Vida nova

Parte da série Triste amor

Eu olho para trás, vejo as pessoas sentadas atrás de mim. Olho pela janela. Meus olhos vagam pelas nuvens. Eu, estava agora, prestes a entrar em uma nova vida. Iria deixar todas as provocações e tristezas guardadas por mim pra trás. Sempre sofri bullying por ser gay. Nunca fui aceito. Sempre me chamavam de viado, bichinha, afeminado... tudo isso só por ser gay assumido. Meu nome é Lucas, tenho em torno de 1,65 e estou prestes a fazer 15 anos. Parece que o meu presente de aniversário foi a mudança de vida, e desta vez, estava disposto a ser aceito. Me faria de hetero. Evitaria a contar a qualquer um sobre mim, sobre como sou. Fecho meus olhos, encosto-me na janela e caio em um profundo sono.

O sol estava sobre meus olhos, eu estaria chegando no Rio de Janeiro. Uma mulher ao meu lado me chamava. Mexia em meus braços com uma leveza impressionante.

- Acorda meu querido. Faltam apenas 10 minutos para aterrisarmos.

- Obrigado.- digo com os olhos ainda entre abertos. Olho ao redor, todos estavam em estados iguais aos meus. Minha mãe me olha com um olhar aprovador. - O que houve? -pergunto procurando algo em meu rosto.

-Faz muito tempo que você não dorme assim. -Ela sorri. Seu sorriso é tão calmo e sincero. As vezes, quando estou com raiva ou muito triste, olho em seu sorriso e fico calmo como se fosse mágica.

O avião pousa. Todos nos descemos. Agora me encontro olhando pelo aeroporto. Ja estava com minhas malas em mãos e estava pronto para começar minha nova vida. Minha mãe chama um taxi para nos levarmos para casa. Minha irmã mais nova, sentava-se ao colo da minha irmã, olhava para nós com um olhar assustado. Era óbvio que ela estava com medo da vida nova. Meu padrasto olhava ao redor entusiasmado. Minha irma mais velha estava entediada. Era óbvia que ela não queria estar ali. ela queria ficar com o namorado em São Paulo, mas entendia o porque de termos nos mudado. Eu sofria na escola. Todos eram rudes. Um dia, apanhei tanto que fiquei internado por quase um mes. Eu fiquei em depressão lá. Tinha visitas regulares a psiquiatras e médicos. Agora não. Me sentia melhor só de ter mudado. Meu padrasto havia conseguido um emprego no Rio. Ele iria trabalhar como vendedor. Na verdade era como empresário, ja que a loja seriam dele e da minha mãe.

Chegamos a casa nova. Olho para ela. Não era feia. Era bastante grande e tinha uma pintura bem bonita. Seu jardim frontal era lindo, repleto de rosas e flores de diversas cores. me sentia bem só de respirar aquele ar. Entramos na casa nova. O comodo era aconchegante. Alem de ser bonito, tinha bastante espaço. Ando com as minhas coisas direto para meu quarto. Coloco as coisas em cima da cama. Sinto alguém me observando. me viro para ver que. era e percebo logo que era minha mãe, me olhando da porta.

-As aulas começam amanha. -ela diz como se fosse a melhor coisa do mundo.

-Eu poso faltar amanha? Por favor! -eu implorava, estava fazendo um papel ridículo. Eles se tornou ainda mas ridículo quando ela disse "não".

- Porque eu nao posso faltar amanha? -perguntava logo revoltado.

-Porque você terá que correr para acompanhar seus colegas. Você entrará assim, surpresamente, no meio do ano. As matérias sao diferentes meu filho. Voce vai amanha.

Ela saiu do quarto me deixado sozinho. Continuei a arrumar minhas coisas por mais uns 49 minutos, quando meu padrasto chamou todos a mesa para jantarmos. Não iriamos basicamente jantar. Havíamos acabado de chegar, não tínhamos mantimentos. Iríamos apenas comer pizza.

Apos o jantar, decido ir dormir. Me encosto na ca e penso em como será meu primeiro dia de aula. De uma coisa eu estava certo. Desta vez, eu não iria ser o gay da escola. Me viro e me cubro com a coberta. Fecho mes olhos na esperança de que o sonho invada minha mente e me faça adormecer.

TRIIIIIIIIIIIIIIIIIIIM! fazia o despertador. Levanto minha cabeça. Us olhos fitam o relógio. Eram seis meia. Me levanto e vou até o banheiro que estava ocupado pela minha irmã. Depois de alguns minutos ela sai para que eu finalmente possa usar. Eu entro. Ligo o chuveiro e espero até que a agua esquentar para poder tomar banho. Me banho. depois paro em frente ao espelho e escovo meus dentes. Saio de lá enrolado em minha toalha e vou para o quarto. Olho para mim mesmo no espelho. Meu rosto moreno, não muito bonito, mas agradável, estava com um nova aparência. meus cabelos, cortados uma semana antes da viagem estavam no tamanho ideal. Eu estava pronto pra a escola. Visto minha minha calça jeans, calço meu nike preto e arrumo minha mochila. Pego minha camisa do uniforme em cima da cabeceira da cama e a visto. Desço as escadas e logo coro a cozinha para fazer meu café da manhã. Tomando meu café, minha mãe me chama para irmos a escola. Me dirijo até seu carro e vamos a escola. Chego lá e me despeço de minha mãe. Me viro. Um nov campo de batalha estava n minha frente.

"Coragem Lucas" penso a mim mesmo. 'É só ser quem você quer ser e vai dar tudo certo". acreditando em meu subconciente, tomo coragem e ando até os portões da escola. Estava agora pronto para ser quem eu queria ser