A descoberta -Parte 2

Parte da série Segredo de um estranho

-Qual é, quem é você?

Ele me fuzilou com aqueles lindos olhos, não conseguir abri a boca para responder. Ele ainda espera minha resposta impaciente, eu estava hipnotizado pela sua beleza.

-É... Desculpe, eu sou o Luiz, seu primo.

Observou-me por um minuto e falou com em um tom irônico.

-Hum, seja bem vindo a essa maravilhosa casa.

-Obrigado. Eu vou tomar um banho, a viagem foi cansativa.

- Vai lá moleque.

Não gostei nem um pouco no tom que ele falou, quem esse idiota pensava que era para me tratar assim. Ele era muito arrogante. E eu não era nenhum moleque.

Eu me virei sem olhar para trás, bem que eu queria contempla mais um pouco do seu corpo. Espera como assim? Por que sentir tesão por esse cara, ele era muito irritante.

Tomei um banho, e fui até a sala, lá estava minha prima assistindo algum programa que eu não lembro qual, minha tia estava na cozinha, e meu tio não sabia onde estava.

-Está com fome Luizinho?

Minha tia falou quando me viu. Eu estava com fome sim, mas fui educado.

- Tia, não precisa se incomodar.

-Deixa de ser bobo, agora aqui é sua casa, pode ficar a vontade.

- Pode deixar tia, mas respondendo a sua pergunta, estou com fome sim.

-Então daqui a pouca estar pronta à comida.

Voltei para sala e sentei perto da minha prima, ela desligou a tv e ficamos conversando sobre tudo.

Até que chegou um assunto chato, mas eu estava muito curioso.

-Eu encontrei seu irmão pelo corredor.

- Ele falou com você?

-Sim, tem motivo para ele não fala?

-Não, mas ele é estranho.

Ela por um momento se fechou, tentou disfarçar alguma coisa e falou.

- A sei lá, ele é problemático, mas Luiz...

- Oi?

- Fica longe dele, para seu bem.

-Ele tem alguma doença? Ou alguma coisa parecida?

- Não, mas não confio nele.

Caramba, aquela revelação mexeu comigo, como uma irmã pode sentir isso do irmão mais velho, aquilo me deixou muito

confuso. Mas pensando bem, claro que ela podia sentir isso do irmão, pelas suas atitudes até o Papa não iria confiar nele.

- Mudando de assunto, você também estuda prima?

- Sim, faço fisioterapia, vou para o segundo ano.

- Que faculdade?

- A mesma que a sua, quando soube que você passou lá fiquei muito feliz, agora tenho companhia para ir para faculdade. E

papai falou que vai dar um carro para nós.

- Nossa que bom, mas não é exagero? Não podemos ir de van, ou ônibus?

- Não, carro é mais confortável, e você tem carteira de motorista?

- Sim, tirei faz poucos meses.

- Então, posso te ensinar a andar na cidade grande, se vai ver como é uma loucura aqui.

Ela deu um mega sorriso e ri junto. Era muito agradável ficar ao seu lado, sentir que nós iríamos nós dar muito bem. Ao

contrario do seu irmão.

- Crianças! A comida está pronta.

A minha tia grita na cozinha.

Todos foram para a mesa, ate meu tio apareceu nessa hora, mas ainda faltava o Douglas, muito estranho isso, parecia que ele era o inimigo da casa.

Ele não apareceu para minha decepção, quando eu deitei na cama, fiquei pensando por que eu estava tão ansioso por esperar ele no jantar? Minha cabeça não funcionava direito, eu estava perdido em meus pensamentos, ate que ouço gritos vindos do quarto da frente, me levantei e fui observar, abri de leve a minha porta, deixando um espaço que dava para ver alguma coisa.

- Já te falei um milhão de vezes para você arrumar um trabalho, sair desse quarto e vai ter uma vida seu vagabundo.

Era meu tio muito alterado, ele estava com o rosto vermelho, cuspia quando falava, ele estava no quarto do Douglas, minha tia estava junto, e sua cara era feia também.

- Eu não devo satisfação do que eu faço, essa casa também é minha.

O Douglas falou no mesmo tom do seu pai.

- Não é sua não, essa casa é nossa, e para viver aqui tem que seguir as regras.

Quando o Douglas ia debater alguma resposta minha tia viu a porta aberta e fechou, deixando-me olhando só para o pedaço de

madeira que separava daquele ambiente tenso.

Aquele cara tinha sérios problemas mesmo, resolvi deixa-lo de lado, e pensar que amanha era meu primeiro dia de aula e tudo iria ocorrer bem.

Naquela mesma noite de madrugava sentir sede, levanto e fui até a cozinha beber água, chegando lá, abro a geladeira, e acendo a luz para pegar um corpo. Quando eu olho para trás, tomo o maior susto da minha vida, o Douglas estava com um prato na mesa, estava comendo sua janta as 3 da madrugada.

Minha respiração estava ofegante, tentei falar alguma coisa, mas falei gaguejado.

- Desculpe... não queria... te incomodar.

- Menino tão educado você é, fica a vontade, como mamãe disse, essa casa também é sua agora.

O seu tom de ironia me irritava muito, ele queria me machucar de alguma maneira, mas eu não sabia por que.

Peguei minha água e sair do ambiente sem fala nenhuma palavra, apenas sentir seus olhos na minha costa esperando uma

resposta ou uma reação.

Voltei para a cama com muita raiva daquele cara, ele mexia comigo de um jeito único, senti vontade de voltar lá e quebra a

sua cara. Mas um desejo mais impassível e louco veio, que na mesma hora que sentir vontade de bater, também sentir desejo de puxar seu corpo contra o meu, e lançar um beijo na sua boca, linda e carnuda.

Tratei logo de afogar esse sentimento, ele era um idiota, e eu era homem, não gosto de outro homem, isso não podia acontecer.

Logo amanheceu, tinha dormindo muito pouco, mas fui acordado pelos gritos do meu tio.

- Acorda seu imprestável, levanta logo dessa sua cama, e vai caçar alguma coisa útil para fazer.

Fiquei na minha cama, esperando aquela discussão terminar, sentir vergonha, e minha porta se abriu.

-Desculpe seu tio, é o Douglas que não coopera.

Era minha tia, ela se sentou na minha cama.

-Tia, ele sempre foi assim? Desculpe, mas eu percebi que ele é um pouco sarcástico.

-Ele te tratou mal?

Ela perguntou indignada, logo não sei por que tentei contornar a situação.

-Não, só que não conversamos direito.

-Luizinho, ele era um menino de ouro, quase igual você. Mas ele mudou há alguns anos para cá, ele largou a faculdade, e

vive na rua, não para em nenhum emprego, eu e seu tio não sabemos o que fazer.

Ela estava desesperada, quase chorando. Sentir pena dela. Não sabia o que falar e disse.

-Tia, tenha fé em Deus, se vai ver que ele vai criar juízo.

-Assim espero. Nossa tem razão de tudo mundo te elogia, você é um anjo, tomara que essa casa fique melhor com a sua

presença.

E assim ela saiu se despedido me dando um beijo no rosto. Logo fui para o banheiro, que infelizmente teria que dividir com meus primos.

Passei pelo corredor e me arrisquei a olhar para seu quarto, lá eu vi uma coisa estranha, e me deu a louca de entrar para ver o que era. Seu quarto era todo verde, tinha alguns pôsteres de banda, e personagem de animação. Tinha a cama de casal,

seu armário, uma estante com seu notebook, e um piano, um lindo e belo exemplar, que devia custar muito caro. Sempre fui

apaixonado por piano, mas nunca tive a oportunidade de aprender a tocar.

Eu estava passado os dedos pelas suas teclas, que produziram alguns sons, e não escutei a porta se fechar, e sou levanto bruscamente de susto a olhar para quem tinha falando comigo, em um tom calmo, mas autoritário.

-Acho que deixaram você muito à vontade nessa casa em.

Era meu primo, e quando olhei para seu corpo, meus olhos iluminaram para ver ser era verdade mesmo. Ele estava de toalha, tinha acabado de sair do seu banho. Seu corpo bateu todas minhas expectativas, era todo perfeito, sua barriga tinha vários gomos, seu peitoral era forte e largo. Resumido era um Deus grego.

Eu ainda estava parado, só olhando para seu corpo e ele percebeu isso e falou.

-PRIMINHO! Acho que você não leu o aviso na porta né?

Eu sabia que estava ferrado, tinha entrando na toca no leão. Eu já tinha acordado do transe, agora estava branco, pensei

que ia ter um treco.

-A foi mal...

- Foi mal o caralho, seu moleque. Sair agora do meu quarto. E nunca mais entra aqui.

Ele chegou perto de mim, dava para ver que estava muito irritado, fiquei com medo de ele me bater. Com a sua aproximação sentir meu corpo ficar quente, estava mole e respirando muito fundo. Ele chegou tão perto que sentir seu cheiro recém-saído do banho, cheirava sabonete, era delicioso.

Não falei nada, e sair de lá quase correndo. Sentir-me um idiota. Aliás, eu era um idiota por ter que me permitido entrar

naquele quarto. Fui para o banheiro para esfriar a cabeça, estava muito nervoso. Minha vontade era de chorar, e ir embora para minha casa. Por que eu estava tendo esse sentimento por meu primo? Por que ele era tão intrigante e misterioso. Sabia que de trás daquela família, existia um segredo que envolvia o Douglas. E aquilo estava me matando. Sentei no chão do banheiro e fiquei por alguns minutos, mas tive que sair para me trocar e ir para a faculdade, talvez isso fosse me distrair.

Quando sair do banheiro, fui para meu quarto e me troquei de roupa. Estava me sentindo melhor com a ideia de sair um pouco daquela casa, indo para a porta pronto para ir para a faculdade, alguém bate nela. Achei que fosse minha prima em avisando que estávamos atrasados, e abro a porta, terminado de me arruma e falo.

-Prima, já to indo, só falta-me...

Parei quando olhei para aqueles olhos me avaliando.

-Desculpe te informar, mas sou o Douglas... e se usa a palavra primo para o sexo masculino.

A que bom que ele tem senso de humor, mas será que ele tinha indo para escola algum dia? Pensei em fala, mas ele deu um belo sorriso, que me desarmou. Pela primeira vez, tinha visto um sorriso dele de verdade, não aqueles irônicos que ele sempre usa. Parecia que era sincero aquele.

Na hora eu corei, e fiquei em silencio.

-Vi só te pedi desculpe pelo que te falei antes, e que não gosto mesmo que entre no meu quarto, e mexam nas minhas coisas.

Puts, ele estava perdido desculpa? Era isso mesmo que eu ouvi? Fiquei indignado com isso, à supressa foi tanta que não consegui fala nada, a não ser um “não foi nada”.

Mas ele ainda continuava na porta, me encarado, seu sorriso tinha indo embora, mas ele não estava serio. Seus olhos me avaliavam em todos os movimentos mínimos meu.

-Olha, mais tarde queria conversar com você - Ele parou um pouco e continuou- Quero conhecer meu primo.

Nessa hora saiu estranho o que ele disse, e me confundiu ainda mais, será que eu iria aguentar isso.

-Sim, mais tarde nós conversamos- Consegui falar sem gaguejar.

Então ele me olhou e mordeu o lábio inferior e saiu da minha porta. Deixando-me lá igual um otário parado, pensando se acreditava ou não no que tinha acontecido.

Até que minha prima chegar e para na porta.

-O que aconteceu? Esqueceu que começa 8 horas as aulas? Vamos que estamos atrasados.

Eu acordei da hipnose, e ela deu um sorriso e saiu. Rapidinho peguei minha bolsa e a seguir.

O caminho demorou uns 30 minutos, não estava acostumado com o transito assim. Minha prima falou a viagem toda, eu fingia que escutava, mas meus pensamentos estavam no que tinha acontecido mais cedo. Ele me intrigava profundamente, não sabia o porquê. Ele era assustador, não sua beleza, ela era perfeita, mas por dentro dele, tinha medo de olhar demais em seus olhos e eles secarem minha alma.

Fiquei nervoso com aqueles pensamentos, nunca me vi assim. Queria que fosse diferente, que fosse mais fácil. Mas não era.

-Chegamos- disse minha prima parando o carro no estacionamento.

-Posso assumir que estou com medo?

Falei dando um sorriso torto para ela, eu não estava com muito medo, seria normal o primeiro dia de aula, nunca tive

problemas com isso. Amava fazer amizades.

-Pode, mas lembre-se que eu to no seu lado.

Ela falou segurando a minha mão.

-Você é uma fofa, se precisar eu te chamo.

-Cuidado com os trotes, é proibido aqui, mas eles sempre dão um jeito de fazer você pagar algum mico.

Nós rimos e cada um entrou em seu pavilhão. Eu só não sabia qual era minha sala, mas era só olhar o número que era 27, e iria descobri fácil. Mas esses números ficavam em cima da porta, o que fez eu fica andando olhando para cima, o corredor estava um pouco cheio de gente, fiquei olhando para achar minha sala.

-Cuidado!

Alguém gritou, mas era tarde demais, trombei com um bebedor de água. Fazendo-me cair no chão, na hora eu fiquei morrendo de vergonha. Todo mundo estava olhando para mim. Lindo, no primeiro dia e já pago um micão desse.

Olhei ao redor e algumas pessoas estavam rindo de mim, outras tinha voltado o que estavam fazendo, mas um ficou me

observando serio.

Era um cara bonito, mas não tanto, devia ter uns 19 ou 20 anos, loiro, de olhos verdes, corpo médio, um pouco alto. Ele

chegou mais perto de mim, me ajudando a levantar e falou.

-Na próxima se ouvi o aviso, e para.

-Você que gritou?

Ele me deu uma olhava de tédio e continuou.

-Bom, você deve ser calouro né? Seja bem-vindo, meu nome é Eduardo, e to no 3ª ano.

-Meu nome é Luiz.

Nós nos cumprimentando, e ele perguntou qual era minha sala e me ajudou a achá-la.

-Vai ter um churrasco depois da aula para vocês bichos, aqui o endereço.

-Vai ter trote?

-Claro que não, é proibido.

Ele me olhou com um sorriso, eu retribuo e falei.

-Prazer em te conhecer Eduardo.

-O prazer é meu, e cuidado com os bebedores de água.

Ele falou dando uma gargalhada, eu rir sem graça para ele. Filho da mãe, rindo da minha desgraça, mas o achei gente boa,

sabia que iríamos ser bons amigos.

Entrando na sala de aula, tudo àquilo era novo para mim. Para começar a sala era enorme, me assustei com tantas pessoas assim.

Escolhi um lugar no meio da sala, e esperei o povo entrar. Tinha gente de tudo que era tipo, muitas meninas, varias delas olhavam para mim e ria, sabia que iria me dar bem.

Ai que entra um cara, ele usava óculos e era todo atrapalhado, baixinho e magro, um típico nerd. Sentou na minha frente.

-E ai cara- Falei em um tom amigável.

-E ai, bom- ele olhou para mim serio.

Começamos a conversar alguma coisa, mas ele não era muito de papo e logo o professor chegou. Começou aquela mesmice de sempre, todo mundo se apresentou e depois de todos os professores passam os planos de ensino, o sinal toca, e vamos todos embora.

Encontro minha prima e falo sobre a festa. Ela ficou meio em duvida, mas falou que ia comigo.

-Vai ser divertido- Ela disse com um sorriso em um tom misterioso.

Continua...

Comentários

Há 1 comentários.

Por _-_Luciano_-_ em 2013-03-12 04:54:38
Ganhou um fã, rsrsrs, parabéns seu conto tá otimo! Tô sentido que a história promete. Bjos ass: Luciano