05. A festa

Conto de Luã como (Seguir)

Parte da série Dia a dia, lado a lado

Enquanto meu professor termina de citar uma frase de Adam Smith, considerado o pai da economia moderna, e então explica algo relacionado a ela que eu sinceramente não consigo prestar atenção, eu brinco com minha caneta entre meus dedos e admiro a manhã de sábado linda que faz lá fora, enquanto eu preciso repor a aula que eu tive que faltar na semana passada. Antes de sair da cama eu pensei e repensei várias vezes sobre a tentadora ideia de não vir, mas não adiantaria nada. Apesar de o curso estar, literalmente, na reta final, e quanto eu digo isso falta apenas uma semana para que as aulas acabem, ainda há coisas importantes que eu quero anotar e talvez usar mais tarde. Porém minha cabeça não sai da tarde animada que eu e Samuel teremos daqui a pouco, quando ele virá me buscar pra almoçarmos juntos e depois escolhermos nossa roupa para a festa de formatura.

Quando o último sinal toca, pego minhas coisas e jogo rapidamente na mochila, então sou um dos primeiros a passar rasgando pela porta em direção à saída, procurando pelo Focus de Samuel, que logo depois eu avisto, parado no meio fio próximo a esquina.

Assim que chegamos no JK, vamos até o Burguer King, onde eu me esbaldo sem dó nem piedade em um lanche grande e no generoso refil de bebidas antes de sairmos a procura de nossas roupas.

- e então, como está sendo trabalhar com o deus grego da balada? – Samuca agora termina de dar outra mordida em seu lanche, enquanto me fita com seus grandes olhos azuis e curiosos.

- dificil, eu tenho que admitir. Ele é tão sedutor, tão... – eu paro alguns segundos buscando pela palavra certa. – tentador.

- isso eu sei né amigo, ou você acha que eu não te conheço. Deve estar louco pra dar essa sua bundinha branca pra ele.

- Samuel! – eu falo exasperado, olhando para os lados e torcendo para que ninguém tenha ouvido isso. – olha a língua.

- hoje tem a festa de confraternização de fim de ano, não é?

- é, nem lembre. Mais um pouco de tortura.

- não mesmo, hoje vocês não estão no banco, não estão trabalhando, se rolar um papo bacana e ele te convidar pra sair depois de lá, o que você faria?

- eu não sei. Ele é meu chefe, Samuel. Não seria o certo.

- é, isso é. Mas se vocês não contarem pra ninguém, não tem problema. – ele dá uma mordida em sua batata frita, fazendo uma cara de sexy, e eu reviro os olhos enquanto sorrio.

- você não tem jeito.

- você sabe que ele também tá louco por você, olha o que você me conta! Se você der o sinal verde, ele avança como se estivesse em busca do pote de ouro do outro lado do arco íris.

- pote de ouro? Agora isso tem outro nome?

- meu amigo, pode chamar do que você quiser, o produto é o mesmo, o prazer é o mesmo, isso que importa! – ele se curva sobre a mesa, chegando perto de mim o bastante para falar em um volume confiável. – se ele quiser sair com você, não negue. Dê essa bundinha linda e branca pra ele que os dois saem felizes, com o pote de ouro conquistado.

Depois que ele pisca pra mim e volta para o seu lugar, eu esfrego meus dedos em minha testa, pensando que talvez ir nessa confraternização não seja uma boa ideia. Talvez porque minha bunda branca realmente queira o Gustavo, e eu sorrio em pensamento sobre isso, ou talvez seja porque justamente isso não é uma boa ideia. Aliás, isso é uma ideia terrível, tanto que eu prefiro não pensar nisso e deixar pra depois.

Ocupamos muito do nosso tempo entre as várias lojas de grife famosas, outras nem tanto, mas todas com roupas lindas e extremamente caras, o que não seria um problema para Samuel, mas já para mim, é algo que me preocupa. O que eu realmente tenho pena é do meu cartão de crédito, que está sendo usado e abusado sem receio nos últimos dias, e hoje não foi diferente.

- o que você acha?

Estou me olhando no grande espelho da parede do provador, fora das cabines, enquanto olho sobre meu ombro pelo reflexo e enxergo Samuel atrás de mim, vestindo um terno preto com uma camisa azul clara e uma gravata em um tom um pouco mais escuro, com efeito metálico e com detalhes sutis em relevo no tecido, que parecem ter sido feitas especialmente pra ele.

- tá perfeito. E eu?

- maravilhoso. Queria saber como escolher rápido as coisas feito você. Ser indeciso me irrita muito. – ele fala, chegando ao meu lado enquanto se olha atenciosamente, de cima a baixo, analisando como a roupa ficou em seu corpo. Agora, enquanto ele está do meu lado, a comparação de beleza entre eu e Samuel chega a ser injusta. Ele, além de ser lindo, sabe muito bem se vestir e, por mais incrível que pareça, ele não é daquelas pessoas convencidas, nem por sua aparência, nem por sua situação financeira. Acho que o fato de eu ter escolhido Samuca como meu melhor amigo foi isso. Ele tem todos os motivos do mundo para ser um nojinho de gente, mas ele não é.

Então, após provarmos dezenas e dezenas de conjuntos, principalmente Samuca, que é a pessoa mais indecisa da face da Terra, parece que finalmente ele gostou do seu conjunto. Saímos da loja triunfantes com nossas sacolas, felizes e certamente um pouco mais pobres, mas mesmo assim, felizes.

Antes de irmos embora, Samuel se lembra que precisa comprar um perfume novo e me faz voltar na loja da Dolce & Gabbana para ficar mais alguns bons minutos escolhendo uma fragrância para a formatura. Depois de finalmente escolher, e de quebra ainda dar uma paquerada básica no vendedor, saímos do shopping e vamos direto para casa, pois eu tenho a droga da festa daqui a pouco tempo e por mais que eu ache que eu não possa ir, eu quero muito ir. E pensando que estou quase atrasado, torço para que o caminho até em casa seja rápido e que meu Chevette recém chegado da oficina não resolva me deixar na mão novamente.

Após me vestir cuidadosamente para que não fique nem muito arrumado nem muito comum, sigo para o bar que Gustavo alugou especialmente para o evento. Assim que eu chego, vejo algumas pessoas já nas mesas conversando e bebendo suas cervejas, mas eu ainda me sinto um pouco deslocado. É só quando avisto Amanda chegando que eu solto um sorriso de alívio.

- pensei que você não viria! – ela diz ao me abraçar.

- é, eu tava um pouco cansado mas achei que seria rude não vir.

- é a sua primeira festa da empresa, a primeira a gente nunca esquece! – ela fala animada enquanto olha em volta. – cadê o anfitrião?

- quem, o Gustavo?

- é, ué. Ele quem organizou tudo, ele tava bem mais animado esse ano do que nos outros.

- ah sim, bom, eu não vi ele por aí ainda, então... – me faço de desentendido, quando na verdade eu também não parei de procurar ele desde que cheguei.

- bom, lá está.

Eu me viro lentamente seguindo o olhar de Amanda e vejo o homem mais lindo do mundo, vestindo uma polo listrada em cinza, branco e preto, uma calça jeans escura e um sapatênis no mesmo tom. Mas, apesar de estar muito bem vestido, mesmo com algo mais casual, a peça mais linda dele ainda é sem duvida seu sorriso. Enquanto ele cumprimenta um dos funcionários e conversa, ele se mostra com uma expressão bastante jovial, diferente da que ele aparenta no trabalho. Eu acho que coro ao perceber que estou olhando demais para ele, então volto minhas atenções para Amanda, como se nada tivesse acontecido.

- ele é ridiculamente bonito.

- é, ele é bem aparentado mesmo.

- bem aparentado? Arthur, qualquer ser humano cairia de joelhos por ele, me poupe.

- bom, isso eu já não sei. Você também faz parte dessa estatística?

- claro, mas eu sei que ele só tem olhos pra você, então eu já tirei meu cavalo de campo.

Eu gelo ao ouvir isso, então, como se todo o som e movimento ao nosso redor tivesse sumido, eu me viro pra ela e fico a olhando, esperando por uma explicação.

- como é que é?

- qual é, você sabe disso. Ele vive te olhando, te seguindo, isso é bem óbvio. Você é o novo alvo dele, Arthur.

- não sou não.

- bom, se você não quiser, não é. Mas é difícil resistir aos encantos do Dr. Charme ali.

- ele é meu patrão, mesmo que eu tivesse interessado nele, o que no caso, eu não estou, eu teria que me segurar.

- bom, se você conseguisse, você seria meu herói. Ninguém consegue. Agora disfarça que ele tá vindo aí.

- o que?

- boa noite. – antes que eu pudesse assimilar a frase rápida de Amanda, eu ouço sua voz bem ao meu lado. Eu me viro pra ele e tento me manter neutro, mas através da minha visão periférica eu consigo ver que Amanda segura o riso, certamente por causa do meu rosto corado e da minha feição assustada, enquanto ele prende seus olhos firmes nos meus.

- boa noite. – nossas vozes são uma só, apesar de que honestamente ele não deva ter prestado atenção em Amanda.

- chegaram cedo.

- pois é. – eu realmente preciso trabalhar no lance de desenvolver assuntos quando estou nervoso.

- o lugar é muito legal, bem descontraído.

- que bom que você gostou, Amanda. – ele então sorri e segue em direção das outras pessoas, movendo aquele corpo lindo e forte para longe de nós, o que me deixa aliviado e ao mesmo tempo querendo ir atrás, como se ele tivesse uma espécie de imã.

- viu? Ele não tirou os olhos de você.

- sabe o que eu vi? Você caidinha por ele. “O lugar é muito legal, bem descontraído.” – eu digo repetindo ela com a voz fina, fazendo ela rir.

- nem que eu quisesse, amigo. Ele joga no mesmo time que o meu. E no caso, a bola que ele persegue no campo é você, no caso eu sou a linha branca das laterais.

- boba. – falo sacudindo a cabeça em reprovação, um pouco preocupado com isso.

- será que outras pessoas notam isso?

- bom, não sei. Apesar de tudo, ele é bem discreto.

- ou talvez seja loucura da sua parte e eu esteja caindo direitinho nessa paranoia. Vem, vamos escolher alguma coisa pra beber e mudar de assunto.

Depois de chamar o garçom e agradecer pelo assunto ter se encerrado, começamos a aproveitar a noite de fato. A comida boa, a bebida gelada, o papo bom com Amanda, tudo parece fluir e me fazer pensar que foi sim uma ótima ideia vir até aqui. Depois de um tempo, estamos em um grupo pequeno reunidos em uma mesa grande, conversando aleatoriamente sobre diversas coisas, enquanto Gustavo está do outro lado da mesa, conversando com seu amigo e olhando pra mim o tempo inteiro.

- sabe gente, acho que a gente tem que reconhecer que o nosso chefe aqui é um grande organizador de eventos. O cara colocou na cabeça que queria fazer nesse bar e passou a semana toda tentando reservar, aí quando ele conseguiu, fez tudo funcionar em menos de três dias.

- quando eu quero alguma coisa, eu não desisto fácil. – assim que ele fala isso, eu penso “não olha pra ele, não olha pra ele”, mas é impossível, e quando eu o faço, ele está me olhando, me fazendo ter certeza que sua frase de duplo sentido realmente foi pra mim. Por sorte, acho que ninguém nota, já que estão todos ouvindo Marcelo, o puxa saco, continuar a falar, dessa vez sobre como ele já era amigo de Gustavo antes mesmo de ele ser transferido para a agência e de como ele insistiu para que isso acontecesse ao longo do primeiro ano de empresa dele, confirmando o fato de que quando ele quer algo, ele não desiste fácil. Eu sinto meu coração bater fora de controle com a situação, percebendo que ele já não está mais se importando em disfarçar nada, enquanto eu por um lado acho que isso me cheira a problema, mas por outro eu gosto disso. Esse perigo, essas frases de caráter duvidoso, essa adrenalina, tudo me faz ter ainda mais tesao por ele. Eu chamo o garçom e peço para ele me trazer outro copo de cerveja e alguns petiscos para forrar o estômago, fazendo eu tirar minha atenção dos olhos dele e de meus pensamentos tentadores. É aí então que chega o funcionário novo, do caixa, dando boa noite para todos e se sentando na cadeira vazia do meu outro lado, iniciando uma conversa comigo e com Amanda e felizmente fazendo eu ficar mais calmo. O que eu noto é que, ao longo da conversa, o homem, que além de simpático e bonito, parece ser gay, pois nosso entrosamento falando sobre música, cinema e livros revela seu entusiasmo e seu jeito de que ele joga no mesmo time que o nosso, o que faz automaticamente com que eu e Amanda já nos simpatizarmos com ele e meio que considerarmos ele como parte do nosso novo grupo de amigos do trabalho, que até então era formado por eu, Amanda e Duda, essa que por sua vez resolveu não aparecer hoje na festa. Algo curioso é que vez ou outra, quando meus olhos correm teimosos até Gustavo, vejo que ele está nos olhando e aparentemente colocando toda sua atenção em nossa conversa, me olhando como se tivesse faíscas saindo de seus olhos e me deixando com o estômago revirado. O efeito que Gustavo tem em mim chega a ser ridículo, eu não consigo parar de olhar pra ele e desejar ele, mesmo quando estou no meio de uma conversa animada com meus amigos, como agora. Pouco depois de Pedro nos contar que ele namora há quatro anos com um cara da Austrália, Amanda surta ao querer saber tudo sobre como é namorar à distância, sobre como é ficar com alguém de outro país, entre outras coisas, eu peço licença e vou ao banheiro, sentindo meu rosto um pouco quente por causa da bebida. Depois de esvaziar a bexiga, lavo as mãos e jogo uma água no rosto para refrescar. Quando estou secando as mãos e o rosto molhados, a porta do banheiro se abre e ele entra, me lança um olhar que me deixa sem fôlego, fecha a porta e a tranca com chave.

- o que é isso? – eu falo surpreso, enquanto ele caminha lentamente em direção a mim.

- não quero você falando com aquele cara.

Como é que é? Temos alguém querendo dizer com quem eu posso ou não posso falar agora?

- ah é? Posso saber por que?

- porque ele ta interessado em você.

- isso é loucura. Ele namora.

- parece que pra ele isso não importa. – agora ele está parado a uma distância razoável de mim, me fazendo querer não estar aqui agora discutindo com meu chefe sobre meu círculo social.

- bem, e eu honestamente não sei por que tudo isso importaria pra você.

- porque você é meu.

Ah droga, eu o que?

Sua frase me acerta como uma bola de canhão, me deixando totalmente sem resposta. Seus olhos me atingem com tamanha magnitude que eu não consigo fazer nada a não ser encara-lo.

- sou?

- é, e você sabe disso. Ou me diz que você não está doido pra me beijar agora? – ele termina de falar e caminha mais um pouco até chegar em mim e me tirar todo o espaço que eu tinha pra poder fugir, fazendo eu me segurar firme na pia de mármore e torcer para que pelo menos minhas mãos me obedeçam e não saiam dali tão cedo.

- Gustavo, não.

- diz que você não quer sentir como é o gosto do meu beijo, aqui nesse banheiro trancado, onde a gente pode fazer o que quiser.

- eu não quero, isso é loucura. - eu falo olhando para o lado, tentando ao máximo resgatar meu autocontrole que a essas horas já tava fugindo pra puta que pariu.

- então diz olhando nos meus olhos. Diz que você não me quer. Diz que você não me deseja desde aquela noite, diz que você não fica louco, assim como eu, toda vez que a gente se vê na agência, tentando esconder de todo mundo

Assim que eu olho para aquele rosto, para aquela boca, para aquele corpo perfeitamente esculpido por baixo daquela camiseta polo apertada, eu não consigo mais ter controle sobre mim. Eu lhe puxo e o beijo, o beijo com tamanha vontade que meu coração parece estar querendo explodir. O gosto de sua boca é tão bom que me faz querer ficar sentindo isso por horas, um gosto de álcool misturado com hortelã, enquanto eu passo uma das minhas mãos em suas costas e a outra fica firme em seu pescoço, sentindo sua pele quente e sentindo minha ereção crescer sem controle dentro da minha calça jeans.

Sua respiração fora de compasse no meu pescoço me deixa arrepiado, enquanto eu o puxo mais pra perto e sinto sua calça colar mais na minha, percebendo que seu volume é ainda mais notável do que o meu, até que ele me pega e me senta no mármore frio da pia, se encaixando no meio das minhas pernas e fazendo eu me curvar para continuar beijando-o. Suas mãos passeiam pelo meu corpo e me fazem ficar ainda mais cheio de tesao, ainda mais quando seus dedos tentam abrir o zíper da minha calça, mas um flash de juízo percorre minha mente e eu lembro que estamos no meio da festa da empresa e que as chances de alguém tentar entrar e ver que a porta está fechada são altas, então eu me desvencilho dele e vejo o estrago que minhas mais fizeram em seu cabelo, que está bagunçado e agora combina com sua roupa levemente amarrotada e sua expressão sorridente e vitoriosa.

- melhor não fazermos isso aqui. É perigoso.

- você quem manda. Depois a gente termina então.

Sua voz mais parece como uma intimação, não me deixando muita escolha, então eu desço e peço pra ele esperar um pouco pra sair, pra caso alguém tenha visto ele entrando no banheiro, não note que saímos juntos.

De volta à mesa e torcendo para que ninguém veja minhas bochechas querendo a todo custo quererem ficar vermelhas, eu entro no assunto de Amanda e Pedro, que parecem não ferem notado minha demora.

- Pedro também não tava querendo vir por vergonha. O que acontece com vocês, meninos? Perder uma festa dessas, com comida e bebida de graça, por vergonha? Eu hein. – ela diz, pescando uma azeitona do prato com a ajuda de um palito. – eu disse pro Arthur, a primeira festa da empresa a gente nunca esquece. Não é, Arthur?

Eu ouço ela e então vejo Gustavo saindo do banheiro e olhando discretamente pra mim, enquanto anda em direção ao outro grupo de funcionários, mais reservados, sentados mais ao fundo do salão, pensando na loucura que aconteceu lá dentro e o quanto seu beijo é bom.

- com certeza.

Comentários

Há 2 comentários.

Por Niss em 2016-02-17 16:09:44
Minina do céu! Que foda! Imaginei perfeitamente a cena deles no banheiro hahaha. Adooooro! Esses ciúmes dele foi interessante, mas nada se compara a explosão das frases que ele fala, e da postura sexy e extremamente tentadora que ele tomou durante todos esses momentos. Amei! Haha. Espero pelo proximo. Kisses, Mana Nissan.
Por Disturbia em 2016-02-17 14:28:15
Oq que é isso garota, vc tá fazendo um jogo cmg??? Mt bom, não vejo a hr de ler o próximo cap.