigos o Thales e o Jonas são iguais a ele ou até pior também não me deixam em paz. O Thales é alto 1,80, forte, cabelos pretos, olhos castanhos e pele morena clara, Jonas é o mais baixo dos três 1,65 m, cabelos cacheados pretos, pele branca, olhos castanho escuro. O Jp tem uma namorada que se chama Agatha também estuda na nossa escola só que em uma sala diferente é muito bonita cabelos castanhos levemente ondulados nas pontas, olhos azuis, pele bronzeada, alta da altura do Jp, e também é uma peste igual aos outros da sua turma, pro meus azar ele andavam praticamente o tempo todo juntos e pro meu azar eles sempre estavam atrás de mim.

Eu sempre fui muito cuidadoso com as coisas, quando os meus pais estavam em casa eu fazia de tudo para agrada-los, eu procurava sempre um jeito de retribuir o que eles faziam por mim já que eu sou filho único. Quando eles estavam doentes eu cuidava deles fazia carinho e não saia do lado deles até que melhorassem.

Estava distraído perdido em meus pensamentos quando ouso o meu celular tocar, o pego e olho quem é, vejo que é um numero desconhecido então já fico nervoso, ninguém nunca liga pra mim a não ser meus pais então atendo e já começo falando.

Eu: você ligou errado!

E antes que eu desligasse o telefone a pessoa se pronuncia e fala.

Pessoa: oi amorzinho, pronto pra voltar às aulas.

Eu: João Pedro? É você.

Pessoa: haha conhece minha voz é viadinho - falou em um tom de deboche.

Eu: claro que sim, afinal são dois anos de brincadeiras sem graça, porradas, palavras preconceituosas e tudo mais que eu nem preciso dizer.

Jp: calma amorzinho, não precisa ficar bravinho não - falou com falsidade.

Eu: fala logo o que você quer.

Jp: nada não só queria saber se você tá pronto pra começar as aulas apanhando, não via a hora de esse dia chegar, pra eu poder socar essa sua carinha de anjo.

Eu: se era só isso, tchau e boa noite.

Desliguei o telefone e voltei a pensar, meu Deus me ajude a suportar essa vida, eu não sei o que eu fiz pra merecer isso, o menino que eu sou apaixonado é um babaca e não sei por que ele me trata assim eu nunca fiz nada a ele nunca nem si quer dirigi a palavra a ele, e ele me tratava com socos e pontapés.

Dormi pensando em tudo que se passava. Acordei no dia seguinte com o celular despertando, logo me levantei fiz minha higiene e fui me arrumar, peguei aquele uniforme brega e sem vida e vesti, coloquei meu allstar e dei uma arrumadinha em meus cabelos, desci para a mesa do café e como sempre meus pais já haviam saído para o trabalho, minha mãe carinhosa como ela era deixou um bilhete em cima da mesa e nesse bilhete estava escrito.

"Filho espero que tenha acordado bem, como sempre tive que sair bem cedo, más deu tempo de preparar o café do meu filhote, espero que tenha um bom dia e que comece as aulas muito bem.

Ps: te amo."

E debaixo do bilhete havia um dinheiro que ela sempre deixava pra eu comprar lanche ou qualquer coisa que eu precisasse, pois eu só a veria de novo à noite. Terminei o meu café da manhã e fui andando pra escola, a escola não era tão longe de casa então fazia questão de ir a pé, minha falecida avó sempre dizia “nada melhor do que uma boa caminhada logo cedo" e eu sempre que andava de manhã lembrava dela e dos seus sábios ensinamentos. Chegando à escola estavam todos aqueles "colegas" do ano passado, na medida em que eu ia andando pelos corredores ia notando os olhares direcionados para mim, porem eu fazia de conta que não era comigo e ignorava. Cheguei à sala que eu estava fadado a entrar por todo aquele ano e me sentei na primeira fileira na ultima cadeira do lado esquerdo que ficava perto da parede e também perto das janelas, que davam a visão inteira da quadra de esportes da escola. Aos poucos os outros alunos foram chegando e se acomodando em seus devidos lugares, eu sabia que tava faltando alguém e esse alguém passou pela porta, estava simplesmente lindo até mais lindo que ano passado era o Jp ele veio e se sentou logo atrás de mim e eu pensei (ferrô, ele sentado atrás de mim não pode ser coisa boa) e eu ficava mais nervoso quando pensava que ele sentaria ali pelo resto do ano.

Jp: iai viadinho, bom dia.

Eu: bom!

E nesse momento a professora entra na sala e eu dou graças a Deus por não ter que continuar aquela conversa, ela se apresenta e depois pede que cada um se apresente e todas aquelas baboseiras de sempre. Para o começo das aulas até que foi legal, o tempo passou bem rápido e em pouco tempo já estava na hora do recreio, eu sai da sala pra comprar um lanche e o mesmo não me fez muito bem, na hora da aula eu fiquei com um enjoo horrível e tive que pedir pra professora me deixar ir ao banheiro, ela me deu permissão e eu fui correndo, chegando ao banheiro vomitei tudo que havia comido no café e no lanche, más felizmente o meu mal estar passou, estava lavando a boca na pia quando escuto alguém chegando, era o Jp ele ficou encostado em um dos boxes e eu pude perceber que ele estava olhando pra mim, ainda mais que eu estava inclinado sobre a pia e era quase impossível não olhar pra minha bunda que era bem grande e empinada. Terminei o que estava fazendo e ia saindo rapidamente sem falar nada, quando ele me chama e fala.

Jp: pera ai, aonde você vai, eu não dei permissão pra você sair daqui não.

Eu: cara, por favor, não faz nada comigo não, pelo menos não hoje.

Jp: você nem sabe o que eu vou fazer

E foi se aproximando de mim cada vez mais, eu podia sentir a sua respiração bem perto de mim, eu estava com os olhos fechados esperando que ele me batesse, e se aproximou ainda mais e eu pensei (será que ele vai me beijar) quando ele me puxa pelos cabelos me leva até a parede de uma forma que eu não conseguisse sair e eu novamente fecho os olhos e sinto um soco no estomago e nesse momento caio no chão sem fôlego e ele fica me olhando com uma cara de satisfação, como se ele precisasse daquilo pra ficar feliz ainda deitado no chão vejo ele se abaixar e puxar novamente meus cabelos levantando minha cabeça fazendo com que eu olhasse para o seu rosto e em meio sorrisos cínico fala.

Jp: seja bem vindo a mais um ano nessa escola otário.

E saiu sorrindo, fiquei mais alguns minutos ali, e chorei primeiro porque eu estava sofrendo com aquela situação e segundo porque eu me odiava por amar justamente o babaca que sempre me faz mal. Depois de algum tempo ali recuperando o fôlego, volto para a sala entro e penso. “Burro, burro, mil vezes burro, como eu pude pensar que ele iria me beijar" não quis saber mais de nada nem prestei mais atenção na aula que se passou bem rápida e logo já estava indo embora, depois daquela hora no banheiro não o vi mais e pude voltar despreocupado pra casa, más com um pensamento perturbador na minha cabeça.

“Meu Deus, o que eu vou fazer agora, amanhã ele vai estar lá, puts agora que eu não fico em paz, porque minha vida tem que ser assim?”

Apesar de ele me maltratar, me chingar me humilhar o meu coração não era capaz de odia-lo ou de guardar rancor, mais tudo o que ele fazia de mal pra mim me fazia ficar mais apaixonado ainda e tudo o que eu queria era poder fazer era arrancar aquele sentimento do meu peito, um sentimento que me fazia sofrer e que magoava.

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