19. Incondicionalmente (penúltimo capítulo)

Conto de Luã como (Seguir)

Parte da série O garoto da mesa 09

- Felipe, se apressa! A gente vai se atrasar.

- espera aí Edu, só falta os sapatos.

Eu já estou arrumado, apenas abotoando o penúltimo botão da minha camisa. Caramba, minha melhor amiga vai se casar. Tenho certeza que meus conselhos sobre dormir bem não foram seguidos, do jeito que ela estava inquieta a semana toda. Mas não é pra menos. Casamento é um acontecimento único na vida da gente. Felipe surge da porta do banheiro, já completamente pronto, me olhando apressado.

- demorei? – sua voz sai sarcástica e brincalhona.

- mais do que a noiva, com certeza.

- então vai se preparando pra quando a gente se casar, eu vou demorar mais ainda.

Com essa frase assim, solta no ar, meu coração bate mais rápido. Ele está falando em casamento de novo. Aliás, ele está falando nisso muito mais do que o normal, nos últimos dias. Ele me tira dos meus pensamentos com um beijo de surpresa nos lábios, me arrancando um sorriso logo em seguida.

- você tá lindo, como sempre.

- você também. – eu sei que tenho razão. Ele veste uma camisa branca por baixo de um blaser de linho azul escuro, que combina com a calça da mesma cor e material. Eu, como o outro padrinho, não poderia fazer feio também. Estou com uma calça de alfaiataria e um blaser cinza escuro e uma camisa azul clara por baixo. Apenas passo um pouco de perfume e então seguimos nosso caminho. A tarde está linda, com um sol imponente e poucas nuvens no céu azul perfeito de Porto Alegre.

Ao entrar na porta do cartório, já posso ver os pais de Marina perto de Bárbara. Ela está tão linda com um vestido de cetim rosa pálido de alças finas, que valorizam sua pele morena e, junto com o cabelo propositalmente armado, lhe deixam estupidamente linda, mas seu rosto transparece a ansiedade e a emoção do momento que é um dos mais importantes da vida não só dela, mas da Marina, que a essas horas deve estar vindo às pressas. Já que estamos no cartório, ela não precisava fazer esse charme de se atrasar, mas entendo que ela queira um tempo sozinha.

- Edu! Tudo bem?

- oi Babi! Eu to bem. Você tá linda. – digo enquanto ela se curva para me abraçar.

- obrigado. Vocês dois também. – ela me lança um sorriso largo, visivelmente eufórica. Esse dia é tão importante pra gente, imagino como minha amiga deve estar nervosa.

- Edu, Felipe! Vocês tão lindos. – a mãe de Marina se aproxima da gente e nos dá um abraço. Agora estamos todos conversando entre si, enquanto Marina não chega. Barbara nos conta como está ficando a decoração do salão, para onde vamos depois daqui. Elas ficaram empenhadas a semana toda com isso. Eu fui apenas com Marina buscar as bebidas para a festa ontem. Na verdade Barbara foi quem fez questão de organizar praticamente tudo. Está estampado nos olhos dela o quanto ela ama Marina. Isso significa muito pra mim.

Todos continuam animados enquanto eu vou até o bebedouro e pego um copo de água. Não posso deixar de sentir falta de Bernardo aqui. Esse é um dia tão importante pra Marina, sei que a presença dele seria um belo presente pra ela. Mas eu fico feliz que ele esteja bem lá. Eu converso com ele às vezes. Berlim está fazendo ele amadurecer ainda mais. Vejo que ele se estabilizou lá e encontrou seu caminho. Marina também está construindo um forte pilar de seu caminho com Bárbara hoje. Na verdade, todos estão ajeitando suas vidas. Automaticamente eu penso na minha. Apesar de tudo, não posso reclamar de nada. A minha vida tem sido bastante positiva. O medico respondeu ao meu e-mail mais rápido do que eu pensei, me pedindo para que eu fizesse uma série de exames para que a cirurgia possa ser feita.

Sim, meu caso foi aprovado. Eu irei para Miami muito em breve, o que me deixa ainda mais feliz. Conversei com Cassiano e expliquei tudo para ele, então achamos melhor que eu começasse a trabalhar no restaurante após minha recuperação. Isso me faz lembrar que ainda não conversei com Ricardo. Me sinto mal por isso. Ele tem sido tão compreensivo, tão generoso comigo e eu não contei a verdade pra ele ainda. Não vou mais esperar pra isso, se eu deixar tudo pra ultima hora seria muita falta de consideração. Falando em última hora, eu me lembro de Marina. Onde ela está? O tempo começa a incomodar um pouco. Ela está demorando mais do que o normal. Eu não sei se devo falar algo, mas sei que não sou o único a estranhar. Todos estão começando a ficar inquietos.

- Edu. – Felipe me puxa para cochichar no meu ouvido. – cadê a Marina?

- eu não sei. – eu cochicho de volta. – ela me mandou uma mensagem antes dizendo que já estava se arrumando. Já era pra ela estar aqui. – não consigo esconder minha estranheza na voz.

- vai ver ela pegou algum trânsito, ou deu algum problema no carro. – Tiago tenta soar positivo, na tentativa de acalmar os ânimos de Bárbara, que está agoniada de pé perto da janela, olhando toda hora pra fora. Meu celular toca, é ela.

- Marina? Onde você tá?

- Edu, eu não posso. – ela me diz aos prantos. – eu não to pronta pra casar.

Merda. Como assim?

- calma Marina, vamos conversar. – digo me afastando dos ouvidos curiosos de todos. – o que aconteceu? Tá tudo bem?

- não Edu, não tá nada bem! Eu sou muito nova pra casar, eu não quero fazer isso agora, tá tudo muito rápido.

- calma, não precisa chorar. Mas por que agora? De ultima hora? Você tava tão animada a semana toda.

- eu tava tentando me acalmar, deixar minhas angústias pra lá, mas não consegui. Eu estou em pânico Edu.

- calma, eu to indo pra aí tá bom?

Então, eu desligo o celular e tento formular uma frase que não pegue todos de surpresa, embora isso seja quase impossível.

- gente, a Marina me ligou.

- e aí? – Bárbara me fita, os olhos grandes, curiosos e amedrontados.

- ela não vem, Babi. – meus ombros se encolhem, enquanto eu vejo o clima da sala mudar de alegria completa para espanto. Todos começam a me indagar os motivos, enquanto Barbara começa a chorar.

- eu vou lá ver o que tá acontecendo.

- não Joana, deixa eu falar com ela. Fica com a Barbara.

Ela consente e eu olho para Felipe, que parece não entender muito bem o que está acontecendo. Vamos em direção ao carro em silêncio, enquanto eu penso que deveria ter notado algo de errado com ela. Pensei que a nossa concessão do outro dia tinha acalmado suas preocupações, que eu achava que eram normais para quem está quase se casando.

Felipe e eu seguimos depressa para a casa de Marina, cada um em seu canto, sem falar muito mais que o estritamente necessário. A tensão e o espanto no ambiente são palpáveis. Eu nem sei o que deu na Marina pra ela desistir assim, de última hora. Só sei que ela pegou todos nós de surpresa. Assim que o carro encosta no meio fio, eu e Felipe seguimos para a porta da frente. A Marina que atende a porta é uma Marina devastada. Cabelo bagunçado, certamente arrumado pela metade, ainda com o vestido que seria do casamento, um lindo, azul claro e sem alças. Sua maquiagem esta borrada e, olhando sobre seu ombro, consigo ver o vestido de noiva que ela usaria na festa jogado no sofá.

- Edu... – ela mal termina a frase e começa a chorar. – eu não consegui. Não tive coragem.

Sinto seus braços envolverem forte meu pescoço, e uma tristeza enorme invade o meu peito. Era pra ser um dia muito feliz pra ela. Depois que ela se desvencilha de mim, Felipe percebe que ela precisa ficar a sós comigo e decide esperar no carro.

Eu e ela entramos em casa, ela se senta no sofá e eu fico em frente à ela.

- o que aconteceu Mari? Até ontem você tava tão animada e...

- eu tava, Edu. Eu realmente tava. Mas meu medo foi maior. Eu só imagino como a Bárbara deve estar. – então, as lágrimas voltam a cair em seu rosto.

- ela deve estar se sentindo péssima, minha amiga. O que você fez não foi legal, assim de última hora. Mas você fez o que eu te falei. Você seguiu o seu coração.

- eu amo a barbara Edu, e eu tentei muito, mas eu tava com medo de falar alguma coisa e decepcionar ela, aí eu comecei a tentar aceitar tudo isso da melhor maneira possível, mas só hoje que a minha ficha caiu.

- por que você não me chamou? Não me ligou antes pra conversar, eu mesmo dava um jeito de cancelar tudo se fosse o caso e você conversava com a Barbara.

- eu não pensei direito, fiquei desesperada.

Eu a olho por uns instantes, vendo minha melhor amiga em uma tristeza e decepção imensas, então eu não acho que seja uma boa hora para julgamentos. Apenas a chamo para um abraço e tento lhe acalmar, mesmo que eu não tenha nada para falar agora.

Atravesso a porta do consultório com um sono fora do normal. Não sei bem se é sono, mas eu estou muito desanimado. Há também algumas dores no corpo, o que me deixa um pouco preocupado, mas deve ser pela minha noite mal dormida, então resolvo deixar pra lá.

- então Edu, ansioso para a cirurgia?

- muito doutor! Tenho certeza que esses dois meses vão demorar muito pra passar.

- quanto mais ansioso você ficar, mais vai demorar. – ele me lança um sorriso largo. – fico feliz por você. Sei o quanto isso é importante. Mas tem alguns cuidados que você precisa ter. Depois que você fizer a cirurgia, vai ficar alguns dias repousando no hospital e depois em casa. Como você não vai poder fazer esforço, acho que você vai acabar perdendo um pouco a força pra fazer as coisas que você tá acostumado. Então eu te aconselho vir para mais algumas sessões de fisioterapia pra desenferrujar.

- eu meio que já esperava isso. Mas eu sei que vai valer a pena.

- éisso aí, pensamento positivo sempre.

Depois de ele anotar algumas coisas, seguimos para a sala de fisioterapia. Me transfiro da cadeira para o tablado e começo a fazer os exercícios habituais de peso, para fortalecer os braços. É incrível como eu já ganhei massa e como está mais fácil para eu me transferir. Após uns dez minutos com os pesos, Fábio me pede para ficar de quatro, para descarregar o peso nas mãos e nos joelhos. Fico assim por um bom tempo, até que começo a me cansar. Isso é bem mais difícil do que parece, e mesmo com a prática, tem dias que eu não me saio tão bem. Mas hoje eu estou mais indisposto e fraquejando mais. O que será que está acontecendo?

Em seguida, me deito de bruços e aos poucos começo a me erguer com a força das mãos. Olho para o lado e vejo Fábio com o rolo, o qual ele posiciona bem em minha frente e eu começo a me erguer, apoiando minhas mãos nele. Logo eu estou ereto, de joelhos e olhando para a parede, enquanto Fábio me segura por trás para estabilizar meu tronco. Eu faço isso todos os dias, há um bom tempo, mas hoje eu já me sinto tão cansado. Não sei se vou conseguir ficar de pé na barra paralela.

Quando já estou sentado novamente na cadeira, eu começo a ter um pouco mais de mal estar.

- Edu, você tá bem? – a voz de Felipe sai preocupada.

- to sim, só um pouco tonto.

- eu percebi que você não tava muito bem durante a sessão Edu. O que você tá sentindo?

- só algumas dores no corpo e um pouco de cansaço, não é nada demais.

- quando foi a última vez que você foi ao banheiro?

- hoje pela manhã.

- sua urina estava com uma coloração mais intensa e com um odor mais forte?

- eu acho que sim. – tento me lembrar. – sim, estava.

- você tá fazendo o cateterismo direito?

- meu rosto não me deixa esconder.

- Edu, eu acho que você tá com infecção urinária. Eu sempre te falo pra fazer o cateterismo direitinho, porque se não isso pode acontecer. – seu tom de voz era grave, fazendo eu me encolher.

- eu sei Fábio, desculpa.

- não tem que me pedir desculpas Edu, é a sua saúde. Se você não se cuidar, quem sofre é você. E eu também não estou vendo você usar as órteses há duas sessões.

- elas são tão feias, meus pés ficam estranhos com elas. – eu sou sincero. Não gosto de usá-las.

- Edu, você precisa levar tudo isso a sério. Se você não se cuidar direito, pode ter complicações. Todas as orientações que eu te dou aqui são importantes. – ele me olha como se estivesse dando bronca em uma criança de 10 anos. Mas ele está certo, eu não estou me cuidando da maneira que deveria. Eu sei muito bem que se eu não fazer o cateterismo, eu tenho mais chances de pegar infecção, assim como eu sei que se eu não usar as órteses eu corro o risco de meus pés ficarem em uma posição errada e acabarem me impossibilitando de ficar em pé. Mas é que às vezes eu me sinto tão preguiçoso, tão desanimado, que acabo me descuidando. Isso tudo é bastante trabalhoso, os cuidados tem que ser redobrados e isso me deixa impaciente.

_____

Como resultado da minha irresponsabilidade, estou destinado a ficar alguns dias em casa, de molho, tomando antibióticos e torcendo para que eu melhore logo. Tive que ouvir o sermão de Felipe o caminho todo de volta pra casa e até a hora de ele sair pra voltar até a agência pegar alguns pen drives com novos projetos pra ele terminar em casa. Ele tem ficado até mais tarde na agência quase todos os dias, e quando ele chega tem mais trabalho pra fazer. Isso é tão cansativo pra ele, mas eu sei que ele está se aplicando muito pra mostrar que ele é bom e subir lá dentro. Agora são quase 20h, eu estou com um pouco de fome e preciso forrar meu estômago com alguma coisa pra poder tomar os remédios. Vou até a geladeira e pego algumas coisas pra fazer um sanduíche quando o interfone toca. O porteiro avisa que Marina está lá embaixo, então eu peço pra deixar ela subir. Quando ela aparece na sala, vejo que ela só piorou. Seus olhos estão fundos, avermelhados e inchados de chorar, sua postura murcha, isso me deixa agoniado.

- Mari, o que aconteceu?

- a Barbara foi até lá em casa pegar as coisas dela. Não aguentei ver ela, Edu. Ela tá tão triste, tudo por minha causa.

Vejo então ela desabar em lágrimas. Marina está tão deprimida, eu não sei o que fazer pra ela melhorar.

- ei, calma. – digo ao lhe puxar para um abraço, tentando conforta-la. – deixa a poeira abaixar, vocês duas tão de cabeça quente, então nem adianta tentar conversar. É natural que ela esteja assim, Mari. Dá um tempo pra ela.

- eu não queria fazer ela sofrer, Edu. Eu amo ela, só não tava preparada pra casar. Que droga!

- a gente não pode controlar nossas emoções, Mari. Seu medo falou mais alto, agora já foi. Deixa passar uns dias, depois vocês conversam.

- eu me sinto tão sozinha agora. – ela me abraça ainda mais forte.

- fica uns dias aqui comigo, a gente faz companhia um pro outro. Eu também vou me sentir sozinho em casa esses dias, então a gente resolve o problema dos dois, o que acha?

- eu não sei Edu, e o Felipe?

- ele vai adorar que você fique aqui também. Você sabe que é como se fosse da família, Mari. Esqueceu que eu sou teu melhor amigo?

- eu sei disso. – diz ela, agora mais calma, limpando o rosto molhado.

- vamos fazer assim, eu vou pedir pro Felipe comprar alguma coisa pra gente comer e a gente fica se distraindo e conversando até mais tarde hoje, o que acha?

- por mim tá ótimo. – vejo um vestígio de um sorriso em seu rosto.

- é isso aí, garota. – digo dando uma piscadela.

Então, ligo para Felipe e peço para ele trazer algo pra comer da rua pra gente e aviso que temos visita hoje. Enquanto ele não chega, tento dar conselhos e acalmar Marina, que ainda está muito triste por tudo o que aconteceu. Eu entendo ela, sei que ela não quis abandonar Barbara no altar, mas também entendo seu sentimento de culpa. Mas o que está feito, está feito.

Felipe logo chega com uma sacola grande, cheia de potes de isopor que depois eu descubro que são de comida japonesa. Ficamos os três na sala, comendo, assistindo televisão e conversando. Marina parece estar um pouco melhor. Já consegue sorrir e interagir mais, então eu fico aliviado.

- gente eu queria muito ficar aqui com vocês, mas eu preciso terminar algumas coisas lá da agência. Eu vou lá pro quarto, qualquer coisa vocês me chamam. – Felipe abraça Marina e depois me planta um beijo breve nos lábios, seguindo para o quarto. Sei que ele poderia ficar na sala com a gente enquanto fazia as coisas no notebook, mas eu imagino que ele queira deixar Marina mais à vontade pra conversar comigo, apenas eu e ela.

- você acha que a Barbara vai me perdoar algum dia?

- ah Mari, isso eu não posso te dizer. – digo, dando de ombros. – mas pelo que eu conheço ela, e sabendo o quanto ela te ama, as chances são altas.

- será que ela vai querer ficar comigo de novo?

- você quer?

- muito.

- então você tem que reconquistar ela, reconquistar a confiança dela. Não vai ser fácil, mas você precisa tentar.

- quero tentar começar do zero, com calma, sabe? Acho que a gente apressou muito as coisas, aí deu no que deu.

- então, se ela te der outra chance, vocês precisam fazer tudo diferente. Esclarece teus medos, teus objetivos, tudo. Explica o por quê você não conseguiu ir. Por falta de amor não foi, ela sabe disso. Fala o que tu tava sentindo. Eu sei que ela vai entender.

Então, eu pego o telefone e lhe dou em sua mão.

- tá na hora de você fazer alguma coisa, Mari.

- agora?

- por que não? Você não ama ela?

- sim.

- então luta por ela.

Marina me olha com a expressão confusa, mas depois sorri e começa a discar o telefone. À espera por uma resposta é angustiante, mas o rosto de Marina se ilumina de repente.

- alô? Alô Bárbara? Sou eu. – sua voz sai cautelosa e fraca. – você tem um minuto? Não, espera aí, não desliga, por f...

Marina fecha os olhos firme, em um misto de tristeza e raiva, enquanto aperta o telefone em sua mão.

- ela desligou. Começou a chorar e desligou. Não adianta, Edu. Eu estraguei tudo.

Então, eu não sei o que falar. Ficamos em um silêncio profundo por alguns instantes, até que o celular dela toca de volta.

- é ela.

Eu lhe lanço um sorriso encorajador e ela atende, tentando visivelmente conter a ansiedade.

- alô? Oi.

Então, ela se levanta e vai para a cozinha, conversar em particular. Eu fico na expectativa de que tudo dê certo para as duas, eu sei que o sentimento delas é forte.

Tento segurar minha curiosidade e decido procurar um bom filme na televisão para passar o tempo, enquanto elas se resolvem. Depois de quase uma hora, Marina aparece novamente na sala, com uma cara de que as coisas foram boas.

- e então?

- a gente vai se encontrar amanhã pra conversar melhor.

- eu te falei! O que ela falou?

- ah, ela ainda tá muito chateada comigo, pois eu desisti de última hora, mas ela quer conversar direito comigo sobre tudo.

De repente, vejo uma esperança para as duas. Apesar de toda essa confusão, as coisas parecem ter se saído melhor do que eu imaginava. O sentimento das duas é maior que qualquer magoa ou incerteza.

O dia amanhece chuvoso. Levanto da cama e vejo Marina de pé na janela da cozinha, olhando pra fora.

- caiu da cama? – digo, assustando-a.

- oi. Não consegui dormir direito.

- eu logo imaginei. Tá com fome?

- não, na verdade não. Mas eu te acompanho num café, pra despertar.

Pego as coisas na geladeira e arrumo a mesa pra gente. Marina não para de falar de Barbara nem um minuto sequer. Arrumo um copo de café com leite pra mim e algumas torradas com creme de amendoim, enquanto Marina apenas toma uma xícara de café preto.

- onde vocês vão se encontrar?

- a gente marcou de conversar lá em casa agora de manhã.

- independente do que vocês decidirem, mantenha a calma Mari. É uma situação difícil para as duas, vocês precisam ser adultas e decidirem o que for preciso, juntas.

- é eu sei, eu pensei muito sobre isso. Se ela não quiser voltar, eu vou entender.

- mas você não pode achar que perdeu a guerra. Explica pra ela o que você sentiu, ela pelo menos vai saber o teu lado da história.

- é, eu sei. Mas agora eu tenho que ir. Não quero deixar ela esperando de novo, já fiz isso o suficiente. – sua voz é melancólica.

- boa sorte, Mari. – pego em sua mão, antes que ela se levante da mesa.

- obrigado Edu. Por tudo, de verdade.

Ela então pega suas coisas e vai embora. Eu torço para que tudo dê certo, seria muito triste o amor delas se enfraquecer por isso.

Decido dedicar o resto do meu dia inteiramente à uma boa maratona de séries, um pote enorme de pipoca doce e chocolate quente, pra combinar com o clima frio e chuvoso que faz lá fora.

Levanto da cama bastante feliz pelos meus dias de folga terem terminado. Já não aguentava mais ficar sem fazer nada. Sei que passar um tempo na loja vai me ajudar a tranquilizar minha ansiedade em relação a cirurgia, então eu sei que isso é bom. Ver pessoas, me ocupar, me sentir útil. Mas também sei que preciso conversar com Ricardo sobre o restaurante. Não é justo o que eu estou fazendo, adiando o inadiável.

Depois de tomar um café reforçado, sigo para o trabalho com o coração acelerado. É como se fosse o primeiro dia de trabalho novamente. Chego na loja e logo avisto Ricardo, que está no caixa assinando alguns documentos.

- Edu! Que bom que você voltou. Você tá melhor?

- oi Ricardo, estou sim. Só uma infecção urinária, nada de muito grave.

- fico feliz. Agora eu preciso que você pegue algumas bobinas e coloque aqui no armário, pode ser?

- claro.

Vou até a salinha do almoxarifado, do outro lado do caixa e pego as bobinas no armário. Eu e Ricardo conversamos bastante sobre a loja, sobre o movimento fraco e sobre o que poderia ser feito pra atrair clientes.

O resto do meu dia correu normalmente. Felizmente, o tempo passou rápido, pois me ocupei bastante e voltei à rotina com bastante entusiasmo. Mas um pouco antes de ir embora, eu senti que não aguentava mais esconder de Ricardo o fato de eu estar saindo da loja. Fiquei com isso na cabeça o dia todo. Ver ele pra lá e pra cá, todo atarefado e contando comigo, feliz por eu estar de volta, isso é demais pra mim. A inauguração do restaurante é daqui a uma semana e eu já me sinto parte da equipe de lá, não posso ficar em cima do muro.

- Ricardo, você tem um minuto?

- claro Edu, o que houve?

- então... – eu tento achar as palavras certas, com um pouco de dificuldade. Isso é mais difícil do que eu imaginei. – você sabe que eu faço gastronomia, que minha paixão é cozinhar, certo?

-certo.

- então. Ricardo, há algum tempo atrás eu recebi uma proposta de emprego pra trabalhar em uma franquia de restaurantes relativamente nova, mas que me agradou bastante. Eu gosto muito de trabalhar aqui na loja, muito mesmo. Mas eu não posso deixar essa oportunidade passar.

Ricardo me olha por alguns instantes, a expressão ilegível. Isso me deixa aflito.

- olha Edu, eu já sabia que isso algum dia ia acontecer. Seu dom pra cozinhar é inquestionável, e era só questão de tempo até que você conseguisse isso. Eu fico muito triste de perder você como funcionário, mas fico feliz por você seguir o caminho que você realmente ama. Gastronomia tá no seu sangue, rapaz. Meus parabéns. – ele termina de falar com os braços abertos, me chamando para um abraço. Eu sinto um misto de alegria e tristeza, mas acima de tudo fico aliviado por ele entender. Ricardo é uma pessoa maravilhosa, e além de um ótimo patrão, ele se mostrou um ótimo amigo também. Quero levar a amizade dele sempre comigo.

Saio pela porta com o peito leve, pois já não tenho mais nada a esconder de Ricardo. Fico com um clima de despedida antes do tempo, mas decido não sofrer por antecipação. Quando chego no ponto de ônibus, meu telefone vibra dentro do bolso. É Marina.

- Mari?

- Edu! Você tá onde?

- indo pra casa agora, por que?

- vem aqui em casa, tenho que falar contigo.

- tá tudo bem?

- tá sim, só preciso falar pessoalmente uma coisa contigo.

- tá bom. Daqui a pouco eu to aí.

Desligo e espero o ônibus que vai para o bairro de Marina. Ao chegar em sua casa, vejo o carro dela e de Barbara, o que faz eu ter um bom pressentimento. Toco a campainha e Marina atende, com um sorriso largo no rosto.

- e aí caipira.

- e aí. – digo desconfiado, mas quase sorrindo, com a sobrancelha arqueada.

- e aí, caipira. – Barbara chega do lado dela, falando a mesma frase, me fazendo sorrir incrédulo. Quase que automaticamente, pego as duas e abraço-as, feliz por vê-las juntas novamente.

- caramba! Por que você não me falou nada? Eu tava preocupado.

- a gente conversou bastante, na verdade estávamos até ontem, decidindo como ia ser. A gente vai começar do zero, sem pressa. – Barbara me responde e meu coração se aquece. Elas foram feitas uma pra outra.

- queria te agradecer pela força que você deu, meu amigo.

- deixa disso Mari. Só fiz minha obrigação como melhor amigo. Se você tá feliz, eu to feliz.

Então, ficamos o resto da noite conversando e eu sinto que fosse como se nada tivesse acontecido. Felizmente as dores e as magoas passaram mais rápido que eu imaginava. Ligo para Felipe e aviso que estou aqui, então ele se junta a nós depois de sair do trabalho e fizemos um jantar nós quatro, pra comemorar a reconciliação das duas. Me sinto muito feliz por elas, espero que elas possam fazer tudo de uma maneira melhor agora.

A movimentação em frente ao restaurante é grande. É um prédio imponente e moderno, de dois andares com uma placa escrito “Cantina Brasileira” em metal e com o logo em verde e amarelo, que deixa tudo alegre mas ao mesmo tempo elegante. Eu entro e procuro por Cassiano, que está recepcionando os clientes.

- Edu! Que bom que você veio.

- não perderia essa por nada. To muito feliz pela inauguração. Tá lotado!

- você viu? Eu também to muito feliz. Espero que tudo dê certo.

- e vai dar. Eu to ansioso pra que a cirurgia chegue logo e que eu possa me recuperar pra logo começar a trabalhar.

- eu também estou, Edu. Você vai fazer falta nesses dias fora. Espero que dê tudo certo na sua cirurgia.

- obrigado, Cassiano.

Depois disso, decido não monopoliza-lo e começo a observar o interior do restaurante. O amplo salão com paredes de tijolo à vista deixa tudo mais rústico, com o restante muito claro e arejado devido às enormes janelas que ocupam toda a altura da parede. As toalhas de mesa são de seda branca, e há um arranjo de tulipas decorando cada uma das mesas do lugar. Tudo muito fino, mas ao mesmo tempo descontraído. Mal posso acreditar que aqui é meu novo local de trabalho. Algo que eu sempre sonhei, trabalhar em um restaurante renomado. E agora o sonho está se tornando realidade. Não há um rosto aqui que não pareça ansioso para provar os pratos do menu. Me junto a Felipe na mesa, onde ele me espera com um sorriso lindo.

- estou tão orgulhoso de você, meu amor. Você faz parte disso, do restaurante. Você tem noção? Você conseguiu Edu. – ele está tão orgulhoso de mim que eu fico até sem jeito. Mas eu sei que isso é incrível. É algo que eu tanto sonhava e achava quase impossível, depois do que aconteceu. Mas aqui estou eu, na inauguração do restaurante onde eu faço parte. Isso parece até surreal.

- Edu, você tem um minuto? Queria te apresentar pros seus colegas.

- claro. Vamos lá.

Cassiano me leva até a cozinha e vejo todos em uma euforia contagiante, apressados para fazerem os pratos e dedicados para que tudo saia com perfeição.

- gente, queria só um segundo da atenção de vocês pra apresentar o nosso colega Eduardo. Ele vai integrar nossa equipe daqui a um tempo, mas ele já está nos prestigiando na inauguração.

- oi Edu! – todos falam quase que ao mesmo tempo.

Todos são muito simpáticos e me desejam as boas vindas. Eu me sinto muito bem acolhido e feliz por estar me sentindo como parte da equipe. Não há muito tempo para apresentações específicas, já que é a inauguração e está tudo uma correria só. Mas já fico feliz de ter sido previamente apresentado para todos. Cassiano me mostra a cozinha, onde tudo parece ser muito bem desenvolvido e organizado, além da estrutura ser em grande parte adaptada. Temos um verdadeiro arsenal culinário em nossa frente, e eu vejo como Cassiano esta montando um restaurante com nome de peso no ramo. Está tudo com uma qualidade indiscutível. Pelo pouco que vi, já pude sentir a correria que me lembrou remotamente o restaurante de São Valentim, mas a diferença é que aqui é tudo maior. A responsabilidade é grande, mas eu sei que eu vou me jogar de cabeça nesse desafio e fazer o meu melhor.

Marina estaciona em frente ao parque da redenção, o que me deixa bastante curioso.

- o que a gente tá fazendo aqui?

- não posso te falar por enquanto, só preciso que você venha comigo.

Apesar de contrariado, faço o que ela me pede e então estamos os dois indo para o outro lado da rua, enquanto eu vejo o sol se pondo ao fundo, deixando o céu com tons de laranja de tirar o fôlego. Quando estamos perto da água, vejo que há uma estrutura simples e discreta de iluminação em volta de todo o perímetro da água, iluminando tudo em volta. Há um manto de flores roxas, que caíram das árvores, formado um tapete natural por todo o chão. Há algumas pessoas espalhadas perto da gente e eu continuo não entendendo nada.

- Marina, o que a gente tá fazendo aqui?

Sem me falar nada, ela tira um envelope do bolso de trás e me alcança. Eu o abro com cuidado e retiro um papel de dentro, escrita com a caligrafia do Felipe.

“O que faz uma pessoa escolher alguém, entre tantas possibilidades, e ter a certeza de que fez a escolha certa? Sinceramente eu não sei. Tudo o que eu sei é que quando eu te vi naquele restaurante, Edu, tudo mudou. De alguma maneira, eu sabia que eu tinha conhecido a pessoa certa. E o mais incrível era que tinha que ser você. Outra pessoa não me bastaria, não me adiantaria. Poderíamos ter sido dois estranhos que se cruzam uma vez só na vida e depois não se veem mais, alguém que esbarra em você na rua, pede desculpa e segue seu caminho, ou até mesmo alguém que senta ao seu lado no ônibus e que você sente uma corrente elétrica quando cruza os olhares, mas que é uma vez pra nunca mais.”

Santo Cristo, o que é isso? Eu já sinto minhas mãos tremerem e suarem frias. Olho para Marina, que sorri boba pra mim e então eu olho em minha volta, procurando por ele. Começo a seguir em frente, indo até outra menina que sorri pra mim e me entrega outro envelope. Eu o abro com mais pressa do que o normal, ansioso para ler.

“Mas eu tive a felicidade de reencontrar você, mesmo que em uma situação de perigo. Quando eu vi que você tava em perigo, eu me descontrolei. Apenas fui em sua direção pra te salvar. Eu sabia que era minha obrigação. Eu não podia deixar que nada de ruim te acontecesse. Eu sabia que eu precisava te proteger.”

Agora, eu já estou com lágrimas nos olhos. Caramba Felipe, por que você faz isso comigo? Meu coração está a mil dentro do meu peito.

Recebo outro envelope de um homem mais adiante, ainda na beira do lago.

“Mas foi só quando você esbarrou em mim, na escola, que eu vi que o destino estava conspirando ao nosso favor. E eu tive a certeza de que você era meu. Mas que incrível que é o fato de você encontrar o amor de sua vida tão cedo, não é mesmo? Eu até hoje não sei como pude ser tão sortudo. Já passamos por tanta coisa juntos, Edu, que eu não tenho mais por quê esperar. Afinal, no meio de tantas incertezas, a única certeza é de que eu quero passar o resto da minha vida junto com você. Então, eu tenho uma pergunta pra te fazer.”

Termino de ler a última frase e escuto uma música começar a tocar. Há uma caixa de som mais adiante que eu ainda não tinha percebido. Meu estômago está revirado, eu estou tão nervoso e eu não consigo acreditar que isso esteja acontecendo. Eu estou sorrindo e chorando ao mesmo tempo. Então, eu reconheço essa música. É Unconditionally. Agora, as pessoas avulsas que estavam perto do lago, junto com as outras que estava com as cartas, começam a dançar em sincronia. Jesus, isso é um flash mob? Sim, é um flash mob. Eu estou rindo feito um bobo enquanto uma pequena multidão se reúne pra ver o que está acontecendo, enquanto os dançarinos antes disfarçados agora fazem movimentos perfeitos e alinhados, em uma espécie de dança contemporânea carregada de sentimentos, que combina perfeitamente com a música. Isso é tão surreal, parece que eu estou sonhando. Mas não estou. Mas o momento é tão mágico que chega a parecer irreal. Agora todos os dançarinos estão com seus pares lado a lado, um casal atrás do outro, formando uma fila que se estende pela beira da água reluzente e iluminada. Em um movimento combinado, todos eles ficam um de cada lado, abrindo caminho até que lá no fundo, depois do ultimo casal abrir passagem, Felipe aparece, fazendo meu coração subir até o começo da garganta. Ele está com um sorriso lindo no rosto, enquanto eu não consigo me decidir se eu sorrio, se eu choro ou se eu faço os dois. A corrente elétrica que percorre meu corpo é inebriante, me fazendo ficar anestesiado. Ele caminha lentamente até a mim, me torturando. Quando ele finalmente se para em minha frente, vejo que ele também está com os olhos úmidos, e quando ele pega em minha mão, sinto ela tremendo e suando tanto quanto a minha.

- Edu, eu sei que você tem medo. Sei que você acha que é muito novo, que as coisas precisam correr naturalmente, mas eu não me importo se for amanha, semana que vem ou daqui a dois anos, eu só preciso que você me diga que é meu, pra sempre. É meu pra eu amar, cuidar e fazer feliz, o tanto quanto eu puder. – ele pega uma caixinha pequena e quadrada de veludo azul escuro, se ajoelha em minha frente e me olha fundo nos olhos, abrindo-a e revelando duas alianças de ouro branco, brilhando na minha frente, brilhando igual seus olhos enquanto ele termina sua frase.

- Eduardo Cardoso. Você aceita se casar comigo?

Nesse momento, eu começo a chorar ainda mais. Era como se eu soubesse que esse momento estava próximo. Meu coração me dizia que Felipe queria isso, e eu também sabia que eu queria.

- eu te amo tanto, Felipe, tanto. Eu aceito, meu amor, é claro que eu aceito.

Então, quase que violentamente, uma onda de felicidade invade cada centímetro do meu corpo, me provocando arrepios. Acho que esse é um dos momentos mais felizes e intensos da minha vida inteira.

Sinto o abraço forte de Felipe em mim, seu corpo colado no meu e seu cheiro que me deixa sem ar. Sua boca se choca contra a minha, me beijando de maneira intensa. É como se eu e ele estivéssemos sozinhos aqui, em um momento épico apenas meu e dele. Esse é o ápice de nosso sentimento; um pedido de casamento. É a tradução de todo o nosso amor em uma pequena frase, capaz de mudar nossa vida por completo. Minha cabeça está zonza, mas meu coração está feliz. Sinto que eu estou dando o passo mais certo da minha vida e eu não sinto medo. Não agora, pois eu sei que desde que Felipe entrou em minha vida, eu pude ser alguém melhor. E eu sei que só quando a gente ama dessa forma, que a gente amadurece de verdade, que a gente descobre a força de um sentimento puro e verdadeiro, onde uma pessoa é capaz de amar a outra... incondicionalmente.

Comentários

Há 7 comentários.

Por Dougglas em 2015-12-26 21:41:25
Luã, é mais fácil você enfiar duas facas no meu peito... eh muito amor num capítulo só. Infelizmente o casamento da Marina e da Bárbara não deu certo, mas as duas se acertaram, e isso que importa. Agora, eu tô no chão depois desse pedido de casamento do Felipe pro Edu. Eu amei, porque eu seria capaz de fazer algo semelhante, e acho essas coisas muito lindas. Você descreveu a cena de uma forma tão magnífica. Aliás, você vem descrevendo as coisas tão bem que muitas vezes me sinto na pele do Edu. Meus parabéns.
Por Luã em 2015-12-02 21:39:28
Niss, disturbia, Diego, wende e Juju: obrigado! Esse capítulo foi um dos mais decisivos e que mais me tiraram o sono, pois eu queria que tivesse bastante emoção. Fico feliz que vocês tenham gostado! Abraços (:
Por Juju em 2015-11-28 15:42:20
Nossa muito lindo esse capitulo!!!!!
Por diegocampos em 2015-11-27 01:15:33
Esse capítulo foi muito lindo, fico feliz que a marina tenha se resolvido no final gosto muito casal, esse pedido de casamento do Felipe foi muito fofo eu amei muito ansioso para o próximo.
Por Wende em 2015-11-26 02:10:18
Simplesmente o capítulo perfeito, esperando ansioso pelo próximo
Por Disturbia em 2015-11-25 09:49:31
concordo com a mana Niss em relação aos sentimentos, um pouco decepcionado com a Marina rsrs', mas a vida segue, acho que até o Spotify percebeu que era a hora de entrar no clima, estava tocando Dançando do agridoce na parte do restaurante, chorei já ali kkk, dps a música da Katy, minha maquiagem aff kkkkk, mas arrasou, quando vc disse que o pedido ia ser épico MDS fiquei mt ansiosa, lacrando como senpre na escrita.... Bjs de luz da sua mana carioca favorita kkk... Niss esse viado arrasa né pqp!!! Kkkk bjss nos vemos agr em Niteroi kkk ;*
Por Niss em 2015-11-25 02:41:42
Raiva, alegria, emoção.... Tres sentimentos que reinaram nesse capítulo. Foi tudo misturado. Fiquei com o coração na mão qdo eu li sobre a ligação da marina cancelando o casamento.... Fiquei orgulhoso do Edu tomar essas atitudes, foi muito bonito ver ele encoraja-la... Aí dpois ele vai na casa dela e aquela parte onde a marina chama ele de caipira com um sorriso no rosto me deixou uma sensação de alívio, voce sabe que eu sempre torci por elas e esse momento foi fantástico... Aí depois ele sai com a Marina d chega num parque... Comecei a chorar já na parte q falava da caligrafia do Felipe... Daí ele começou a contar a história deles dois e começa a tocar a música da Katy, e ele se declara não importando pro momento do casamento, mas pelo menos garanti-lo, isso foi muito lindo e vc ainda termina com esse suspense falando do amor deles e termina com esse incondicionalmente arrepiou até os cabelos do c*.... Simplesmente maravilhoso... Vc tem uma forma de escrever que faz os leitores se apegarem ao texto... Meus parabéns, de verdade. Da sua mana Nissan. Kisses...