Prólogo

Parte da série Vírus do Amor

Eu estava para desligar o computador quando a janela do facebook subiu, anunciando que alguém me chamara para uma conversa.

Perrie diz: "Por que não entrou no Curtimentar hoje Gabriel?"

Dou uma leve risada, mas não enviei o custumeiro "Kkk" como resposta.

Curtimentar é um aplicativo criado por Perrie e seu namorado, e que já estava virando modinha para o IOS.

Você diz: "Não tive tempo :( estava fazendo um trabalho para a faculdade."

E isso era verdade. Okay, parte disso era verdade. A parte verdadeira era que eu estava fazendo um trabalho, a parte falsa era a que eu não tive tempo.

Dei de ombros, não sentindo nem um pouco de remorso por mentir, até por que remorso não é algo que eu costume sentir.

Perrie diz: "Então vá para lá agora mocinho!"

Mandei um OK para ela e peguei o meu iPhone. O aplicativo estava na primeira página. Abri o aplicativo, e apareceu a habitual mensagem:

"Curtimentar: conectado com sucesso."

Haviam 27 postagens não verificadas, 6 comentários em uma portagem minha e 9 opções curtir.

Postei: "Estou aqui por pura obrigação, não falem comigo."

Houve 7 curtidas e 2 comentários dando risadas. "Eu mandei não falarem comigo, vou passar aids pra vocês u.u"

Nenhuma curtida, 1 comentário: "Hahahah, anexa a aids num e-mail e envia como spam pra todo mundo"

Sorri - talvez eu tenha gargalhado - e respondi: "Ótima ideia, agora se houver uma epidemia de aids no mundo, pode se considerar culpado"

Segundos depois: "Claro, pode me usar como rato de laboratório Meu nome é Igor e o seu?"

"Gabriel, de onde é?"

"Maracanã e ti?"

"Belo Horizonte, meio longe não?"

"Com certeza, mas nada em exagero. Seria abuso pedir seu número de telefone?"

"Seria estranho, mas como já estou saindo do Curtimentar não vou ligar para estranhisses."

"Passa pelo privado"

Iniciei uma conversa com Igor no bate-papo e mandei o número do meu celular. A foto de perfil de Igor chamou minha atenção. Um rapaz - que presumi ser o próprio Igor - com uma camisa do Nirvana, olhos castanhos e cabelos castanho-escuro levemente bagunçado. Ele sorria e arqueava uma das sobrancelha deixando estampado em sua cara um ar misterioso e sexy.

Passei meu número e me despedi, querendo ficar mais.

Encerrei a conexão com o Curtimentar e fui desligar o computador.

Coloquei o celular no bolso e desci para a cozinha. Revirei a geladeira atrás de algum doce, já que havia jantado quando cheguei da faculdade. Peguei um pote de doce de leite, e meu celular vibrou no bolso.

- Alô? - Falei, sem nem olha o identificador de chamadas.

- Desculpa incomodar, só queria ter certeza que você passou o número certo.