Parte 5 - Altos e Baixos

de Luh (Seguir)

Parte da série Tudo começou na piscina

Fiquei curioso ao saber o que Gabriel queria falar comigo, mas não me preocupei ao ponto de querer ligar logo para ele. No fundo o que mais queria era aproveitar o meu namorado que dormia de uma forma tão linda. Eu me levantei e decidi preparar o café da manhã para nós. Fui em direção à cozinha e procurei por alimentos. Ao abrir a geladeira encontro queijo, presunto, ovos e bacon; em um dos armários encontrei pães e geleia. Preparei um café simples até porque não tinha o hábito de cozinhar na cozinha do meu amor e não queria bagunçar nada, arrumei a mesa e fui chamar o meu bebê. Ao subir novamente ao quarto me pego admirando meu amor, como era possível ser lindo até dormindo? Cheguei perto da cama e levemente fui acordando-o com beijos por todo seu corpo.

_ Bom dia meu amor – falei.

_ Bom dia coisa linda da minha vida – respondeu.

_ Vamos tomar café?

_ Meu Deus é mesmo, que espécie de namorado sou eu? Era para eu ter trazido café na cama para você meu anjo – falou ele com aquele jeitinho que tanto amo.

_ Deixa de besteira Carlos! Vamos levanta que eu já fiz o café – falei sorrindo.

_ Não acredito que você teve trabalho comigo, você não devia meu anjo. Era para eu ter feito isso e não você.

_ Carlos que eu saiba não sou nenhuma donzela que tem que esperar os outros fazerem as coisas, deixa de frescura e vem comer – falei puxando ele.

_ Aliás vamos tomar um banho e fazer nossa higiene, vem – falei puxando ele para o banheiro.

Depois de banho tomado fomos tomar café da manhã, comemos e só então ele me levou para casa, sorte que eu já havia avisado minha mãe que iria dormir na casa dele e mais sorte ainda foi saber que ela gostou de Carlos ao ponto de aceitar. Ao chegar em casa percebi que ninguém estava e levei ele para meu quarto lá ficamos somente nos beijos porque corria o risco de alguém chegar. Não demorou muito e minha mãe chegou e a essas alturas estávamos na sala assistindo TV, ela cumprimentou-nos e seguiu para cozinha. Ao voltar conversou um pouco com Carlos e em seguida ele se foi.

Minha mãe ficou me olhando de um jeito diferente após a saída de Carlos que me deixou intrigado, mas não toquei no assunto e nem ela também tocou. Me arrumei e fui para natação, chegando lá encontrei com Gabriel.

_ Oi Luh!

_ Oi Gabriel.

_ Nossa porque você está assim?

_ Não é nada não desculpa.

_ Tem algo sim, fala ai, acho que já somos amigos ao ponto de você puder confiar em mim.

_ Eu sei Gabriel, mas é que realmente não tem nada. E a propósito, o que você precisa me falar?

_ Depois te falo.

_ Mas é algo sério?

_ Mais ou menos.

_ Então fala logo mano – falei com olhar de curiosidade.

_ Depois do treino.

_ Você que sabe – falei indo em direção a piscina.

O treino transcorreu normalmente, nadei feito um condenado e no final ainda consegui abaixar meu tempo. Ao término fui para o banheiro me trocar e depois de uma meia hora tomando banho, passando óleo, hidratante, e as demais coisas que todo metrossexual usa, eu saí do banheiro e liguei para o meu amor ir me buscar. Gabriel ainda estava na piscina e já estava saindo quando Carlos chegou, ambos trocaram um olhar tenso que demorei um pouco até perceber. Fui falar com Gabriel, afim de saber o que tanto ele queria me falar, mas simplesmente ele me ignorou e fiquei sem entender nada. Até propus uma carona, mas novamente fui ignorado. Percebendo isso Carlos tratou de me apressar e quando entramos no carro eu falei:

_ Nossa amor, o que será que deu no Gabriel?

_ Vai dizer que tu não percebeu Luciano?

_ Percebi o que?

_ Ou você não quer ver ou é muito inocente – disse ele de forma irônica.

_ Carlos realmente eu não sei do que você está falando.

_ Ah Luciano conta outra né, está na cara que o Gabriel está afim de você e com certeza você tá dando bola e vem pagar de santo.

_ Olha aqui Carlos não te dou o direito de falar assim comigo e pro seu governo o Gabriel é hétero e é somente meu amigo.

_ Você se esqueceu que antes de te conhecer eu também era hétero? Então isso não cola.

_ Carlos deixa de besteira eu não sei do que tu está falando.

_ Será mesmo? Pensa que eu não vi a forma como ele te olha? Naquela vez lá na praia quando ele falou que queria achar alguém igual a você, você pensa que eu não entendi? Tá me achando com cara de idiota? – falou ele já se alterando.

_ Olha aqui Carlos, se estou dizendo que não percebi é porque estou falando a verdade, fora que caso você não percebeu eu fiquei te esperando voltar um ano inteiro, somente porque te amo e não tenho olhos para mais ninguém, agora quanto a você ter cara de idiota digo que não, você não tem, mas agora está agindo feito um. Então se for para você falar algo que cause a nossa separação é melhor se calar agora. – falei descendo do carro.

_ Aonde você pensa que vai?

_ Eu vou andando, de ônibus, não sei, mas só sei que hoje não vou com você para lugar nenhum.

_ Para de bancar a criança Luciano e entra nesse carro agora.

_ Bancar a criança? Foi isso que eu ouvi Carlos? Tem certeza que sou eu que estou bancando a criança? Me poupe Carlos, embora eu tenha apenas 14 anos sou mais maduro que muitos que se dizem adultos, e se estou indo só, é porque não quero mais discutir. Agora vai embora que eu vou sozinho.

_ Luciano entra nesse carro agora – falou ele quase gritando.

_Carlos você não manda em mim e abaixa o tom quando falar comigo – falei furioso.

_ Namorar criança é uma droga – falou ele.

_ Repete o que você falou Carlos, porque acho que não ouvi direito.

_ Namorar criança é uma droga – repetiu ele (admito! Ele tem coragem em repetir uma frase em meio a uma discussão).

_ Então tá Carlos, considere-se solteiro a partir de agora, já que a criança aqui não serve para você e é uma droga.

_ Espera Luciano, vamos conversar? Desculpas eu não devia ter falado isso, por favor me perdoa.

_ Não espero não, vai conversar com os ADULTOS pois eu sou uma criança. Para mim chega, Tchau Carlos, e por favor não venha atrás de mim – falei indo em direção a parada de ônibus.

E essa foi nossa primeira briga, por um motivo que na minha opinião foi muito, mais muito bobo, enquanto caminhava para a parada me segurei para não chorar, mas por dentro estava destroçado. Ele realmente não me seguiu, acho que viu que seria pior. Quando cheguei em casa fui direto para meu quarto, e lá sim chorei até dormir.

Quando acordei busquei meu celular e nele haviam quinze ligações perdidas, nove delas eram de Carlos e o restante de Gabriel. Ignorei e desci para comer algo, pois eram quase 16:00 e estava morrendo de fome. Enquanto comia ouço a campainha tocar e fui ver quem era. Quando chego até o portão vejo Carlos com um buquê de rosas e uma caixa de chocolates.

_ O que você está fazendo aqui?

_ Quero conversar, será que podemos?

_ Já falei que não quero conversa.

_ Por favor, deixa eu entrar vamos conversar, quero te pedir perdão.

_ Carlos vai embora por favor, não quero conversa.

_ Se não me deixar entrar vou ficar aqui plantado esperando você resolver conversar.

_ Depois eu que sou a criança, para de bancar o idiota e sai daqui.

_ Já falei que não saio daqui até você aceitar conversar comigo.

Nisso resolvi deixa-lo entrar pois tenho uma vizinhança completamente fofoqueira e fora que se minha mãe chegasse iria desconfiar, até nisso o Carlos não pensou, como ia explicar que um amigo me trouxe flores, ainda por cima rosas vermelhas?

Ao entrar fomos até a sala, e lá ele começou a falar:

_ Meu amor me perdoa, eu não queria ter falado tudo aquilo, foi só uma crise de ciúmes, me perdoa.

_ Agora que já falou é fácil pedir perdão, pensasse antes de falar. Você tem ideia do quanto suas palavras me machucaram?

_ Não meu amor –falou ele.

_ Pois é não tem, poxa Carlos eu só tenho olhos para você e mesmo assim você me tratou como uma criança mimada, saiba que isso me machucou. Se eu não percebi os sentimentos do Gabriel é porque só tenho olhos para você, mas mesmo assim você duvidou de mim.

_ Perdão meu amor, por favor perdão – falou ele chorando.

_ Carlos eu te amo, mas para continuarmos nosso relacionamento será necessário confiança.

_ Eu sei meu amor, eu juro que vou mudar, mas é que esse garoto não me desce, desde a primeira vez que o vi soube que ele poderia ser problemas.

_ Carlos eu sei, mas eu não quero o Gabriel, eu quero só você, só você que me faz feliz.

_ Então estou perdoado?

_ Está sim, mas que isso não se repita mais.

_ Tá bom meu amor, eu prometo que nunca mais isso vai acontecer – falou ele me dando um beijo.

Era difícil não perdoar o Carlos depois da cena que ele fez, rsrs. Por mais sem noção que fosse ter um cara lindo, que te ama e que você ama, te trazer flores só para pedir perdão, é fofo e romântico de mais, né? Fora que mesmo estando zangado era ele que eu amava, depois de perdoado começamos a nos beijar e ficamos no maior clima até que a porta abre e minha mãe chega junto ao Gabriel e nos flagra aos beijos.

Continua...

Comentários

Há 2 comentários.

Por Fernando em 2013-09-29 00:36:32
Nossa sensacional... estou amando essa história... vou continuar lendo e vc continue postando oks. Abraços :)
Por Kaka em 2013-09-16 05:37:21
Posta mais, logo!!!! ^^' kkkk O conto está ótimo!!!!