Meu Melhor Inimigo

Conto de love story como (Seguir)

Parte da série Depois da Tempestade

Eu era fraco, falho, idiota e sensível o bastante para estar ali. Meus braços e pernas tremiam, e minha vontade era de se jogar daquela mesma janela, à 7 metros de altura do chão, mas haviam grades na janela, dando a mim a única opção restante, e agora utilizada: me trancar na cabine do banheiro e cortar, pela milésima - ou mais - vez os meus pulsos, em um ato de descarregar a raiva.

O chão do banheiro estava manchado de sangue mesmo com os pedaços de papéis que eu havia posto.

Meu nome é Thiago, e estudo em uma escola particular renomada do estado de São Paulo. Mas não sou um aluno mensalista. Ganhei essa bolsa graças ao emprego do meu pai como professor de biologia na escola.

Saí da cabine e lavei os pulsos. A água fazia os cortes aderem.

Puxei a manga da blusa para baixo, para cobrir as marcas.

Voltei para o laboratório de biologia, onde os alunos aprendam como extrair DNA de uma fruta.

Olhei diretamente para Jhon. O maior, melhor e mais impiedoso dos meus inimigos. Aquele que fazia a verdade parecer tão falsa quanto a mentira, e a mentira tão verdadeira a ponto de fazer qualquer um acreditar nela.

- Que bom que você voltou à aula filh... Thiago. - Papai se corrigiu. - Sente-se, estamos quase concluindo o processo de extração.

Sentei-me na carteira dupla, ao lado de Karina, uma menina CDF, de óculos fundo de garrafa e aparelho nos dentes, mas que era melhor que qualquer um ali naquela classe.

- Olha o casal vinte - Gritou Jhon - Não são perfeitos um pro outro?

A classe riu no mesmo instante em que eu o fuzilei com os olhos.

- Ah não esquece... - disse Jhon - Ele é viado.

E a classe caiu na gargalhada.

- Como vai o emprego na boate? Anda tirando muito a roupa?

- Quem te contou? A sua mãe? Acredite: é mais interessante ver ela tirando a roupa. - retruquei.

Ele se calou, me dando tempo para colocar os pensamentos em ordem.

Meu pai fingia não ouvir a conversa. E talvez, ele estivesse com razão, afinal, Jhon é o filho da diretora.

A sala estava em silêncio, e aquele foi o momento mais feliz desde o começo do no letivo.

Mas é claro que estava bom de mais para ser verdade.

Jhon lançou a fruta dele (uma maçã) em minha direção. Fechei os olhos e esperei o impacto da fruta na minha cabeça.

Comentários

Há 2 comentários.

Por hugo em 2014-07-10 15:40:34
parece ser bem interessante !!!!
Por Contista Crônico em 2014-07-10 14:51:35
Gostei, gostei! Muito bem escrito, e a história parece interessante, já que me identifico. Me cortei certa vez e só tenho amigos losers. Ansioso pela continuação :)! Até a próxima.