Namorado novo - 1x13

Parte da série Perdidos na Floresta

- Quem? O professor Lucas? - Perguntei.

- Sim. Professor?

- É, eu meio que tenho uma rixa com ele. - Disse.

- Então por que estavam se abraçando? - Perguntou ele.

- Porque estávamos nos acertando.

- Hum. - Ele ficou em silêncio.

- Ciúmes? - Perguntei sorrindo.

- Não, só não acho interessante você ficar abraçado com ele.

- Ciúmes! - Afirmei rindo.

- Pare Beto. - Disse ele ficando vermelho. - Então, ta afim de almoçar comigo hoje? Podemos ir para minha casa, eu preparo uma comida muito boa pra gente.

- Hum, um cozinheiro só pra mim. - Brinquei dando um beijo nele.

- Só e todinho pra você.

Trocamos um ou dois beijos no carro, e já podíamos dizer que estávamos namorando. Ele era incrível, super atencioso e com certeza um pouco ciumento. Fomos direto para o apê dele, fiquei feliz em saber que a mãe não estava no momento, senão provavelmente ela não me deixaria entrar. Entramos e ele me derrubou no sofá enquanto me beijava.

- Para, para. - Disse.

- O que foi? - Perguntou ele

- Sua mãe pode chegar. E é melhor que ela me pegue almoçando na casa dela do que transando com o filho dela. - Falei.

- Ah, tudo bem. Depois a gente brica. - Disse ele num sorriso malicioso no canto da boca e se levantando.

- Então, eu vou ver o que tem ali pra mim fazer. - Completou.

- Ta bom, e eu espero aqui.

Fiquei esperando por ele no sofá, assistindo TV. Tudo bem, eu admito; fiquei xeretando a sala inteira procurando detalhes. A coisa que mais me chamou atenção, foi a foto de uma moça muito bonita na estante. E muito parecida com o Bruno por sinal, então devia ser a irmã dele. Eu resolvi não tocar no assunto, pois se ele quisesse falar dela, ele já teria falado.

Enquanto eu estava na sala, ele veio e pegou na minha mão me levando para o quarto dele. Ele disse que queria que eu conhecesse o quarto onde ele dormia, e realmente, era incrível. Era todo azul com algumas prateleiras, e a coberta era daquele jeito que eu não sei o nome, mas era tipo com as cores do uniforme militar, os travesseiros também. Ele tinha uma coleção de carrinhos antigos que pra ele, tinha valor sentimental muito grande. Tinha uma janela que dava de frente para a cidade.

- Lindo o seu quarto. - Comentei.

- Achei que você não iria curtir, pelo estilo bem masculino. - Disse ele.

- Não, curti sim. É lindo, você sabe decorar muito bem.

- Eu queria dormir com você aqui. - Disse ele me puxando pela mão.

- Ah é? E sua mãe me matava de noite. - Disse rindo.

- Não se preocupa que eu te protejo. - Disse ele me abraçando e me beijando.

Começamos a nos beijar ali no quarto mesmo, e ele parecia não se importar nem um pouco com a comida até eu o lembrar. Ele saiu em disparada dizendo que tinha esquecido e que se passasse mais um pouco queimava. Sorte minha ter lembrado aquela hora. Ele começou a mexer nas panelas, e pelo cheiro, realmente devia estar muito bom. Ele parecia ser um cozinheiro de mão cheia, e pelo visto eu ia comer muito bem na casa dele ;p.

Tudo estava bem, até a mãe dele chegar.

- Oi filho, eu trouxe... Ai, o que esse estrupício está fazendo aqui? - Perguntou ela me apontando.

- O "estrupício" se chama Beto, obrigado. - Disse.

- Mãe, eu trouxe ele para almoçar aqui em casa, e a casa é minha. Então ele fica! - Pude sentir uma certe firmeza na voz dele.

- Ai, fazer o que né. Hoje em dia ta difícil achar gente que preste pra trazer pra casa. - Disse ela jogando algumas sacolas no sofá.

- Mãe, respeita o meu namorado. - Disse ele em voz alta e bom som.

A mulher pareceu não acreditar no que ouviu. Ela me encarou duas vezes e olhou para o Bruno com a boca aberta, fazendo cara do maior espanto do mundo.

- Seu o que? - Perguntou ela.

- Meu namorado. Por que? - Perguntou ele com ironia.

- Que decepção meu filho, que decepção. - Disse ela balançando a cabeça negativamente e saindo da sala.

- Desculpa pela minha mãe.

- Tudo bem, ela só precisa ser maleada. - Disse abraçando ele.

- E ela é, não sei por que fica fazendo birra.

- Enfim, o que vamos comer? - Perguntei.

- Hum...

Ele tinha feito carne seca, salada de frutas e um suco de laranja. Confesso que doce com salgado não é a coisa mais normal do mundo, mas como o Bruno sabe o que faz, ficou uma delícia a salada de frutas com a carne seca. A mãe dele tirou a comida e foi para o quarto, não almoçou com a gente na cozinha, e ainda continuou olhando feio pra mim.

Tudo estava bem tirando o fato da mãe dele me odiar de todos os jeitos. Terminamos de comer e eu o ajudei a lavar a louça, foi rápido e logo que terminei fui para meu apartamento. Ele foi comigo e me ensinou um pouco de espanhol também. Contei pra ele sobre a oportunidade de ir para a Espanha, ele achou incrível mas falou que iria ficar triste por estar longe de mim.

- Mas é só um mês. - Disse.

- É muito tempo, eu não vou aguentar ficar longe de você tudo isso.

- Então vem comigo, é uma viagem. - Disse.

- Eu já fui uma vez com a minha mãe. Ela amou. Se hoje eu sei espanhol, é por causa dela. Ela tem descendência espanhola e ama o sotaque espanhol. Ela fala o idioma fluentemente, por causa disso ela vivia conversando comigo em castelhano, e eu acabei aprendendo.

- Que legal, tenho parentes na França também, mas não sei falar quase nada de francês. Minha tia que me leva para vários lugares.

- Sério? - Perguntou ele.

- Sim, e esse ano ela quer que eu vá acampar com eles na Argentina no final do ano, só que eu não gosto muito de matas.

- Oras, vá. - Disse ele. - É muito bom, eu já acampei.

- Mas não é a minha praia fazer esses tipos de coisas. - Disse.

- Você tem que tentar pra ver se gosta. - Disse ele.

- É, mas quem sabe né. - Mudamos de assunto.

Ficamos conversando a tarde inteira. Ele me falou sobre várias coisas da Espanha, e que lá era muito lindo e que ele queria voltar lá comigo dessa vez. Falei que podíamos ir no final do ano e ele disse que ia pensar.

Por mais que a mãe dele tenha uma rixa eterna comigo, tenho que admitir que ela tinha bom gosto. Não só pelo apartamento dele ser lindo, mas pelos gostos dela. Gostos pela arte grega, romana, e por alguns idiomas. Ela por mais que seja uma casca grossa, os gostos dela são bastantes parecidos comigo.

Depois que o Bruno saiu, a Lara me ligou pedindo pra sair de noite. Mas como eu não estava afim inventei uma desculpa, dizendo que o meu pai precisava conversar comigo, e me lembrei que ele realmente precisava, pra saber se eu ia ou não para a Argentina. Ele queria saber logo pra conversar com meus tios, mas eu não tinha a menor ideia do que dizer.

Comentários

Há 1 comentários.

Por Kaka em 2013-08-02 17:02:16
Mais!!!!!!!! Por favor!!! ^^' Estou esperando!!! ;P